Ano: 1936 Vol. 4 Ed. 6 - Novembro - Dezembro - (19º)
Seção: Trabalhos Originais
Páginas: 1263 a 1264
ALGUNS PROBLEMAS REFERENTES A TUBERCULOSE DAS AMIGDALAS
Autor(es): DR. RIBEIRO DOS SANTOS
Resumo
São os seguintes os problemas examinados:
I.° - As amigdalas palatinas, portas de entrada e de saída dos bacilos de Koch
De entrada. Sustenta o autor representarem as amigdalas pontos de penetração dos bacilos, apoiado em argumentos de ordens analogica, experimental e histologica.
De saída. - Relata uma experiencia de Dieterlen que, segundo o autor, sugere já se deve ir pensando nas amigdalas palatinas como orgão eliminador de bacilos.
II.º - Ocorrencias possíveis uma vez o parenquima amigdaliano invadido pelos bacilos de Koch.
Examina primeiro os dados de que se dispõe para a solução do problema. De um lado a resistencia das amigdalas e de outro a virulencia dos bacilos. Quanto á resistencia: varia de um indivíduo para outro e, na mesma pessoa, conforme circunstancias varias. Quanto á virulencia: 1.º) depende mais da quantidade que da qualidade dos bacilos; 2.º) os bacilos agem pelas exo e pelas endotoxinas; estuda as propriedades das toxinas
A seguir formula tres hipoteses: a) a defesa é maior que a virulencia; b) a virulencia é maior que a defeza; c) ha equilíbrio entre a defeza e a virulencia. Desta ultima tira dois corolarios: 1.°) o equilíbrio se rompe com vantagem para as amigdalas; 2.º) o equilíbrio se rompe com vantagem para os bacilos.
Estuda as hipoteses e os corolarios mostrando as ocorrencias possiveis uma vez o tecido amigdaliano invadido pelos bacilos de Koch.
III.º - Por que a amigdalectomia pôde reativar um fóco quiescente de taberculose, pulmonar ou outro.
Reportando-se a varias hipoteses formuladas no 2.° problema, diz que no tecido amigdaliano Pôde haver exo e endotoxinas livres. O ato operatorio favorece a absorção dessas toxinas in loco e á distancia. Absorvidas, elas irão reativar o foco quiescente de tuberculose tal qual a vacina estafilococica exacerbada a acne.
IV.° - A pretensa. raridade da tuberculose primitiva das amigdalas palatinas
Mostra que doenças outrora consideradas raras e mesmo inexistentes, pelo aperfeiçoamento do diagnostico, tornaram-se relativamente frequentes.
Entra no merito dos argumentos em que se estribam alguns para afirmar a raridade da tuberculose primitiva das amigdalas.
Conclue que não é exagero admitir que muitas amigdalites que passam por inflamações de carater banal são de natureza tuberculosa.