Versão Inglês

Ano:  1978  Vol. 44   Ed. 2  - Maio - Agosto - ()

Seção: Artigos Originais

Páginas: 154 a 157

 

O ELETRONISTAGMÓGRAFO E A SALA DE EXAMES.*

Autor(es): ** Dr. Eduardo Santos

INTRODUÇÃO

Visto a importância e as dificuldades com que deparamos ao instalarmos um eletronistagmógrafo em uma sala de exames, especialmente preparada para esse fim, achamos que tais dificuldades poderiam ser facilmente solucionadas se possuíssemos um padrão de sala, onde pudéssemos realizar, ou mais especificamente calibrar nosso paciente. Devemos poder realizar determinada seqüência de exames, e que estes traçados possam ser efetuados com igualdade de condições em um mesmo indivíduo ou em diferentes indivíduos, para que possamos compará-los entre si e determinar com precisão os parâmetros usados na Eletronistagmosgrafia.

MATERIAL E MÉTODOS

Classicamente sabemos que a calibração do paciente deve ser efetuada ao começo e ao final das provas. Esta calibração pode ser efetuada fácil e rapidamente pelo método que pretendemos mostrar.
Convencionalmente faz-se com que o doente desloque o seu olhar entre dois pontos localizados a uma determinada distância entre si e do próprio examinando. Colocamos o paciente frente a uma régua contendo 2 pontos luminosos situados a uma distância "x" um ao outro (régua de Barany) e que a distância do paciente ao centro da régua seja "y", de modo que o paciente, ao olhar de um ponto a outro tenha seus globos oculares descrevendo um arco "w" de grau variável de 10° ou 20°. Fazemos com que este arco (w) corresponda à uma altura da pena inscritora de "a" mm, o que fazemos ajustando a sensibilidade do aparelho para tal.



Fig. 1



Dessa maneira ficamos com um triângulo isósceles ou eqüilátero, dependendo das distâncias e do tamanho da sala disponível. A mediana desse triângulo (y) o divide em 2 triângulos retângulos, dos quais tomamos por base um (triângulo I), e aplicamos o clássico teorema de Pitágoras. Como o valor de "x" é conhecido, assim como o ângulo formado pela hipotenusa e o cateto "y" (w/2), facilmente determinaremos o valor de "y" ou seja a distância do paciente ao centro da régua (fig. 2).



Fig. 2



Dessa maneira, de acordo com as dimensões da sala de exame, poderemos fazer uma régua com os pontos luminosos situados mais próximos ou mais distantes um do outro, a fim de que o paciente fique situado no próximo ou mais distante desta régua de acordo com as dimensões da sala de exames.

Veremos a seguir o método acima citado em fórmulas matemáticas deduzidas à partir do clássico Teorema de Trigonometria.

Tomamos por base que o arco descrito pelo desvio dos olhos seja de 20°, logo o ângulo oposto ao cateto "x/2" será de 10°, sabendo-se que a soma dos ângulos internos de um triângulo retângulo é'180° o outro ângulo será de 80°, dai temos que:





Tirando-se o valor de "c" das 2 equações temos:





Como o valor de x/2 é previamente conhecido e o sen e cos de 10° são constantes, determinaremos o valor de "y", ou seja a distância do paciente ao centro da régua. Dessa maneira poderemos calibrar o paciente de modo que ao OLHAR de um ponto à outro de uma régua situada à sua frente "y" m corresponda à "a" mm na pena inscritora:





COMENTÁRIOS

Baseados nestas fórmulas, pretendemos ter facilitado de algum modo à calibração do paciente de acordo com a disponibilidade da sala de exame. Para tal, basta construirmos uma régua de "x" metros de acordo com a fórmula apresentada para que possamos realizar os cálculos dos parâmetros usados na Eng, principal mente a velocidade angular da componente lenta (VACL) da maneira mais exata possível, para produzirmos do mínimo os possíveis erros nestes cálculos, conseqüentemente uma conclusão quantitativa mais próxima daquela apresentada pela paciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Endereço do Autor: Rua Paula Freitas, 19 - ap. 307 Copacabana 20.000 - Rio/RJ.

* Trabalho realizado no serviço de Otorrinolaringologia do Hospital da Lagoa - INAMPS - Rio de Janeiro. Chefe. Dr. Nelson Venturini
** Residente do 2.0 ano do Serviço de Otorrinolaringologia.

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