Versão Inglês

Ano:  1988  Vol. 54   Ed. 1  - Janeiro - Março - ()

Seção: Artigos Originais

Páginas: 21 a 24

 

A OTOTOXICIDADE DOS AGENTES QUÍMICOS E SUA INFLUÊNCIA NA AUDIÇÃO DO TRABALHADOR*

Autor(es): Laís de Almeida Guedes**
Beatriz Urbano Nassar***
Lia Wagner Rizzo***

Resumo:
Os autores apresentam a influência de agentes químicos na audição de trabalhadores. Foi realizado um levantamento objetivando-se as possíveis substâncias químicas ototáxicas, demonstrando-se onde são encontradas e seus efeitos nocivos para a audição humana. Os dados encontrados neste trabalho demonstram a existência de substâncias químicas causadoras de prejuízo no sistema auditivo, tanto na sua porção periférica quanto central. Salienta-se a importância de um trabalho aprofundado nesta área, dadas as novas substâncias químicas que surgem a cada tino, nos ambientes de trabalho.

Introdução

Tem-se sabido que as condições dos ambientes de trabalho às quais os trabalhadores estão expostos são precárias, muitas vezes, provocando, assim, danos à saúde dos mesmos. Esta precariedade se deve às condições de trabalho, na maioria das vezes inseguras e insalubres.. (RIBEIRO e LACAZ, 1984).

Sendo assim, foi percebida a importância e a necessidade de serem realizados estudos e pesquisas nessa área, visando um aprimoramento destas condições. O estudo aqui apresentado irá se ater à influência dos agentes químicos na audição dos trabalhadores ligados g esta área.

Os trabalhadores, independentes de sua categoria ou função, estão expostos a uma série de substâncias químicas, cujas natureza, vias de introdução e efeitos nocivos sobre o organismo, muitas vezes, passam desapercebidos. Isto ocorre porque estas substancias agem de forma insidiosa, lenta, acumulando-se no organismo e produzindo efeitos a médio e longo prazos, que podem se fazer sentir em todo o organismo, atingindo desde uma função vital até um órgão. (RIBEIRO e LACAZ 1984).

1. Mecanismos de ação da ototoxicidade

Certas substâncias podem ser necessárias para a maturação e/ou função das células (ex: hormónios, vitaminas e minerais). Estas substâncias lesam ou comprometem a todo o organismo, a algumas células, aos componentes da célula, ou inibem processos bioquímicas. A ação e a eficácia da droga dependem de sua toxicidade seletiva, ainda que o efeito global seja benéfico. Toxicidade seletiva é o mecanismo pelo qual um microorganismo, célula, organóide ou processo bioquímico se lesam sem que afetem, do mesmo modo, os outros elementos do ambiente imediato (QUICK, 1982).

Estudos em microscópios revelam que o lugar que primeiro é lesado pelos agentes tóxicos no órgão vestibular são as células ciliadas da crista da ampola e da mácula do sáculo e utrículo.

Praticamente, o mesmo ocorre com o órgão de Corti. Nos estágios iniciais de toxicidade, as células ciliadas externas vão sendo lesadas progressivamente. Nos estágios finais, entretanto, as células ciliadas internas são destruídas e todo o órgão de Corti abalado, com degeneração das células de sustentação. A degeneração dos nervos e atrofia do gânglio-espiral podem ocorrer quando se atinge este estágio, (MAK LOWE, 1978).

2. Delimitação do problema

O presente estudo pretende mostrar quais as substâncias químicas que prejudicam a audição de trabalhadores que atuam em ambientes onde os mesmos estão presentes.

Devido à falta de dados bibliográficos referentes às substâncias químicas e seus possíveis danos a audição, serão abordadas apenas aquelas que já foram estudadas previamente, e que, portanto, forneceram os dados necessários a este estudo.

Assim as substâncias estudadas foram: arsênico, chumbo, dissulfeto de carbono, mercúrio e tricloroetileno.

Foram relacionados os seguintes itens: nome da substância, limites de tolerância, onde pode ser encontrada e efeitos nocivos.

Agentes químicos ototóxicos

O risco de intoxicação existe para os que produzem, embalam, armazenam, transportam ou utilizam produtos químicos. É sempre mais frequente na área de produção, onde a concentração é maior. É uma necessidade dos trabalhadores indentificar essas substâncias (o que normalmente não ocorre, aumentando o risco de prejuízos à saúde do trabalhador), conhecer suas vias de penetração, sua circulação e transformação no organismo, sua eliminação, os meios de evitar seu contato e de atender, nas emergências, as intoxicações agudas por elas provocadas.

Uma substância pode ter seu efeito potencializado quando associada a outra, ou quando em condições favoráveis eleva sua concentração em determinado ambiente. Pode atuar de forma aguda, provocando intoxicação até mortal, como pode se acumular no organismo, causando uma doença crônica, frequentemente irreversível e só diagnosticada depois de prolongada exposição (RIBEIRO e LACAZ, 1984).

Em se tratando da audição, pode-se dizer que o prejuízo se dá de uma maneira gradual e, quando percebido, esse já é um processo irreversível.

Sabe-se que uma exposição prolongada a solventes orgânicos pode causar prejuízo ao sistema nervoso central, bem como ao periférico, podendo resultar em alteração de função vestibular (L. BARREG GARD e A. AXELSSON - 1984).

Giraldi e col. em 1967 publicaram um artigo detalhado sobre os efeitos da toxicidade crônica em diversos trabalhadores industriais. Eles estudaram efeitos do dissulfeto de carbono, monóxido de carbono, benzeno, tetracloreto de carbono e outros compostos, e relataram transtornos vestibulares e cocleares, mas com predomínio dos vestibulares. Concluíram que estes produtos químicos lesam a substância nucleorreticular do talo encefálico.

Segue-se aqui um estudo das substâncias químicas ototóxicas, propriamente ditas:

Chumbo

- Limite de tolerância: 0,1 mg/m³ (miligramas por metro cúbico de ar).

- Onde é encontrado em grau máximo de insalubridade:

o Fabricação de compostos de chumbo, carbonato, arseniato, cromato minio, litargirio e outros.

o Fabricação de esmaltes, vernizes, cores, pigmentos, tintas, unguentos, óleos, pastas, líquidos e pós à base de compostos de chumbo.

o Fabricação e restauração de acumuladores, pilhas e baterias elétricas, contendo compostos de chumbo.

o Fabricação e emprego de chumbo tetraetila e chumbo tetrametila.

o Fundição a laminação de zinco velho, cobre e latão.

o Limpeza, raspagem e restauração de tanques de mistura, armazenamento e demais trabalhos com gasolina contendo chumbo tetraetila.

o Pintura a pistola com pigmentos de compostos de chumbo em recintos limitados ou fechados.

o Vulcanização de borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo.

- Encontrado em grau médio: Fabricação de porcelana com esmaltes de compostos de chumbo.

o Pintura e decoração manual (pincel, rolo e escova) com pigmentos de compostos de chumbo (exceto pincel capilar), em recintos limitados ou fechados.

o Tinturaria e estamparia com pigmentos a base de compostos de chumbo.

- Efeitos Nocivos:

Alterações das funções sensoriais, tais como: visão, audição, paladar e olfato; ambliopsia, edema da retina, neurite retrobulbar, escotoma, catarata, paralisia do músculo extraocular, papiledema e cegueira parcial ou total. Estudos feitos sobre os efeitos causados pelo monóxido de carbono, chumbo e dissulfeto de carbono, constataram deficiências auditivas nas faixas de 4.000 e 8.000 Hz. Trabalhadores expostos a fumos ou poeiras de chumbo, que demonstraram sintomas de intoxicação, não eram deficientes nos tons baixos de audição (abaixo de 51 Hz), levemente deficitários nos tons intermediários (500 - 2.000 Hz) e grandes deficitários acima de 2.000 Hz. Além disso, foram verificados dano de origem coclear que mostram per das apenas acima de 2.000 Hz; boa percepção sonora em frequência médias, mas com deficiência nas fai xas de baixa e alta frequência; pato logia retrococlear.

Mercúrio

- Limites de tolerância:

Na temperatura ambiente, o ar saturado com vapor de mercúrio pode conter até 20 mg. de mercúrio/m³ de ar, conforme a NR-15 da Portaria do MTb n. 3214/78.

- Onde é encontrado:

É encontrado na fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio. Portanto, verifica-se exposição deste em: agricultores, amálgamas, fabricantes de amálgamas dentais, fabricantes de aparatos elétricas, fabricantes de bactericidas fabricantes de barômetros, fabricantes de baterias de mercúrio, fabricantes de bronzeadores, caldeiras, fabricantes de cerâmicas, trabalhadores de cloro, fabricantes de cloreto de vinda, fabricantes de clorantes, dentistas, desinfetantes, fabricantes de drogas, fabricantes de eletrogalvanizadores, embalsamadores, fabricantes de explosivos, fotografias, fogos de artifício, fabricantes de fungicidas, fabricantes de inseticidas, fabricantes de instrumentos de calibração, fabricantes de instrumentos de mercúrio, laboratórios químicos, fabricantes de lâmpadas de arco de mercúrio, fabricantes de lâmpadas fosforescentes e de neon, refinadores de mercúrio, fabricantes de pesticidas, manipuladores de soda cáustica, termômetros e fabricantes de tinta.

- Efeitos Nocivas:

Locais: certos compostos de mercúrio são irritantes primários para a pele e as membranas mucosas.

A hipersensibilização alérgica é menos freqüente.

Vias de ingresso: inalação do vapor, absorção do metal e dos compostos orgânicos através da pele.

Generalizados: depois que o mercúrio penetra no corpo, principalmente através do ar respirado (pulmões) e/ou através da pele, ele circula no sangue e fica armazenado nó fígado, nos rins e nos ossos. É eliminado pela urina, fezes, suor, saliva e leite.

Na exposição aguda os pulmões são os órgãos mais atingidos pelos apores de mercúrio em altas contrações, podendo provocar irritação das vias respiratórias, bronquites insuficiência respiratória. Também pode produzir dores abdominais vômitos diarréias gengivites e dores renais.

A exposição crônica excessiva a diversos compostos orgânicos de mercúrio podem produzir uma ou ais das três características clássicas: gengivite (inflamação e sangramento das gengivas), tremores (nas mãos, braços e pernas), e instabilidade emocional (grande irritação, m reações violentas de raiva, depressão, dificuldade de raciocinar e alteração da personalidade). Tem-se verificado também dores de cabeça, insônia, perturbações digestivas, danos renais, dificuldades auditivas, restrição do campo visual e descoloração do cristalino.

A intoxicação orgânica se caracteriza por ataria, tremores, desartria, dificuldades auditivas, parestesia, instabilidade emocional e restrição do campo visual.

Geralmente, os sintomas demoram anos para desaparecer, mesmo depois do afastamento da fonte de exposição.

Após determinada fase, os sintomas não desaparecem mais.

Arsênico

- Limite de tolerância: 0,5 mg/m³ de ar.

- Onde é encontrado: extração e manipulação de arsênico e reparação de tintas à base de arsênico; fabricação de produtos parasiticidas; inseticidas e raticidas, contendo compostos de arsênico; pinturas a pistola com pigmentos de compostos de arsênico em recintos limitados ou fechados; produção de trióxido de arsênico; bronzeamento em negro e verde com compostos de arsênico; conservação de peles e plumas;. depilação de peles à base de compostos de arsênico; descoloração de vidros e cristais à base de compostos de arsênico; emprego de produtos parasiticidas; inseticidas e raticidas à base de compostos de arsênico; fabricação de cartas para jogar, papéis pintados e flores artificiais à base de compostos de arsênico; metalurgia de minérios arsenicais (ouro, prata, chumbo, zinco, níquel, antimônio, cobalto e ferro) operações de galvanotécnica à base de compostos de arsênico; pintura manual (pincel, rolo e escova) com pigmentos de compostos de arsênico em recintos limitados ou fechados, exceto com pincel capilar; empalhamento de animais à base de compostos de arsênico; fabricação de tafetá "siré"; pintura a pistola ou manual com pigmentos de compostos de arsênico ao ar livre.

- Efeitos Nocivos:

a) Irritação Primária: dermatite eczematosa do rosto e das dobras do corpo; úlceras da pele; conjuntivites; rinite; perfuração nasal; foliculite.

b) Absorção Prolongada: hiperpigmentação generalizada do tipo de "gotas de chuva"; queratoses prémalignas nas palmas das mãos e dos pés; perda do cabelo e distrofias de unhas; desenvolvimento de mal-estares; dores abdominais; debilidades; anorexia; perda de peso; gengivites e estomatites (podem ser devido à contaminação com telúrio); degeneração dos nervos periféricos (geralmente produz alterações sensoriais progressivas e perturbações motoras, assim como danos aos rins e ao fígado); perdas auditivas negro-sensoriais severas nas frequências altas, indicando problemas de ouvido interno; mudanças patológicas dos olhos; anormalidades a nível eletroencefalográfico.

c) Ingestão: gastroenterite violenta que pode ser seguida por nefrite, hepatite ou neurite, embora seja raro esse envenenamento na indústria.

d) Inalação: bronquite; laringite; rinite crônica associada a perfuração do septo.

Tri-cloro-etileno

- Limite de tolerância: de 270 a 540 mg/m³ por 3 a 7112 horas.

- Onde é encontrado: limpeza a seco; desengorduração de metais; refrigeração; curtume; têxtil; gráfica; borracha; pinturas; esmalte; tinturaria.

- Efeitos nocivos: potenciais visuais afetados: degeneração dos nervos cranianos (nervos trigênio, olfatório e facial em particular); sonolência excessiva; dor de cabeça; vertigem; inconsciência; ataque de epilepsia; intolerância patológica ao álcool; sinais de distonia vegetativa; problemas de impotência nos homens e de menstruação nas mulheres: problemas emocionais como apatia e inclinação a choro; perda auditiva perceptiva; bilateral, simétrica, em altas frequências, com queda começando em 2400 ou 3000 Hz, neuro-sensorial; câncer; irritação da pele; lesão do fígado; distúrbios do labirinto como diminuição da reação de excitabilidade do órgão vestibular nas provas calóricas e rotatórias; achados patológicos periféricos e vestibulares centrais.

Dissulfeto de carbono

- Limite de tolerância: 16 ppm ou 47 mg/m³.

- Onde é encontrado:

Indústrias de fibras de rayon pelo processo de viscose.

- Efeitos nocivos:

Efeitos dermatológicos, oftalmológicos, audiológicos, respiratórios, gastrointestinais, hepáticos, endócrinos, renais, hematológicos, cardiovasculares e neurológicos, polineurite, distúrbios gástricos, cefaléia, vertigem, debilidade sexual, tremores, miopatia, psicoses; alteração dos desempenhos de velocidade, atenção, habilidade psicomotora e inteligência; irritação, tensão, instabilidade, falta de autocontrole, esquecimento, cansaço, fraqueza e impotência; deficiência auditiva neuro-sensorial retrococlear; distúrbios vestibulares (MORATA, 1986).

Conclusão

Os dados da pesquisa mencionados neste trabalho demonstraram existir um prejuízo no sistema auditivo, tanto na sua porção periférica quanto central, na presença de substâncias químicas ototóxicas.

Como foi visto, a intoxicação pode se dar de várias formas e com substâncias encontradas em diferentes atividades. Isto demonstra que seria interessante uma pesquisa mais aprofundada nesta área, já que novas substâncias aparecem no mercado a cada ano. Quando se fala em danos que estas substâncias causam, considera-se as condições ideais de trabalho, sem fatores agravantes (temperatura, ruído, etc,), que provocariam uma acentuação do dano causado por elas.

Num trabalho prático, seria interessante existir um controle periódico da audição, feito por Avaliações Auditivas e Vestibulares.

Abstracts

The autors present the chemical ototoxic agenis influence in the hearing of workers. The research was about the possible chemical ototoxics substances, where they might be found and the injures for the human hearing. It was found that there are many chemical substances that injures the peripheral and central hearing wystem. It's very importam a research about this, just because the new chemical substances that appear in the work invironment each year.

Referências Bibliográficas

1. AXELSSON, Olav el - "Current aspects of solvent-related disorders". In ZENZ, C. (ed.) -Development in Occupational Medicine, Chicago Year Book Medical Publishers. 1980-páginas 237-248.
2. BARREGARD, L. & AXELSSON, alf - "In there an ototraumatic interation between noise and solvent?" - Scandinavian Au - diology" 13: 151-155, Suécia, 1984.
3. BRASIL - Leis, decretos e portarias - Segurança e Medicina do Trabalho, Manuais de Legislação Atlas, vol. 16, nona edição, 1984.
4. FABRE, RENE & TRUHAUT - Tratado de Toxicologia, Tomo 1, Madri, Paraninfo, 1976, páginas 211-222.
5. MARLOWE, FRANK I. - "Ototoxics Agents" - Otolaryngologic CGnics of North America, vol. 11, n°-. 3, Outubro, 1978-páginas 791-800.
6. MORATA, Thais Catalani - Saúde do Trabalhador: Estudo sobre a Exposição Simultânea a Ruído e Dissulfeto de Carbono, São Paulo, 1986, páginas 24 a 33.
7. ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD - Enfermidades Ocupacionales, México, cap. VI, 1969, páginas 115 a 177 e 221 a 222.
8. QUICK, Cedrick A. - "Efeitos de productos químicos y drogas sobre el oido interno" - Otorrinolaringologia - Oido 2 Paparella & Shumrick, Ed. Panamericana, Buenos Aires 1982, páginas 1790 a 1809.
9. REPKO, John D. e CORUN, C. Ronald - "Avaliação e retrospectiva crítica das sequelas neurológicas e comportamentais em razão da absorção de chumbo orgânico" - Revista Brasileira da Saúde OcupacionaV, n-°. 45, vol. 12 (Janeiro, Fevereiro, Março de 1984) - páginas 16 e 17.
10. RIBEIRO, Herval Pina & LACAZ, Francisco A. de Castro (org.) - De que adoecem e morrem os trabalhadores, São Paulo, DIESAT, 1984, páginas 105 e 108.




Endereço do autor:
Laís de Almeida Guedes
Al. dos Araés, 1.174 - Planalto Paulista - São Paulo - SP - CEP 04066 -Brasil

* Trabalho realizado na Faculdade de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
** Fonaudiológa do Hospital Beneficiência Portuguesa de São Paulo e do Centro de Diagnose em Otorrinolaringologia - Otorhinus em São Paulo. Formada pela Faculdade de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
*** Fonoaudiólogas formadas pela Faculdade de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Imprimir:

BJORL

 

 

 

 

Voltar Voltar      Topo Topo

 

GN1
All rights reserved - 1933 / 2024 © - Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial