Versão Inglês

Ano:  1965  Vol. 33   Ed. 1  - Janeiro - Março - ()

Seção: -

Páginas: 33 a 40

 

EFEITO DE CORTICOSTEROIDE, EM INJEÇÃO NASAL, NA DRENAGEM DO SINUS MAXILAR (*)

Autor(es): Décio Mion (**)

O A. estudou, em 10 casos de rinussinusopatia alérgica, o efeito de corticosteroide injetado na concha inferior, para o lado do sinus maxilar.

A observação foi feita através de contraste, introduzido por punção nos antros maxilares e sequência radiográfica, em irdtervalos de 12 a 24 horas, até o esvaziamento dos sinus.

O A. conclue que o corticosteroide injetado na mucosa nasal (concha inferior), facilita a drenagem do sinus.

Em trabalho realizado com RAPHAEL DA NOVA (1958), tivemos oportunidade de observar o efeito benéfico que os curticosteróides podem oferecer para a mucosa do sinus maxilar, quando em contacto com a mesma, através da punção transmeática.

Pudemos verificar, ainda, nesses pacientes, que o efeito se propagava à mucosa nasal.

Mediante êsses resultados, decidimos observar a ação da prednisolona injetável (***) em injeções superficiais, na mucosa nasal, aplicando-a na cabeça da concha inferior e obtivemos excelentes resultados, MION & COLAB. (1961), concordando com CLERICI, TESEO & MASSARA (1955), SMITH (1954) e WAAL e SHURE (1952).

Nesse estudo, além da sensível melhora da sintomatologia nasal, verificamos, pela radiografia, clareamento dos sinus em alguns casos que mostravam velamento.

Propuzemo-nos então, a estudar de modo particular, o efeito do corticosteroide em injeção na mucosa nasal, para o lado do sinos maxilar em pacientes com rinussinusopatia alérgica. Seriam o método do deslocamento de PROETZ (1941) ou o da variante de ERMIRO DE LIMA (1938) os que melhor se apresentavam para a observação do efeito procurado, através da eliminação do Contraste. Entretanto, como desejávamos observar o fato somente para o lado do sinus maxilar, de mais fácil abordagem, servimo-nos da punção transmeática para introdução do contraste nos antros maxilares.
MATERIAL E MÉTODO
Dez pacientes, adultos, com diagnóstico de rinussinusopatia alérgica, na Clínica O.R.L - da Fac. Med. Univ. S. Paulo.

O contraste de escolha, LIPIDOL LAFAY ascendente, era introduzido nos dois antros maxilares, através do trocarte da punção transmeática, no Serviço de Radiologia. O contraste era injetado até se ter a sensação de pressão maior, o que nos servia como guia para saber se o sinus estava repleto, entretanto, radiografávamos em seguida para controle. Meia a uma hora após, era feita injeção de 0,5 ml de suspensão de prednisolona, bem superficial, na mucosa da concha inferior de um só lado. Radiografias posteriores, de 12 em 12 horas no início e depois cada 24 horas, eram feitas afim de se poder apreciar o esvaziamento dos sinus.

RESULTADOS

Em todos os casos, uns de modo mais evidente, outros menos, pudemos observar a ação do corticosteroide fazendo-se sentir para o lado do sinus, cuja concha do seu lado recebera a injeção do composto.


O esvaziamento do sinus, cuja concha inferior homolateral recebera injeção de prednisolona, foi mais rápido, o que podee ser demonstrado, através da sequência radiográfica pelos níveis diferentes do contraste nos dois sinus maxilares. (Figuras 1 a 9).


Fig. 1 - Radiografias àntero-posterior e perfil, mostrando os sínus maxilares repletos de contraste à zero horas. Logo após, era feita injeção superficial de 0,5 m1 de suspensão de prednisolona, na concha nasal inferior esquerda.



Fig. 2 - Radiografia a 24 horas. Observa-se nítida diferença nos níveis de contraste, evidenciando que à esquerda o esvaziamento está em fase hem mais avançada.



Fig. 3 - Radiografia a 96 horas. Pràticamente dois terços do sinas maxilar esquerdo estão sem contraste, enquanto que o direito esvaziou pràticatmente um terço.



Fig. 4 - Radiografia a 144 horas. Observa-se nítida diferença nos dois níveis, no RX antero-posterior e perfil.



Fig. 5 - Radiografia a 168 horas. Observa-se que os sinos ainda não estão vazios, continuando evidente a difereença dos níveis de contraste.



Fig. 6 - Radiografia a 192 horas. Acentuada diferença nos níveis de contraste .



Fig. 7 - Radiografia a 216 horas. O sinas maxilar esquerdo está pràticamente vazio, enquanto o direito, contém ainda mais de um terço de contraste.



Fig. 8 - Radiografia a 288 horas. A quantidade de contraste ainda é evidente no sinus maxilar direito.



Fig. 9 - Radiografia a 312 horas. Sòmeute depois deste prolongado período o sinus maxilar direito apresentou-se sem contraste.


Êsses achados permitem concluir, ser útil a terapêutica em injeções de corticosteroide na mucosa nasal, no tratamento das rinussinusopatias alérgicas e infecto-alérgicas, melhorando a rinopatia e contribuindo para facilitar a drenagem dos sinus maxilares.

SUMMARY

The autor stttdies the effect of PREDNISOLONA ACETATE injection in the lower turbinate, upon the maxillary sinus, in 10 patients.

The observation was nade by introtlucing LIPIODOL by punction of the maxillary sinus and taking Roentgenograms at the intervala of 12 liours, until the emptying of the sinus.

The autor concludes tliat the injection of Prednisolona acetate in the nasal mucoss membrane (inferior turbinate) facilitates the drainage of the sinus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) CLERICI, E., TESEO, L. & MASSARA, G. - Risultati terapeutici e modificazioni citopatologiche della mucosa nasale in seguite ad inezioni sotto-mucose endo-nasali di cortisone ed idrocortisone nelle rinopatie allergiche. - Arch. Ital. Otol. - 66: 745-762, 1955.
2) LIMA, E. de - Variante de la méthode de PROETZ - Ann. Otolaryng. 10: 929 - 939, 1938.
3) MION, D.; FREITAS, J. de & KRUG FILHO, A. - Emprego de corticosteroide, em administração local infiltrativa, na mucosa nasal, no tratamento das rínopatias vaso-motoras. Gazeta Sanitaria (ed_ portuguesa) 10: 5 - 14, 1961.
4) NOVA, R. & MION. D. - Estado atual do tratamento das sinusites. Rev. Hosp. Clínicas, 13: 259 - 269, 1958.
5) PROETZ, A. W, - Essays on the applied phisiology of the nose. - Saint Louis, Anil. Publ. Co. (1941).
6) SMITH, T.T. - Local use of hydrocortisone acetate in the nose. Arch. Otolaring. 60: 24 - 33, 1954.
7) WAAL, J. W. & SHURE, N. - Intra-nasal cortisone. Arch. Otolaring. 56: 172 - 176, 1952.

(*) Trabalho realizado na Clinica Otorrinolaringológica do Hospital das Clínicas da Fac. Med. Uni-v. S. Paulo (Serviço do Prof. Raphael da Nova).
(**) Assistente - Chefe de Clínica.
(***) Meticortelona injetável, gentilmente cedida pela Schering.

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