Versão Inglês

Ano:  1936  Vol. 4   Ed. 6  - Novembro - Dezembro - (31º)

Seção: Trabalhos Originais

Páginas: 1457 a 1458

 

ACIDENTE FATAL NO DECURSO DE ANESTESIA LOCAL PARA AMIGDALECTOMIA

Autor(es): DR. Paulo Alvim - (Assistente)

CLINICA OTO-RINO-LARINGOLOGICA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE MINAS GERAIS
Serviço do Prof. ILDEU DUARTE

R. C., 24 anos, solteiro, residente em Belo Horizonte, matriculado sob n.º 12.354 no Serviço O. R. L. da Faculdade de Medicina da U. M. G., em 16-5-36.

HIST. - O paciente entrou para a Clinica, afim de sofrer uma amigdalectomia, a qual foi indicada porque era, frequentemente, acometido de anginas.

EXAME - Amigdalas encastoadas, séde de inflamação cronica. Cavum, fossas nasais e tímpanos normais.

Aparelhos respiratorio e circulatorio: normais.

Temperatura 36,8 Pulso 80. Tempo de coagulação: 2 minutos (Sabrazès).

Em 6-7-36 - Anestesia local pela néo-tutocaina a 2 por mil, em sôro fisiologico, sem adrenalina. Injetam-se 3 cc. de cada vês, na extremidade superior e inferior da loja amigdaliana, passando atraves do pilar anterior. Ao se terminar a quarta injeção, no pé do pilar anterior esquerdo, o paciente teve, bruscamente, umas convulsões na extremidade cefalica que se generalisaram pelo corpo todo. Houve imediatamente perda da consciencia. O doente é colocado em decubito dorsal, sobre a mesa, com respiração ruidosa, pulso filiforme, reflexo corneano abolido. Torna-se, em seguida, cianotico. As contrações foram diminuindo e cessou a respiração. Verifica-se a parada do coração. Injetam-se oleo canforado, cafeina e Cardiazol, por via intramuscular. A situação não se modifica. Pratica-se uma injeção intra-cardiaca de adrenalina, sem resultado. Tudo isso se passa em cerca, de 5 minutos. Respiração artificial durante 1 hora. Morte.

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