Associação Médica Brasileira
Autor(es): Nelson Proença - Presidente
Colega,
Após árduo trabalho de revisão, a Associação Médica Brasileira colocou em vigor a nova Tabela de Honorários, a partir do mês de outubro último. De sua organização participaram todas as sociedades científicas, as federadas, os sindicatos, os conselhos, além dos próprios médicos, individualmente, todos com liberdade para enviar sua colaboração à comissão especialmente constituída.
Pretendem os médicos que esta seja a tabela mínima de honorários, abaixo da qual a remuneração estará aviltada. É preciso destacar que o Conselho Federal de Medicina acaba de recomendar a todos os médicos brasileiros sua utilização, conforme nota oficial divulgada em 11 de janeiro p.p.
Chegamos agora ao momento mais difícil da trajetória: o de sua implantação de fato, em todo o país. Os obstáculos que iremos enfrentar, para que isto se efetive, são imensos Da parte dos contratadores de serviços médicos, recebemos uma inesperada negativa, quando tudo indicava que poderia ocorrer um entendimento.
O caminho que nos resta é o da união e o da luta.
São tão diversas as características regionais e locais, da classe médica, tanto quanto a sua unidade como quanto a sua combatividade que seria fantasioso esperar um movimento de caráter nacional e unitário, neste momento.
O que precisamos é iniciar a luta em cada Estado da Federação, com o apoio das entidades médicas, inclusive sociedades científicas, para que aí seja adotada a Tabela de Honorários. Em cada Estado ela pode e deve ser iniciada, desde já, em cidades com tradição de luta, para depois ser estendida às demais.
Os Estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul já adotaram a Tabela de Honorários da AMB, como única a ser utilizada e estão com seu movimento praticamente consolidado. O mesmo ocorre no Oeste Catarinense, de economia essencialmente rural, onde a classe se desvinculou do Prev-Rural. Os anestesistas de todo o Brasil já determinaram a sua Sociedade que estruturasse movimento no mesmo sentido, o que efetivamente já ocorreu em seis unidades da Federação.
Cada Estado possui cidades onde a classe tem demonstrado grande combatividade. Santos, São José do Rio Preto e Bauru, em São Paulo; Blumenau e Joinville, em Santa Catarina; Londrina, Cascavel e Ponta Grossa, no Paraná; Campos, Teresópolis e Cabo Frio, no Rio de Janeiro; Campina Grande e João Pessoa, na Paraíba; Maceió, em Alagoas; Juiz de Fora, Uberlândia e Uberaba, em Minas Gerais; e tantas e tantas outras poderiam iniciar imediatamente seu movimento em defesa da dignidade profissional, para, com suas vitórias, servirem de exemplo a todas as demais.
É preciso que cada médico compreenda que a Tabela de Honorários da AMB não será implantada de cima para baixo, por algum tipo de ato normativo. Ela terá de ser conquistada, arduamente a partir das bases, pela união e com espírito de luta.
Neste momento fazemos, a todos os médicos, uma só convocação: DEFESA PROFISSIONAL, JÁ!