Versão Inglês

Ano:  1980  Vol. 46   Ed. 1  - Janeiro - Abril - (12º)

Seção: Notícias e Comentários

Páginas: 93 a 96

 

IMPEDÃNCIA ACÚSTICA

Autor(es): +

Recebemos carta do Prof. Rui Penha, na qual se esclarece a controvérsia surgida com a publicação do trabalho sobre o assunto em questão. No volume 45 n° 2 de 1979, página 202, publicamos um protesto do Professor Otacílio Lopes Filho. A seguir publicamos carta do Professor Penha e igualmente os esclarecimentos surgidos na revista Medicina Universal, que esclarecem perfeitamente os equívocos ocorridos:

Exm° Senhor Professor Doutor Rudolf Lang

No n° 2 do ano de 1979, a página 202, da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia veio publicada uma referência desprestigiosa a minha pessoa, sem que me tenha sido feito qualquer pedido prévio de esclarecimento, como me° parece ser um cuidado consagrado em circunstâncias semelhantes.

Há que portanto esclarecer e completar os fatos.

Logo que tomei conhecimento da forma como o artigo que me é atribuído veio publicado na Revista Universal, uma vez que, por me encontrar na altura ausente de Portugal, não procedi em tempo à verificação das provas tipográfi¬cas, apressei-me a escrever a esta revista a esclarecer que se tratava de uma re¬visão de conjunto, como tinha referido ao enviar o texto, e não de um artigo ori¬ginal, como por lapso foi publicado, e que faltavam no mesmo quatro referências bibliográficas, e entre elas a especial menção da tese do Prof. Otacílio Lopes Fi¬lho "Contribuição ao Estudo da Impedância Acústica", de 1972, de que foram feitas transposições de determinadas passagens, que não eram aliás da criatividade pessoal deste Autor, mas sim, igualmente revisões de conjunto. Está neste caso, como nos outros, a conclusão n° 9 de que se fala também a página 202 da Vossa Revista que é a seguinte:

"A medida da impedância acústica do ouvido médio é um método objetivo, de fácil execução, tanto em adultos como em crianças. Pela simplicidade de que se reveste, rapidez comprovada e pelos dados que nos fornece deverá fazer parte da rotina audiológica.

Ora como se sabe esta conclusão não tem nada de original, é referida por vários autores desde há dez anos. Estão neste caso Liden, Jerger, Feldman, etc., tendo sido o aparelho Madsen Z061, onde outros autores iniciaram os seus exames de rotina de impedância, comercialmente lançado em 1958.

O meu pedido de esclarecimento público foi imediatamente publicado na primeira oportunidade material da Revista Medicina Universal e saiu, acompanhado de uma carta confirmativa do Dr. Paulo Pizarro, no seu número de maio de 1977. Para melhor elucidação junto remeto fotocópia da publicação destes documentos na citada revista, que é de divulgação, distribuição e de colaboração gratuitas.

Par última resta-me esclarecer V. Ex° de que o próprio Prof. Otacílio Lopes Filho já fora posto ao corrente destes fatos no final de Agosto do corrente ano de 1979, logo que me apercebi que estava com uma versão incompleta dos mesmos, por ter escrito uma carta disso demonstrativa ao Secretariado do IV Simpósio Internacional de impedância Acústica, realizado em Lisboa e para o qual tinha sido por mim convidado. Aproveitando um portador que na altura se deslocava a S.Paulo, precisamente o Dr. Paulo Pizarro, informei-o por carta entregue pessoalmente do que afinal se tinha passado, acompanhada da documentação que refiro, que o Dr. Pauto Pizarro também de viva voz completou.

Neste IV Simpósio, o Prof. Otacílio não compareceu, o que não aconteceu com a totalidade dos restantes participantes estrangeiros referidos no programa de que junto um exemplar, apesar de alguns estarem ao corrente do que se pas¬sou com o artigo publicado na Revista Medicina Universal pelas diligências empreendidas pelo Prof. Otacílio.

Certo que V.Ex° publicará na revista que dirige esta minha carta de que envio também cópia ao presidente da SBO, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.

IMPEDÃNCIA ACÚSTICA (Medicina Universal - Vol. 20 - N° 2 - Pág. 15 - FEVEREIRO DE 1977)

Exm° Dr. Director da Revista Medicina Universal

Após uma ausência de cerca de 2 meses no estrangeiro só agora tive oportunidade de reler o meu artigo (revisão de conjunto), intitulado IMPEDANCIA ACÚSTICA que fizeram o favor de acolher no n° 2, vol. 20 - FEV.1977 da vossa revista.

Foi me dado reparar algumas incorreções, certamente devidas ao facto da minha partida não me ter permitido fazer a revisão do original dactilografado que vos foi enviado.

Este artigo é uma revisão de conjunto e não um artigo original; além disso a bibliografia está incompleta.

Dado que essas incorreções são susceptíveis de más interpretações e melindres , ficaria muito grato se encontrasse no próximo número da vossa revista espaço para a publicação desta minha carta, assim como das referências bibliográficas a seguir mencionadas que por lapso não foram referidas.

L. OTACILIO - Contribuição ao estudo clínico da Impedância Acústica. Tese Dout. - S. Paulo/1972.

L. OTACíLIO - Da impedância do ouvido médio e do diagnóstico otológico. Rev. Bras. O.R.L. - Vol. 39/1973.

E. crispim - Impedanciometrias em Homoenxertos timpano-ossiculares. Rev. Bras. O.R.L. - Vol. 42/1976.

A.S. FELDMAN - Acoustic impedance measurement of post stapedectomized ears. Laryng Vol. 79, 1132 - 1969.

Com os melhores cumprimentos Rui Penha

Lisboa 3 de junho de 1977 Meu caro Prof. Rui Penha

Quando me pediu colaboração para a pesquisa bibliográfica e revisão das provas datilografadas do seu artigo " Impedância Acústica" publicado na revista "Medicina Universal" estava longe de imaginar que uma série de lapsos lhe iriam causar grandes transtornos. Com efeito, de um desses lapsos eu sinto-me totalmente responsável, mas espero.que o interprete tal como ele foi: "pura distração".

Falamos várias vezes do artigo, tratando-o sempre como uma revisão de conjunto. O lapso para o qual eu contribui, deve-se a um esquecimento da minha parte; não ter juntado, como me pediu que o fizesse ao rever as provas, uma nota final, que ditou pelo telefone, nos termos seguintes: "Agradecemos ao Dr. Pizarro a colaboração que nos prestou na pesquisa bibliográfica desta revisão, a qual foi sobretudo inspirada na tese de doutoramento do Prof. Otacílio intitulada "Contribuição ao Estudo Clínico da Impedância Acústica".

Recordo bem, a sua insistência, quando me telefonou na véspera da sua partida para o Brasil, lembrando-me este agradecimento, cuja oportunidade discuti consigo, embora envolvesse uma referência indispensável à tese do Prof. Otacílio.

A mesma página onde constava o agradecimento e a referência acima mencionadas, continha também as referências bibliográficas que acabaram por não ser publicadas.

De outro lapso, nem eu nem você temos a mais pequena responsabilidade: o fato de uma revisão de conjunto ter sido publicada como artigo original.

Mais uma vez lamentando esta situação desagradável, creia-me com toda a amizade.

Paulo Noronha Pizarro.

Nota da Redação - Em referência à carta do Dr. Rui Penha oferecem-se¬nos os seguintes comentários:

1°) O rótulo "Artigo Original" é da responsabilidade da nossa revista. De fato - e na falta de qualquer indicação no original datilografado - pareceu¬nos (aceitamos que erradamente) ser aquela a melhor classificação do artigo.

2°) Quanto a outros possíveis erros, nomeadamente omissões na bibliografia, esclarecemos que o Dr. Paulo N. Pizarro, na ausência do Dr. Rui Penha e a pedido deste, reviu as provas tipográficas, como o próprio Dr. Pizarro o justifica pela carta acima.

Lisboa, 22 de dezembro de 1979.

Ao Conselho Científico da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia.

Exm°s Senhores

- Conhecedores e devidamente esclarecidos sobre os condicionalismos que geraram a publicação do artigo "Impedância Acústica" na Revista Medicina Universal, bem como a correção publicada pela mesma Revista em número seguinte.

- Conhecedores das missivas, com informação incorreta e incompleta, enviadas pelo Prof. Otacílio a diversas entidades e colegas, no sentido de afetar o IV Simpósium Internacional sobre Impedância Acústica, a que o Prof. Penha presidia.

- Conhecedores da nota publicada sobre o assunto no N° 2 página 202 do ano corrente, na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, baseada somente na informação do Prof. Otacílio, que à altura e já devidamente esclarecido continua no entanto a informar tendenciosamente e de "má fé".

Apresentamos por este meio o nosso mais vivo protesto ao Conselho Científico da Revista Brasileira ORL, esperando após esclarecimento enviado pelo Prof. Penha, ler no próximo número o respectivo desagravo.

O PRESIDENTE

Prof. Certos Larroudé

O SECRETÁRIO

Dr. Vasco Ribeiro
limo Senhor Professor Rui Penha

Caro Colega,

Porto Alegre, 8 de janeiro de 1980.

Recebemos sua carta com os esclarecimentos a respeito da controvérsia surgida em relação ao trabalho Impedância Acústica.

Agradecemos imensamente seu excelente desempenho no esclarecimento dos fatos, e vos asseguro que já no próximo número 1 180 vol. 46 será publicado, na íntegra, sua carta e a reprodução das demais da revista Medicina Universal. Creio que isto vem pôr um ponto final no mal entendido, e todos os leitores fica¬rão plenamente esclarecidos sobre os fatos.

A RBO sempre estará aberta a livre manifestação científica e societária de exclusiva responsabilidade dos autores, e creio que fatos como estes deixam um ensinamento: o do Dr. Otacílio, em querer preservar a verdade, e o de V.S. em jamais ter tido a intenção de omitir fontes bibliográficas. Fique certo que todos ficarão bem esclarecidos e satisfeitos em chegar a um bom termo sobre a contro¬vérsia.

Com nossos sinceros agradecimentos, receba nosso cordial abraço.

Dr. Rudolf Lang

Editor da REVISTA BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA Porto Alegre 1 RS

Rudolf Lang

Prezado Dr. Lang

São Paulo, 15 de janeiro de 1980.

Recebi carta datada de 10 de janeiro do corrente ano, que aborda a controvertida publicação sobre Impedanciomentria, de autoria do Dr. Rui Penha, que acabou por envolver o Dr . Otacílio Lopes F°.

Tenho acompanhado o problema desde que o mesmo eclodiu e tenho uma opinião formada, pois conheço as versões de ambos os colegas envolvidos. Mesmo que o Dr. Rui Penha tenha alegado um "lapso de revisão", de que não se trata, na verdade, de um artigo original mas de uma "revisão de conjunto", não há justificativas para a transcrição de diversos parágrafos, na sua íntegra, da tese de Doutoramento do Dr. Otacílio Lopes F°, pois não houve autorização ex¬pressa para tal. Não obstante os fatos apresentados, penso que o assunto deve¬ria ser rapidamente encerrado, procurando evitar maiores celeumas. Este também parece ser o sentimento do Dr. Otacílio, em conversa informal que tive com ele.

Entretanto, V.S., como Editor desta conceituada Revista, tem a liberdade de assumir uma posição que reflita a opinião dos demais conselheiros; a atitude tomada por V.S., será totalmente acatada por mim.

É o que tenho no momento; receba minhas cordiais saudações.

Ney Penteado de Castro Jr.

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