Ano: 1936 Vol. 4 Ed. 5 - Setembro - Outubro - (24º)
Seção: Trabalhos Originais
Páginas: 661 a 670
A DEFICIENCIA DE AUDIÇÃO NA IDADE ESCOLAR
Autor(es): DR. PAULO SAES 1
A função auditiva desempenha um importante papel na criança escolar. O ouvido tem enorme influencia no desenvolvimento inteletual, pois é pela palavra falada que a criança adquire quasi todos os seus conhecimentos na escola. Quer isto dizer que quanto maior for o déficit de audição, tanto mais prejudicado fica o desenvolvimento mental.
Para verificar-se a importancia desse facto basta imaginar que uma surdez acentuada pode fazer pensar em urna debilidade mental ou mesmo em imbecilidade. Em estudos estatisticos, demonstrou Bezold a relevancia dessa asserção, pois o resultado do ensino das crianças com audição deficiente é muito inferior ao das crianças com audição normal.
Wanner, em investigação em escolas auxiliares de Munich, provou que parte consideravel dos alunos ouvia com dificuldade e que entre esses uma quota elevada estava reprimida em. seu desenvolvimento mental pela pequena capacidade auditiva, não devendo ser considerada idiota.
Kobrak, em investigações medico-escolares de crianças retardadas em Breslau, verificou que ha bom aproveitamento apenas em 17% dos alunos normais quanto a audição e em 25% dos moucos, o que nos mostra que estes ultimos ultrapassam as capacidades médias das classes porque, evidentemente a imbecilidade é ilusoria tratando-se apenas de mouquidão.
Não se deve admitir que esses alunos que, por seu deficit de audição, têm uma limitação na percepção e elaboração das idéas, sejam descritos como debeis mentais, mas apenas coma "retardados mentais por surdez".
Numerosas estatisticas européas concluem que cerca de 25%, isto é, 1/4 dos alunos de escolas para normais são moucos -definitivos, tendo no melhor ouvido uma audição inferior a 1 m. com voz cochichada.
Em nosso meio podemos afirmar ser outra a nossa impressão. Pelo numero de crianças atendidas em nosso serviço O. R. L. escolar, seja nos Centros de Saúde, seja na Inspecção Medica; Escolar, verificamos não ser tão frequentes os doentes de ouvido quanta nas estatisticas da Alemanha e Austria, sendo de notar que, mesmo nas crianças portadoras de afecção, não toma esta um carater tão sombrio para o lado da função. Pelo vulto de alunos a examinar não podemos fazer exame da capacidade auditiva em todas as crianças com afecção, tendo apenas sido praticado naquelas em que houvesse um deficit apreciavel, que merecesse da nossa parte um pedido ao professor para colocação em lugar que lhe fosse proximo. Da estatistica do nosso Serviço O. R. L. dos Centros de Saúde de 1926 a 1930, sobre 6.313 crianças doentes ou suspeitas como tal e encaminhadas ao serviço, ternos a grande predominanciadas otites supuradas agudas 9,22% e cronicas 12,87% que, por um tratamento adequado, praticado a tempo, não trarão surdez avançada. Ha uma. relativa pequena incidencia de obstruções Cubarias, embora seja enorme a frequencia das amigdalites hipertroficas e das vegetações adenoides. Em 6.313 matriculados ha 2.518 casos de afecções do ouvido (39,8%).. Na estatística vemos cerca de 3% de doentes com lesões irremoviveis, com função profundamente prejudicada donde cerca de 35% das afecções são passiveis de cura ou melhora com o tratamento.
A explicação aceitavel da menor incidencia das afecções auriculares em nosso meio comparativamente as estatísticas européas seria pelo facto das molestias infecciosas serem mais benignas aqui, as infecções menos virulentas ou então um estado de relativa resistencia ou mesmo imunidade adquirida por infecções atenuadas e repetidas.
Estatísticas feitas em Berndof, primeira cidade da Austria onde o serviço medico escolar tomou feitio progressista demonstram que, na idade escolar, diminuiem sensivelmente os casos de inflamações catarrais :do ouvido médio. Uma estatistica antiga dá que 85% de crianças de 6 a 7 anos com hipertrofia de amigdalas e vegetações adenoides apresentam inflamações catarrais do ouvido médio ao passo que, em identicas circunstancias, entre crianças de 13 a 14 anos, essas afecções se manifestavam em apenas 29% dos casos. Ao contrario, a porcentagem de casos de supuração do ouvido média entre alunos com hipertrofia de amígdalas e adenoides aumenta muito durante a idade escolar. O acrecimo da porcentagem de supurações do ouvido médio, é maior que o decrecimo da porcentagem dos processos catarrais do ouvido médio. Em nossa meio, procurando verificar a relação entre a frequencia das hipertrofias de amigdalas e vegetações adenoides, com as afecções do ouvido médio, podemos afirmar, de uma maneira geral, serem estas em percentagem muitissimo menor do que nos mostram as estatísticas européas. Não ,pudemos, pelo exame das fichas, por terem sido as mesmas inutilizadas após a revolução de 30, estabelecer essa relação de uma maneira precisa. Podemos de uma maneira aproximada observar o numero de hipertrofias de amigdalas e o das supurações do ouvido médio, fritando, porém que estas não correspondem sempre aquelas, pois podem ter surgido em crianças sem amígdalas hipertroficas e adenoides, o que a estatistica não distinguiu.
Assim, temos no Serviço O. R. L. dos Centros de Saúde:
Estabelecendo uma relação entre as hipertrofias de amigdalas e as supurações cronicas do ouvido médio (estatística anterior) vemos que estas representam apenas 35% daquelas, e com as vegetações adenoides representam cerca de 40%. Esses numeros têm valor muito relativo, pois nem todas as supurações seriam em casos de hipertrofias de amigdalas ou de adenoides, existindo tambem em ausencia destas afecções.
Para poder se ter uma idéa mais precisa desta relação, percorremos 500 fichas com diagnostico de hipertrofias de amigdalas e vegetações do nosso serviço atual de Higiene Escolar: encontramos 128 com supurações do ouvido médio cronicas e agudas, o que dá uma porcentagem, de 25,6% sobre esses casos.
Em relação aos sexos, nesses 128 casos de supuração auricular, notamos maior frequencia entre meninos (71), cerca de 54% e menor entre meninas (57), cerca de 46%. Entre as 500 fichas de adenoides e hipertrofias de amigdalas havia apenas 32 com alterações patologicas catarrais do ouvido médio (timpano despolido e retraído e relativa hipoacusia). Seriam apenas, 6,4%.
As relações entre as amigdalas hipertroficas e adenoides com o deficit auditivo foram estudadas por varios autores. Frankenberger entre 141 crianças, com amigdalas e adenoides em alto grão encontrou 18,43% de crianças moucas. Wood entre 149 crianças com adenoides notou 63 ou sejam 42% com lesões no ouvido. Verificada assim pelas estatísticas as relações entre hipertrofia de amigdalas e adenoides com as afecções auriculares que trazem deficit auditivo mais comumente, vemos a importancia que tem o tratamento daquelas afecções. Deve ser lembrado que é frequente a supuração do ouvido médio ser provocado pelas molestias infecciosas e eruptivas que atacam a criança na idade escolar. Mas nestes mesmos casos, o estado higienico do naso-faringe tem grande importancia. Criança que adoece de sarampo, escarlatina, difteria, tendo o naso-faringe são não fica exposta tão facilmente á supuração do ouvido médio.
Criança com hipertrofia de amigdalas e vegetações adenoides e respiração nasal insuficiente está mais sujeita, á. infecção do ouvido médio quando com molestia infecciosas Isto ficou demonstrado em uma epidemia de sarampo e escarlatina em Berndorf (1909-1910). Entre as crianças doentes, havia muitas já operadas de amigdalas e adenoides: nenhuma teve supuração do ouvido médio.
PROVIDENCIAS A TOMAR COM DEFICITARIOS AUDITIVOS
Para sanar os prejuizos das crianças com deficit auditivo nas escolas tem sido, ha muito, ordenado na Alemanha e Austria e é feito tambem entre nós, a colocação desses escolares nos bancos da frente da classe proximos ao lugar do professor. O ouvido com melhor audição deve ficar voltado na direcção do professor. O aluno com deficit auditivo deve ser colocado junto a um colega vivo e inteligente, que poderá explicar o que o primeiro não compreender.
Quando, o deficit de audição de uma criança é muito grande, que apesar de sua colocação em bancos dianteiros não seja suficiente para aproveitamento escolar, é necessario matricula-la em classes especiais, ainda não existentes entre nós, mas cuja necessidade é patente: alasse especial de moucos ou duros de ouvido.
CLASSES DE MOUCOS
Sugeridas por Troeltsch, foi porém Hartmann quem teve o merito de ter demonstrado a necessidade de classes especiais ou classes auxiliares, para crianças com grande deficit auditivo.
Em Berlim, elas foram estabelecidas em virtude do deficit verificado pelos medicos escolares e sob o apelo dos diretores de que as crianças moucas não podiam acompanhar os estudos e que deveriam ser eliminadas.
Como a escola de moucos constitue uma necessidade para o nosso meio, vamos dar, em linhas gerais, como seria possivel a sua organização.
A principio, ha o problema de descobrir os moucos, sendo necessario vencer os preconceitos das crianças e dos pais contra a frequencia dessas classes especiais para alunos com defeitos. O numero de alunos nessas classes de moucos deve ser de 10 até 15 no maximo. Os bancos dessas devem ficar dispostos proximos ao professor.
O criterio para seleção das crianças para essas classes deve ser o seguinte: 1) crianças com audição de voz cochichada a distancia de 100-50 cm. podem acompanhar estudos em escolas de normais; 2) crianças com audição dessa voz em distancia menor que 50 cm. devem ser admitidas em classe de moucos ou receber ensino particular.
Essas crianças moucas devem ser submetidas a rigoroso exame por especialista na Clinica Escolar e fazer o tratamento quando houver necessidade afim de ser tratada a afecção que deu origem ao deficit auditivo.
Se o deficit for em tão alto grão que a criança não possa acompanhar o estudo nessas classes de moucos, deverá ser colocada em classes de surdos-mudos, nas quais são aproveitados os restos de audição ainda existentes e a instrução tambem se faz pela,leitura labial ou pela linguagem mimica. A escola de moucos deve ser frequentada só pelos moucos mentalmente normais. Os fins pedagogicos da escola de moucos estariam alterados si nestas fossem admitidas crianças de mentalidade anormal. Ao otologista escolar compete pois a seleção dos candidatos a estas escolas.
Os professores candidatos ao ensino nas escolas de moucos deveriam ser formados em institutos de surdos-mudos, enquanto não houver estabelecimentos pedagogicos especiais. Os métodos adotados nas escolas de moucos porém devem ser separados da escola de surdos-mudos, por limites bem definidos. A mimica, que em escolas de surdos-mudos nem sempre trás beneficios, traria os maiores prejuizos na escola de moucos. O ensino pela leitura dos movimentos dos labios que é muito importante nas escolas dos surdos-mudos, tem relevo nas de moucos, mas nestas tambem deve haver o ensino pela via acustica. O método de ensino para moucos, em grão adiantado varia conforme os autores.
Laubi recomenda a exclusão das crianças moucas incuraveis (¹/2 m. de ambos os dados para linguagem de conversação em tom alto para a mouquidão adquirida e 2 ms. para mouquidão congenita), aconselhando para estes o ensino em estabelecimentos de surdos-mudos.
A' vista cabe, como orgão substituto, um papel importante no ensino dos moucos. Para isso é exigido o estudo da plastica dos movimentos da fala e por alguns ainda um estudo de mimica. A vantagem dessas classes está no facto de poder o professor tratar cada criança, individualmente, de maneira segura. Alguns autores opinam que junto á escola de moucos deve ficar a clinica otologica escolar, que terá sob a sua jurisdição as escolas de crianças normais e as escolas de surdos-mudos.
Essa clinica especial para os moucos deve ter todos os recursos para o aperfeiçoamento dos metodos acusticos psicologicos. Competeria a essa clinica dar conselhos quanto a escolha da profissão dos moucos. Para o nosso meio, não julgamos necessario uma clinica especial para os moucos, junto á escola. A propria clinica escolar, dotada de todos os recursos materiais e aparelhagem adequada poderá fazer esse serviço especializado.
Hartmann, que muito estudou essas classes especiais na Alemanha concluiu que cidades de 150.000 a 200.000 habitantes já devem ter classes de moucos. Admite que, para cada 20.000 a 25.000 alunos corresponderia uma escola de moucos, com varias classes. Para nós, onde a população escolar é muito menos densa e onde a incidencia das afecções que trazem deficit auditivo é menor, julgamos não ser necessarias classes dentro dessas proporções.
O seu numero só poderá ser determinado após exame de grande numero de escolares, devendo ser selecionados os que merecessem as classes especiais.
Cremos que para o Estado de S. Paulo seriam necessarias umas 3 a 4 classes para a Capital e uma para cada cidade grande, como Campinas, Santos, Ribeirão Preto. Para cidades menores as crianças moucas mereceriam apenas especiais atenções da parte do professor, em classes de crianças normais, não devendo esquecer a sua adequada colocação em classe, junto ao professor, com o ouvido melhor voltado para este, em caso de diferença de audição entre os dois lados.
A primeira seleção de moucos feita em Berlim escolheu entre 23.000 alunos examinados apenas 45, dos quais 30 constituirarn duas classes entregues a professores especializados, sendo que 15 crianças tiveram a audição melhorada pelo tratamento do ouvido. Antes de terminam, cabe lembrar tambem a necessidade urgente de creação de escolas para surdos-mudos, hoje já em numero elevado.
Em São Paulo as 2 instituições particulares existentes não têm recursos para a sua manutenção, merecendo a sua encampação por parte do governo, com aproveitamento do pessoal técnico existente e ampliação de seus serviços. Este assunto de alto interesse não trataremos, pois é um tema importante só por si.
CONCLUSÕES
1) O ouvido tem enorme influencia no desenvolvimento inteletual, pois é por ele que a criança adquire quasi todos os seus conhecimentos na escola.
2) Em geral quanto maior for o deficit de audição, tanto mais prejudicado fica o desenvolvimento mental.
3) Investigações feitas em escolas na Alemanha e Austria confirmam, cor, numeros, esta asserção.
4) Numerosas estatísticas européas concluem que cerca de 25%, isto é, 1/4 dos alunos das escolas para normais são moucos definitivos.
5) Em nosso meio, temos a impressão de que as afecções auriculares não são tão frequentes e mesmo nas crianças doentes a função não é tão acentuadamente prejudicada.
6) Em nossa estatística., vemos uma maior frequencia de otites médias supuradas cronicas e agudas que sobre 6.313 matriculados figuram na porcentagem de 12,87% e 9,22% respectivamente. As afecções do ouvido em geral foram 2.518 (39,8%) sendo 3% de lesões irremoviveis. Portanto cerca, de 36% eram casos passíveis de cura ou melhora.
7) Em nosso meio, é relativamente pequena a porcentagem das inflamações catarrais do ouvido médio nas crianças escolares apesar dia grande frequencia das hipertrofias de amígdalas palatinas e das vegetações adenoides.
8) Providencias devem ser tomadas para sanar os prejuizos das crianças com deficit auditivo nas escolas: boa colocação em aula, proximo ao professor, com o melhor ouvido voltado para este.
9) Para crianças com deficit auditivo muito acentuado, é necessario instituir-se em nosso meio, classes especiais de moucos, com o maximo de 15 alunos, bem proximos do professor.
10) A escola de moucos deve ser frequentada só pelos moucos mentalmente normais pelo que cabe ao otologista a seleção dos candidatos.
11) Urge ainda creação em nosso meio de escolas de surdosmudos, com métodos de ensino especiais, sob a orientação de professores especializados.
12) O numero de classes de moucos será determinado após exame de grande numero de escolares, que são então selecionados.
DISCUSSÃO
Dr. Mario Ottoni de Rezende - Todos nós, muito embora não especializados em questões escolares, mas enormemente interessados pelas nossas questões sociais, que apresentam, ainda, deficiencias colossais, não deixamos de ver o esforço que fazem os srs. medicos escolares, para obterem uma distribuição dos alunos pelos cursos, com uma colocação adequada, afim de se conseguir o maximo de eficiencia.
Tive a ocasião de estudar esta questão em nosso Estado, que é um Estado que procura se encaminhar com notavel rapidez, após a revolução, e verifiquei que envez de andarmos para a frente, demos um passo atraz em questões de educação escolar.
Digo isso tanto mais francamente, quanto no ultimo Congresso Medico, tivemos ocasião de focalisar o estudo da assistencia escolar, durante 2 ou 3 sessões, em que todos os interessados expressaram seus modos de vêr e levamos, na ocasião, ao Secretario da Educação, naquele tempo o Dr. Altenfelder da Silva, em quadro sinótico, de como se devêra entender a distribuição da higiene escolar, não só na nossa Capital, mas em todo o estado de S. Paulo.
Este quadro foi trabalhoso, representou um esforço grande para que se conseguisse, só no ponto de vista garganta nariz-ouvidos, dar o esboço geral da compreensão de todo o seu conjunto.
O Dr. Secretario recebeu-o e guardou-o "carinhosamente" até hoje e as deliberações aprovadas pelo Congresso Medico naquela época, tiveram como resultado acabar com o pouco de higiene escolar, que existia ao lado da educação. Ora, não sendo compreensivel higiene escolar sem que os professores estejam integrados nela, pois são os que estudam as qualidades, os defeitos, as propensões dos alunos, não se entende como o Governo, ao em vez de realizar e emitar os, progressos adquiridos por todo mundo no assunto, teime em regredir em sua aplicação entre nós.
Dr. Paula Santos - Estou de pleno acôrdo com o Dr Paulo Sáes e Dr. Mario Ottoni, pois acho que devemos clamar sempre no mínimo por desencargo de consciencia. Ainda ha dias, fazendo uma palestra de propaganda sobre assunto correlato - a profilaxia das caries dentarias - frisamos que poderiamos tentar resolver o problema da seguinte maneira: uma parte competiria aos poderes publicos, outra aos particulares e ricos, sendo que aos proprios pais caberia parte da tarefa físcalizadora, coroada com o altruismo e dedicação da classe odontologica. De modo que mais uma vez eu penso que a semana deve renovar uma moção no sentido de chamar a atenção dos poderes publicos sobre o problema em fóco.
Dr. Paulo Sáes - (respondendo) - Agradeço os comentarios dos presados colegas, que com suas palavras estimularam a que se faça mesmo alguma cousa em prol da higiene escolar em nosso Estado.
1 Adjunto da Santa Casa. Especialista da Assistencia Escolar. Chefe da especialidade na Beneficiencia Portuguêsa.