TRATAMENTO DAS MILÍASES PELO ÓLEO CANFORADO(*)
Autor(es): Angelo Mazza (**)
A milíase, de incidência cada vez menos frequente e confinada ao meio rural, constitui ainda problema médico sanitário dos mais sérios e respeitáveis.
O progresso dos inseticidas e quimioterápicos pouco modificou sua perspectiva terapêutica, ressentindo-se esta ainda de um tratamento prático, eficaz e atóxico.
Esta nota preliminar, apoia-se em quatro observações não só in anima nobile, como também em animais (gado vacum), visa apontar uma nova medicação, o óleo canforado, que nos parece se enquadrar nos três itens precedentes.
Possuindo odor forte e penetrante, a canfora agiria como medicação repelente, criando um clima indesejável e inadequado para as larvas. Estas, sob o efeito da medicação, tendem a abandonar a cavidade parasitada eliminando-se algumas vêzes, espontâneamente, em outras, aflorando nas lesões cavitárias, permitindo sua apreensão fácil pelo especialista.
A posologia cingiu-se ao óleo canforado do comércio, ou seja, a 25% uso hipodérmico, ampola de 2 cc. Administraram-se apenas 2 ampolas, uma de 12 em 12 horas.
Na criança, também em n.º de duas, reduzindo-se a dose para 1 cc no mesmo espaço de tempo.
Está em cogitação um estudo circunstanciado do assunto com bases farmaco-parasitológicas.
(*) Trabalho realizado na Clínica Otorrinolaringológica da Escola Paulista de Medicina.
(**) Professor de Ensino Superior da Clínica Otorrinolaringológica da Escola Paulista de Medicina.