Versão Inglês

Ano:  1991  Vol. 57   Ed. 2  - Abril - Junho - ()

Seção: Pergunta

Páginas: 89 a 90

 

COTONETES: O VELHO CONCEITO; UMA NOVA IDÉIA

Cottons-stick: old concepet new idea

Autor(es): JOSÉ PAGAM NETO

Já vem de longa data a máxima usada pelos OTORRINOS e PEDIATRAS, quando da pergunta da mãe sobre o uso de cotonetes nos ouvidos de seus filhos:

"Limpe os ouvidos com o cotovelo" (é uma das respostas clássicas de médico).

Em nossa clínica temos tido, ao longo dos anos, inúmeros casos de traumatismos de conduto auditivo externo, perfurações timpânicas e mesmos luxações da cadeia ossicular pelo uso de cotonetes.

É sabidamente reconhecida estas ocorrências em pacientes de pediatras, otorrinos e mesmo clínicos.

Com esta preocupação idealizamos um novo modelo de Hastes Flexíveis, que se não irradica pelo menos diminuirá grandemente a incidência destes traumatismos.

Anatomicamente sabemos que o conduto auditivo externo mede na sua extensão em torno de 25 a 31 mm (2,5 a 3,1 cm), da extremidade da concha até o tímpano.

A entrada do conduto auditivo externo varia em seu diâmetro em torno de 3 mm a 10 mm.

Como se sabe o cerúmen é fabricado na porção mais externamente do conduto (porção cartilaginosa), onde a presença de Glândulas Sebáceas e Ceruminosas são em grande número.

Esta região compreende mais ou menos 1,5 cm de extensão, de maneira que não há motivo para introduzir ainda mais o cotonete, visto que empurrará o cerúmen para dentro do conduto e, principalmente, aí é que poderão ocorrer, por movimentos na maioria das vezes intempestivo, os traumatismos já comentados.

Já tivemos casos de grandes perfurações de tímpanos necessitando até de intervenção cirúrgica (timpanoplastia) para correção desta complicação.

Sabe-se também que as Hastes Flexíveis Algodonadas que existem no mercado medem em torno de 8 cm de comprimento.

As Hastes Flexíveis que idealizamos apresentam próximas as suas extremidades um abaulamento que limitará sua introdução no conduto, protegendo-o desta forma.

Quanto à constituição do abaulamento nas Hastes Flexíveis achamos que ele deva ser do próprio material plástico, para facilitar no processo de industrialização.

Esses abaulamentos podem ter várias conformações, nós propomos e patenteamos um modelo de utilidade conforme figura abaixo:





Há muitos anos estamos acompanhando este tipo de ocorrência, outros colegas já dissertaram sobre esta problemática.

É lógico pensar que o costume arraigado do ser humano no uso deste produto para a limpeza dos ouvidos não acabará facilmente, então nos cabe corrigir os malefícios que decorrem do seu uso.

É velho o conceito do cuidado que se deve ter com o uso de cotonetes. Com esta nova idéia tentamos dar uma solução, ainda que parcial, mais de grande valia para o bem daqueles que usam Hastes Flexíveis Algodonadas em seus ouvidos.


BIBLIOGRAFIA

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JOSÉ PAGAM NETO

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