Ano: 1934 Vol. 2 Ed. 6 - Novembro - Dezembro - (7º)
Seção: Revista das Revistas
Páginas: 535 a 551
REVISTA DAS REVISTAS - parte 1
Autor(es):
Archives of Otolaryngology
Vol. 20 - N.° 1 - Julho, 1934.
(U. S. A.)
WALTER DANDY (Baltimore) - Molestia de Menière - Pag. 1.
Faz o A. um estudo da frequencia, idade, sexo, duração e carater dos ataques, tipo de vertigem, perturbações da funcção do ramo auditivo e diagnostico diferencial da molestia de Menière. Depois descreve o tratamento cirurgico, que consiste na secção do nervo auditivo.
Nas suas conclusões assim manifesta-se:
São examinados 42 casos de molestia de Menière; nesta serie, a molestia ocorreu mais de duas vezes em homens de que em mulheres, e duas vezes mais frequente no lado esquerdo de que no direito.
O sintoma inicial foi vertigem, surdez e tinitus em igual percentagem; são enumerados e discutidos os sintomas basicos e acessorios; são discutidos o carater e o diagnostico diferencial da molestia.
A molestia de Menière pôde ser curada pela secção total do nervo auditivo; não houve ataques subsequentes em nenhum dos casos operados.
A secção parcial do nervo, quer dizer, a divisão parcial do ramo vestibular foi realisada em tres casos; os resultados foram identicos apesar de termos sómente 14 e 20 meses de experiencia com estes ultimos; a audição, naturalmente foi poupada nestes 3 ultimos casos. É de se esperar que a secção parcial nos periodos precoces, evite a perda da audição como é fatal quando o caso é abandonado.
L. B. BERNHEIMER (Chicago) - O indice côr no septo nasal - Pag. 31.
Critica o autor um recente trabalho de Jarvis, no qual este pretende estabelecer relações entre a côr da mucosa do septo e perturbações da balança acido-basica do sangue. Discute o mecanismo da rinite vasomotora, apresenta o resultado de estudo concernentes a efeitos de sais; compostos organicos e hormonios; depois, apresenta uma tabulação da côr do septo com molestias vasculares demonstradas.
Conclue o A. que a circulação vasomotora do nariz é mantida por nervos vasomotores e por agentes quimicos; a balança é instavel; pouco se conhece de sua anatomia e de sua fisiologia.
Alguns sais, hormonios e vitaminas tem efeito demonstravel no mecanismo vasomotor do nariz, tanto em pacientes normais, como com rinite vasomotora. Os efeitos demonstrados são porém transitorios.
Na opinião do A., não ha relação entre a côr do septo nasal e diversas molestias do aparelho circulatorio.
Nota do analista - Eu tenho pessoalmente modificado o tipo de alimentação em doentes portadores de rinite vasomotora, dando hidratos de carbono a doentes que se alimentavam quasi que só de alimentação alcalogena; aliás, esta materia já me serviu de assunto para uma comunicação á Associação Paulista de Medicina. A experiencia que temos de mais duas dezenas de doentes, dá-me o direito de não aceitar o pessimismo do autor do artigo, porque em muitos doentes verifiquei que os preceitos de Jarvis tinha seu fundamento pratico.
J. R. LINDSAY - Colesteatôma associado á perfuração isolada da membrana de Shrapnell - Pag. 47.
Apresenta o A. três casos de perfuração isolada da membrana de Shrapnell, ilustrada com diferentes tipos desta condição.
O primeiro caso diz respeito a um grupo onde aparece uma historia de um longo comprometimento tubario e repetidas supurações do ouvido medio, e nos quais o colesteatôma do atico teve lugar secundariamente á alterações inflamatorias, e onde tambem a perfuração de Shrapnell é aparentemente o resultado de previa supuração generalisada do ouvido medio; a frequencia com que aparece esta condição nos dois lados confirma o ponto de vista de que o colesteatôma é secundario.
O segundo caso não é comum, porque é evidente a origem primaria do colesteatôma. Como ha raramente oportunidade de observar tais casos, antes ou na ocasião na qual o colesteatôma, levanta-se a questão si o colesteatôma do ouvido é tão raro como se supõe primariamente.
O terceiro caso é um tipo comum, cuja etiologia é evidente.
EDWARD CECIL SEWALL (San Francisco) - Operação externa fronto-etmoido-esfenoidal - Pag. 57.
Diz o A. que restringe extraordinariamente as indicações sinusais por via externa, porque está convencido de suas imperfeições. Resalta principalmente a enorme dificuldade que se tem em manter uma bôa drenagem para o seio frontal, porque a invasão de tecido conjuntivo em geral, acaba por obliterar o respectivo ostium. Faz um ligeiro apanhado das plasticas de mucosa que pretenderem resolver este problema, para terminar descrevendo uma tecnica por ele ideada e a qual atribue resultado muito satisfatorio. Não é possivel resumir a sua descripção, porque para comprehendê-la, é necessario que se siga as gravuras; não deixa de ser interessante para quem conhece as decepções da cirurgia externa dos seios nasais.
Dr. FRANCISCO HARTUNG.
Annals of Otology, Rhinology and Laryngology
Vol. 43 - N.° 3 - Setembro, 1934.
(U. S. A.)
J B. NEAL, H. V. JACKSON, E. APPELBAUM - Estudo sobre meningites secundarias á infecção otitica ou sinusal - Pag. 658.
De um conjunto compreendendo um total de 62 observações pessoais de meningites variadas, os AA. estudam mais particularmente 231 casos de meningites secundarias á processos otorinogenicos. O agente causal mais frequente foi o streptococus (121), seguindo-se o pneumococus (75), o B. Influenziae (20), o estafilococus (7), o stretothrix (3), o B. coli (2) e o B. Friedlaender (2). Em quadros especiais os AA. mostram que entre os streptococus, mais frequente se mostrou a variedade S. hemolitico, ao passo que dos pneumococus, o tipo III foi o mais encontradiço. De todos estes casos, apenas 16 regrediram até a cura (9 por streptococus, um pelo B. influenciae, um por stafilococus, um pelo B. Friedlaender e um por associação stafilo-meningococus).
No que diz respeito á sintomatologia, os AA. repetem mais ou menos o que se lê nos livros classicos, insistindo sobre a cefaléa como sinal precóce, de capital importancia, para o diagnostico da meningite em seu periodo inicial. Ao liquor dão papel importante não sómente para o diagnostico etiologico como tambem para o prognostico, baseado este nas modificações sucessivas da formula citologica e nas alterações fisico-quimicas. Sob o ponto de vista terapeutico, mostram-se entusiastas da intervenção precoce, radical, sobre o fóco infeccioso primario e das drenagens do espaço aracnoidiano, seja pelas funcções raquideanas ou pelas puncções locais. A drenagem forçada, segundo o metodo proposto por Kubie, não deu nas suas mãos resultados convincentes. Estas providencias terapeuticas devem ser usadas precocemente, desde a aparição da cefaléa ou de outro sinal indicador de acometimento intra-craneano. Em tais circunstancias, mesmo que o liquor apenas apresente ligeiras alterações cito-fisico-quimicas, a indicação operatoria é formal. Esta deve ser praticada sem esperar o resultado do exame bacterioscopico do liquor, mesmo porque muitas vezes, em tais eventualidades, o liquor embora fortemente alterado (polinucleose franca) é aseptico.
Os AA. mostram cepticismo quanto ás virtudes terapeuticas dos sôros e vacinas. As vacinas autogenas, mais indicadas, têm o inconveniente da preparação demorada, o que impede seu emprego nas meningites, geralmente processos de evolução rapida. A medicação intra-raquideana pelas substancias quimicas (violeta de genciana, acri-violeta, acri-flavina) não deu os resultados esperados. As injeções medicamentosas intra-carotidianas, preconizadas por alguns investigadores, ocasionaram, em alguns casos de Neal, Jackson e Appelbaum, tromboses de vasos cerebrais.
ANNA W. WILLIAMS - Bacteriologia das meningites secundarias á otite media e infecções correlatas - Pag. 667.
Aproveitando o mesmo material utilizado para o trabalho de Neal, Jackson e Appelbaum publicado na mesma revista, a A. faz considerações sobre a frequencia das meningites septicas otogenas, insistindo sobre a ação patogenica dos germens mais frequentemente encontrados (streptococus hemolitico, pneumococus tipo III e B. influenziae), sobre as dificuldades que apresenta o exame bacterioscopico e sobre a necessidade de provas culturais e de outras tendentes a estabelecer com exactidão a especie do agente causal. A proposito destas ultimas provas, aborda, baseada em estudos pessoais, a questão da soroterapia especifica.
A. A. EGGSTON - Via de infecção em meningite supurativa - Pag. 672.
O A. baseia seu trabalho em abundante material constituido por observações pessoais feitas no Manhattan Eye, Ear, Nose and Throat Hospital", durante o periodo compreendido entre 1926 e 1933 inclusive. Nesse lapso de tempo ocorreram nesse hospital 363 casos de morte, dos quais 177 (48,8%) provocados por acidentes intra-cranianos (110 meningites, 53 meningites e abcessos cerebrais, 14 abcessos cerebrais) consequentes a processos inflamatorios do aparelho auditivo (127), dos seios para-nasais (36), dos seios cavernosos (8) e de outras afecções (osteomielites - 23). Nesse mesmo periodo o A. apenas observou 18 casos de cura (8 casos de meningite e 10 de abcesso encefalico).
No presente trabalho o A. estuda, á luz dos dados fornecidos pela autopsia de alguns dos pacientes, as principais vias seguidas pelo processo infeccioso para atingir as orgãos contidos no estojo craneano. Uma parte interessante, é a que estuda o mecanismo da trombose do seio cavernoso, partindo a infecção, seja da face e das cavidades para-nasais, seja do conjunto auditivo. Neste ultimo caso, a infecção se propaga pelas veias petrosas e como estas são eferentes em relação ao seio cavernoso, a infecção caminha em sentido contrario á circulação sanguinea. Para mostrar a via de propagação das infecções da face e das cavidades paranasais, o A. reproduz o ótimo esquema de Turner e Reynolds, que mostra a distribuição das veias tributarias do seio cavernoso.
Depois de passar em revista as vias de propagação mais provaveis das infecções oto-rino-laringologicas, o A. ilustra seu trabalho com a exposição detalhada de um de seus casos, particularmente grave, no qual o paciente apresentou sucessivamente otite, mastodite, abcesso peri-orbitario, trombóse de quasi todos os seios venosos do encefalo e osteo-mielite difusa dos ossos do craneo. A morte se deu por sincope respiratoria atribuida pelo A. á compressão bulbar exercida pelo processo osteo-mielitico do ocipital. Interessante notar que essa sincope se deu pouco tempo depois de uma puncção lombar com retirada de grande quantidade de liquor. O A. julga que as modificações hidrodinamicas provocadas por essa puncção, tenham apressado o exito letal.
J. G. DWYER - A conduta atual no tratamento das meningites - Pag, 689.
Durante 37 anos, o A. teve ocasião de observar 384 casos de meningites de natureza variada, dos quais apenas 60 regrediram até a cura. Em dois destes ultimos casos, a cura foi espontanea, sem auxilio de qualquer terapeutica. O A. expões os varios tratamentos tentados, classificando-os em: a) cirurgico, compreendendo a remoção do foco infeccioso e o tratamento da meningite pela abertura das meningis e puncções; b) quimico; c) serologico; d) fisico, pelas injecções de soluções hipotonicas associadas a puncções repetidas; e) combinado, consistente na associação destes varios recursos terapeuticos.
Infelizmente o A. não nos diz quais foram, nos seus casos de cura, os processos terapeuticos empregados, de modo que este trabalho, simples exposição, não permite conclusões definitivas sobre a melhor conduta a seguir nos casos de meningite. Aliás o proprio A. reconhece as dificuldades ou melhor, a impossibilidade de manter uma conduta uniforme, rigida, nestes casos por quanto alguns beneficiam, ao passo que outros não aproveitam com um mesmo tratamento. É o que acontece, por exemplo, com a soroterapia cuja eficiencia, notavel nos casos de meningite meningococica, é nula ou quasi nula em todas as outras variedades de meningites.
L. S. KUBIE - Drenagem forçada para o tratamento das meningites secundarias ás infecções do ouvido e seios - Pag. 694.
A drenagem forçada do encefalo é baseada nos trabalhos experimentais de Weed, os quais demonstraram que o volume do liquido cefalo raquideano e consequentemente, a pressão intracraneana, podem ser modificados pelas variações da pressão osmotica do sangue. Em outras palavras, Weed mostrou que, durante a fase de hipotensão provocada experimentalmente, a administração de grandes quantidades de soluções hipotonicas provoca a hiperformação de liquor. Este autor mostrou ainda que, nestes condições, o liquor não se forma somente a custa da maior atividade dos plexus coroides, mas tambem por um intenso fenomeno de transudação através dos capilares sanguineos de todo o encefalo. Nestes fátos baseia Kubie o processo de drenagem forçada.
Para a execução do processo retira-se, por puncção sub-ocipital ou lombar, lentamente, a maior quantidade possivel de liquor; provoca-se assim uma hipotensão consideravel. Em paciente agitados ou semi-inconscientes, a execução deste primeiro tempo, por ser um tanto dolorosa, necessita o emprego de sedativos e hipnoticos. Quando aparecerem a cefaléa intensa e os vomitos - indicios de que já é apreciavel a hipotensão intra-craneana - administra-se a solução hipotonica (cloreto de sodio a 4,5 por mil) na quantidade de um a três litros durante o tempo de uma a três horas. A agulha punccionadora deve ser conservada no local; a colheita de liquor deve ser feita sem aspiração. Como o processo requér que o paciente seja mantido, durante algumas horas, em uma mesma posição, o A. mandou construir uma mesa especial, com uma janela na parte correspondente á região lombar. Em casos excepcionais, quando ha necessidade de uma drenagem mais rapida, é conveniente injectar qualquer das chamadas substancias liquorogenas (pitressin ou qualquer outro extrato pituitario) o que aumenta consideravelmente a formação do liquor. As soluções hipotonicas podem ser administradas por qualquer via; nos casos urgentes é preferivel a via endovenosa.
O metodo deve ser usado tanto antes, como depois da intervenção cirurgica. O autor o usou em 10 doentes, dos quais apenas cinco sobreviveram. Existem algumas contra-indicações (afecções cardio-renais, bloqueios dos espaços aracnoidianos, abcessos encefalicos.). Nos casos de septicemias tambem este recurso terapeutico não deve ser empregado, em vista do perigo da dessiminação do agente patogeno no parenquima nervoso.
L. W. DEAN e D. WOLFF (St. Louis) - Patologia e vias de infecção nas labirintites secundárias á otites médias.
Os AA. depois de apresentarem e descreverem numeroso material em que estudam a medula ossea peri-labirintica e as possibilidades de infectarem o labirinto quando doentes, caso não sejam, os fócos, por ela formados completamente removidos. Concluem pela existencia de relações intimas entre estes espaços medulares do osso petreo e o endostio do labirinto e pelos perigos decorrentes da infecção destas estruturas osseas.
O melhor meio de se prevenir uma labirintite supurada é operar e drenar, na ocasião propicia, estas áreas osseas quando estejam infectadas. O melhor tratamento da labirintite é o preventivo. A drenagem do ouvido médio e da medula ossea infectada, feita a tempo será o procedimento util; infelizmente, tal intervenção quando praticada fóra de tempo, ao envez de prevenir, provocará a labirintite. De acôrdo com estas idéas, se estivermos á braços com uma otite média agúda virulenta e progressiva, com labirintite e meningite, a operação será mais nociva que util, pois que o organismo não será capaz de limitar o processo e o traumatismo operatorio só apressará o desenvolvimento da infecção.
Os AA. consideram, por fim, os fenomenos de labirintismo: diminuição da audição, nistagmo, vertigens, observadas nas otites agúdas, sobretudo nos chamados catarros serosos agúdos, que desaparecem, prontamente, pela drenagem da cavidade timpanica, seja pela abertura da trompa de Eustaquio, seja pela paracentese.
SAMUEL J. PEARMAN ( Chicago) - Orgão de Jacobson: anatomia, tamanho, microscopico e comparativo, com algumas observações sobre sua função - Pag. 739.
O orgão de Jacobson existe provavelmente nos peixes, seguramente nos anfibios, reptis e mamiferos. Seu desenvolvimento varia muito, desde a ausencia em algumas fórmas adultas, tais como nos passaros, até a atrofia como nos homens. Quando ausente ou atrofico, existe evidencia de sua existencia nas fórmas embrionarias da vida. O orgão faz parte de um sistema olfativo completo. Este sistema consiste em um orgão terminal, o orgão vomero-nasal, contendo um neuro-epitelio do qual o componente principal é uma celula olfativa tipica. Estas celulas terminam em axones, que formam um grupo especial de fibras olfativas, o nervo vomero-nasal. Este nervo termina num bulbo olfativo acessorio designado, de acôrdo com Mc Cotter, tuberculo vomeronasal. A função deste curioso orgão olfativo não é conhecida.
J. M. SOBOL (Nieshin) - (Ukrania) - Linfo-granulomatose e sua significação no diagnostico das molestias do anel de Waldeyer - Pag. 851.
Ha razão para se supôr que uma fórma circunscrita de linfogranulomatóse possa ser descoberta facilitando o dignostico precoce da molestia. Em muitas circunstancias é muito dificil diferenciara linfo-granulomatóse do anel de Waldeyer dos tumores malignos; nestes casos a biopsia será indicada. A intervenção cirurgica, combinada com a roentgenoterapia é, até o presente, o tratamento mais racional.
Dr. OSWALDO LANCE
The Journal of Laryngology and Otology
Vol. XLIX - N° 8 e 9 - Agosto e Setembro de 1934.
(Londres)
J. P. STEWART (Edinburgo) - Tuberculoma do cerebro associado com molestia do ouvido - Pag. 493.
Neste trabalho o A. passa em revista a bibliografia do tuberculoma do cerebro e descreve uma observação de tuberculoma complicando um caso de mastoidite tuberculosa. Nesta observação é indicada a via pela qual a afecção se propagou do fóco primitivo. A propagação foi direta e não como habitualmente, pela via sanguinea. O A. estuda o diagnostico, o prognostico e o tratamento pela descompressão seguida de aplicações de raios ultra-violetas.
P. C. H. SANDER (Port Said) - Dois casos de paralisia facial "a frigore", curados pela descompressão - Pag. 503.
Os estudos sobre a patologia e o tratamento da paralisia espontanea do nervo facial, não deram, até hoje, resultados muito satisfatorios. Neste trabalho o A. menciona as observações de 2 pacientes, para os quais a paralisia foi causada pelo frio e que foram curados pela descompressão do nervo no canal de Fallope. O A. lembra a opinião de Charles Ballance e de Duel em favor deste metodo. Lembra que a associação das paralisias com as molestias dos ouvidos, nem sempre é diagnosticada e faz resaltar que esta relação deveria ser melhor estudada como fator etiologico principal. Diz, ainda, não ser necessaria uma infecção grave, para que a paralisia se produza. Recomenda, em todos os casos, exame cuidadoso do ouvido.
ARTHUR W. PROETZ (São Luiz) - Epitelio ciliado nasal no ponto de vista das infecções e tratamento - Pag. 557.
O A. menciona, em detalhe, suas experiencias sobre o epitelio ciliar normal e suas reações quando as regiões que os envolvem, são alteradas por processos quimicos ou fisicos. Só, agora, conhece-se da importancia dos movimentos dos cilios vibrateis. Dois factos de grande importancia clinica foram descobertos: 1 ) - a possibilidade de regeneração do epitelio ciliado, mesmo quando parcialmente lesado ou destruido; 2) - os movimentos dos cilios vibrateis podem, ainda, se produzir quando da mucosa inflamada e mesmo em presença de pús.
V. E. NEGUS (Londres) - A ação dos cilios e o efeito dos medicamentos sobre sua atividade - Pag. 571.
Este trabalho é uma resultante dos de Proetz. Nele o A. historia desde os primordios dos estudos sobre os epitelios ciliados do organismo, feitos por Purkinje e Valentin, esboça os estudos de Sharpey, até o que se tem feito, hoje, para esclarecer, de vez, a momentosa questão da fisiologia desses orgãos, de magna importancia na defesa de certas partes de nosso corpo, assim dos seios para nasais, do nariz, traquéa e bronquios, de que os cilios removem toda especie de particulas e bacterias. Eles trabalham, contra a gravidade, carregando, não poucas vezes, as particulas estranhas, das profundidades dos bronquios para o exterior do laringe. Necessitam de meio liquido para que suas funções se possam preencher. São grandemente sensiveis a certos medicamentos, assim: Cloretana a 1/2°/o causa-lhes paralisia, isto não quer dizer que se deva aboli-la no todo, mas que a devemos usar bem dissolvida e em estado de nebolisação.
A glicerina em soluções de 5% ou 10% retarda seu efeito, provavelmente devido a sua viscosidade e pela reacção acida que tem, assim deverá ser neutralisada com bicarbonato de sodio.
Protargol a 1 % não tem efeito nocivo.
As soluções acidas paralisam os cilios: acido acetico 1/20.000, acido lactico 1/10.000. Os acidos graxos produzem maior efeito paralisante que os acidos minerais. Os cilios suportam muito melhor os alcalis que os acidos, assim as soluções levemente alcalinas aumentam sua atividade.
Estudando a ação dos ions sobre os movimentos ciliares, conclue o A. que os sáis de sodio diminuem ou cessam estes movimentos, ao passo que os sáis de potassio permitem a continuação rigorosa de movimentos, caso os anions não sejam toxicos; os sáis de amonio têm uma ação intermedia; os sáis de magnesio são seus mais fortes estimulantes.
O A. estuda, em seguida, o efeito da concentração em ions hidrogenio sobre os movimentos ciliares e esforça-se por estabelecer uma correlação entre as descobertas experimentais de laboratorio e o estado patologico dos proprios doentes.
M. O. R.
Acta Oto-Laryngologica
Vol. XX - Fasciculo 3-4 - 1934.
(Stockolmo)
JENS KRAGH - (Copenhagen) - Rinites alergicas - Rinite vaso-motora - Pag. 282.
O A. historía a rinite vaso-motora, mencionando as varias teorias que procuram explicá-la e os tratamentos propostos para sua cura. O fim principal a que se dedica o estudo que faz desta afecção, é o de pôr em fóco tudo que, nestes ultimos anos, para demonstração de que seus sintomas decorrem de um estado alergico, assim como deixar evidente os factos em que se baseiam estas idéas e os resultados obtidos pelo tratamento feito, tendo como base as mesmas. Acha, no entanto, o A. que os estudos, a este respeito, ainda não estão completos, pois que pensa levarão, ainda, alguns anos para isto.
Discute as varias provas de Aarne para a determinação do agente alergico causador da rinite: cutanea, intra-cutanea e oftalmologica. Critica cada uma delas e menciona, em seguida, sua propria pratica sobre o emprego da prova intra-cutanea. De 94 pacientes em que empregou a prova, 21 tiveram-na positiva, ao passo que os restantes foram negativas.
O A. explana, em seguida, o estado atual da alergia bacteriana e a critica, de acordo com numerosos outros autores que a não aceitam, pois que vacinas heterogeneas podem, tambem, melhorar os casos de rinites. Discute a ação das infecções purulentas dos seios da face que, muito embora, por muitos, sejam consideradas com afecção paralela ás rinites vaso-motoras, atuam, sobre estas, mais vezes, quando curadas as supurações, que as extrações das amigdalas que não dão, ao que parece, resultado algum ou, talvez, si algum houver, muito precario.
Estudando a rinite vaso-motora produzida pela alergia alimentar, põe, tambem, em duvida a existencia positiva de tal fenomeno; muitos autores, no entanto, demonstraram a realidade de tais fatos e quando da observação da relação de causa e efeito, aconselham a dieta dos alimentos responsaveis; outros fazem o paciente tomar, 0,35 de peptona antes de cada refeição, afim de prevenir o aparecimento da rinite. Os produtos quimicos podem, tambem, produzi-la: quinina, aspirina, antipirina, codeina, etc.
Entra, o A., a considerar cada um dos agentes que, comumente, costumam causar fenomenos alergenos, assim, todos aqueles contidos nas poeiras atmosfericas: pós, pêlos de peles, vestimentas, drogas, oleos volateis, pós farinha de trigo, pêlo de cavallos, gatos e cães, poeira caseira, fungos, polens, alergenos decorrentes do clima, penas, etc., entrando no estudo dos meios de evitar seu contato, pelas pessôas sensiveis, afim de que as reações alergicas não os incomodem.
Como tratamento não especifico menciona o emprego, na asma e nas rinites vaso-motoras, das injeções de tuberculina. A cutivacina de Paul (vacina mixta cujo principal componente é tuberculina), tem sido recommendada por Rethi e usada por outros autores. Injeções de peptona, leite, do proprio sangue ou serum do paciente, de sangue estranho, de serum antidifterico, de vacinas bacterianas não especificas, têm sido aconselhados por inumeros pesquizadores. Contra a rinite vaso-motora, quer considerada ou não como molestia alergica, têm sido empregados os seguintes medicamentos: enxofre, iodureto sodio, carbonato sodio de calcio, quer internamente, quer por meio de injeções.
O A., depois de varias considerações, acha que excetuadas as rinites vaso-motoras ocasionadas pelas profissões, mesmo dos individuos portadores, as demais têm origem nas poeiras das casas e, muito particularmente, nas poeiras dos quartos de dormir. Cita muitos casos que provam suficientemente este modo de ver; aconselha a substituição das coberturas das camas, dos proprios colchões, da cama de madeira por uma de ferro, diz que a limpeza do quarto deveria ser feita por meio do aparelho aspirador á vacuo, quando possivel. Em ultimo caso, o paciente deveria mudar de quarto, etc.
Estuda, finalmente, a febre dos fenos, que considera, de acordo com as idéas da maioria dos pesquizadores, uma molestia alergica produzida pelos polens das plantas. Historía, ligeiramente, as origens deste modo de ver, desde 1819, com a primeira descrição da molestia feita por Bostock, até aos nossos dias. Toda especie de polen póde ocasionar a molestia, sobretudo o das plantas fecundaveis pelo vento. Menciona numero despeitavel delas produzindo, em Norte America, a febre dos fenos, em determinados meses do ano. É bem de ver-se que tal como acontece com as rinites vaso-motoras, na febre dos fenos, gozam de importante fator as predisposições familiares. A idade em que os individuos são mais sujeitos varia entre 20 e 40 anos. Os sintomas da molestia não são enumerados, por bastante conhecidos. O diagnostico é facil, sobretudo quando da coincidencia do florecimento de certas plantas.
A base do tratamento consiste na desensibilisação pelas injeções, em doses progressivas, dos extratos de polens. Certo cuidado deve-se ter com este metodo de tratamento, pois não deixa, em certos casos, de ser perigoso. O inicio deve ser com dóses reduzidissimas.
O doente deverá permanecer sob as vistas do medico, pelo menos meia hora após as injeções; no caso de aparecimento de qualquer sintoma suspeito, far-se-á uma injeção de 1 cc de adrenalina, seguida da aplicação de um garrote de borracha, logo acima do logar em que foi praticada a primeira injeção.
Em todo o caso, diz Arent de Besche constituir uma regra de ouro, ensaiar alergenos, pela escarificação da pele, á ver-se qual a reação produzida e julgar-se, depois desta reação, até que ponto deverá fazer uma injeção intra ou subcutanea.
GUNNAR HOLMGREN (Stockholm) - Estudos experimentais sobre as funções da trompa de Eustaquio - Nota prévia - Pag. 381.
O resultado destes estudos podem ser resumidos assim:
1° - Quando se liga a trompa de Eustaquio, no cão, é possivel, com um manometro, observar durante um certo tempo uma diminuição continua da pressão aérea no ouvido médio; a experiencia durou uma hora e meia.
2) - Pode-se, na oclusão experimental da trompa, no fim de certos dias, constatar, quér uma retração da membrana timpanica para dentro, quér a existencia de um conteúdo seroso no interior da caixa timpanica.
3) - A secreção assim observada parece depender, parcialmente pelo menos, da retenção das secreções glandulares.
4) Nos cães adormecidos pelo "numal", o epitelio a cilios vibrateis, da trompa de Eustaquio, transportam grãos de xeroformio na direcção da caixa timpanica para o naso-faringe.
C. O. NYLEN (Stockholm) - Sobre a sintomatologia dos tumores experimentais do cerebro (Nota prévia) - Pag. 424.
O A. faz diversas experiencias em cobaias e ratos, introduzindo em diversos pontos da massa cerebral, fossa anterior, média e posterior, corpos estranhos: laminaria, parafina, balão de borracha, etc. e para demonstração que se aproximasse da marcha lenta dos tumores, empregou, em ratos, o transplante dos sarcomas de Jensen. Como conclusões dos estudos experimentais a que procedeu, o A. apresenta as seguintes:
1) - A introdução experimental de substancias que diminuam os espaços livres do cerebro (laminaria, sarcoma) de cobaias e ratos, ocasiona desvio anormal do olhar, nistagmo e nistagmo de posição.
2) - Estes sintomas podem aparecer, pela localisação do tumor, em qualquer parte do cerebro destes animais, mas são muito mais acentuados quando o tumor estiver proximo ou tocar os centros ou os nervos vestibulares.
3) - O nistagmo vestibular existe nos tumores do cerebro, muito embora falte o labirinto.
4) - Tambem para a produção do nistagmo de posição, a existencia do labirinto não é necessaria.
5) - O nistagmo poderá ser horizontal ou rotatorio ou vertical, quer quando exista quer quando falte o labirinto.
6) - Os fenomenos oculares são identicos, quér nos processos de crescimento rapido, quér nos lentes, sempre que o labirinto reaja normalmente.
7) - Quando o labirinto estiver conservado, o nistagmo será mais rapido, mais regular e constante. Quando faltar, porém, o nistagmo de tipo vestibular, póde existir, igualmente, mas será mais lento, irregular e mais inconstante e a ação da posição será menos acentuada.
VILH. THORKILDSEN (Skieu) - Sinusite maxilar cronica, com sinusite etmoidal, em meninos de 7 á 12 anos - Pag. 516.
Dada a frequencia da sinusite maxilar e etmoidal cronica, em sua clientela infantil, o A. pôde estudar estas lesões com minucias. Estas creanças estavam compreendidas entre 7 e 12 anos de idade e foram examinadas em numero de 204; dentre estas, o A. encontrou estenoses nasais e sintomas de rinites (de origem variada), em 128. Foram encontradas 16 casos de sinusite maxilo-etmoidal cronica, dentre os 204 pacientes examinados. Nesta afecção, que deve ser pesquizada cuidadosamente, os sintomas são os mesmos que os da rinite cronica, si bem que comumente, unilaterais; a estes sintomas gerais, vêm unir-se alguns variaveis: ligeira fetidez, dôres de cabeça, tendencia á infecções febrís agúdas. Ainda mais que para os adultos, a puncção é o unico meio de poder garantir o diagnostico, da sinusite maxilar nas crianças. Devido á assimetria ou a qualquer outra causa, a radiografia, notadamente, faz, muitas vezes, diagnosticar a sinusite nos casos em que ela não existe. O tratamento pelos metodos conservadores (lavangens, não muito frequentes, vacinas, higienico geral), curam na maioria dos casos. Retirar as vegetações adenoides quando existam. A intervenção radical poderá ser necessaria.
M. O. R.
Archiv für Ohren-Nasen und Kehlkopfheilkunde
Vol. 136 - Caderno 4 - Outubro de 1933.
(Alemanha)
ALEXANDRE LUDWIG CSILLAG - Contribuição á etiologia da laringite hipoglotica - Pag. 338.
De 146 casos de laringite, com inflamação da região sub glotica, observou o A. 113 em que este processo inflamatorio apresentava-se isolado a este territorio do laringe. Em 42 destes, os pacientes eram homens, e em 42 eram mulheres. Nos casos agúdos, a inflamação catarral era responsavel pela molestia, nos cronicos, as gomas sifiliticas constituiram a maioria. As fórmas catarrais agúdas são uma molestia da infancia; nos adultos observa-se sómente nas pessôas expostas ás perturbações atmosfericas. A molestia é caraterisada por uma edema da mucosa da região sub-glotica, que pôde ser acompanhado de dispnéa. Isto acontece mais comumente nas crianças, que possuem um laringe e traquéa muito menores que nos adultos. As vezes a estenose exige traqueotomia. Estes doentes devem ser hospitalisados. A reação de Wassermann nos casos cronicos deverá ser praticada. Caso a molestia se apresente unilateralmente, deve-se pensar num carcinoma ou na tuberculose. A etiologia deverá ser procurada para orientação do tratamento.
A. J. GESCHELIN - A operação de Wittmaack nas paralisias bilaterais do postico - Pag. 348.
O A. relata um caso de paralisia bilateral do musculo crico-aritnoidêo posterior, no qual praticou, com proveito, a operação de Wittmaack, tanto para a respiração, quanto para a fonação. Esta operação difere de todas as outras aconselhadas, porque não tem por fim alargar a rima glotica no mesmo nivel usual das cordas vocais, mas mudar a rima glotica de sua posição usual para uma posição obliqua. Isto se consegue, resecando todos os musculos inseridos no processo muscular da cartilagem aritnoide, obtendo, desta fórma, um abaixamento da extremidade posterior de uma das cordas vocais. O caso do A., juntamente com 2 de Wittmaack e mais dois outros, somam 5 casos em que a intervenção foi empregada com sucesso.
M. O. R.
Archiv für Ohren-Nasen und Kehlkopfheifkunde
Vol. 137 - 1933.
(Alemanha)
GEORG KRIEGSMANN - Contribuição á osteodistrofia fibrosa localisada no maxilar superior - Pag. 31.
O A. chama a atenção sobre o fato de que a osteite fibrosa, que assume geralmente fórma generalisada póde, raramente, localisar-se no craneo, especialmente no maxillar superior. Relata um caso de osteite fibrosa do maxilar superior, em uma moça de 15 anos de idade, na qual não observou mudança alguma no esqueleto do resto do corpo. A paciente apresenta uma tumefação endurecida da bochecha direita, que se desenvolveu aos poucos, durante os seis meses que precederam ao exame.
As partes moles não eram edematosas, vermelhas ou dolorosas á pressão, e, além disto, eram moveis. A radiografia apresentou forte opacidade da região do maxilar direito. Não foi possivel a introdução de liquido no seio maxilar, devido a forte resistencia. Na intervenção praticada no seio maxilar, na suposição de um osteosarcoma, o espaço ocupado por este seio estava cheio de osso esponjoso, que se continuava com as paredes do mesmo. Microscopicamente, o osso removido para a reconstituição do seio maxilar, não apresentava nada que sugerisse um sarcoma, mas mostrava proliferação regular de tecido osteoide e ativa transformação caracteristica de osteite fibrosa.
DR. O. SCHAEFELE . - Sobre a sintomatologia do palato mole e sua significação diagnostica - Pag. 50.
Atribuem, muitos autores, que o palato mole é sujeito a modificações tipicas, em determinadas molestias. Assim nas ulceras do estomago, na apendicite e nos carcinomas observa-se uma anemia; nas ulceras do duodeno, uma hiperemia constante; nas molestias parenquimatosas do figado, mesmo sem ictericia, uma coloração amarela, e na tuberculose uma côr amarelo-palida do palato mole.
O A. praticou uma contra-prova em 450 casos de diagnostico inconteste e achou que uma coloração amarela, hiperemia ou anemia do palato mole, pôde ser encontrada nas molestias as mais variaveis. Isto quer dizer que estas modificações nada apresentam de especifico, no sentido de se poder concluir sobre a existencia de determinadas molestias quando sejam observadas.
GEORG KRIEGSMANN - Será sem perigo a pratica da lavagem endolombar, com sôro fisiologico, nas meningites? - Pag. 68.
O A. descreve um caso de meningite otogenica para o qual, logo após as punções lombares, lavagens repetidas do saco lombar, com sôro fisiologico, foram praticados e com maus resultados. Este caso assemelha-se a outros identicos, para os quais após o emprego endolombar de outras soluções (Vuzin, tripaflavina, etc.), graves lesões teriam sido observadas.
O A. aconselha, por isto, quando da necessidade da pratica de tais lavagens, o emprego da solução de Ringer, cuidando-se dos menores sinais de perturbações para o lado da bexiga, afim de que as lavagens sejam, logo, suspensas.
Mas, como é sabido, tal medicação é de resultados problematicos no tratamento das meningites, constituindo, a eliminação cirurgica do fóco infectavel, ainda, a melhor arma contra tal molestia, ajudada com as punções frequentes para a retirada do liquor.
HANS JURGEN KOBER - Existe uma osteoflebite septica? - Pag. 203.
E' uma questão importante saber-se se a trombose septica das renulas osseas poderá ocasionar uma septicemia e bacteremia sem trombose do seio. Durante muito tempo esta possibilidade não era acreditada. Kober cita varios casos em que uma septicemia em que bacterias (estreptococos hemoliticos) foram obtidas do sangue e em que havia sinais embolicos e outros de septicemia. Muito embora não tivesse sido possivel demonstrar-se a existencia de pequenos trombos parietais nos seios ou bulbos de tais casos, o A. conclue da necessidade de se pensar, seriamente, na possibilidade de uma sepsis, sem trombose dos seios venosos.
DR. ALEXANDER v. ZOINDELY - Exames nos portadores de difteria nas escolas - Pag. 215.
O A. conclue de seus estudos:
1 ) - A porcentagem dos portadores de bacilos é maior entre os meninos que entre as meninas.
2) - As anomalias que estreitam as cavidades nasais, assim como as amigdalas e vegetações adenoides, favorecem a duração do domicilio dos bacilos no nariz e na garganta.
3) - Os portadores de bacilos virulentos, não produzem inevitavelmente a molestia; ao contrario, a difteria pôde aparecer ao redor do portador de bacilos avirulentos.
4) - Os portadores de difteria, nas escolas, transmitem o bacilo, com maior probalidade á seus visinhos que, tambem, podem tornar-se portadores.
KARL HAFNER - A capsula ossea labiríntica nos roedores - Pag. 282.
O A. faz um estudo embriologico e anatomico sobre os ossos componentes do ouvido médio da cobaia, porquinho da India, camondongos e rato. O fim principal de seus estudos era saber quais animais eram proprios, pelo desenvolvimento comparado e anatomia, para trabalhos experimentais, especialmente para a oto-esclerose. Baseado em seus trabalhos o A. conclue que as cobaias e porquinhos da India possuiam capsulas osseas que, quanto ao desenvolvimento e estructura, mesmo em estrutura fibrilar, são semelhantes ás do homem. Esses animais, acredita o A., são especialmente indicados para trabalhos experimentais.
KARL WITTMAACK - Como se fórma um colesteatoma genuino? - Pag. 306.
O A. crê que um verdadeiro colesteatôma difere, essencialmente, do produzido por uma infecção cronica. Pensa que fatores constitucionais têm que ver em sua formação, assim um processo mastoidêo compacto e uma membrana mucosa hiperplastica. O lugar de origem do colesteatoma verdadeiro, é a camada epitelial que reveste a parte flacida da membrana timpanica. A ação de fatores físicos sobre estas sucetibilidades constitucionais, parece oferecer o estimulo necessario para a formação do colesteatoma. A diferenciação de um colesteatoma secundario é difícil e, frequentemente, só a autopsia poderá fazê-la. O colesteatoma primario deve, no entanto, ser tido em consideração, pois são mais graves que os secundarios e devem ser tratados operatoriamente.
M. O. R.