Versão Inglês

Ano:  1980  Vol. 46   Ed. 2  - Maio - Agosto - ()

Seção: Artigos Originais

Páginas: 150 a 162

 

ESTUDOS DE EFEITOS VESTIBULARES DA ADMINISTRAÇÃO DE DROGA EM COBAIAS, POR VIA INTRATIMPÂNICA.*

Autor(es): José Antonio A. Oliveira **
Ricardo F. Marseillan***
Romeu A. Schütz****
Maria Helena Andrade****

INTRODUÇÃO

Os salicilatos

Desde os tempos de Hipócrates, Discórides e Galeno já se conhecia, por suas propriedades medicinais, a planta Salix alba. Em 1827 Leroux conseguiu extrair da casca desta planta a salicina que é um glicosídio. Em 1838 Piria obteve da salicina o ácido salicílico. O salicilato de sódio, derivado do ácido salicílico, teve seu valor no tratamento da febre reumática descoberto em 1876 por Stricker e Maclagan independentemente (Biwaters, 1963).
Labirintotoxicidade do salicilato de sódio.
Estudos clínicos.

Entre os diversos estudos sobre os efeitos do salicilato de sódio na função labiríntica, Kirchner (1881) relata sintomas, tais como tonturas, desequilíbrio na marcha e inflamação exudativa da caixa timpânica. Em pacientes mais severamente atingidos, Schilling (1883) refere os mesmos sintomas, associados à retração da membrana timpãnica. Em 1884 Schwabach observou retração bilateral da membrana timpânica em pacientes com intoxicação salicílica, previamente tratados com quinino. A hipoacusia provocada pelo salicilato de sódio, segundo Pohlman e Kranz (1922) é reversível em 24 horas. Falbe-Hansen (1941) citou vertigem como sintoma da intoxicação salicílica e relatou a presença de nistagmo espontâneo. Waltner (1955) fez acompanhamento audiométrico em um paciente intoxicado pelo salicilato de sódio, encontrando no mesmo hipoacusia neuro-sensorial com recrutamento. Os exames vestibulares não revelaram anomalias. Outro caso de intoxicação salicílica foi estudado audiologicamente por Kapur em 1965. O paciente revelou hipoacusia neurosensorial, recrutamento e diminuição das respostas às provas calóricas. Não foram observadas lesões cocleares nos estudos histológicos dos temporais humanos, após o tratamento por salicilato de sódio (Bernstein e Weiss, 1967; De Moura e Hayden, 1968).

Estudos experimentais

Foram levadas a efeito diversas investigações experimentais em animais de laboratório, a fim de elucidar, principalmente, as possíveis lesões provocadas pela droga e a sede das mesmas no sistema vestibular.

a) Estudos histológicos

Em cobaias foi constatada hemorragia no ouvido médio e interno por Kirchner em 1883. Mosher (1938) encontrou tal sintoma apenas no ouvido interno. Estas hemorragias foram atribuídas à intoxicação salicílica. Contudo, Wittmach (1903), Blau (1904), Haike (1904) e Orembowsky (1922) não encontraram tais alterações. Por isso concluíram que o salicilato de sódio provocava isquemia e espasmo vascular. Em 1904 Blau e Hyke, examinando o aparelho vestibular, verificaram que algumas células do epitélio nervoso terminal das cristas ampolares e das máculas utricular e secular apareceram com núcleos anormais. Lurie (1955) entre outras afirmações assinalou que há tendência a hemorragia no sistema perilinfático causada pelo salicilato. Mais recentemente, pesquisas histológicas foram realizadas por Myers e Bernstein (1965) em macacos, utilizando-se da microscopia óptica e eletrônica. Não foram observadas alterações celulares no ouvido interno.

b) Estudos bioquímicos

Alterações bioquímicas na endolinfa e perilinfa causadas pela intoxicação salicílica foram relatadas por Silverstein, Bernstein e Davies (1967) em experimentos realizados com gatos. Estas alterações bioquímicas consistiam no decréscimo da atividade da desidrogenase málica e hiperglicemia. Não se verificaram alterações de sódio, potássio e proteínas nos líquidos vestibulares.

c) Estudos histoquímicos

Estudos autoradiográficos recentes feitos em cobaias mostraram que o salicilato de sódio, em doses terapêuticas é prontamente absorvido pela cóclea, sem acumulação ou retenção apreciáveis (Bernstein e Balogh, 1967). Em estudos experimentais crônicos levados a efeito em 1968 por Westerhagen não foram encontradas hemorragias, hiperemia ou estase na cóclea. Houve diminuição da atividade da desidrogenase succìnica na estria vascular.

MATERIAL E MÉTODOS

Animais experimentais

Foram utilizadas 40 cobaias obtidas do biotério geral da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Os animais eram de lotes albinos e não albinos, cujo peso variava entre 350 e 550 g no início dos experimentos.

Droga

A droga usada foi o salicilato de sódio em solução de glicose, apresentando uma concentração de 10% de salicilato e 5% de glicose. A solução estava armazenada em ampolas de vidro de 10 ml. A aplicação da droga era feita por via intratimpâníca.

Técnica de administração do salicilato de sódio

A cobaia é anestesiada com pentobarbital sódico. A dose de anestésico aplicada é de 1 ml por Kg de peso. Inicialmente, com o auxílio de um bisturi, faz-se uma incisão de aproximadamente 2 cm na pele da região posterior de um dos pavilhões auriculares. A seguir, com o auxílio de pinças e afastadores, procede-se à separação cuidadosa do tecido muscular afim de evidenciar a crista do mastóide (bula timpãnica). Evidenciada a bula timpânica a mesma é perfurada com uma broca de dentista. Ao estereomicroscópio, com uma seringa de 0,25 ml, à qual está adaptado um tubo de polietileno, administra-se, através do orifício feito, o salicilato de sódio. Em seguida, a perfuração feita na crista do mastóide é fechada com cimento de oxifosfato de zinco.

Finalmente procede-se à sutura da incisão. O animal assim preparado é deixado aproximadamente 30 minutos numa posição tal que a janela redonda permaneça em posição horizontal.

Técnica de registro utilizada - eletronistagmografia

Para estudar as respostas vestibulares utilizou-se um tipo de teste calórico com registro eletronistagmográfico. Desde há muito tempo o nistagmo é usado como indicador da função labiríntica bilateral. Por esse motivo, vários métodos foram tentados para registrá-lo, de modo especial no homem, para aplicações clínicas. O método atual se baseia no fato sugerido em 1849 por Du BoisReymond de que a córnea é eletricamente positiva em relação à retina. Mowrer, Ruch e Miller (1936) foram os primeiros a sugerir que os potenciais registrados estivessem relacionados com a diferença de potencial corneoretiniana. Uma ampla revisão sobre a evolução dos métodos de registros eletronistagmográficos foi feita por Henriksson (1955). A eletronistagmografia atual implica no registro dos seguintes parâmetros dos nistagmos: duração, amplitude, freqüência, velocidade angular das componentes lenta e rápida, laténcia e ritmo. A técnica utilizada no presente trabalho de investigação para o estudo das respostas vestibulares ao estímulo térmico em cobaias foi a desenvolvida por Marseillan, Gretlet e Colafémina (1969). Essa técnica se baseia no registro eletronistagmográfico das reações oculares ao estímulo térmico em cobaias preparadas para experimentos crônicos com eletrodos permanentes.

a) Técnica de implantação dos eletrodos

Os eletrodos são feitos de fio de aço inoxidável esmaltado de 0,2 mm de diâmetro. Antes de proceder à implantação, os mesmos são devidamente preparados, retirando-se o isolamento das duas extremidades do fio. Uma das extremidades é enrolada afim de formar uma espiral de aproximadamente 3 3 mm de diâmetro, enquanto que a outra é estanhada e soldada a um conector. Uma vez anestesiado o animal com pentobarbital sódico, faz-se uma incisão paralela ao eixo horizontal da cabeça desde o vértice até a fronte. A seguir procede-se ao descolamento da pele dos cantos posteriores de cada olho. É neste local que a porção espiralada do eletrodo é implantada sob a pele. A extremida estanhada do eletrodo, passando por baixo da pele, isolada a um conector que é fixado à abóbada craniana com parafusos e resina acrílica. Um terceiro eletrodo indiferente também é ligado ao conectar e com a extremidade livre sob a pele.

b) Técnica do registro eletronistagmográfico

A cobaia preparada segundo a descrição feita acima é colocada num suporte especialmente construído a fim de limitar ao máximo seus movimentos e lhe manter a cabeça em ângulo de d5° em relação ao plano horizontal; dessa forma o canal horizontal ficará em posição vertical, com a ampola voltada para cima.

Para o teste irriga-se o conduto auditivo externo com aproximadamente 2 2 ml de água a 10°C (Fig. 1). A irrigação é feita por intermédio de um tubo de polletileno que atravessa uma peça acrílica moldada de tal forma para ajustarse perfeitamente ao pavilhão auricular do animal. Na mesma peça há outra perfuração que permite a saída da água do canal auditivo externo (Fig. 2).



Fig. 1: Sistema de contenção e de registro eletronistagmográfico; notar a posição da cabeça da cobaia.



Fig. 2: Peças acrílicas utilizadas para a irrigação do conduto auditivo externo.
Alguns segundos após a irrigação do conduto auricular externo ocorre o nistagmo. As respostas nistágnicas são registradas com o polígrafo HawlettPackard 7702 B (Fig. 3).



Fig. 3: Polígrafo Hewlett-Packard 7702-8.



O traçado obtido, que representa a resposta labiríntica; pode ser analisado em seus vários parâmetros: latência, duração, amplitude, freqüência e ritmo. Nos experimentos de Marseillan, Grellet e Colafêmina (1969), os parâmetros mais constantes foram a duração (de 16 a60 segundos) e a freqüência (de 2 a 6 oscilações por segundo). Através do uso dessa técnica, pode-se avaliar a normalidade do labirinto posterior de cobaias, estudar as alterações quantitativas que as respostas podem sofrer pela ação de diferentes agentes e comparar as reações de cada lado, que normalmente devem ser aproximadamente simétricas.

Com o animal preparado dessa forma, são feitos de 4 a 5 registros eletronistagmográficos, que servirão como controles para comparação com os testes posteriores à aplicação da droga, afim de estudar as possíveis alterações ocorridas.

RESULTADOS

As cobaias foram divididas em três grupos. Cada grupo recebeu uma dose diferente de salicilato de sódio. Num quarto grupo foi aplicada uma dose única de soro fisiológico.





Observações:

1) I.T.D.-intratimpânicadireita

2) 25 mg corresponde à dose máxima contida no volume que preenche a bula timpânica.

3) o grupo 4 corresponde ao lote de animais que recebeu soro fisiológico. Antes da administração do salicilato de sódio, os quatro grupos de cobaias com eletrodos implantados previamente, foram submetidos a 5 registros eletronistagmográficos de controle para o estabelecimento dos valores normais da duração e freqüência máxima do nistagmo. Examinando os resultados preliminares observou-se que, nestes experimentos os controles feitos nas cobaias permaneceram com níveis estáveis de freqüência e duração dos nistagmos. (Fig. 4).



Fig. 4: Eletronistagmograma normal de uma cobaia. Calibração do tempo em segundos.



Nos grupos 1, 2, e 3, logo após a administração do salicilato de sódio, observou-se ao estereomicroscópio, que ocorria urna vasodilatação dos capilares da bula timpânica. Em certos casos foi observada até uma pequena hemorragia no ouvido médio logo após ter sido administrada a droga. Observou-se ainda que no dia seguinte à administração do salicilato de sódio, as cobaias dos grupos 1 e 2 apresentavam sintomas de labirintopatia, sintomas esses que variavam em intensidade e duração com a dose de droga aplicada. Tais sintomas se caracterizavam por um desequilíbrio total da cabeça do animal que pendia para o lado onde foi administrado o salicilato de sódio, isto é, para o lado direito. Nas cobaias dos grupos 3 e 4 não se verificaram estes sintomas de labirintopatia. Nos animais do grupo 1, isto é, onde se procurou encher a bula timpânica com salicilato de sódio (aproximadamente 25 mg), observou-se completa queda ou anulação dos valores da duração e da freqüência do nistagmo do lado direito. A duração e a freqüência do nistagmo do lado esquerdo praticamente não sofria alteração. Estes efeitos foram observados no dia seguinte à administração da droga, quando era feito o primeiro registro eletronistagmográfico (Fig. 5). As cobaias deste grupo, bem com as do grupo 2, apresentavam nistagmo espontâneo para a esquerda, com freqüência relativamente baixa, após a administração do salicilato de sódio. A duração do nistagmo espontâneo variava proporcionalmente à dose de salicilato aplicada, durando apenas algumas horas. Observou-se ainda que nenhum animal deste grupo (grupo 1) recuperou a função vestibular durante o período de vida da cobaia, que era em média de dois meses, após a administração da droga (Fig. 6).



Fig. 5: Registro elétrico do nistagmo salicilaco de uma cobaia após a administração de 25 mg de salicilato de sódio por via intratimpânica direita. Calibração do tempo em segundos.



Fig. 6: Abcissas: tempo após administração intratimpânica direita de 25 mg de salicilato de sódio.
Ordenadas: variações da duração e freqüência máxima do nistagmo calórico.



Nas cobaias do grupo 2, que receberam por via lntratimpãnica direita 15 mg de salicilato de sódio, observou-se, após a administração da droga, que todos os sintomas eram praticamente similares aos animais do grupo 1. Observou-se no entanto, que a duração do nistagmo espontãneo era menor e que os sintomas de iabirintopatia eram menos Intensos, voltando mais rapidamente à normalidade. Nos animais tratados só foi observado o restabelecimento da função vestibular durante o período de vida em uma cobaia. A função vestibular foi completamente recuperada 20 dias após ter sido administrado o salicilato de sódio. Os dados obtidos com esta cobaia podem ser vistos nas figuras 7 e 8. Nos animais do grupo 3, isto é, os que receberam uma dose única de 10 mg de salicilato de sódio intrantimpãnico direito, não se observou nenhum dos sintomas dos dois grupos anteriores, não havendo queda apreciável da função vestibular.



Fig. 7: Eletronistagmograma de cobaia após recuperação da função vestibular direita.



Fig. 8: Abcissas: tempo após administração intratimpânica direita de 15 mg de salicilato de sódio.
Ordenadas: variações de duração e freqüência do nistagmo calórico.



Finalmente, os animais do grupo 4, onde foi aplicado por via intratimpânica direita soro fisiológico, se comportaram como os animais do grupo 3. Não ocorreram os sintomas verificados nos animais dos grupos 1 e 2, sendo que também não foi observada queda nem anulação dos valores da duração e da freqüência do nistagmo do ouvido direito.

DISCUSSÃO

Observou-se que a intoxicação salicílica geralmente vem acompanhada de tonturas (Kirchner, 1883, Schwabach, 1884, Oliveira 1971). Falbe-Hansen (1941) relata, em doentes tratados com salicilato, plenitude auditiva, vertigem e nistagmo espontâneo. O mesmo pesquisador, propõe que estes sintomas sejam devidos a aumento, induzido pela droga, da secreção dos fluidos labirínticos, especialmente a perilinfa. Em 1955 Waltner relatou sensação de instabilidade como sintoma transitório num doente com intoxicação salicílica. Os exames vestibulares revelaram-se normais. O autor refere que não existe efeito tóxico direto nas células receptoras, sendo o quadro semelhante ao da doença de Ménière. Como vemos, os relatos sobre a vestibulotoxicidade do salicilato de sódio (tonturas, instabilidade e nistagmo) se resumem a citações escassas de sintomas observados em pacientes, em cujo tratamento estava sendo usada a droga. Não se tem conhecimento da existência de trabalhos clínicos ou experimentais específicos para esclarecer se realmente existe ou não vesti bulotoxicidade. Os experimentos de Oliveira (1971) mostram que a administração de 25 mg de salicilato de sódio no ouvido médio de cobaias produz três efeitos nítidos: nistagmo contralateral, instabilidade com queda para o lado tratado e anulação das respostas à prova térmica ipsilateral. Refere o autor que os dois primeiros efeitos são temporários e o último perdura até a morte das cobaias. Estes fatores indicam claramente que a droga pode causar hipofunção irreversível do sistema vestibular do lado tratado. Os nossos experimentos confirmam estes achados no grupo de cobaias que recebeu 25 mg da droga. Mostram também que a administração de 15 mg de salicilato de sódio produz efeitos similares, porém menos acentuados, com possibilidades de haver reversibilidade da função vestibular às provas calóricas, e que na administração intratimpãnica de 10 mg da droga, não são observados os três efeitos anteriormente mencionados.

Quando o salicilato de sódio é aplicado num dos ouvidos médios, sua ação vestibulotóxica é limitada a este, donde o aparecimento da alteração da função labiríntica, que se manifesta com nistagmo contralateral e instabilidade, indicando que a droga tem ação inibitória sobre o sistema vestibular, sendo sua ação inibidora bastante pronunciada pois sua concentração nos líquidos labirínticos é relativamente grande. Estes achados e os de Myers e Bernstein (1965) de alterações bioquímicas nos líquidos labirínticos e a presença de droga nos mesmos indicam ação intralabiríntica dos salicilatos.

A ausência de manifestações clínicas de distúrbios vestibulares em um paciente com surdez severa devida à intoxicação salicílica (Waltner, 1955) pode ter resultado de sua ação depressora sobre os dois sistemas vestibulares. Contudo, seu achado em apenas um paciente de resposta normal à prova térmica não deve ser a regra. Em 1965 Kapur encontrou, em outro paciente, depressão da resposta à prova calórica.

As observações dos efeitos da administração intratimpânica unilateral de salicilato de sódio, mostram a possibilidade de induzir um quadro semelhante, à crise labiríntica da doença de Ménière. Isto será útil no estudo do mecanismo da referida crise e também na avaliação da eficácia de drogas na atenuação de uma crise menieriforme salicílica, para posteriores aplicações clínicas. Nossos achados de hipofunção reversível da função vestibular com dose de 15 mg de salicilato de sódio intratimpãnico serão de utilidade para o estudo da ação de drogas para a melhoria desta disfunção.

SUMÁRIO

No presente trabalho foram utilizadas cobaias com eletrodos permanentes implantados nos cantos externos dos olhos. Utilizou-se o salicilato de sódio em aplicação única por via intratimpânica direita. Os estudos da duração e da freqüência do nistagmo provocado com a prova calórica foram feitos com registros elet ron istagmográf icos.

Observou-se que a aplicação da dose máxima da droga no ouvido direito provocava vasodilatação dos capilares da bula timpãnica, desvio da cabeça do animal ipsilateral, marcha com desvio ipsilateral, nistagmo contralateral e abolição das respostas nistágmicas à prova calórica ipsilateral. Com doses menores os efeitos eram menores, reversíveis e até ausentes.

SUMMARY

Vestibular effects of intratympanic administration of sodium salycilate in the guinea pigs.

Guinea pigs with permanently implanted electrodes on the eye canthi were treated with single doses of sodíum salycilate by direct intratympanic administration.

Vestibular function was tested measuring duration and maximum frequency of the electronystagmographic response induced by caloric stimulation. The highest dose of the drug (25 mg), given to the right ear, provoked capillary vasodilatation in the tympanic bulia, ipsilateral head turning, ipsílateral deviation when walking, contralateral nystagmus, and abolition of the response to calorïc stimuiatin. These symptoms were diminished or dissappeareci with the smaller doses (10 mg).

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ENDEREÇO DOS AUTORES:
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - U.S.P.
Departamento de Biologia Av. Bandeirantes s/n - Campus de Ribeirão Preto
14100 Ribeirão Preto - SP.

* Trabalho realizado com auxílio da FAPESP e CNPq.
** Professor Livre Docente. Disciplina Fisiologia Animal e Humana. Departamento de Biologia. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. U.S.P.
*** Professor Livre Docente contratado no Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. U.S.P. Professor Adjunto, Departamento de Fisiologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. U.S.P.
**** Estagiários do Laboratório de Fisiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. U.S.P.

Recebido para publicação em 23.02.80

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