Versão Inglês

Ano:  1952  Vol. 20   Ed. 4  - Julho - Agosto - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 158 a 160

 

Associações Científicas

Autor(es): Dr. Mauro Cândido de Souza Dias

Sessão ordinária - 17 de abril de 1952
Presidente: Dr. Mauro Cândido de Souza Dias

TUMORES OSTIOGÊNICOS E ODONTOGÊNICOS DA MANDÍBULA; APRESENTAÇÃO DE 12 CASOS - Dr. Antonio Correia.

Resumo - Após tecer considerações sôbre os tumores osteogênicos e odontogênicos da mandíbula, o autor apresenta 12 casos com documentação radiográfica, fotográfica e histopatológica. Entre os tumores odontogênicos havia 6 adamantinomas e 1 caso suspeito de odontoma. A hemimandibulectomia foi praticada em 3 casos, seguida de enxerto ósseo. Entre os tumores osteogênicos havia 3 fihrosteomas, 2 sarcomas osteogênicos e 1 osteíte fibrosa localizada. A hemimandibulectomia, praticada em 4 casos, foi seguida de enxerto ósseo em 2 casos. Os 2 casos de sarcoma osteogênicos, acompanhados durante 2 anos e meio e 3 anos e meio, não apresentam recidivas, nem metástase.

Comentários- Dr. Fernando Chammas: Pergunto se o caso de sarcoma, que havia passado com o diagnóstico despercebido, era do Hospital das Clínicas. O que caracteriza a malignidade é o caráter infiltrativo e o fato de não ser respeitada a cortical óssea. A hipótese diagnostica de adamantinomas pode ser feita pela radiologia, não podendo ser desprezada a opinião do radiodiagnóstico.

Dr. Antonio Correia: O diagnóstico de adamantinomas, no relatório radiológico, era o que se achava quase sempre. Mas o exame radiológico não deve ser acreditado 100 %. O estudo anátomo-patológico é que dá o verdadeiro diagnóstico. O tumor fibrosteóide é radiotransparente por ter sómente tecido fibroso. A dúvida radiológica entre o osteoma e o adamantinomas não existe para o patologista.

OSTEOMA DO ANTRO MAXILAR - Dr. Silvio Marone

Resumo - O autor apresentou um caso de osteoma do antro maxilar, com documentação clínica, radiológica, anátomo-patológico e teceu comentários saibro esses elementos diagnósticos.

OSTEOMAS MÚLTIPLOS DO ETMÓIDE - Dr. Raphael da Nova.

Resumo - O autor apresentou um caso de osteoma múltiplos do etmóide, em que o de maior volume invadiu a cavidade orbitária esquerda, provocando forte protusão do globo ocular e acentuada perda da visão. A exerese desses tumores exigiu três intervenções cirúrgicas, ao cabo das quais houve pronunciada recuperação da acuidade visual. O autor assinalou a pneumatização rudimentar do etmóide anterior esquerdo e aventou a hipótese de ter sido a anomalia óssea fator predisponente para o crescimento tumoral.

APRESENTAÇÃO DE UM CASO DE RINOSCLEROMA - Dr. Jorge Fairbanks Barbosa.

Resumo - O autor trouxe à sessão um paciente portador de rinoscleroma para que a lesão fôsse vista e examinada pelos presentes. Além das lesões nasais características, havia comprometimento de todo o laringe e lesões destrutivas do véu mole. O estenose do faringe, em conseqüência do escleronvi de silos paredes, era muito acentuado. O caso trazia ampla documentação radiográfico, bacteriológica e histopatológica. O interêsse do caso tornou-se ainda maior por ser autóctone. Não havia elementos que fizessem pensar na possibilidade de contaminação por estrangeiros.

Comentários - Dr. Antonio Correia: Considero o caso interessante não só pela sua raridade, mas principalmente pela extensão. Tive oportunidade de, anteriormente, ver um caso no Instituto do Radium; contudo, éste respeitava o orofaringe. Segundo a opinião do Dr. Roxo Nobre, a rõntgenterapia é a terapeutica, empregada, como também o radium; vi referências a 3 casos de cura com estreptomicina na Itália e 5 casos na Clínica Mayo. Os trabalhos italianos mostram que o desaparecimento da molestia é completei, confirmado pelo exame histo-patologico. Se a Klebsiella foi a causadora, está explicada a cura com a estreptomicina.

Dr. Fernando Chammas: O aspecto radiológico é interessante em se tratando de rinoscleroma, estando a face lingual da epiglote aderente à lingua. Não há lesões da laringe, que é poupada no rinoscleroma.

Dr. José Freire de Mattos Barreto: Nos Balcãs tive oportunidade de ver maior número de casos de rinoscleroma. A tendência desta moléstia é atingir as porções estreitadas das vias aéreas superiores. Em um casso de localização no epifaringe e coarias houve obstrução completa da passagem do ar; em 6 meses foi conseguido trajeto: pelas coarias, por intermédio da diatermo-coagulação. No Hospital das Clínicas observei um caso em que a radioterapia deu bom resultado. Se não fôr caso para exerese completa, usar radioterapia e antibióticos como a cloromicetina, estreptomicina, etc.

Dr. Raphael da Nova: Tive oportunidade de ver avançado caso vindo de Minas Gerais, que atingia as vias aéreas inferiores, vindo o paciente a falecer. A estreptomicina seria a terapêutica irais justa.

Dr. Mauro Cândido de Souza Dias: Pelo que verifiquei neste caso, acho que a moléstia não respeita a região orofaríngea. Também vi, em revistas norte-americanas, o tratamento do rinoscleroma pela estreptomicina.

Dr. Jorge Fairbanks Barbosa: Prometo relatar os efeitos da radioterapia neste caso, pois o paciente já se encontra na 12.ª aplicação, e sente-se sem melhora, apesar das lesões já terem regredido, assim como o corrimento nasal. Após apreciar os efeitos do radium, e se êste não fôr eficiente, então observarei a estreptomicina. Quanto ao megaesôfago, não tem origem do escleroma porquanto a radiografia não mostra espessamentos.

ADENOMA DA GLÂNDULA CERUMINOSA DO CONDUTO AUDITIVO EXTERNO - Dr. Moisés Cutin.

Resumo - O autor apresentou um caso de adenoma da glândula cerumilosa do ouvido esquerdo, em um homem de 56 anos. O tumor obstruía todo o conduto auditivo, provocando surdez de condução. Foi feita a extirpação com alça fria, sendo possivel, então, observar a integridade do tímpano e o porto de implantação, distante 5 mm do contorno timpanal. O paciente recuperou a capacidade auditiva. Foram registrados, até agora, na literatura; três casos semelhantes, das quais dois na Alemanha e um nos Estados Unidos da América do Norte.

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