A Revista Brasileira de Otorrinolaringologia inicia com este exemplar o quadragésimo volume de sua publicação.
Autor(es): Os editores
Editada desde Janeiro de 1933 como "Revista Otolaryngológica de São Paulo", passou depois, como bem o previram seus fundadores, para órgão nacional com seu nome atual. Afirmavam seus primeiros editores: "Esta, no entanto, não pertencerá a São Paulo, mas ao Brasil e aos especialistas brasileiros que nella queiram colaborar".
Irregular algumas vezes, com matéria científica nivelada ao nosso am¬biente, refletiu sempre fielmente, a evolução da especialidade no Brasil.
O trabalho pioneiro dos fundadores Mário Ottoni de Rezende e Ho¬mero Cordeiro tem sido continuado por todos os editores que sempre es¬tiveram sob as contingências dos problemas econômicos que incidem em uma iniciativa de tal gênero.
Atualmente, a remessa de três números anuais vem sendo cumprida com relativa fidelidade. O maior problema que a editoria tem enfrentado é o pequeno número de trabalhos enviados para publicação.
Após o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia em 1969, do qual surgiram as novas perspectivas que impulsionam a Federação, isto é, a publicação regular da Revista, a outorga do título de especialista e a reor¬ganização dos congressos com renda, agora aplicável, nos planos da Fe¬deração, demonstram, embora no início, a pujança que poderá ter a agre¬miação nacional dos otorrinolaringologistas.
Fator básico da manutenção da Revista foi sempre a contribuição pecuniária, de uma parte da renda dos Congressos para esta finalidade. A editoria, nas proporções devidas, procurou imprimir-lhe uma dinâmica empresarial objetiva, organizando uma secretaria, fichário, contabilidade e atua¬lização constante de endereços de todos os colegas. A correspondência recebida é respondida no mesmo dia e o número de devoluções das pu¬blicações é mínimo, mostrando a dedicação da secretaria em se manter atenta a todas as mudanças de endereços.
As bibliotecas das Faculdades de Medicina, dos Hospitais do Brasil e muitas do exterior recebem a revista.
O grande problema para expansão da mesma não é mais o econômico e sim a pouca produção científica do nosso meio.
Cremos que as causas são o tipo de organização da maioria dos co¬legas não orientada para este objetivo, a absorção do tempo pelo trabalho em entidades públicas e na medicina socializada e a inexistência de ori¬entação científica na maioria dos nossos ambientes universitários. Fatores estes que não permitiram até hoje a formação de uma estrutura básica de aproveitamento da riqueza de material que dispomos. Os esforços entre¬tanto, de um pequeno número de colegas tem compensado estas defici¬ências e a Revista, aí está, com 40 anos de atividade.