Versão Inglês

Ano:  1935  Vol. 3   Ed. 2  - Março - Abril - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 153 a 170

 

REVISTA DAS REVISTAS - PARTE 1

Autor(es): -

ANNALS OF OTOLOGY, RHINOLOGY AND LARYNGOLOGY
Vol. 43 - Dezembro 1934 - N.° 4
(U. S. A.)

W. E. GROVE - Tratamento conservador das molestias do nariz e suas cavidades acessorias - Pag. 988.

No tratamento das infecções do nariz e cavidades acessorias, precisamos ter em vista, em primeiro logar, o mecanismo de defeza do organismo e o modo pelo qual possamos, pelo tratamento, estimular esta defesa. No que se refere ao nariz e cavidades anexas, a atividade ciliar predomina entre os agentes de combate ás infecções, assim tambem a camada de muco que envolve e cobre os cilios.

Assim sendo, o A. refere-se ás experiencias de Lierle e Moore sobre a ação, de diferentes drogas, sobre a atividade ciliar da mucosa nasal do homem, do cão e dos cobaios, que chegaram ás seguintes conclusões:

1.º) - A agua e agua distilada, quando aplicadas á mucosa das vias aéreas superiores, causa diminuição da atividade ciliar.

2.º) - A efedrina a 3 % não perturba esta atividade, mas ás vezes aumenta-a levemente.

3.º) - A cocaína a 5 % não a perturba, porém a 10 e 20% paralisa-a definitivamente, com sua recuperação posterior.

4.º) - As soluções fracas de proteinatos de prata de 5, 10 e 20% aumentam, de inicio, a atividade ciliar, com diminuição subsequente, que o A. pensa ser causada pela agua empregada como dissolvente.

5.º) - Eucalyptol a 0,5% não causa dano.

6.º) - Mentol a 0,5% até 1 % tem ligeiro efeito depressor.

7.º) - Timol a I % com 0,5 e 1 % de eucaliptol são nocivos á atividade ciliar na ordem citada.

8.º) - A epinefrina a 1/000, o sulfato de zinco a 2 % e o mercurio-cromo a 2 % paralisam, por completo, a atividade ciliar.

9.º) - Nitrato de prata a 0,5% paralisa imediatamente e esta não será, de modo nenhum, recuperada depois de sua aplicação.

O que o A. deduz é que devemos ser mais prudentes na escolha dos medicamentos, que devam ser aplicados á mucosa nasal.

Dieta, clima e sol gozam brilhante papel na prevenção e cura das infecções dos seios para-nasais.

Dieta gordurosa necessaria para que o tecido linfoide da garganta não aumente (Jarvis). A vitamina A é necessaria para a nutrição da mucosa nasal, oral e traqueal, assim tambem a vitamina B para as secreções posteriores do nariz (Cody). As vacinas, sobretudo autogenas, o antivirus de Besredka, são outros meios uteis aplicaveis ás afecções nasais e sinusais.

Diagnosticada a alergia, o tratamento será feito em cooperação entre o rinologista, o clinico e o alergista. Qualquer operação deverá ser evitada nas manifestações alergicas puras do nariz e dos seios anexos. Quando, porém, da coexistencia de uma infecção, esta deverá ser tratada a parte, esteja ela localisada nos seios, nos dentes ou em qualquer outra parte do organismo. O iodo e o calcio serão uteis nestes casos.

JOHN W. CARMACK - Tratamento conservador das molestias da faringe - Pag. 995.

A patologia da faringe é secundaria ás molestias do nariz e dos seios da face, das vias respiratorias inferiores ou á perturbações gerais. O A. classifica-as do seguinte modo:

1.º) - Infecções primarias da mucosa faringeana, causadas pelo ar ou pelos organismos trazidos pelos alimentos.

2.º) - Molestias devidas á infecções nasais, das vias aéreas inferiores, do tecido linfoide ou glandular da propria faringe.

3.º) - Agentes irritantes não infecciosos.

4.º) - Manifestações locais de alterações e molestias gerais.

5.º) - Néo formações.

No ponto de vista terapeutico o naso-faringe, o oro-faringe e o hipo-faringe, devem ser considerados como entidades distintas, pois que diferem quanto á anatomia e funcções.

O naso-faringe faz parte do nariz, de cuja mucosa faz segmento e constitue uma barreira entre este orgão e a faringe propriamente dita. A entrada da trompa de Eustaquio, os tecidos linfoides aí condensados, são orgãos facilmente sujeitos á infecções. A medicação deverá ser aí aplicada com cuidados decorrentes de sua importancia.

O oro-faringe, de epitelio chato, contem as amigdalas e recebe a infecção pela boca; terapeuticamente, poderá ser tratado com mais liberdade.
O hipo-faringe conduz ar para a traquéa e alimentos para o esofago. A parte mais importante dele é o laringe. As infecções agúdas do faringe devem ser tratadas como molestia geral. Repouso, eliminadores, etc.

Localmente, emolientes para aumentar o bem estar do paciente e limitar a infecção. No naso-faringe nenhum medicamento irritante, que possa diminuir a defesa local, deverá ser empregado. No oro-faringe as drogas causticas devem ser evitadas, tais como as soluções fortes de nitrato de prata, iodo, etc. Nem teorica nem praticamente, á luz dos conhecimentos modernos, sobre a defesa dos tecidos, podemos usar remedios causticas como bactericidas. Ao contrario, os gargarejos emolientes produzem beneficios. As soluções fracas de fenol confortam o paciente. O guaiacol em glicerina a 5 e 10% - é benefico quando das inflamações agúdas do oro-faringe, pela sua ação anestesica prolongada, muito embora seu efeito -imediato seja a de produzir sensação de urencia. As inflamações agúdas produzem, facilmente, edemas do laringe; seu tratamento deverá consistir em: repouso da vóz, remedios que diminuam a irritação geral e da traquéa, evitar os medicamentos irritantes para o laringe, aplicações frias sobre o orgão. As crianças são bastante sujeitas ao edema e, quando causam asfixia, a traqueotoma inferior estará indicada. A incubação e a broncoscopia nestes casos produzem grande porcentagem de estenoses. As molestias cronicas da faringe: faringite cronica, faringite seca e laringite cronica, são sintomas de varias causas, que deverão ser procuradas e eliminadas, quando possivel. As molestias do nariz e dos seios paranasais são a causa mais comum. As aplicações de nitrato de prata de 2 á 5 %, e nas laringites instilações de creosoto em oleo de oliva a 3 %. As inflamações agúdas das adenoides e das amigdalas, serão tratadas como molestia geral. Se abcedadas, abrir os abcessos. Os raios X fazem bem para certas molestias da faringe, assim nos portadores de difteria, na angina de Vincent e na actinomicose. Amigdalectomia e adenotomia devem ser praticadas quando de indicação formal, cuidado deve-se ter com as mucosas que servem de base ás glandulas, afim de se evitar cicatrizes e perturbações consecutivas.

Quando necessaria a extirpação dessas glandulas, ela deverá ser feita o mais radicalmente possivel pelo cirurgião, e não electro-cirurgicamente, que não faz a remoção completa e não produz os resultados esperados. A tuberculose da parede da faringe e do laringe será melhor tratada pela eletro-cirurgia, ou pela remoção dos granulomas ou pela cauterisação das paredes da faringe. Os medicamentos aplicados localmente, tais como oleo de chaulmogra, atidos, helio-terapia, etc. não têm produzido os efeitos esperados. As lesões locais da sifilis não constituem senão uma manifestação da molestia geral e devem ser tratadas como tais.

A. trata a angina de Vincent pelas aplicações de perborato de sodio, mas zonas lesadas, arsphenamina intravenosa e diz, ainda, ser toda aplicação local de medicamentos de valor duvidoso!! As irritações causadas pelo fumo devem ser tratadas pela eliminação do agente que as causam.

O A. aconselha, para o tratamento dos tumores malignos desta região, o emprego dos Raios X, combinado ao radium, pelo metodo de Coutard e, quando muito grandes, deverão ser, antes, extirpados cirurgicamente. Para os tumores laringeanos aconselha o mesmo metodo. Quando da necessidade do emprego da cirurgia no laringe prefe o metodo a ceu aberto.

JAMES A. BABBITT - Tratamento conservador das molestias do ouvido - Pag. 1.001.

O A. chama, de começo, a atenção para o estado de transição em que está a oto-laringologia, sobretudo tendo em vista a serie enorme de estudos sobre a ação da bioquimica sobre a patologia das vias aéreas superiores. A perispectiva, que o futuro proximo nos aponta, no que se refere á orientação terapeutica, é de que a bioquimica irá ajustar os nossos conhecimentos no trato das molestias, tirando deste as imperfeições e nos levando a cuidar, mais seriamente, da fonte mesma causadora dos males por nós observados. O segundo item refere-se á perfeição da tecnica cirurgica empregada e ao conhecimento mais perfeito dos resultados obtidos por seu intermedio. Em terceiro lugar os estudos atuais sobre os fenomenos alergicos, que nos orientarão ou para a cirurgia ou para a medicina.

Anda mais temos que cuidar do estado de guerra declarada, sobretudo nos ultimos tempos, entre o tratamento cirurgico e o tratamento medico, ambos se devem completar e afastar, por completo, o radicalismo em que foram colocados.

No ponto de vista conservador, o que no ouvido devem ser cuidadosos serão as infecções do ouvido externo, as inflamações agúdas e cronicas do ouvido médio e a infecção da mastoide. A anamnese cuidadosa orientará, está bem visto, quasi que todo o exame do paciente, sem esta grande parte do acerto passará de lado e o doente ao envez de aproveitar da consulta, poderá ser prejudicado - os exames complementares, de laboratorio e outros, deverão ser obtidos - e, por fim, o especialista não deverá ter o espirito radical-cirurgia se suas tendencias forem para esta, conservatismo no caso contrario. O ecletismo deverá ser a norma para que o doente possa ser beneficiado. No ouvido externo os furunculos, exostoses e outras malformações e as molestias que afectam o epitelio. O furunculo não deverá ser tratado cirurgicamente, senão na ocasião em que a natureza o tiver limitado. O tratamento até aí deverá ser resolutivo. As desordens do epitelio tratadas conservativamente evitarão, por exemplo, as paracenteses intempestivas, em seguida a meningites mal diagnosticadas e a eczemas mal observados. As exostoses deverão ser operadas pela via retro-auricular, ao envez da pelo conduto.

Duas intervenções são populares na oto-laringologia: a remoção das amigdalas e a paracentese da membrana timpanica. As indicações desta ultima são, por vezes, dificeis e constituem um problema o saber se se deve ou não abrir um timpano; em muitos casos poderá ser evitado, em outros como nas otites com toxemia, nas reações mastoidéas intensas, não poderá ser procastinada, pois que muitas mastoidites são causadas por este motivo. Diz o A., citando Packard, que quando a linha do martelo e o processo breve fôr bem visiveis, a existencia de liquido na caixa deverá ser negada. Porque não usar no naso-faringe a efedrina, cocaina ou outras medidas, afim de se obter a drenagem tubaria e esperar os resultados? As incisões repetidas são de valor duvidoso se a caixa estiver cheia de cicatrizes e granulações.

Nas otites médias cronicas, o A. entra em considerações, já conhecidas de todos os especialistas, sobre os tipos de mastoides existentes e sobre a ação que cada tipo exerce sobre a marcha das otites desta especie.

Procura explicar as causas que determinam as dificuldades em cura-las e discute o envolvimento natural das celulas da mastoide nesses casos de grande cronicidade. Fala sobre a ação das perfurações, de acôrdo com suas localisações, como causa da cronicidade das otites. Refere-se ao perigo dos colesteatomas que elas possam causar. Diz sobre as variadas intervenções cirurgicas aplicadas ao fim curativo destas otites. Menciona os metodos fisicos (raios X, ultra-violeta, infra-vermelhos, alta frequencia, lampada de Quartz mercurio e metodos similares) e quimicos: preparações antisepticas á base de iodo, a solução de efedrina directamente no ouvido médio; acido cromico; cristais de sulfato de magnesio; injeções sub-cutaneas de proteides, e disulfarmina, o picratal, o tartrato de oxiquinolina, o meroxil e o acido acetico, etc., que todos, tiveram ação mais ou menos favoraveis nesta especie de otites. Tratamentos, quer locais quer gerais, dependem mais da habilidade e paciencia do otologista, que de medicação especial empregada. Nas mastoidites, diz o A., as intervenções imediatas são raramente necessarias; ha sempre tempo de estudar o paciente e aumentar-lhe a resistencia. Muitas mastoidites abortam com os cuidados para o lado do cavum timpanico, e não se poderá dizer que os pacientes curados por esta fórma tenham sido prejudicados em suas funções auditivas. Muitas complicações endocraneanas produzidas pelas intervenções apressadas, praticadas em periodo agúdo, serão evitadas.

JOHN DEVEREUX KERNAN e HENRY P. SCHUGT - Abcesso do laringe e seu tratamento - Pag. 1.009.

Estes abcessos, mais comumente observados nos casos de febre tifoide, em época mais remota, hoje aparecem, geralmente, como complicação da gripe ou em relação com as amigdalites e faringites agúdas. Tambem a escarlatina, o sarampo, e septicemia, a febre puerperal, a erisipela, a gonorréa é a sifilis podem causa-los. Só os abcessos traumaticos (corpos estranhos), têm origem no proprio laringe. Os tumores do laringe podem, tambem, produzi-lo quando necrosam. A dôr é o sintoma inicial. A rouquidão está raramente ausente. A dispnéa está, constantemente, presente e é o sintoma mais perigoso. A cartilagem cricoide é raramente afetada. Nos casos de abcessos da epiglote ou aritmoide, a abertura espontanea póde dar-se. No adulto, devido á ossificação das cartilagens, a osteomielite poderá aparecer. Alguns casos se exteriorisam através das cartilagens. Nos abcessos da cartilagem tireoide, os seios piriformes têm papel importante no diagnostico. Em tais casos a fossa piriforme bombeia para cima. Os abcessos do laringe tendem a penetrar no mediastino, assim tambem podem causar uma pneumonia metastatica ou um abcesso pulmonar. Quanto ao tratamento as opiniões variam, se os casos de abcessos ptostifoïdicos, por vezes varios a um tempo, exigem intervenção radical pela laringofissura, em outros casos de pericrondite com abcedação na gripe e outras infecções não tifoidicas, o numero dos que se curam sem intervenção é maior do que o de casos graves. A laringofissura é o metodo que os livros classicos mencionam e deverá ser ligada á traqueotomia, especialmente quando o abcesso estiver colocado no interior do laringe. Os AA. não concordam, porém, com este modo de ver e acham que intervenções mais conservadores podem cura-los. Neste artigo os AA. decrevem um metodo original (resecção em janela da cartilagem), que eles empregaram para evacuar o abcesso sub-mucosos da cartilagem tireoide sem laringofissura. Descrevem oito casos.

A. C. FURSTENBERG, F. H. LASHMET, FRANK LATHROP e ANN ARBOR - Complexo sintomatico de Menière: tratamento medico - Pag. 1.035.

Os AA. concluem como causa da molestia de Menière a retenção de cloreto de sodio no organismo e, baseados nesta concepção, instituem como tratamento:

Diminuir o mais possivel a absorpção do cloreto de sodio, afim de que não acumule no organismo. A primeira parte será obtida pela dieta e a segunda pela administração de sáis productores de acido, tal como o cloreto de amonio. Preenchido estes dois fatores, a quantidade de agua absorvida não terá importancia. Os AA. trataram, com sucesso, por este metodo, 14 casos de molestia de Menière. Todos os pacientes foram cuidadosamente selecionados, afim de que lesões outras, como tumores do acustico, processos supurativos do osso temporal, fossem afastados, assim tambem foram tomadas precauções, afim de se eliminar os elementos psiquicos. Cada doente foi hospitalisado por trinta dias ou mais e meticulosamente estudado pelos AA. que notaram a identidade dos resultados obtidos em todos os pacientes deste grupo. Em nenhuma vez os AA. deixaram de reproduzir a molestia quando aumentavam a quantidade de sal dada aos doentes, e de fazê-la desaparecer com a reconstituição da dieta e terapeutica descrita.

Com a estatistica limitada que apresentam, não desejam, os AA. instituir um metodo de tratamento da molestia de Menière, definitivo, mas á vista dos resultados obtidos, esperam que novas experiencias venham confirma-lo.

Tratamento:

1.º) - As proteinas não têm restrição e podem, mesmo, ser forçadas.

2.º) - Calorias necessarias.

3.º) - Uso de pequena quantidade de sal.

4.º) - Medicação. Cloreto de amonio, 3,0 grs. ás refeições, em capsulas (6 capsulas contendo 7½ grãos tomadas ás refeições), durante três dias, seguido de 2 dias de descanço. O cloreto de amonia poderá ser administrado nesta dóse indefinidamente, sem efeitos nocivos. Os AA. tiveram pacientes com nefrite, tomando cloreto de amonio desta maneira, por muito tempo.

5.º) - Agua á vontade, contanto que não seja exageradamente.

6.º) - Dieta aproximadamente neutra, com pouco sal.

GRUPO A - Os alimentos seguintes poderão ser tomados diariamente:

a) - ovos, carne, peixe preparados á vontade.
b) - Pão como desejar.
c) - Cereais, um dos seguintes: farinha, aveia, arroz.
d) - Batatas, matarão, espagheti, arroz, trigo, ameixas, pudins.
e) - leite como desejar.
f) - vegetais e frutas diariamente.
g) - manteiga, creme, mel geleas, presunto, assucar permitidos.
h) - chá e café como desejar.

GRUPO B. Alimentos a evitar:

Todos os alimentos salgados peixe ou pão, crackers e manteiga, preparados com sal. Uvas, caviar, feijão, olivas, espinafre, queijo, anchovas, ostras.

GRUPO C. Alimentos que não poderão ser tomados mais que duas vezes por semana.

Buttermilk, couve flôr, celeri, côco seco, tamaras, figos, pecegos, mustarda, rabanetes, morangos, etc. Todos os alimentos deverão ser preparados e servidos sem sal.

WILLIAM J. YONKER - Dificuldades encontradas na electrocoagulação das amigdalas - Pag. 1.117.

Diz o A.: "Nossos resultados não foram satisfactorios e permanecemos, até agora, em duvida se exista qualquer indicação para este metodo de remoção das amigdalas". As dôres durante e depois dos tratamentos, o longo tempo que o paciente deve ficar sob tratamento, as hemorragias secundarias e, sobretudo, á incerteza de que se tenha ou não retirado todo tecido doente, especialmente esta ultima parte, contra-indicam tal tecnica operatoria.
As dôres durante as intervenções são um fato, sobretudo quando se aproxima da capsula ou dos pilares, tendo em vista que as injeções de anestesicos, deverão ser evitadas, pois nos levaria a destruir mais tecido que o necessario e nos faria correr o risco de lesarmos os grandes vasos proximos. As dôres após os tratamentos variam com a sensibilidade dos pacientes e com a proximidade da capsula amigdaliana. O tempo exigido para que o tratamento se complete é muito longo. Caso as duas amigdalas devam ser tratadas, e se pratique uma intervenção por semana, três mezes serão necessarios para completar a serie de tratamentos. Se só mente um dos lados fôr tratado dois meses serão precisos.

A afirmaitva de que o tratamento esterilisa a amigdala, não é verdadeira, casos teve o A. de aparecimento de uma amigdalite agúda depois de 24 tratamentos. As criptas, profundamente situadas, poderão infectar-se facilmente. O fato de se empregar a electro-coagulação, afim de que as hemorragias possam ser evitadas, não é verdadeiro, pois que hemorragias se podem processar com a electro-coagulação e é coisa sabida ser mais facil estanca-la em tecido são que tecido parcialmente coagulado e, possivelmente, friavel.

O A. acha que o obstaculo mais sério que ele encontrou para o emprego da electro-coagulação nas amigdalas é o de não garantir, este processo, a completa extirpação do orgão doente.

M. O. R.


ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY Vol. 20. - Outubro 1934. - Num. 4. (U. S. A.)

JOHN R. PAGE - (New York) - Bacteriologia das infecções agúdas do ouvido medio e mastoide. - Pag. 447.

Refere-se o A. a 300 casos de infecções agúdas do ouvido medio e apofise mastoidéa nos quais foi procedida a miringotomia. Descreve a tecnica de colheita do material e dá uma tabela, com as respectivas percentagens dos diversos germens encontrados. Nesta serie de 300, cêrca de 92 vezes ou 30,6% foi encontrado o estreptococus hemolitico, e 51 vezes ou 17% o pneumococus tipo III. Destes, infectados pelo pneumococus tipo III, 29 sararam sem operação e 6 foram operados de mastoidectomia. Os outros 16 desapareceram da clinica. Em 252 casos de mastoidite, 221 foram devidos ao estreptococus hemolitico. Na serie que foi encontrado o pneumococus tipo III, a operação de mastoide foi necessaria, cedo ou tarde. O artigo borda outras considerações em redor dos numeros encontrados para outros germens, que não comportam entretanto maior interesse.

HOWARD BALLENGER - (Chicago) - Bacteremia e infecções agúdas das vias aereas superiores - Pag. 452.

Baseado na observação clinica, nos dados da literatura e na investigação bacteriologica, diz o autor que a invasão transitoria de germens no sangue tendo como ponto de partida infecções agúdas das vias aereas superiores, é muito mais comum de que geralmente se pensa, especialmente em relação ao estreptococus hemolitico. Este bacteremia, em geral não produz os classicos fócos a distancia, como acontece na verdadeira septicemia; são apenas incursões transitorias de germens.

E' um facto conhecido, a incidencia de apendicite a inflamações de garganta; em muito destes casos já tem sido demonstrado, que a infecção foi transmitida da garganta para o tecido linfoide do apendice através da via sanguinea. Chapelle cita um caso de uma epidemia de apendicite e de peritonite secundaria a infecções agúdas da garganta.

Admitindo estes factos como positivos, aceitando a tendencia do estreptococus hemolitico a invadir o sangue, chega o autor a conclusão de que não se deve operar as amigdalas antes que a inflamação agúda esteja suficientemente afastada. Ha um outro facto tambem de interesse: Tillet e Garner demonstraram a propriedade que o estreptococus hemolitico tem de liquefazer ou dissolver a fibrina do corpo humano em curto espaço de tempo. Esta propriedade ficou demonstrada em 28 cadeas de estreptococus hemolitico que operavam a lisis em 15 minutos. Na opinião do A., esta qualidade explicaria as hemorragias tardias que as vezes surgem de 5 ou 6 dias depois das amigdalectomias. A bacteremia pelo estreptococcus hemolitico explicaria tambem os casos desagradaveis que ás vezes se seguem ás operações amigdalianas, quer dizer, o aparecimento de sinusites, otite media, complicações pulmonares, adenites e celulites.

Seguindo o mesmo raciocinio, pergunta o autor si uma paracentése do timpano não póde provocar uma bacteremia, quando o germen da otite é o estreptococus hemolitico. Ele não se manifesta contra a paracentése, mas faz notar que, quando ha flictenas no timpano, facto que frequentemente ocorre quando o germen responsavel é o citado estreptococus, nota-se em geral uma hipertermia pronunciada por 24 ou 28 horas, hipertermia devido á bacteremias, em geral felizmente sem consequencias. Relata entretanto, um caso de observação pessoal, no qual uma creança, sob estas condições veiu a falecer.

LEO A. KALLEN - (New York) - Mecanismo vocal vicariante - Pag. 460.

Este artigo contem um apanhado completo do problema da voz vicariante nos laringectomisados. Começa com uma noticia historica e cronologia; comenta as desvantagens das proteses laringianas; estuda a fisiologia da voz e articulação da palavra; descreve a camara de ar vicariante, o residuo de ar gastrico, e o papel vicariante de ar não proveniente do estomago; classifica depois as pseudo-vozes. Estuda a fala vicariante conjuntamente com a respiração, e medidas terapeuticas para o desenvolvimento deste tipo de voz; estabelece um programa de ginastica da voz, exercicios de modulação, etc.; termina com um prognostico de terapeutica vocal. Embora seja um assunto bem fundamentado, não comporta um resumo.

HENRY GOODYEAR - (Cincinnati) - Infecção cronica do antro - Operação intranasal - Pag. 543.

Diz o A. que até 1927 estava absolutamente convencido de que a unica cirurgica eficiente para as sinusites maxilares cronicas era aquela da tecnica de Luc-Caldwell. Entretanto, desta epoca para cá, está ele convencido de que as operações intranasais dão resultados iguais ou mesmo superiores de que áquelas pela fossa canina.

Durante muitos anos, os autores têm recomendado que se faça a contra-abertura na operação de Luc-Caldwell bastante anteriormente, porque si se fizer muito posteriormente, havia perigo de lesar a esfenopalatina.

O A. tem experiencia de 84 operações via intranasal; verificou ele que para que a drenagem fique bem feita, é necessario, o que é muito mais importante, que se estenda posteriormente a contra-abertura; ele não exita em cortar tão posteriormente quanto possivel e na sua serie de 84 casos só teve occasião de assistir a uma hemorragia, cinco dias depois da operação.

A tecnica nada tem de especial. Começa, depois da anestesia, luxando para cima o corneto inferior; faz uma abertura ampla da parede do seio, prolongando-se para traz o mais que pode, e, depois de colocar cocaína dentro da cavidade do antro, procede á curetagem; enche o antro de gaze, e termina recolocando o corneto no logar.

Não dá noticia sobre o resultado post-operatorio; apenas manifesta-se entusiasmado com este modo de proceder.

HARRY L. BAUM - (Denver) - Metodo de tratamento especifico nas infecções estreptococicas - Pag. 504.

Preliminarmente sugera o autor que o serum do sangue de pacientes convalescentes de varias infecções estreptococicas, contem frequentemente substancias imunisantes antagonistas para os seus semelhantes, mas não necessariamente organismos identicos. A especificidade parece ser indicada por tests de aglutinação positiva.

Dóses moderadas destes seruns, adequadamente classificadas para especificidade, ou obtidas por transfusões de seus doadores, têm provado um alto efeito no tratamento de muitas variedades de infecções estreptococicas.

Diz o A. serem necessarios outros tipos de testa, e novos estudos para outros tipos de infecção, não estreptococicas.

DR. FRANCISCO HARTUNG.


THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY
Vol. XLIX - N.º 12 - Dez. 1934. (Londres).

J. A. KEEN - (Leicester) - Observações clinicas sobre a surdez cronica nas crianças - Pag. 782.

O A. descreveu 32 casos de surdez cronica em crianças. Os pacientes estiveram sob observação varios anos, a maioria deles durante um periodo de sete anos. Os resultados dos exames de capacidade auditiva são anotados em fórma de graficos. Estes casos foram divididos, pelo A., em três grupos principais: otites médias supuradas; catarro cronico do ouvido médio e oto-esclerose. Ao lado dos metodos usuais de tratamento, mais da metade dos doentes tiveram curso de tratamento com o metodo de Zünd-Burguet pelo eletro-fonoide, ao passo que os restantes não tiveram este tratamento especial e serviram de controle. O A. discutiu a questão do diagnostico diferencial e da classificação dos surdezes cronicas, assim como o estado atual das discussões sobre a oto-esclerose.

Como provas de audição o A. utilisou-se da vóz falada e cochichada, pois que em sua opinião, e sob determinadas precauções, elas constituem o melhor meio de se conhecer da capacidade auditiva. Acha, tambem, que as condições atmosfericas nada infuiram na audição de seus pacientes. Não dá importancia á inteligencia auditiva. Considera as relações existentes entre o aspeto apresentado pela membrana timpanica e a audição. Pensa que as membranas de aspeto normal, nos casos de surdez cronica, apresentam os piores casos de prognostico quanto á surdez. As lesões patologicas das paredes do cavum timpanico são mais importantes quanto á surdez que as lesões da membrana timpanica e dos ossiculos.

A surdez cronica da criança é quasi sempre progressiva. Nos casos do A. os tratamentos foram varios, de acôrdo com os metodos passíveis de ocasionarem melhoras. O tratamento, pelo eletrofonoide, empregado pelo A. deu, em suas mãos, bons resultados e é um metodo de facil aplicação. É particularmente indicado nos casos de surdez ocasionada pelas otorréas cronicas curadas e nos catarros cronicas do ouvido médio.


Vol. L - N.° 1 - Jan. 1935.

HERBERT TILLEY - Inflamação piogena cronica do antro maxilar e de outros seios acessorios (Clinica e patologia).

O A. procura amoldar, na exposição do assunto, as manifestações inflamatorias do seio maxilar á sua patogenia. Como se torne necessario uma concepção clara da estrutura e da função dos tecidos interessados, o A. passa em revista a anatomia dos seios e menciona os progressos recentes referentes á suas fisiologias. Estuda os diferentes modos de transmissão da infecção e discute os seus sintomas clínicos. As afecções cronicas do antro são estudadas sobre quatro prismas: edematosa, infiltrante, fibrosa e cística. O A. pensa, porém, que deveria existir um outro tipo no qual a infecção se extenda aos tecidos osseos das cavidades dos seios. Descreve, com minucias a patologia e os sintomas clínicos deste tipo, discutindo sua relação com a osteomielite.

O A. sustenta que os casos de sinusites que não se curam completamente, após intervenção cirurgica e nos quais os sintomas recedivam, se encontrará uma infecção residual do tecido osseo. Este modo de ver é corroborado pelos casos que apresenta. Dá, o A., em detalhe, os me todos empregados para evidenciar o comprometimento osseo pelos microorganismos e conclue com algumas sugestões para o tratamento desta afecção.

M. O. R.


ACTA OTO-LARYNGOLOGICA
Vol. 51 - Fasc. 2 e 3 - 1934 (Stockolmo)
.
DR. EUGEN CHARSCHAK - Sobre a cirurgia dos cistos da epiglote - pag. 236.

Charschak estudou quatro casos proprios e, ainda, os que encontrou na literatura e chegou ás seguintes conclusões:

1.°) - Os cistos da epiglote só podem ser tratados cirurgicamente.

2.°) - Em cada caso o processo cirurgico deve ser individualmente indicado.

3.°) - A punção do conteúdo só deve ser aplicada nos grandes cistos da superficie laringes, do orgão, mas assim mesmo como primeiro áto de uma segunda intervenção.

4.°) - Os cistos do bordo livre serão extirpados facilmente com a pinça de Fraenkel ou de Detlenk.

5.°) - Os cistos da superficie laringéa e os pequenos cistos da face lingual devem ser arrancados.

6.°) - Os grandes cistos da superficie lingual que penetram na faringe pelo abaixamento da lingua ou pelo reflexo vomitivo, devem ser retirados como, amigdalotomo de Mathieu.


DR. N. A. PUTSCHKOWSKAJA - Sobre a regeneração da mucosa do naso-faringe, depois dos processos atroficos - Pag. 242.

Depois de expôr seus estudos e observações a respeito, o A. diz que uma regeneração absoluta da mucosa do naso-faringe, após processos atroficos, só é possivel na criança; para os adultos encontrou, tão sómente, relativa diminuição dos sintomas atroficos.


DR. CAESAR HIRSCH - 50 anos de anestesia local em oto-laringologia - Pag. 256.

Hirsch, depois de estudar a anestesia local, em oto-laringologia, desde seus primordios, segue-lhe os passos com critica superior e de destaque de cada um dos metodos empregados, até hoje, resaltando o esforço enorme, dispendido neste magnifico meio de lenir os sofrimentos decorrentes de uma intervenção cirurgica imprescindivel. Faz realçar todos os nomes que, magnificamente, contribuiram para o progresso da anestesia local na especialidade, desde Carl Koller, o que primeiro empregou a cocaina com o fito de anestesiar uma mucosa, até nossos dias. Descreve todos os metodos e substancias utilisadas para este fim, a importancia coadjuvante que, á eles, trouxe o uso da adrenalina, assim como o auxilio do sulfato de potassio, acido fenico, etc., que permitiu abaixas a dóse da substancia toxica, diminuindo os perigos decorrentes do processo anestesico.

Finaliza dizendo que um grande numero de anestesicos locais, foram descobertos nos ultimos 10 anos, com o fito de substituir a cocaina, que é um excelente anestesico, mas tambem um perigoso toxico. Dentre estas substancias a psicaina sintetica, a tutocaina, a butins, a super-caina, a larocaina e a pantocaina.

A cocaina, a que a humanidade tem uma grande divida a pagar, já completou seu ciclo. Ela deve fazer sua retirada, qual um bravo veterano. Não deve ser mais usada em nenhum campo de medicina.

Os medicos não a devem prescrever, os quimicos industriais devem cessar sua manufatura, e, assim, os droguistas não poderão vende-la e a peste do cocainismo terá encontrado seu Waterloo.

A nupercaina e a pantocaina substituem-na perfeitamente.


DR. A. G. FETISSOW - Sobre a ação da exclusão da respiração nasal sobre a estrutura da mucosa nasal - Pag, 322.

Apresenta o A. três pacientes com obstrucção nasal completa desde 3 a 6 anos, nos quais não encontrou a minima modificação de epitelio vibratil da mucosa nasal. Este exame negativo confirma a observação de que os resultados obtidos, em animais, com respiração forçada pela boca, não devem ser aplicados ao homem. A ação má, produzida pela ausencia da respiração nasal, sobre o organismo humano, deverá ser melhor pesquizada no homem, muito embora os resultados observados nos animais.


DR. EUGEN ALFOLDY - Capacidade auditiva após operação radical do ouvido - Pag. 368.

Segundo os principios de oto-cirurgia, o que se quer, pela operação radical do ouvido é sustar a supuração cronica, sendo este, em primeiro logar, o fim pelo qual se a pratica e não com o fito de melhorar a audição. Si se deseja que, tambem, esta parte seja influenciada, então devesse intervir, cirurgicamente, quando haja indicação para a pratica da operação radical, antes que as lesões causadas pela supuração prolongada, tornem-se irreparaveis.

M. O. R.

ARCHIV FÜR OHREN-, NASEN- UND KEHLKOPFHEILKUNDE
Vol. 138 - l.° e 2.° cadernos (Alemanha).

DR. PAULO KONIETZKO - Trombose venosa, pioemia, septicemía em consequencia de epiemas do seio maxilar e frontal e por trombose isolada da veia emissaria - Pág. 20.

O A. descreve o caso de uma mulher, com 22 anos, que sofre de sintomas nasais e dôres na região frontal e ocipital. Desvio do septo nasal para a esquerda. Pús no meato médio direito, sendo que a punção e irrigação do antro maxilar deste lado foi negativa. Aparecem sintomas septicos, mas a paciente melhora. Acreditou-se que a pioemia fôra produzida pela trombose venosa no seio frontal direito, por intermedio do seio longitudinal. O trombo foi removido cirurgicamente. Descreve, ainda, outro caso de septicemia com trombose venosa resultante de uma infecção cronica do antro maxilar. Finalmente menciona o A., mais um caso de trombose isolada da veia emissaria mastoidéa com febre do tipo septico.

DR. FRIEDRICH NOLTENIUS - Profilaxia de complicações post-operatorias nas intervenções nasais, com uma contribuição para o tratamento dos catarros das vias aéreas superiores.

No exercicio profissional do A., tão poucas complicações post-operatorias foram observadas, em 600 casos de intervenções nasais, que pensa ser de bom aviso publicar seus metodos preventivos.

Estes recursos consistiam no seguinte: enquanto o paciente não gozasse de uma respiração nasal livre, uma mascara humedecida era mantida sobre a boca. Esta medida era agradavel para o paciente e reduz grandemente as causas de complicações ocasionadas pelas más condições climatericas e sanitarias sob que os doentes eram operados.

Nota do analista: Não vejo a utilidade do metodo nem tampouco o que de agradavel possa haver no uso de tal mascara.

DR. L. HOERBST - Odontoma mole do osso maxilar - Pag. 30.

Hoerbst descreve o caso de uma menina, com nove anos, que ha quatro meses sofre de uma tumefação tumoral do maxilar superior esquerdo. A cura processou-se após remoção do tumor. O exame histologico demonstrou uma estrutura consistindo em numerosos restos dentarios embrionarios colocados lado a lado. Estes compunham-se de tecido conjuntivo embrionario, contendo numerosas celulas epiteliais, colocados em fórma de manto. Entre estes restos embrionarios de varias fórmas e tamanhos, existe um estroma de tecido conjuntivo esponjoso pobre em celulas. As celulas germinativas são encontradas em diferentes niveis da secção. Com grande aumento estas celulas se parecem muito umas ás outras e eram constituidas de tecido pulpar embrionario e epitelio; a porção epitelial estava situado parcialmente no interior do tecido de sustentação. Em resumo, a histologia demonstra um tumor de origem dentaria, principalmente de germens dentarios rudimentares. Este tumor deve ser classificado como um caso raro de odontoma mole.

DR. ERNST BRUCH - Mieloma simetrico bilateral do osso temporal e parietal - Pag. 37.

Trata-se de uma criança de 3 anos e meio, com um mieloma envolvendo, sucessivamente, o osso temporal e parietal á direita e á esquerda. A lesão foi operada em ambos os lados. A histologia revelou um mieloma rico em vasos sanguineos. Os nucleos eram redondos e existiam células gigantes. Desenvolveu-se, mais tarde, diabetes insipidus, provavelmente produzido por uma metastase. Exame do ouvido, não pôde ser praticado devido irritabilidade da criança.

DR. J. JOHOW - Um novo ester com ação da atropina no tratamento do ouvido - Pag. 87.

E' de grande importancia a perturbação do sistema vegetativo, no territorio da oto-rino-laringologia. A firma F. Hoffmann La Roche acaba de lançar no mercado um novo preparado: d, 1-3 - Diethylamino 2, 2 dimethyl. l - propanol, fosfato primario, que traz o nome de Syntropan é empregado como espasmolitico e midriatico. Ao contrario da atropina e dos preparados de beladona, não causa nenhuma ação anexa, quando empregado em doses terapeuticas. E' empregado, sobretudo, nos ruidos do ouvido funcionais, atribuidos á perturbações vasculares.

A dose é de 4 tabletes de 0,02 por dia. Tambem poderá ser usado no sindrome de Menière, 3, 4 vezes ao dia, 1 tablete. Depois de dois dias haverá bôa melhora dos sintomas subjetivos. Neste caso, a medicação poderá ser auxiliada com preparados bromados.

Nos casos de rinites vaso-motoras, ligados ás perturbações do aparelho digestivo tem este medicamento ação de valor. Nas faringites rebeldes, a qualquer tratamento atúa com vantagem, quando de seu emprego conjuntamente com agua sulfurosa.

LOOS, H, O. e L. HOERBST - Sobre a existencia da glossite rombica mediana - Pag. 122.

O quadro clinico da "glossite rombica mediana" era, muito embora não muito rara, desconhecida até hoje quanto á sua causa e existencia; era considerada, em resultado de uma inflamação cronica e inumeras vezes sem base segura, como sintoma de lues, tuberculose e de diversas outras molestias. Uma serie de observações, feitas pelo A., demonstraram que esta molestia tem que ver com uma anomalia de distribuição vascular por deficiencias, com formação de novos vasos segundo a fôrma dos angiomas e dos nevus vasculares. A localisação da molestia no territorio dos restos embrionarios do tubérculo impar na lingua, permite classifica-la no grupo dos angiomas fissurarios. A observação de uma inflamação cronica, assim como as moficações encontradas no epitelio, são esclarecidos pela irritação cronica e pela defesa diminuida dos tecidos.

M. O. R.


ZEITSCHRIFT FÜR HALS, NASEN- UND OHRENHEILKUNDE
Vol. 35 - 1.° e 2:° cadernos - 1934. (Alemanha).

HERMANN BARTH - Trauma obstétrico e o orgão do ouvido - Pag. 1.

0 A. estuda a influencia do traumatismo, recebido ao nascer, sobre o orgão da audição, no ponto de vista otologico. As suas investigações .compreendem: o exame histologico de numerosos ossos temporais, afim de determinar a frequencia e a significação das hemorragias; o exame clinico de muitos recem-nascidos para verificar se o nistagmo deve ser considerado como sinal de trauma obstetrico; e o exame da audição de 96 crianças, entre 7 e 12 anos, que foram retiradas a forceps. O A. conclue pela necessidade do cuidado na interpretação dos quadros histologicos, assim como no tirar conclusões para o futuro baseados neles. Não encontrou um só caso em que a surdez resultasse de um parto anormal. Não está de acôrdo em que o nistagmo constitua sinal seguro de trauma obstetrico, sendo provavel que seja um fenomeno fisiologico. Si bem que o traumatismo obstetrico deva ser considerado no problema da etiologia da surdez, o A. pensa que ele não goza papel tão importante como tem sido dito por muitos investigadores.

ERICH WIRTH - Sobre a escolha e modo de ação dos aparelhos para audição - Pag. 43.

As provas comparadas com a vóz falada e com os tons (otoaudion), concluem que, na audição pelos aparelhos eletricos, o valor das ondas sonoras do otoaudion e da conversação, em geral, se igualam. Se a onda sonora melhora grandemente, pelo emprego de um aparelho eletrico, póde-se, com relativa certeza, aconselhar seu uso, mesmo quando, de principio, a conversação não seja senão muito pouco melhorada. Os aparelhos eletricos, para audição, atualmente existentes no mercado são todos construídos sob o mesmo principio (Microfone-Bateria-Telefone). Assim sendo, as diferenças no modo de atuar, entre os diferentes tipos, são mínimas. As pessôas com ligeira dureza de ouvidos não obtêm vantagens com o uso desses aparelhos, devido mesmo á pequena sensibilidade do microfone. As perturbações na condução dos sons são bem inflenciados pelos tubos acusticos e tambem pelos aparelhos eletricos. As surdezes do ouvido interno comportam-se diferentemente. Os aparelhos eletricos, em regra, não dão resultados na surdez dos velhos e na surdez luetica; provavelmente sómente podem melhorar as surdezes do aparelho perceptor, nos casos em que exista só uma diminuição de sensibilidade do aparelho coclear periferico.

JOSEF BECK - Sobre os caracteres clínicos e roentgenologicos da osteite deformante da capsula labiríntica (Paget) - Pag. 79.

O A. diz que em poucas molestias dos ossos a capsula labiríntica é transformada como na osteite deformante. O exame clinico da capacidade auditiva mostra o mesmo quadro que o que caracterisa muitos casos de oto-esclerose. O A. relata um caso de osteite deformante no qual o quadra clinico da capacidade auditiva foi obtido, mas o roentgenograma mostrou uma transformação extensa de toda capsula labiríntica causada pela osteite deformante.


L. RIEGELE - Modificações no aparelho nervoso da membrana timpanica inflamada - Pag. 139.

O A. estudou á inervação da membrana timpanica pelo metodo de Bielschowsky e observou que os plexos nervosos peri-capilares apresentam modificações degenerativas, quando infiltrados de leucocitos, durante a inflamação da membrana timpanica no homem. Com o aparecimento de leucocitos, no neuroplasma das bainhas, encontrou uma desintegração da substancia nervo-fibrilar das fibras nervosas não meduladas; assim tambem observou uma impregnação deficiente dos axones pela prata.

DR. HANS JUST - Sobre a etiologia e terapeutica da molestia de Menière - Pag. 171.

O A. considera a molestia de Menière como uma angio-nevrose do nervo acustico. Diz nunca ter observado esta molestia, quer de fórma agúda, quer latente, sem um comprometimento concomitante das vias aéreas superiores, e que a molestia desaparece quando estas lesões forem curadas. As afecções agúdas ou cronicas destas regiões, sobretudo do recesso esfeno-etmoidal, assim como as infecções catarrais ou purulentas dos seios esfenodais ou celulas etmoidais, constituem o fator etiologico mais relevante na produção da molestia de Menière. As intervenções com o fim de melhorar ou curar esta situação, fazem cessar a molestia; as reinfeções podem faze-la voltar. O A. aconselha para evitar a reincidencia do catarro nasal, o uso de iodo em pequenas dóses.

DR. E. MATIS - A operação radical do ouvido através da concha - Pag. 181.

O A. propõe uma nova operação radical para as molestias do ouvido médio. Anestesia local é suficiente. Incisão curva, no meio do cavum conchae, extendendo-se da incisura auris anterior até a incisura intertragica. Depois de destacar a parede externa do ouvido e da pina, coloca-se um especulo e faz-se parar o sangue. Exposta livremente a cortes para traz, a parede anterior do conduto auditivo externo será retirada até uma profundidade de 1,5cms. O antro será então visivel, servindo de guia a parede postero-superior do conduto. Será, então, largamente aberto para traz, sendo removidas todas as celulas mastoidéas doentes. E' creada larga comunicação com o exterior, través a parede posterior do conduto. Deverá ser cuidadosamente evitada a lesão da membrana timpanica e dos ossiculos. Plastica com retalho pediculado, formado pela parede posterior do conduto e uma parte do cavum conchae, que será extendida sobre a cavidade ossea. Instrumentos comuns. O A. acha que esta intervenção apresenta varias vantagens. Tecnicamente facil, vizão binocular. Cicatriz quasi que insignificante. Aparelho condutor dos sons relativamente conservado e, assim, a função auditiva raramente afetada. Não ha dôres post-operatorias. Efeito cosmetico bom.


GEORG CLAUS - Correção do nariz em sela por meio da implantação de marfim - Pag. 198.

Em rapida revisão do assunto, refere a sua observação pessoal acerca das substancias autoplasticas, principalmente a cartilagem e os ossos e as aloplasticas. Detem-se ligeiramente sobre o uso da parafina, assinalando a tendencia crescente em abandona-la, para fixar-se no estudo do marfim. O valor do trabalho está no numero de casos relativamente grande em que o A. baseou-se (51 ), e no prazo longo decorrido após as primeiras intervenções, que datam de quasi dez anos.

Obteve um total de 24% de insucessos, cuja causa estuda minuciosamente. Dentre esses 12 casos, houve eliminação de tres, entre 10 á 12 dias, por infecção e os nove restantes entre dois e 38 meses.

Quasi sempre a eliminação se processa pela extremidade superior da protese, devido ao adelgaçamento progressivo da pele ao nivel da glabela, motivada pela mobilidade imposta á peça inclusa durante o áto de assoar-se, movimentos mimicos, etc.

O mesmo fenomeno provoca e facilita a reabsorção parcial, muitissimo lenta e nem sempre constante do marfim, principalmente na sua porção inferior.

Dentre 17 casos estudados radiologicamente, em nove não observou o menor esboço de erosão, entre 1 e 5 anos de estudo. Nos casos restantes encontrou sinais de reabsorção, no mesmo prazo.

Refere detalhes de tecnica sobre a manipulação do marfim e o modo de inclui-lo, afim de evitar esse inconveniente.

Dentre os seus operados, sete tinham entre 11 e 17 anos. Apesar da idade baixa, obteve sempre otimos resultados.

A. I. GESCHELIN - Sobre a clinica das afecções unilaterais dos nervos craneanos posteriores - Pag. 159.

Trata-se de um caso em um paciente, de 53 anos de idade, que apresentava sintomas de perturbações no nucleos dos cinco ultimos pares craneanos do lado esquerdo. A iris do olho esquerdo era mais pigmentada que a do direito. O olho esquerdo não convergia, normalmente, para dentro. Havia dimunição na contração do masseter esquerdo. Apresentava atrofia do orbicular dos labios á esquerda. Havia diminuição do tacto e da sensibilidade dolorosa do lado esquerdo da lingua e do palato, com paresia do arco palatino esquerdo. O musculo este rno-cleido-mastoideo, deste lado, não era palpavel. A lingua pendia para a esquerda e havia atrofia da hemilingua deste lado. Audição diminuida com aparelho vestibular normal.

O A. fez o diagnostico de siringobulbia, achando seu caso semelhante aos apresentando o sindrome de Collet de que difere pelo comprometimento do nervo acustico.

M. O. R.

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