Versão Inglês

Ano:  1999  Vol. 65   Ed. 5  - Setembro - Outubro - ()

Seção: Artigos Originais

Páginas: 390 a 395

 

Avaliação Auditiva em Músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Hearing Evaluation in Musicians of the Municipal Symphony Orchestra - São Paulo.

Autor(es): Flávia A. B. M. Namuur*;
Yotaka Fukuda**;
Ektor T. Onishi***;
Ronaldo N. Toledo****.

Palavras-chave: audiometria, emissões otoacústicas, músicos, zumbido, perda auditiva

Keywords: audiometry, otoacoustic emissions, musicians, tinnitus, hearing loss

Resumo:
Objetivo: O objetivo do nosso estudo é avaliar a audição e os transtornos auditivos em músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM/SP). Material e Método: Foi realizada a mensuração do som no local, durante o ensaio, com a intensidade sonora variando de 81.4 a 94.7 dBNPS de média, conforme a posição do decibelímetro no teatro. Os músicos estão expostos de 8 a 10 horas diárias de ensaio. Os autores aplicaram um questionário em 16 músicos e realizaram avaliação auditiva por meio de audiometria tonal, vocal e emissão otoacústica. Seis (38%) dos músicos apresentaram perda auditiva compatível com perda auditiva induzida por ruído (PAIR) através da análise dos resultados da audiometria e, dos 16 músicos, 11 (69%) deles possuíam emissões otoacústicas ausentes para freqüências agudas. Resultados: Houve mais alteração na emissão otoacústica do que na audiometria tonal. Transtornos auditivos, como zumbido e intolerância ao som intenso, presentes em dez músicos, podem existir mesmo sem alteração nos exames. Conclusão: Esses resultados permitem alertar os profissionais quanto aos riscos auditivos da exposição à música com som excessivamente intenso e orientá-los sobre um programa de conservação auditiva.

Abstract:
Purpose: The objectiv of our study is to evaluate the hearing and the hearing disturbs in musicians of the São Paulo Municipal Symphony Orchestra. Material and Methods: During rehersals were made sound measurements in the local, ranging from 81.4 to 94.7 dBSLP. The exposure period is around 8 to 10 daily hours of rehersals. The authors applied a questionary to 16 musicians and made hearing evaluation using conventional audiometry and otoacoustic emissions. Six (38%) of the musicians showed hearing loss compatible with noise - induced hearing loss through analysis of the results from audiometry and, from the 16 musicians, eleven (69%) had absent otoacoustic emissions to high frequencies. Results: There was more alteration in the otoacoustic emission than in the audiometry. Hearing disturbs like tinnitus and loud sound intolerance, present in ten musicians, can exist even without alteration in the exams. Conclusion: These results allow us to alert the professionals in relation to the hearing risks of exposition to very loud music and orientate them about a hearing conservation program.

INTRODUÇÃO

A presença de instrumentos musicais como algo importante na vida do ser humano é relatada através da história, mesmo antes das antigas civilizações romana e grega, período em que ocorriam grandes espetáculos nas suas arenas (teatros). Com a evolução, diversos tipos de instrumentos foram surgindo e outros se modificando, identificando-se assim o gênero musical com a época vivida. A orquestra, conjunto de 10 ou mais músicos instrumentistas, surgiu por volta do século XVI e, por volta do século XIX, constituiu-se como nós a conhecemos, havendo algumas mudanças desde então². Os instrumentos musicais de uma orquestra sinfônica atual são costumeiramente divididos em percussão, metais, madeiras, cordas e teclados.

O som agradável para nós durante a apresentação de um concerto é resultado de várias horas diárias de ensaios por parte dos músicos e, como conseqüência dessa exposição sistemática
a níveis elevados de pressão sonora, seus componentes podem apresentar alterações auditivas e/ou outras que possam vir a prejudicar sua vida.

O ruído em excesso pode lesar as orelhas de forma permanente e progressiva. Apesar de o ruído mais freqüentemente relatado como lesivo ser o industrial, qualquer fonte, por mais agradável que seja, com nível sonoro superior a 85 decibéis (c113), é prejudicial e, estando a pessoa exposta por períodos prolongados e diários, poderá haver uma perda auditiva sensorioneural inicialmente para altas freqüências, com um entalhe entre 3 KHz e 6 KHz, havendo uma variabilidade individual na susceptibilidade à lesão auditiva10.

Segundo o Ministério do Trabalho e Secretaria de Segurança do Trabalho, através da Portaria N.° 19 de 9/ 4/98, de 22/4/98, a definição de perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora é: " Qualquer alteração dos limiares auditivos do tipo sensorioneural, decorrente da exposição ocupacional sistemática a níveis elevados de pressão sonora, tendo como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. Sua história natural mostra, inicialmente, o acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais freqüências na faixa de 3 kHz a 6 kHz. As freqüências mais altas e mais baixas poderão levar mais tempo para serem afetadas. Uma vez cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva"5.

Há vários estudos descritos com o objetivo de investigar os efeitos nocivos à audição em diversas situações, como nos concertos de rock9, em discotecas", com o uso de walkman3 e trios elétricos6, 8.

Temos observado perdas auditivas freqüentes nos músicos, de modo que resolvemos realizar um estudo no sentido de avaliar a sua integridade auditiva e, assim, realizamos uma avaliação dos mesmos, que responderam a um questionário, e foram submetidos ao exame otorrinolaringológico, audiometria tonal, audiometria vocal e emissão otoacústica. Foi também realizada a medição do nível sonoro no teatro durante os ensaios. Portanto, o objetivo desse estudo foi o de medir o nível de ruído no teatro onde o ensaio e as apresentações são realizados, e avaliar a função auditiva por meio de audiometria tonal, vocal e emissão otoacústica nos músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e sua correlação com as queixas referidas por eles.

MATERIAL E MÉTODO

Foram avaliados 17 músicos da OSM-SP que, após explicação sobre o nosso estudo, compareceram voluntariamente durante o ano de 1998 na Disciplina de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP-EPM, sendo que 12 eram do sexo masculino; e cinco do sexo feminino. Entre os músicos avaliados, oito tinham entre 29 e 35 anos, oito entre 36 e 45 anos e um tinha 64 anos de idade. O tempo de atuação como músico variou de 10 a 52 anos. Desses músicos, dois tocavam violoncelo; dois, violino; dois, flauta; dois, clarinete; dois, oboé; um, contrabaixo; um, harpa; um, trombone; dois, trompete; um, trompa; e um, percussão.

Esses músicos foram submetidos a um questionário (Anexo 1). E foram realizados a seguir exame otorrinolaringológico e avaliação auditiva.

A audiometria tonal (via aérea nas freqüências de 250 Hz - 500 Hz - 1.000 Hz - 2.000 Hz - 3.000 Hz - 4.000 Hz - 6.000 Hz e 8.000 Hz e via óssea nas freqüências de 500 Hz -1.000 Hz - 2.000 Hz - 3.000 Hz - 4.000 Hz) e vocal (Speech Reception Threshold - SRT e índice de Reconhecimento de Fala - IRF) foram realizadas com audiômetro Maico MA 41.

Para a emissão otoacústica por produto de distorção, foi utilizado microcomputador 486 com programa GSI-60. O protocolo utilizado foi o DHMC com L1=L2 = 70dBNPS, Fl< F2, F2/F1=1,2. Na emissão otoacústica, foram excluídos todos com alteração na otoscopia (um músico).

Foi realizada medição do som durante o ensaio geral (Prelúdios de Debussy, Concerto para Piano n°- 5 de Beethoven e Tchaikovsky) no local, a uma distância de 50 a 80 cm dos instrumentos, utilizando um analisador de ruído 2260-A, B & K -Denmark (Figura 1). As medidas foram realizadas da seguinte forma: na frente dos instrumentos de percussão e metais, ao lado dos instrumentos de madeira, junto ao maestro e no meio do teatro. Foi usado o modo de resposta rápida (F), medido em decibel nível de pressão sonora (NPS), utilizando a escala decibel A, método de filtragem que se aproxima das características receptivas da orelha humana e é a escala mais utilizada em estudos envolvendo ruídos1.

RESULTADOS

Os dados obtidos foram analisados por meio da correlação da audiometria, emissão otoacústica, queixas auditivas e medição do som no local do ensaio.


ANEXO 1- anexo aplicado em 17 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.



O Gráfico 1 mostra as alterações auditivas presentes na audiometria tonal convencional.

O Gráfico 2 mostra as alterações presentes na emissão otoacústica; e na Figura 2, sua resposta.

O Gráfico 3 mostra a relação das alterações presentes n emissão otoacústica com audiometria.

O Gráfico 4 mostra as principais queixas referidas pelos músicos.

No Gráfico 5, relacionamos a presença de queixas referidas pelos músicos com alterações encontradas na audiometria e/ou na emissão otoacústica.

A Tabela 1 mostra a posição dos instrumentos musicais na orquestra durante o ensaio.

A Tabela 2 mostra o local onde foi realizada a medição do ruído, seu pico máximo, mínimo e a média.



Figura 1. Fotografia do decibelímetro 2260-A, B&K.



COMENTÁRIO

Entre os 17 músicos avaliados inicialmente, um apresentou perda auditiva do tipo condutiva, possuindo uma história de otites repetitivas e rinite alérgica com otoscopia alterada, mostrando uma importante retração da membrana timpânica ã direita, o que fez com que ficasse fora desse estudo. As demais perdas auditivas encontradas foram do tipo sensorioneurais para freqüências agudas, mais acentuadas na faixa de 4kHz e 6kHz em seis (38%) dos casos (Gráfico 1). Daqueles com alterações sensorioneurais, apenas um possuía idade superior a 60 anos (64 anos); e os demais, com idade inferior ou igual a 45 anos.



Gráfico 1. Resultado dos achados da audiometria em 16 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.



Gráfico 2. Resultado dos achados da emissão otoacústica em 16 músicos da orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.



Gráfico 3. Resultado dos achados da emissão otoacústica e sua relação com a audiometria em 16 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.



TABELA I- Posição dos instrumentos musicais na Orquestra Sinfônica Municipal- SP, durante os ensaios:



Gráfico 4. Resultado das principais queixas relatadas por 16 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, segundo resposta de questionários a que foram submetidos.





Gráfico 5 (5-A; 5-B; 5-C ). Resultado das principais queixas relatadas por 16 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e sua relação com alterações auditivas encontradas na emissão otoacústica e/ou audiometria.



TABELA II- Medição do som com analisador de ruído tipo 2260-A (B&K), entre 50 e 80 cm de distância dos instrumentos, e no meio da platéia.



Figura 2. Exemplo das respostas da emissão otoacústica dos 16 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.



Durante todos os ensaios, foram realizadas medições do som, que variou de acordo com a localização do decíbelímetro. De acordo com o que foi relatado pelos músicos que participaram desse estudo, eles têm um tempo mínimo como profissional de 10 anos e máximo de 52 anos, ensaiando no teatro de segunda a sexta-feira e estando expostos a pelo menos 30 horas semanais (seis horas diárias) de ensaio em grupo, duas a quatro horas diárias de ensaios individuais e / ou com grupos de instrumentos (exemplo: só metais), além das apresentações que ocorrem, em geral, nos finais de semana. Durante os ensaios, fazem intervalos de 30 minutos pela manhã e à tarde, além de um intervalo de uma hora para o almoço. Nos ensaios e apresentações, a intensidade média a que o grupo está exposto é de 85.8dBNPS, quando a medida foi realizada no meio do palco, no local do maestro durante ensaios da Orquestra. Essa intensidade sofre variações na média de 81.4 a 94.7 dBNPS, de acordo com o local em que se encontra o músico e o instrumento tocado (Tabelas 1 e 11). Considerando que uma exposição sonora superior a 85dB por pelo menos oito horas diárias, pode ser lesiva à orelha humana, e que a perda auditiva mais encontrada foi sensorioneural para freqüências agudas, ao considerarmos o nível do ruído dos instrumentos na posição em que os músicos estão e o tempo de ensaio a que são submetidos, podemos supor que essa perda auditiva possa ser em decorrência cio excesso de ruído a que eles estão expostos.

Kemp4 descreveu as emissões otoacústicas como de grande importância para detectar precocemente lesões cocleares.

As emissões são registradas com limiar normal ou perda auditiva inferior a 30 dB7. Nesse estudo, observamos que 11 (69%) dos músicos possuíam emissão otoacústica alterada; e cinco (31%), dentro dos padrões de normalidade (Gráfico 2). Quando comparamos as alterações presentes na emissão otoacústica com a audiometria, constatamos a presença de cinco (31%) dos pacientes com audiometria dentro dos padrões de normalidade (Gráfico 3), mas com alterações na emissão otoacústica para freqüências altas, pois o limiar de detecção das emissões chega a ser mais baixo que o próprio limiar audiométrico em aproximadamente 10c113, o que nos levou a considerar como de importância fundamental a realização da emissão otoacústica como teste para diagnóstico precoce.

Os transtornos auditivos que acometem a profissionais cujo trabalho está ligado à presença constante de níveis elevados de pressão sonora durante sua jornada de trabalho muitas vezes surgem antes que possamos comprovar efetivamente, através de testes auditivos, uma perda auditiva. No questionário a que foram submetidos, os músicos relataram suas principais queixas, sendo o zumbido a queixa mais freqüente, que apareceu em sete (43%) músicos, seguido de intolerância ao som intenso em três (19%); e seis (38%) não apresentavam qualquer queixa auditiva (Gráfico 4).

Ao relacionar as queixas auditivas com os achados audiométricos observamos que:

1 - Dos sete músicos com zumbido como queixa principal, quatro apresentavam audiometria normal.
2 - Dos três com intolerância ao som, todos possuíam audiometria normal.
3 - Dos seis músicos que não apresentavam queixas, três possuíam audiometria alterada.

E, ao relacionar as queixas auditivas com os achados da emissão otoacústica, observamos que:

1- Dos sete músicos com zumbido como queixa principal, 4 tinham emissão otoacústica alterada, sendo que um deles com audiometria normal.
2 - Dos três com intolerância ao som, dois tinham emissão otoacústica alterada com audiometria normal.
3 - Dos seis músicos que não apresentavam queixas, cinco possuíam emissão otoacústica alterada (Gráfico 5).

Considerando esses dados, observamos que a alteração auditiva, mesmo presente, pode não ser percebida e relatada; e o inverso também existe, onde o músico que está exposto a níveis elevados de pressão sonora pode vir a apresentar queixas auditivas, tais como zumbido e intolerância ao som, mesmo com os exames normais.

Ao analisar a quantidade de ruído a que os músicos da OSM-SP estão expostos durante o ensaio, temos que considerar alguns fatores como: tempo de exposição e intensidade sonora do instrumento e/ou grupo de instrumentos. Constatando a quantidade de horas de ensaio (8 a 10 horas diárias), a proximidade dos instrumentos e o local dos ensaios, muitas vezes inadequados em relação à acústica e, considerando que a intensidade média dos instrumentos ficou entre 81.4 dB (A) e 94.7 dB (A) e o pico máximo foi de 115 dB (A) nos instrumentos de percussão (Tabela II), podemos concluir que a conscientização desses profissionais sobre os riscos auditivos da exposição à música excessivamente intensa é fundamental, para que possa haver um programa de conservação auditiva, direcionado não amenas aos músicos individualmente, mas para toda a equipe, élusive no sentido de melhorar a qualidade acústica do local de realização dos ensaios, pois o nível elevado de pressão sonora proveniente da música, ao atingir a cóclea, leva a uma diminuição temporária do limiar (TTS) após a exposição ao som, e essa constância pode levar a uma lesão irreversível, além de acarretar outros transtornos, auditivos ou não.

CONCLUSÃO

O resultado do presente estudo permite concluir que:
1 - Seis (38%) dos músicos apresentaram perda auditiva compatível com perda auditiva induzida por ruído (PAIR), através da análise dos resultados da audiometria; e, das 16 músicos com otoscopia normal, onze (69%) deles possuíam emissões otoacústicas ausentes para freqüências agudas, sendo cinco com audiometria normal, observando uma maior sensibilidade na emissão otoacústica.

2 - Zumbido foi a principal queixa auditiva, estando presente em sete (43%) dos músicos, seguido de intolerância ao som intenso em três (19%) músicos, sendo que desses dez músicos, quatro apresentavam exames normais sem alterações na audiometria e na emissão otoacústica.

3 - Houve mais alteração na emissão otoacústica do que na audiometria tonal; e transtornos auditivos, como zumbido, podem estar presentes mesmo sem alteração nos exames. 4-Na maior parte do ensaio da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, o nível sonoro estava acima de 85 dB. Essa intensidade sofre variações na média de 81.4 a 94.7 dBNPS, de acordo com o local em que se encontra o músico e o instrumento tocado (Tabelas I e II), estando os músicos expostos de 8 a 10 horas diárias de ensaios.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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* Fonoaudióloga da Disciplina de Otorrinolaringologia da UNIFESP-EPM.
** Professor Associado, Livre Docente e Chefe da Disciplina de Otorrinolaringologia da UNIFESP-EPM.
*** Mestrando da Disciplina de Otorrinolaringologia da UNIFESP-EPM.
**** Residente da Disciplina de Otorrinolaringologia da UNIFESP-EPM.

Trabalho desenvolvido na Disciplina de Otorrinolaringologia do Departamento de Otorrinolaringologia e Distúrbios da Comunicação Humana da UNIFESP-EPM. Apresentado no 34° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, realizado em Porto Alegre /RS, de 18 a 22 de novembro de 1998. Endereço para correspondência: Flávia B. Namur - Rua Nova York 124 - Brooklin - 04560-000 São Paulo /SP - Telefone: (Oxx11) 5051-7308 / 253-6611.

Artigo recebido em 3 de agosto de 1999. Artigo aceito em 9 de agosto de 1999.

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