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Ano:  1954  Vol. 22   Ed. 6  - Novembro - Dezembro - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 364 a 372

 

Associações Científicas

Autor(es): Dr. J. A. Arruda Botelho

Sessão ordinaria de 17 de Março de 1954
Presidente: Dr. J. A. Arruda Botelho

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESCLEROMA - Prof. Paulo Mangabeira Albernaz.

Resumo: Caso de escleroma de localização nasal e faríngica. Observado em um paciente branco, de 45 anos, filho de italianos, nascido e criado em Campinas, de onde nunca saiu. É a unica observação até agora verificada em cerca de 120.000 pacientes das diversas clínicas otorrinolaringológicas da cidade. O diagnostico foi feito clinicamente pelas lesões nasais e pela cicatriz faríngica, e confirmado pelo exame histológico, pela reação da fixação do complemento e pela da aglutinação. O paciente foi tratado com critromicina (iloticina) até a cicatrização total, e depois por dihidro-estreptomicina. Foi feita a prova seletiva dos antibióticos, que resultou positiva (duas cruzes) para estreptomicina, terramicina e eritromicina.

A doença originou-se do vale do rio Pripet (afluente do Dniester), que atravessa parte da Polônia, e a Russia Branca. Os focos atuais são esta região, a América Central (Salvador, Guatemala) e Sumatra. Ha focos, entretanto, que estão surgindo mais recentemente, convindo assinalar que só nos Estados Unidos e Canadá já se conhecem mais 200 casos. Há uns 30 no Brasil, mais de 50 no Chile, uns 10 na Argentina, uns 300 na Colômbia, etc., o que demonstra a necessidade de maior conhecimento da doença, uma vez que ela apresenta ainda inúmeras incógnitas.

Doença infecciosa, não se sabe, porém, com certeza se é contagiosa. Há observações de 7 e até 9 casos na mesma familia mas, em contraposição, há casos, observados seguidamente por trinta anos (e a família por mais dez), sem o mal se ter manifestado em mais nenhuma pessoa do ambiente.

Diagnóstico fácil nos casos típicos, torna-se difícil nos outros. No estádio de início, a semelhança com a rinite atrófica ozenosa é digna de cuidado. Wescler, em Los Angeles, examinou bacteriose serologicamente 27 ozenosos, comuns, e em 7 achou escleroma. Verdade é que os pacientes eram em geral mexicanos, e a doença está um tanto difundida no México.

O tratamento atualmente mais em voga e considerado mais eficiente é a estreptomicina. Parece que a eritromicina tambem dá resultados positivos. O paciente deverá ser posto sob fiscalização por largos anos.

Antes de dez anos, ao que parece, não se pode falar em cura definitiva. Há casos aparentemente curados com o antimônio (fuadina). Seria o caso de experimentar os novos sais, mais potentes e menos tóxicos (glucantime).

É necessário, dada a difusão que a doença vem tendo, pensar no escleroma, e tratar de isola-lo o mais possível, pois é doença de consequencia graves, quando se localiza na laringe e na traquéia, e de tratamento muito prolongado, nada autorizando, até a data, o poder considerar-se doença curável.

GRANULOMA DA LARINGE POS ENTUBAÇAO - Dr. Gabriel Porto.

Resumo: Observação de um caso de granuloma da laringe manifestado após anestesia intra-traqueal por intubação nasal para amigdalectomia.

Cura do doente conseguida após a extirpação total do tumor. Observação procedida de considerações sobre a frequencia, etiologia e sintomatologia; evolução, tratamento e profilaxia dos granulomas.

Sessão ordinária de 19 de Abril de 1954
Presidente: Dr. J. A. Arruda Botelho

Aberta a sessão, o presidente passa ao expediente do dia: lê uma comunicação da Diretoria da A.P.M. onde o Sr. Secretário Geral transcreve o telegrama-resposta enviado pelo Ministro da Fazenda indeferindo a solicitação feita pela A.P.M. no sentido de incluir artigos medicas-cirurgicos em categoria especial para importação. É lida outra comunicação da Diretoria da A.P.M., e que se refere a inauguração do novo restaurante da séde social.

ORDEM DO DIA

ESTUDO CLINICO DO CÃNCER DA REGIÃO AMIGDALIANA - Dr. Jorge Fairbanks Barbosa.

Resumo: O autor faz um estudo dos casos de câncer da região amigdaliana observados entre Outubro de 1949 a Julho de - 1953, na Associação Paulista de Combate ao Câncer (Hospital Santa Cruz).

Durante esse período ocorreram 17 casos entre os 3.479 doentes que procuraram aquela instituição, o que corresponde a 0,48% da totalidade dos casos atendidos. Catorze eram do sexo masculino e três do sexo feminino.

Entre estes l7 doentes, haviam 8 alcoólatras. Os tumores da região amigdaliana se repartem em três grupos principais: carcinoma, sarcoma, e linfoepitelioma. Os carcinomas constituem a grande maioria dos casos i.e. mais de 80%.

Na presente serie há dois casos que não tiveram comprovação histo-patológicas.

Dos 15 restantes; 13 eram carcinomas, 1 sarcoma linfoblastico, e l reticulosarcoma: Estes tumores, como em geral os das vias aéro-digestivas superiores, podem se apresentar sob forma macroscopica: ulcerada, vegetante e infiltrante.

As formas puras são raras; o comum é que todas elas se associam. A incidencia de metástase costuma ser muito elevada.

Em 15 dos casos do A. elas foram pesquisadas e estavam, clinicamente presentes em 13.

Estes tumores evoluem em 3 periodos : inicial, de estado e final.

O periodo iniciai costuma ser silencioso e de longa duração, justificando porque os doentes habitualmente são vistos em uma fase avançada da evolução.

Na discussão do diagnostico diferencial, o A. se detem um pouco na diferenciação com a blastomicóse, tão frequente em nosso meio, Em seguida tece rápidas considerações sobre o tratamento e prognóstico.

COMENTARIOS

O Dr. Gabriel Porto: enaltece o trabalho o qual considera completo. Aproveita a oportunidade para sugerir aos colegas que façam os exames histo-patológicas em todas as amígdalas hipertrofiadas.

Dr. Arruda Botelho: agradece a presença do Dr. Jorge Fairbanks Barbosa e diz do brilhantismo com que foi apresentado esse trabalho de valor.

Diz que considera a biopsia de grande valor no esclarecimento do diagnóstico. Quanto a duvida no diagnóstico da blastomicóse e câncer, é mais inicroscopica. O diagnóstico diferencial entre blastomicóse e tuberculose é mais difícil no ponto de vista microscópico.

IMPRESSÕES SOBRE O III.º CONGRESSO LATINO AMERICANO (CARACAS) E IV.º PAN-AMERICANO DE O.R.L. E B-ES. (MEXICO) - Dr. J. F. Mattos Barreto.

O A. destaca apenas os principais conceitos de atualização. O Prof. Portmann fez um simpósio sôbre as disfonias e as novas doutrinas fisiológicas; o conceito sobre a emissão da vóz tem passado nesses ultimos anos, por transformação ou mudança completa. As cordas vocais, elementos ativos como demais orgãos, tem suas ordens emanadas do diencéfalo. Como que completando, o Prof. Tarnaud fez um apanhado clinico das laringopatias funcionais e sobre as alterações tropicas das cordas vocais. A disfunção é a principal causa das corditestróficas, concomitante ou não a inflamação catarral. Esta uma, vez cessada pôde a alteração trófica persistir e a vóz somente será melhorada pela reabilitação, ou, nos casos mais serios, pela prótese cirurgica.

De grande interesse foi a parte do temário relativa a sindromes de Méniere, ouvido interno e tumores crâneanos. Para os sintomas labirínticos, de origem vaso-motora terminando em hidropisia, Fürstenberg continua recomendando: a atropina, maciamida injetável, acido nicotínico oral e a substituição do cloreto de sodio por cloreto de amônio (3 gramas 3 vezes ao dia, durante 3 dias e depois repetir após 3 dias). Acha facil o diagnostico e faz entender que as provas labirínticas não são geralmente necessarias; pois alem desses testes não deixarem de ser agravantes, as variações são muito ligeiras para mais ou para menos.

Para o diagnostico diferencial entre as cortipatias, neuropatias, cerebropatias e psicopatias. Tato realça o valor da audiometria logo-audiometria e os testes de recrutamento. Mac-Nallyy assinala casos de pseudo-Meniére em que só dois anos mais tarde apareceram os sinais outros de tumor acustico. Assim, além das provas mencionadas, uma anamnése detalhada, exame geral com atenção ao sistema cardiovascular, nervoso e endócrino, o paciente de sindrome vertiginoso deve ser submetido a uma prolongada observação.

William acha que as provas labirinticas ainda não alcançaram um alto grau de precisão, pois diversos fatores além do ouvido interno podem causar mudanças na duração do nistagmo. Somente diferenças de acentuado grau serão significativas.

Em trabalho enviado ao Congresso do México, Gilor, da Russia conclui que os reflexos vestibulares são condicionados pela influencia predominante do sistema nervoso central, pela correlação dos processos existentes e frenadores da cortex do encefalo.

É sua convicção que a vestibulometria clínica usual deve ser rigorosamente revista, assim é, importante tambem para a seleção profissional, relacionada com a ação da aceleração.

Em seguida, foi encerrada a sessão pelo presidente.

Sessão ordinária de 17 de Maio de 1954
Presidente: Dr. 1. A. Arruda Botelho

EXPEDIENTE

Foi deliberado que a mudança de nome do Departamento para de Otorrinolaringologia e Bronco-esofagologia seja estudada com detalhes e apresentada em outra reunião.

O Dr. Vicente Azevedo fez uma comunicação a respeito do Congresso Internacional de Oto-Neuro-Oftalmologia a ser realizada em Junho proximo. Concita os colegas a se inscreverem no Congresso e contribuírem para o brilhantismo do mesmo.

ORDEM DO DIA

A apresentação do trabalho do Dr. Mauro Candido de S. Dias e Marco de Assiz Figueiredo foi adiada para a proxima sessão.

ESTADO ATUAL DA OTO-RINO-LARINGOLOGIA NA LEPRA - Dr. Francisco Améndola (convidado)

Resunto: O A. faz uma comparação das manifestações otorrinolaringológicas antes e depois do aparecimento da sulfonaterapia.

Antes, as manifestações eram numerosas: coriza com crosta, epistaxes, ulcerações e perfurações do septo; ulceração do palato duro e mole.

As afecções da laringe eram numerosas sendo necessárias muitas vezes a traqueotomia.

Com a sulfonaterapia desaparecem as complicações otorrinolaringológicas, permanecendo somente os sintomas precoces: infiltração, congestão, ulceração e baciloscopia positiva.

Desapareceu por completo a traqueotomia. Conclui que a patologia otorrinolaringologia desaparece e não tem mais lugar no novo aspecto que toma o quadro nosologico da lepra.

O A. mostra de sua autoria um gráfico da evolução da molestia em três estádios: cutâneo, cutâneo-mucoso e cutâneo-muco-so-viceral.

COMENTARIOS

Dr. Plínio de Mattos Barreto realça o valor do trabalho e apela para que os colegas tragam novos casos documentados sobre a molestia tão pouco conhecida em livros. Qual a conduta dos pacientes curados com defeito?

Dr. Rachael da Nova diz que conhece dois casos de leishmanióse com reação de Montenegro positiva e que foi considerado como tal, mas, com os exames subsidiários foi constatado o mal de Hansen.

Pergunta se a reação de Montenegro pode ser levemente positiva na lepra.

Dr. J. A. Arruda Botelho tece considerações sôbre um caso atendido no Serviço de Endoscopia Per-Oral do Hospital São Paulo cujo paciente estava completamente deformado, cego e com traquéotomia.

Pela laringoscopia indireta e depois direta, não foi possivel visualizar a laringe.

Sob anestesia geral foi feita a laringo suspensão e constatou-se sinequia da epigtóte no vestíbulo da faringe que foi desfeita. O paciente foi descanulizado. O Dr. Francisco Améndola responde
Ao Dr. Plinio de Matos Barreto que está sendo criada uma clinica de recuperação.

Ao Dr. Raphael da Nova diz que está sendo introduzido o exame rotineiro da Wassermann e Kahn os quais dão fortemente positivo na lepra.

Agradece a oportunidade deste contato com os colegas otorrinolaringologistas.

Sessão ordinária de 17 de Agosto de 1954
Presidente: Dr. J. A. Arruda Botelho

EXPEDIENTE

Leitura do programa da 3.º Reunião anual da Federação Brasileira das Sociedades de Otorrinolaringologia e Bronco-Esofagologia.

ORDEM DO DIA

PARAGÂNGLIOMA ACROMAFÍNICO DO OUVIDO MÉDIO (TUMOR DO GLOMUS JUGULARE) - Drs. Mauro Candido de Souza Dias e Marcos Assis Figueiredo.

Resumo: Os A.A. relatam o 1.º caso brasileiro, e talvez latino-americano, de uma neoplasia do ouvido médio, de conhecimento relativamente recente, denominada de tumor do glomus jugularis, tumor do tipo corpo carotídeo do ouvido médio, paraganglioma acromafinico, etc.

Essa neoplasia origina-se em pequenas formações paragânglionares acromafínicas ou glômicas existentes na adventícia do bulbo da jugular, no canal timpânico e ao longo do trajeto do nervo de Arnold. Apesar destas formações já terem sido descritas na literatura médica há pouco mais de um século, elas foram relegadas à obscuridade até recentemente quando Guild (1941) as redescobrir. A estrutura destas formações paragânglionares acromafínicas e semelhante à do corpo carotídeo (glomus carotídeo ou paragânglio acromafinico carotídeo), possuindo a mesma vascularização e inervação que êste ultimo. Ao contrário dos paragânglios cromafínicos (medula - supra-renal, orgão de Zuckerkand, etc), êles não possuem grânulos cromafínicos no citoplasma, nem secretam epinefrina.

Anátomo-patologicamente, esta neoplasia costuma apresentar-se com uma massa poliposa, semelhante a tecido de granulação, hemorragípara, fazendo saliência no tímpano ou projetando, se dentro do conduto auditivo externo. Histologicamente, o tumor apresenta dois componentes estruturais característicos, as celulas epitelivides e os capilares, os quais frequentemente exibem uma disposição alveolar. Todavia, é à proeminência do elemento vascular, que se deve a conjunção existente, entre esta neoplasia e as neoplasias vasculares (hemangiomas, hemangioendoteliomas, etc.). O quadro histologico é na maior parte das vezes, de aspecto benigno, sendo rara as mitoses e atipias nucleares. Dos 3 casos, relatados na literatura, que metastasiaram, apenas 1 apresentou quadro histologico maligno. Contudo, o tumor é localmente evasivo, embora de progressão lenha. A análise da literatura mundial, incluindo o caso em apreço, revela 101. casos, dos quais, 51 são analisados dos pontos de vista clínico e terapêutico pelos autores. Clinicamente, os pacientes apresentam uma tríade sintomática fundamental: hipoacusía do tipo condutivo, hemorragia auricular e polipo angiomatoso ou heimorragíparo no condutivo auditivo, externo.

O caráter vascular da neoplasia é responsável pela pulsação frequentemente referida pelos pacientes, e também pela abundante hemorragia que o cirurgião encontra ao fazer a biopsia ou: a exerese. O quadro clínico evolutivo é variado de acordo com as estruturas anatomicas invadidas e destruídas pela neoplasia (rocliedo, cavidade craneana, nervo facial, rinofaringe).

Os tratamentos principais preconizados para o paragânglioma acromafínico do ouvido médio têm-se filiado a duas escolas: a radical, que prefere remover o tumor através de uma tímpano-mástoidectomia ampla, e a conservatora, que prefere encontra-lo pela roentgenterapia.

Os autores consideram a intervenção radical, nos casos bem indicados, como método de escolha, reservando para a roentgenterapia os casos inoperaveis, devido à grande extensão da invasão tumoral.

Concluindo, os autores julgam ser esta neoplasia, uma das mais frequentes das quanto aparecem no ouvido médio, e que ern face da sugestiva historia clínica, os diagnósticos de neoplasias vasculares devam ser feitos após eliminar-se a possibilidade sempre presente de tratar-se de um paraganglioma acromafínico.

COMENTARIOS

Dr. Nelson A. Cruz elogia o trabalho e cita, como contribuição, um caso pessoal tratado com roentgenterapia mas sem resultado conveniente.

Lembra que, nos casos de polipos do ouvido médio que muito sangram durante a paracentese, deve-se pensar em tumor do guanos.

Realça a importancia dos R. X. na diferenciação dos tumores do ouvido médio. Dr. Marco Assis Figueiredo - Agradece a contribuição do Dr. Nelson Álvares Cruz e a todos.

O Sr. Presidente passa a segunda parte da ordem do dia que consta de apresentações de casos.

TIREOIDE ECTOPICA - Dr. Jorge F. Barbosa.

Resumo: Paciente do sexo feminino, 22 anos de idade, parda no 6.º mês de gestação. Há 4 anos começou notar uma tumoração na base da lingua, indolor, de crescimento progressivo transtornando a deglutição e respiração, digo, fonação. Pequenas hemorragias em forma de laivos.

Ao exame constatou-se um tumor globoso, sessil na base da lingua. Mucosa rosea, não ulcerada. Alguns pontos azuladas. Consistência firme.

Punção.: sangue em grande quantidade.

Dr. Jorge F. Barbosa pergunta aos colegas do problema hormonal pós-operatórios, tipo de tecnica cirurgica.

COMENTARIOS

Dr. Jorge Barreto Prado - Diz ter apresentado 3 casos operados sendo que um deles entrou em mixedemea no 12.º dia depois da operação sendo compensado com hormônio. Os outros 2 casos não tiveram transtornos.

Varias vias de acesso sendo a transhiodeana, semelhante a escolhida pela Dr. Jorge F. Barbosa, a mais interessante. Sempre fizeram a traqueotomia previa.

Dr. José A. Arruda Botelho comenta que durante a traqueotomia pode ser explorada a presença de tireóide.

Dr. Jorge F. Barbosa agradece dizendo que a traqueotomia já estava prevista.

HIPERSENSIBILIDADE A PENICILINA - Drs. João F. Mello e Ernesto Mendes.

Resumo: Caso trata-se de uma, enfermeira que apresentou uma dermatite de contacto nas mãos, atribuída ao amplictil. Porem quando teve que segurar uma criança, que era submetida a inalações de penicilina sentiu o rosto avermelhado, edemaciado, coceira na garganta. Submeteu-se a uma inalação com o fim de melhorar mas o quadro agravou-se. Ficou afônica, com hiperemia das cordas. Trouxe o caso que julgou interessante sendo que o mesmo será apresentado sob forma de trabalho oportunamente.

UM CASO DE MULTIPLOS TUMORES - Dr. Jorge Barreto Prado.

Resumo: Caso de um paciente, sexo masculino, 44 anos que se queixa de rouquidão acompanhada de dispnéia a noite, dispnéia essa que progrediu lentamente durante 7 anos.

Ao exame constatou-se: Na parte posterior da faringe existe uma tumoração pequena com aspecto de cisto de gordura.

Na valécula, notou-se dois cistos com o mesmo aspecto. No ligamento ventricular existe um outro cisto maior que os anteriores.

No cavum, um tumor encapsulado no lado direito. Biopsia do tumor da parede posterior da faringe cujo resultado histo-patologico foi: tumor amiloides.

O exame histo-patologico dos demais tumores confirma e é o mesmo que o da parede posterior da faringe.

Mostra fotografias endoscópicas e coloridas tiradas pelo Dr. J. A. Arruda Botelho e R. X. documentando o caso chamando a atenção para presença de calcio dentro dos tumores.

O Presidente agradece aos colegas que contribuíram com a apresentação de trabalhos e casos e agradece também a presença dos demais colegas que concorreram para melhor aproveitamento da sessão que dá por encerrada.

Sessão ordinária de 17 de Setembro de 1954
Presidente: Dr. l. A. Arruda Botelho

ORDEM DO DIA

A TRAQUEOTOMIA NAS PARALISIAS BULBARES - Dr. Jorge Barreto Prado.

Resumo: O A. mostra a orientação do Serviço de Endoscopia do Hospital das Clinicas, no tratamento dos pacientes portadores de paralisias bulbares. São casos de traumatizados de crânio, portadores de poliomielite bulbar, encefalites tétano e pacientes em coma barbiturico.

Chama a atenção para os principais sintomas de paralisia bulhar, dos quais são mais importantes a disfagia e as perturbações respiratorias.

Recorda os principies anatomicos e fisiologicos do mecanismo da deglutição, mostrando que em consequencia de paralisia dos musculos da faringe, há um acumulo de secreção no hipofaringe, com a consequente aspiração das secreções para as vias aéreas inferiores.

Mostra tambem que a anoxía que se observa nestes pacientes, é mais devido a obstrução das vias aéreas, do que propriamente ao efeito toxico das infecções sobre o centro respiratorio. Uma vez aberta a traqueia, aspirada a secreção e administrado oxigênio, cessa toda a sintomatologia respiratoria, com desaparecimento de tiragem, cornagem, dispnéia e cianose.

O A. mostra a técnica, por eles usada e as indicações precisas da traqueotomia nos portadores de paralisias bulbares, chamando a atenção para os cuidados especiais que se deve tomar no post-operatório, tanto por parte dos especialistas, como os cuidados de enfermagem.

OTORRINOLARINGOLOGIA E DIARRÉIA DO RECÉM-NASCIDOS - Drs. Antonio Corrêa, J. C. Soares Bicudo e Augusto E. Taunay.

Resumo: Os AA. fizeram um estudo pediátrico, otorrinolaringológico e bacteriológico de 55 recem-nascidos, portadores de diarréia, internados no Serviço do Hospital das Clínicas.

Verificavam que 23,6% dos casos eram de diarréia infecciosa por coli patogênico. Dos 76,4% restautes, uma parte (43%) tinha afecção O.R.L. e o restante (56%) não apresentava infecção O.R.L.

Concluem os AA. que a dirréia parenteral por infecção O.R.L. foi pouco frequente nos recem-nascidos.

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