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Ano:  1952  Vol. 20   Ed. 2  - Março - Abril - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 62 a 66

 

REVISTAS DAS REVISTAS

Autor(es): -

CARLO AGAZZI - " O valor da autroscopia para o diagnostico das afecções do seio maxilar". (Arch. Ital. di O.R.L. v. LXIII, 182-196, Fase. II, 1952).

A antroscopia, (por meio do salpingoscopio de Broyles, com otica a 90° e 2,8 mm. de calibre, com rotação de 360°) - que permite observar diretamente as modificações da mucosa nas diferentes condições patologicas no seio maxilar, - constitue um metodo útil de pesquisa complementar com o fim de completar o diagnóstico pelos meios habituais.

Após descrever a técnica de exame, o A. ilustra os aspectos endoscopicos mais frequentemente constatados, nas diferentes variedades clinicas de sinusites maxilares (agudas, cronicas, catarrais, purulentas, hiperplasticas, alérgicas etc.) e discute o valór dos dados observados, que podem as vezes constituir elementos para uma melhor definição da extensão e da natureza das lesões patologicas existentes.

A antroscopia, na opinião do A., pôde igualmente fornecer elementos - preciosos no diagnostico précoce das afecções néoplasicas do seio maxilar.

J. RUZIC - "Sobre as fraturas da fossa crâneana anterior, com particular observação da lamina crivada". Arch. Ital. di O.R.L. v. LXIII, 1-12, Fase. l.º, 1952).

Após examinar a sinificação clinica das fraturas da base do crâneo, com ou seus lesão local das meninges, e posta em evidencia a situação da cirurgia nasal vis-à-vis a este genero de fraturas na pratica clinica, o A. apresenta certos casos de lesão da lamina crivada com sequelas de meningite, onde somente a intervenção cirurgica sobre a lamina pôde determínar uma cura convincente. A penicilina é uma auxiliar preciosa sóbre o terreno, mas ela não exclue a intervenção radical, a unica que assegura a cura da zôna infectada. A intervenção sobre a lamina crivada é igualmente proposta em outros casos de infecção meningeana através a região olfativa, sobretudo nos casos de insucesso com tratamentos médicos.

H. CORDEIRO

MARSHALL G. CHENEY - "Tratamento do nariz e da garganta na prevensão dos resfriados". The Annals of O.R.L. v. X - Pgs. 152-162 - Março de 1951.

Baseado no estudo de 2.667 doentes, durante 20 anos, o autor procurou verificar a importância das anormalidades das vias aéreas principalmente das fossas nasais e sinus, no favorecimento dos resfriados infecciosos.

Cada paciente foi examinado por um especialista, um clínico geral, um analista, radiologista, alergista e tisiologista e ern 44% dos pacientes foi encontrado anomalias das fossas nasais e sinus.

Para avaliar a resistencia natural hereditaria e o valor da terapêutica, isolada, da anomalia nasal ou associada com o tratamento geral, foram divididos os pacientes em 3 grupos, baseados nos antecedentes pessoais: ( - ) resistencia natural boa; (2) resistencia natural média; (3) resistencia natural pobre.

Em pacientes com boa resistencia natural às infecções, a correção de defeitos locais que podem facilitar os resfriados, quando bem diagnosticados, foi de resultados evidentes.

No grupo de resistencia natural média, desde que o tratamento local O.R.L. não seja imperativo, o médico tenta resolver os resfriados repetidos por medidas gerais, e no caso de insucesso o tratamento local será indicado.

No grupo susceptível à resfriados (resistencia pobre) a indicação para tratamento local dos disturbios nasais e faringeos é absoluta, mesmo a cirurgia radical, além das medidas gerais índicadas para o caso individual. Nesses pacientes fatores multiplos concorrem para explicar a resistencia diminuída contra resfriados, tais como, pouca produção de anticorpos, erros dietéticos, fadiga, disendocrinia, alergia, infecções dentárias que deverão ser atendidas também.

DR. ANTONIO CORRÉA

OMBRÉDAME et GODDÉ - "Três casos de surdez de aparição muito tardia após streptomicinoterapia". Les Annales d'otol. - T. 68: 295-300 - N.º 4 - 1951.

Embora mais raros que as perturbações vestibulares, pequenos dificits cocleares, tem sido assinalados na terapêutica pela estreptomicina. O aparecimento da surdês ou é precoce (doses elevadas), ou aparece nas primeiras semanas, ou é tardia.

Os AA. tiveram ocasião de observar 3 casos de tratamento intramuscular com doses médias, e que apresentaram vários meses depois, uma surdês brusca, bilateral e sem tendencia à regressão, e dada a possibilidade de uma sensibilidade individual aos medicamentos, de uma dificuldade de eliminação do produto, e de uma toxicidade coclear eletiva e irremediavel, seria interessante: 1.º) pesquisa cocleo-vestibular dos pacientes em tratamento; 2.º) o uso do medicamento em função de sua especificidade e de sua neurotoxicidade.

DR. ANTONIO CORRÉA

L. CAMISASCA - R. VECCHIATTI - "Sobre o mecanismo de ação de alguns modernos medicamentos antinauseosos". L'otorinol. Ital - Ano - XIX - Fascículo V - Pgs. 364-372 - 1951.

Em experiências animais, foi demonstrado que o efeito antinauseoso e antiemético, verificavel no pombo, controlando o vomito provocado pela digital, não é prerrogativa de benadril ou do cloroteofilinato de benadril (dramamina), mas se extende igualmente para uma vasta série de anti-histaminicos.

Todos os anti-histaminicos experimentados, tais como benzoxal; neoantergan, antistina, fargan e tephorin, mostram poder antiemético, que é máximo para o benzoxal e minimo para a antistina.

Ao contrário, nenhum dos anti-histaminicos experimentados inhibe a sintomatologia da irritação labiríntica pelo oleo de cloroformio no ouvido médio da cobaia.

Pensam os AA. que o mecanismo dos anti-histaminicos como antinauseosos se localisa na periferia, ao nivel dos, musculos lisos, sem excluir a possibilidade de que a histamina e os anti-histaminicos possam agir centralmente, num sentido antagonista, ao nivel do chamado centro do vomito.

DR. ANTONIO CORREA

MAURICE G. ÈVANS - "O tratamento da otite média aguda supurativa". - The Annals of O.R.L. - Set. 1951 - Vol. LX, pgs. 638-647.

O A. procura dar particular importancia ao valor da quimioterapia e da miringotomia, no tratamento da otite media aguda supurada, evitando a mastoidite cirurgica.

O trabalho feito em 1948 é baseado no estudo clínico, de laboratório e cirurgico de 30 casos, com mastoidite aguda e outra serie de 45 pacientes com otitemedia aguda supurada tratados com miringotomia.

O grupo de 30 pacientes com mastoidite, tinha-se tratado com quimioterapia sem paracentese, e foi submetido à mastoidectomia.

Conclue o A. que:

1 - A baixa incidencia da mastoidite cirurgica nos ultimos anos é devida mais à baixa íncidencia da otite media aguda supurada do que o resultado da rotina de quimioterapicos e antibióticos nessa doença.
2 - O papel da quimioterapia na prevenção da cirurgia da mastoidite aguda é secundária ou adjuvante.
3 - A quimioterapia foi incapaz de evitar a cirurgia da mastoidite em 30 casos tratados sem miringotomia.
4 - A miringotomia preveniu a mastoidite cirurgica em 45 pacientes observados na mesma época.
5 - A experiencia do A. e de outros citados na literatura torna evidente a necessidade absoluta da miringotomia precoce sejam ou não usados agentes antibióticos ou quimioterapicos.

DR. ANTONIO CORRÊA

F. W. DAVIDSON - "O uso de antibióticos em Otolaringologia". The Annals of O.R.L., Vol. LX, pgs. 207-220 - Março 1951.

Baseado em observações clínicas e de laboratorio, o A. confirma a diminuição da sensibilidade dos germens isolados das rinites e sinusites agudas supuradas, nesses ultimos anos, ao tratamento pela penicilina. Foram também, estudadas as sensibilidades aos outros antibióticos, chegando às seguintes conclusões:

1 - A sensibilidade das culturas em placas agar-sangue é um metodo util para verificar o antibiótico e a dose necessária à reação.
2 - Algumas das infecções requerem doses diarias de 3 a 6 milhões de unidades de penicilina.
3 - As diferentes infecções respondem mais rapidamente si o paciente tomar 0,50 grs. de estreptomicina cada 6 horas.
4 - A aplicação tópica do antibiótico tem pouco valor.
5 - A aureomicina e a terramicina em doses diárias de 3 a 4,0 grs. são efetivas contra diversos cocos gran positivos.

DR. ANTONIO CORREA

MELOT G. J. -. ."Diagnostico topografico das lesões faringo laringéas". Ata Oto Laringologica Belgica. Tomo 4, Fase. 6, 1950.

O exame radiologico pode mostrar lesões invisiveis ao espelho.

O exame diréto só dá informes sobre a extremidade cefalica, ficando o restante sem informações como as pequenas tumorações da face posterior da epiglote.

Outras vezes há trismo ou edema da faringe e a laringoscopia impraticavel. O Rx ajuda a determinar o prognostico guia a terapeutica.

Exame simples em incidencia de perfil: E um metodo que dá bons resultados graças á existencia de meios de contraste naturais. O grau de absorção do Rx por um tecido é função dos elementos que o constituem. O ar é o elemento de contraste mais importante. A transparencia dos ventriculos e seios piriformes pode ser acentuada aumentando a quantidade de ar pela insuflação forçada. A penetração de ar nas fistulas e ulcerações se manifestará pelo aparecimento de sitios de transparencia aumentada. Os tumores exofiticos cujo coeficiente de foto absorção é visinho daquele do musculo e sangue aparece sob a forma de placas opacas. As lesões infiltrativas são mais dificeis de interpretar. A cartilagem não sendo calcificada ou ossificada não se distingue dos tecidos visinhos. O tecido gorduroso é mais transparente que o muscular; assim podemos apreciar invasão do neoplasma em zonas transparentes de origem gordurosa. (Ex.: Loja pré epiglotica). Nestes casos devemos diferenciar dos edemas que são mais variaveis e mais labeis.

A radiografia nos dá o estado das cartilagens, contorno da base da lingua e das valeculas, epigloté, pregas ariteno epigloticàs, ventriculo de Morgagni e sinus piriforme. Permite ainda a mensuração do espaço retro laringeo situado entre o bordo posterior da laringe e o bordo anterior das vertebras. Dá infomes sobre o estado dos tecidos pré laringeos. A insuflação forçada nos dá o grau de elasticidade dos seios piriformes e sua eventual invasão.

A radiografia nesta posição nos dá um estudo de conjunto do corredor faringo laringeo permitindo situar a altura e profundidade das lesões.

As lesões unilaterais por vezes são despistadas pela superposição do lado são. Procuraram então contornar esta falha pelo metodo de contato (comparativo) e pela laringografia (contraste) que são no entanto pouco praticos.

Exame de frente: Ha superposição da coluna vertebral, mas este método ajuda aqueles que não dispõem de tomógrafo. Outros tomam a imagem com film intra laringêo.

Tomografia: Permite estudar com detalhes as lesões em altura, largura e profundidade. Segundo a profundidade dos cortes podemos obter informes sobre todos os componentes dos orgãos:

a Y2 cent. cordas - falsas cordas - aos lados o osso hioide - laminas tireoideanas - seios piriformes.
a 1 j - ventriculos de Morgagni - Regiões aritenoideanas e sinus.
a 2 V2 - parede posterior das aritenoides e castão da cricoide.

Verificação morfologica e funcional da faringe e esofago superior - O estudo radiologico da laringe deve ser completado por um exame da faringe com ingestão de contraste. Como a passagem é rápida devemos estudar as modalidades de deglutição. Deve-se tomar 2 imagens: com enchimento das cavidades e relevo da mucos, Os musculos faringeanos estando paralisados a substancia baritada se acumula nas voleculas e depois nos sinus piriformes.

F. B. MATHEUS

MYGIND S. H. - "Ensaio de explicação do fenomeno de recrutamento ou regressão". Ata Oto Rino Laringologiea Belgica. Tomo 4, Fase. 6, 1950.

O fenomeno descoberto por Fouler e explicado por Lorente de Nó está presente nas surdeses de percepção; no entanto na presbiacusia e no neurinoma do acustico falta. Na doença de Meniére que dá uma perturbação perceptiva está presente.

O autor acha que é um fenomeno de adaptação central. As vibrações eficazes tem lugar ao nivel da membrana tectoria e não na basilar.

As vibrações radicais fazem alargar e retrair alternadamente a tectoria. Assim as celulas ciliadas externas e as falanges sofrem alternadamente pressões e trações. A articulação dos pilares de Corti agem como centro destes movimentos de bascula. Sob a influencia de um som a tectoria se subdivide em uma serie de vibrações radiais sob a forma de um S. Estas vibrações se propagam com diferenças de fase que vão se acrecentando do apice para a base. O comprimento das ondas secundarias são inversamente proporcionais à frequencia do som estimulante.

Havendo um contacto alterado da tectoria, modificações equivalentes podem determinar urna distribuição irregular das ondas sonoras secundarias sobre a membrana.

Esta distorsão causa um estimulo maior do orgão perceptor , contanto que o som seja suficientemente intenso.
Sempre a mesma irregularidade comporta uma percepção dissonante de sons puros levando às vezes à diplacusia.

F. B. MATHEUS

VAN CANEGHEM - "Parestesias do conduto auditivo externo". Ata Oto Rino Laringologica Belgica. Tomo 4, Fase. 6, 1950

A parestesia é uma sensação erronea, não se incluindo neste grupo portanto a dor e o prurido. O frio é uma das principais causas de parestesias, notadamente quando existam causas gerais predisponentes como por exemplo as perturbações circulatorias.

A parestesia, apesar de não ser propriamente dolorosa, é aparentada da dor. Quando aparece pode suceder ou preceder ao fenomeno doloroso. Pode aparecer ainda de urna maneira simpatica, quando o outro ouvido seja sede de um fenomeno doloroso.

Pode resultar ainda de uma hipertensão endolabirintica, mas na maioria das vezes é motivada por perturbações circulatorias, comportando uma contribuição dos pré capilares e uma dilatação dos capilares e ventilas. Do ponto de vista terapeutico importa conhecer a natureza exata da perturbação.

F. B. MATHEUS

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