Versão Inglês

Ano:  1936  Vol. 4   Ed. 2  - Março - Abril - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 102 a 122

 

REVISTA DAS REVISTAS

Autor(es): -

THEJOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY
Vol. L - N.° 10 - Outubro 1935. (Londres).

ALBERT A. GRAY (Londres) - O tratamento da surdez otosclerotica e tipos similares pela aplicação local de Thyroxina - Pag. 729.

O tratamento aqui descrito é a consequencia racional da explicação dada pelo autor da origem vaso-motora da otosclerose.

Ha anos, o autor, observou que o estrato de glandula tiroide aplicado localmente na mucosa nasal, produz uma congestão ativa e duradoura, sem reação inflamatoria.

Se, a otosclerose, é consequencia da diminuição de irrigação sanguinea do orgão auditivo, devido á uma reação vaso-motora imperfeita, a Thyroxina aplicada localmente poderia vencer este defeito.

O tratamento consiste na aplicação local de Thyroxina, por meio de injeções na caixa (trans-timpanica).

A tecnica, que é descrita em detalhe neste artigo, é muito simples. As observações do autor resumem-se em 14 casos, com apreciavel melhora em 7 casos (50%). Nestes ultimos casos os tinidos desapareceram quasi completamente naqueles que o apresentavam como sintoma. As glandulas ceruminosas voltaram a secretar. A presença da paracusia de Willis não é contra-indicação no tratamento, pois dois dos melhores resultados foram obtidos em individuos que a apresentavam.

O tratamento pela Thyroxina deve ser tentado nos casos em que existe notavel perda da percepção para os sons baixos associado com o Rinne negativo, diminuição não muito seria da condução ossea e com ligeira melhora ou não pela insuflação do ouvido medio.

Os casos nos quais o tratamento não convem, são aqueles em que a condução ossea está seriamente diminuida, Rinne negativo, e notavel perda da percepção para os sons altos.

LEONARD S. DUDGEON e C. H. WRIGLEY (Londres) - Demonstração de particulas de néoformação maligna na expectoração por meio do metodo do film-humido - Pag. 752.

Estas pesquizas constituem uma sequencia daquelas descritas pelo Prof. Dudgeon, ha 8 anos, para o exame contemporaneo dos tumores e tecidos vivos.

As expectorações de 58 individuos suspeitos de néoplasia pulmonar ou das vias aereas foram examinadas pelo metodo do film-humido.

Os resultados foram comparados com os obtidos pela broncoscopia, biopsia ou pela autopsia.

Em 68% dos casos provados de carcinoma pulmonar ou laringeo, foi possivel estabelecer o diagnostico pelo exame da expectoração, e na maioria dos casos o tipo histologico da néoformação pode ser distinguido. Perfeitos especimens das particular de néoplasia maligna foram obtidos em diversos casos e as estructuras hiatologicas dos diferentes tipos de néoformações são descritas detalhadamente.

A tecnica do metodo do film-humido é descrita em detalhes.

Os diversos casos são colocados em grupos e os resultados obtidos agrupados sob forma de quadros.

J. 181. EDINGTON (Sheffield) - Infecção estreptcocica do fóco operatorio após extirpação das amigdalas e adenoide - Pag. 764.

O A. visa determinar a importancia da flora bateriana das fauces na etiologia das infeções post-operatorias.

Em 140 casos investigados, o exame da flora bateriana das fauces no periodo pré-operatorio revelou a presença do estreptococo hemolitico em 53 casos (48%) e do b. fusiforme e espiroqueta de Vincent em 54 casos (49%).

Todos, com exceção de dois, após o áto operatorio, entraram em convalescença sem nenhuma complicação séptica estreptocócica.

Destes dois, um foi operado ao periodo de incubação da escarlatina, desenvolvendo-se grande inflamação faucea.

O outro, dois alias após a intervenção foi acometido de intensa reação inflamatoria no fóco operatorio, com cultura pura de estreptococo hemolitico.

O exame da flóra bateriana no período pré-operatorio já havia acusado a presença do mesmo germen.

Este germen foi igualmente isolado de dois outros pacientes da mesma enfermaria e estando ambos sofrendo de amigdalite. Foram feitas reações de aglutinação com material proveniente desses três individuos e ficou demonstrado que o organismo infectante era o mesmo nesses três pacientes. Provavelmente o abaixa-lingua foi o veículo.

O .A. conclue que, das suas observações e das inumeras convalescenças normais em individuos portadores de estreptococo hemolitico em sua garganta durante a operação, não existe contra-indicação operatoria na ausencia de lesão ou historia de lesão recente.

ACTO OTO-LARYNGOLOGICA

Vol. XXIII - Fasc. 2 - 1935 (Stockolmo).

PROF. ROBERT BARANY (Uppsala) - Modificação dos ruídos do ouvido por meio de injeções endovenosas de anestésico - (Nota prévia) - Pag. 201.

Bárány foi levado a estudar a questão da ação da anestesia local sobre os ruidos auriculares pela circunstancia ocasional da observação de um caso de desaparecimento desses ruidos em um paciente, logo após a infiltração da mucosa septal, com uma solução de novocaína a 1 % e adrenalina. Bárány acha que não é, como pensava Polte, a ação da injeção sub-mucosa que determina o desaparecimento doa ruidos, mas a propagação dela ao corneto inferior, o que equivaleria a uma injeção endovenosa. Bárány afirma, baseada em varias centenas de injeções feitas por ele, que tanto as injeções submucosas quanto intravenosas de 5 cc. de uma solução de novocaína a 1 %, são completamente destituídas de perigo. Praticou em perto de 80 doentes, com ruídos de ouvido, injeções sub-mucosas ou intravenosas de novocaína, ou outro anestésico. As dosagens foram para a novocaína 5 cc. A 1 % - percaína 0,05 a 0,1 % - pantocaína - 0,1 %.

Observou que logo após as injeções, os ruidos, em um grande numero de pacientes, enfraqueciam ou desapareciam por completo. O efeito dura: com o emprego da novocaína de 20 minutos á 1 hora; com a percaína de 1 á 18 horas. A pantocaína é de ação imprecisa. A analise demonstrou que os casos de ruidos contínuos e não pulsateis são os que melhor reagem. O emprego das injeções póde ser diario e sem nenhum inconveniente para os doentes. Bárány acha que os casos de morte, atribuidos ás anestesias, não devem ser causado pela toxidez destas, mas á adrenalina e mais ainda ao medo e ao pavor dos doentes.


PROF. H. BURGER (Amsterdam) - Erros diagnosticos do laboratorio. Diagnostico histologico diferencial entre a sífilis e tuberculose do laringe - Pag. 207.

O caso descrito prova que a sifilis do laringe póde apresentar um quadro histologico típico da tuberculose e que, consequentemente, um diagnostico histologico (sem bacilos) de tuberculose do laringe, não pôde ser tido como certeza absoluta.

K A. DRENNOWA (Leningrad) -- Casuistica do Neurinoma - Faia 214.

O A. apresenta 3 casos de neurinoma, e baseado na literatura pensa poder concluir:

1 - Que o neurinoma é particularmente frequente nos moços, em plena maturidade sexual, e em individuos com um sistema nervoso labil; nesta idade existe a maior possibilidade de perturbações do equilibrio dos tecidos, das trócas organicas e do quimismo sanguineo.

2 - O neurinoma, um tumor do tecido especifico de sustentação do sistema nervoso periferico, é de natureza benigna, mas em consequencia da sua má localisação deve, no entanto, ser inscrito entre os tumores malignos.

3 - A frequencia de sua localisação na região coclear do VIII par crâneano, nos permite pensar na possibilidade de uma surdez espontanea e progressiva.


A. I. KOLOMIITCHENKO (Kiew) - E vantajoso, para a extração de moedas do esofago, servir-se do gancho de Kirmisson? - Pag. 236.

São estas as conclusões do A.:

1 - Na ablação de corpos estranhos do esofago, cada metodo possue indicações particulares.

2 - Os metodos chamados cegos não têm emprego senão para retirar moedas e corpos arredondados de superficie lisa.

3 - O gancho de Kirmisson deve, no caso, ser o escolhido, mesmo quando a moeda está ha muito tempo no esofago.

4 - Este aparelho é contra-indicado para os corpos estranhos de bordos cortantes, assim como todo e qualquer metodo agindo ás cegas.

L. FINDEISEN (Budapest) - Gangrena do pavilhão da orelha na molestia de Raynaud - Pag. 267.

O A. descreve um caso de gangrena simetrica, atacando ambos os pavilhões da orelha, em um homem de 48 anos de idade, sofrendo de molestia de Raynaud.

O prognostico nestes casos não é mau, devido á irrigação abundante do pavilhão, da orelha, mas é preciso ter em vista a dificuldade que existe em se dominar a molestia por completo, e que tende a persistencia indefinida.

Os meios terapeuticos a serem empregados e mais usados são: aplicação, local, de calor (massagens, irradiação ultravioleta, diatermia), faradisação.

Como tratamento sistematico o nitrato de amila, a nitroglicerina, uma ou duas empolas de padutin diariamente e injetados pela via intramuscular, iodo, quinino, ferro. Como tratamento local não indicadas as aplicações de pó durante o processo gangrenoso e, após a necrose e quéda das partes, as granulações devem ser.estimuladas pelo uso de um unguento protector. O A. considera teorica a pratica da simpaticetomia peri-arterial, assim como a gangliectomia.

K. WITTMAACK (Hamburg) - Sôbre a regeneração secundaria do nervo coclear e as relações funcionaes e biologicas entra o orgão de Corti e o nervo acustico - Pag. 274.

Com o aperfeiçoamento da oto-neurologia, nos tempos modernos, grandes modificações em nossos conhecimentos gerais vim se processando cada dia, de fôrma a transformar, por completo, e quê até agora existia de conhecido.

Wittmaack, neste artigo, expõe os resultados de sua experimentação e dos exames que praticou em casos de tumores do acustico e que vieram revolucionar por completo a questão de percepção auditiva até agora aceita.

Assim é que ele poude observar, em um de seus caso, completa atrofia do nervo acustico com absoluta conservação do orgão de Corti; e, em outro caso, fáto completamente inverso, isto é, atrofia acentuada do orgão de Corti com nervo acustico absolutamente intácto. É, ainda mais, no primeiro caso existia surdez completa, ao passo que para o segundo, com atrofia do orgão de Corti, o A,. observou e já houvera observado, tambem, em muitos outros casos semelhantes, que a audição só se apresentava, ligeirissimamente abaixada.

A existencia destes fatos e, ainda, baseados em outros estudados pelo A., chega ela a conclusão de que o orgão de Corti, particularmente suas celulas sensasoriais, não devem ser consideradas como elementos imprescindiveis á percepção dos sons que estaria ligada ás expansões dos feixes nervosos amielinicos. O orgão de Corti não pertenceria, por isto, ao aparelho sensorial. Constituiria, provavelmente, a ultima cadeia do aparelho condutor de sons. O A. não quer dizer com isto que o orgão de Corti seja um orgão sem importancia, mas sim que se deve procurar sua função e significação em outro territorio que ainda não foi estudado até agora.
Assim é que pensa que este orgão não seja mais que um analizador dos sons, colocado ao lado do aparelho sensorial.

M. O. R.

ARCHIV FÜR OHREN-, NASEN- UND KEHLKOPFHEILKUNDE

Vol. 140 - Fasc. 3 - 1935.(Berlim).

JOSEF JESCHEK (Graz) - A questão da tonsilotomía no ponto de vista da clinica e da patologia - Pag. 197.

A, combate, baseado em estatistica, a tonsilotomia, referindo-se á recedivas frequentes de anginas na parte restante das amigdalas, que ficára da intervenção cirurgica. Em alguns destes casos recedivantes praticára a tonsillectomia, com cura completa das recedivas inflamatorias do orgão doente. Propugna o A., pelo emprego da tonsillectomia como metodo operatorio de escolha.

WERNER SPEITEL (Greifswald) - Tonsilectomia por abcessos, na clinica de Greifswald, em 374 pacientes, de 1928-1935 - Pag. 232

O A. resume os ensinamentos obtidos, nos caos de abcessos peritonsilares em que a intervenção, para extirpação da amigdala abcedada, foi praticada a quente, nos itens seguintes:

1 - A tonsilectomia nos abcessos peritonsilares é uma operação completamente inócua, mesmo nos caoss em que os abcesso se processem no curso de uma outra molestia.

2 - A operação terá lugar sob anestesia local e por cirurgiões hábeis.

3 - Em 2 casos houve necessidade de tratamento post-operatorio. O estancamento do sangue se processou sem dôres e sem perturbação do curso da cura.

4 - A temperatura conservou-se em gráu médio onde existia, no que concerne á altura e duração. 5/6 dos pacientes estavam sem febre já no terceiro dia da operação.

5 - As dôres post-operatorias foram menores que as observadas após tonsilectomias comuns, assim tambem o estado geral, dos pacientes operados, durante os abcessos, era magnifico.

6 - Complicações não foram observadas.

7 - Onde exista complicação, trata-se de um fóco inflamatorio de origem tonsilar, que já existia anteriormente, ou de um estado tonsilógeno pré-septico, cujo aparecimento e curso não poude ser sustado pela intervenção cirurgica. Baseado nestes resultados, o A. pensa ter demonstrado a inocuidade de tonsilectomia a quente e aconselha-a ao envez da incisão simples ou desta seguida de tonsilectomia.

As indicações serão as seguintes: Cada abcesso peritonsilar, mesmo quando sómente se suspeite de sua existencia, deverá ser tratado pela tonsilectomia, para que seja logo encontrado, rapidamente esvasiado e, de uma só vez curada uma tonsilopatía cronica.

O A. não diz, no entanto, que especie de anestesia local praticou em cada um de seus casos.

HIROSHI TSUKAMOTO e MASAMI SHIMOMIYA (Dairen) - Contribuição ao conhecimento da significação dos ruidos vasculares na origem dos ruidos do ouvido - Pag. 247

Os ruidos fisiologicos não são, provavelmente, produzidos por uma excitação adequada ou seja pelos ruidos vasculares peri-otiticos, entoticos, mas sim por uma excitação inadequada do aparelho coclear terminal. Pela oclusão do conduto auditivo externo por meio de uma substancia morta, por exemplo: um pedaço de marfim etc., num espaço livre de ruidos, podem ter 3 especies de ruidos vasculares: 1º - ruidos da pulsação cardiaca; 2º - ruidos, fracos, sibilantes, síncronos, com as sistoles cardiacas; 3º - ruidos duradouros de zumbidos e branidos. As duas ultimas variedades são produzidas pela ação mecanica, do marfim, produzidas pela pressão sobre as partes moles, do conduto auditivo externo e são muito fracas para sobrepassar os ruidos fisiologicos normais.

Os ruidos síncronos com as sistoles cardiacas são produzidas pela pressão arterial e as da terceira variedade pela pressão dos capilares e das veias. Quando do fechamento do conduto auditivo externo pelo dedo, os ruidos da pressão vascular são tão intensificados, na polpa do dedo, que os ruídos fisiologicos serão sobrepujados, assim tambem os ruidos fracos dos batimentos cardiacos.

As causas da existencia das sensações subjetivas patologicas da audição, são produzidas frequentemente pelas rolhas duras de cerumen, obturando completamente o conduto, pelos catarros secretorios do ouvido médio, pelos processos catarrais adesivos, pelas inflamações catarrais serosas e purulentas agúdas do ouvido médio e devem estar ligados ás perturbações de ruídos sobrevindas pela pressão vascular.

BRUNO KECHT - Prolongado estado de latencia de um abcesso do lobo temporal otogenico, com exame histologico do abcesso e do osso temporal - Pag. 261.

O A. descreve um grande abcesso do lobo temporal esquerdo de origem otogenica, em um menino de 11 anos de idade que, após uma otite média agúda, com 14 dias de duração, curada ha dez meses, faleceu pela ruptura do abcesso nas meningeas.

Este caso apresenta de particular:

1)- Grande periodo de latencia (10 meses).

2) - Pobreza de sintomas.

3) - Via de invasão raramente seguidas pela infecção original do ouvido médio (deíscencia ossea).

4)- Especie histologica, raramente observada, de formação da membrana do abcesso e o seu proprio crescimento.

M. O. R.

ZEITSCHRIFT FÜR HALS- NASEN- UND OHRENHEILKUNDE

Vol. 37 - Fasc. 5 - 1935.

J. B. SEIFERTH (Koeln) - Ação do Quinino sôbre o orgão da audição; e aparelho vestibular, contribuição experimental ao nistagmo dá posição - Pag. 367.

Após injeções sub-cutaneas de dóses toxicas de quinino, foram observadas modificações histologicas nos rochedos dos cães, quer no estado de envenenamento agúdo, quer no cronico. Nas cobaias, quando do envenenamento agúdo pelo quinino, observou-se nistagmo por ocasião das mudanças de posição. Este nistagmo de posição não é constante, mas é quasi que regularmente encontrado nas cobaias quando do envenenamento agúdo pelo quinino. Na maioria das experiencias o nistagmo foi de fórma mixta, entrando nesta o componente vertical.

As provas caloricas e rotatorias, durante o envenenamento, apresentavam-se normais, quantitativamente. A origem deste nistagmo deve ser central; pois que o labirinto periferico, quando da intoxicação, apresentou provas normais.

O mecanismo do nistagmo de posição, observado nas intoxicações pelo quinino, deve ser atribuído a uma lesão do endotelio dos pequenos vasos, que ocasione uma perturbação circulatoria no cerebro e, pela sua ação sobre os centros vestibulares, produza uma tendencia ao nistagmo quando da mudança de posição. A ação do quinino sobre a audição e nobre o aparelho vestibular póde-se dar de três modos: 1 - perturbações auditivas produzidas pela intoxicação do sistema nervoso central; 2 - lesão pura do ouvido periferico; 3 - molestia do coclear e vestibular devido a uma idiosincrasia pelo quinino.

O quadro clinico, da nevrite acustica toxica, é dominado pelos sintomas inflamatorios; geralmente trata-se uma reação do aparelho conjuntivo dos vasos sanguíneos sobre o agente toxico; na qual uma molestia infecciosa e das trocas organicas, na fôrma de um processo inflamatorio e de intoxicação pela absorção do veneno, atúa de fóra sobre os vasos sanguineos. A fôrma puramente toxica degenerativa da nevrite do acustico aparece sempre, quando pelas condições do estado geral, reações inflamatorias de defeza no nervo auditivo não são mais de se esperar, tal como se dá, sobretudo, na diabetes, na tuberculose, nas molestias cronicas dos rins, nos casos graves de escarlatina ou na carcinomatose. A punção lombar deve ser usada no diagnostico da nevrite toxica do acustico e deverá ser continuada enquanto forem encontradas modificações patologicas do liquor.

HERMANN HOEPKE e WERNER GRUNING (Heidelberg) - Influencia da alimentação acida e alcalina sobre as amigdalas - Pag. 396.

Foram examinadas as amigdalas de ouriços (hérrisons) que foram conservadas durante 5 meses, em sono hibernal. Imediatamente após o acordar foram alimentados óra com predominancia de alcalinos, óra com predominancia de acidos.

O tamanho e o quadro histologico das amigdalas, durante o sono hibernal, já era conhecido por exames anteriores. Pela alimentação alcalina, o tamanho das amigdalas diminuía de 1/3, e o numero de nodulos germinativos apresentava-se fortemente diminuído. A formação e transsudação de pequenos linfocitos era muito grande. Os vasos linfaticos mostravam-se turgidos.

Pela alimentação acida as amigdalas mostravam-se ligeiramente diminuidas quando comparadas ás da epoca do sono hibernal, o numero de nucleos germinativos alguma cousa diminuidos. A formação de pequenos linfocitos fortemente limitada.

A formação das fôrmas grandes muito aumentadas. Os centros dos nucleos, apresentavam-se, por isto, grandemente desenvolvidos. A formação do epitelio reticulado, observava-se em todos os animais. O A. deduz destes estudos, que a diversidade da alimentação pôde influir, grandemente, na atividade das amigdalas.

STEFAN KREPUSKA (Budapest) - Sintoma vestibular raro, nos casos de tumores da ponte, produzido pela excitação calorica - Pag. 414.

Pelos exames otologicos, de 3 casos de tumores da ponte, praticados pela excitação do aparelho vestibular, segundo Kobrak-Veits, com agua fria a 20.º, não se obteve as reações comuns (Nistagmo de duração de 120 segundos); mas produziu-se uma especie de paralisia do olhar, isto é, de um espasmo dos globulos oculares. Este estado de espasmo consiste em que o paciente póde, livremente, mover seus olhos para o lado da calorisação, ao passo que o não póde fazer para o lado oposto, pois que os olhos permanecem fixados na posição mediana. O nistagmo, no entanto, não é observado. A reação dura 3 minutos, tornando-se, então, livres os movimentos oculares.

Em um dos casos foi encontrado um tuberculoma, de tamanho de um ovo de galinha, na ponte, que foi examinado histologicamente, segundo Weigert, fornecendo um esclarecimento completo não só aos sintomas clinicos, mas tambem, explicando o mecanismo e a causa da paralisia do olhar. Ficou demonstrado que a paralisia do olhar não é causada pela lesão do nervo abducens, mas sim por lesão conjunta dos nucleos do abduceins e do motor ocular comum e, bem assim, que a paralisia do "fasciculos longitudinalis posterior" goza, aí, papel importante.

O A. considera ente novo sintoma como de grande importancia no auxiliar o diagnostico precoce dos tumores da ponte de Varoli.

MORITZ WEBER (Leipzig) - A. transfusão de zangue nas septicemías de origem otogenica - Pag. 425.

A transfusão de sangue não é uma operação sem importancia, Ela exige familiaridade com as particularidades de tecnica e de formal indicação. O doador não se torna dificil encontrar graças ás organisações modernas de fornecedores de sangue. A tecnica da transfusão de sangue citratado sem aparelhos especiais, como se faz, na clinica de ouvidos de Leipzig é descrita minuciosamente pelo A.: determinação do grupo sanguineo do paciente, prova de aglutinação direta catre o sangue do receptor e do doador, retirada do sangue, prova biologica prévia e infusão.

O A. refere-te a 14 casos de transfusão em septicemías, destes 7 curados e 7 mortos. Dos mortos não obtiveram melhora alguma no estado geral e na temperatura, isto é, não reagiram. A transfusão não constitua, pois, um especifico para as septicemías otogenicas, mas um meio magnifico para colocar o doente em "ponto morto". Constituem indicações para a transfusão nas septicemías otogenicas o seguinte:

Em primeiro lugar a intervenção para destruir o foco de infecção. Transfusão só ligada a esta intervenção. No caso de a primeira operação não produzir abaixamento da temperatura, revisão da ferida, isto é, reoperação. Sómente nos casos de estado geral mau, pulso mau e grande anemia estará indicada a transfusão sanguínea, após a intervenção cirúrgica. Tambem estará indicada quando após a operação, continue mau estado geral, por semanas a fio, com temperatura piemica, com má granulação da ferida operatoria. A transfusão não deverá ser feita muito tarde; a repetição só será aconselhavel, quando o doente houver reagido á primeira e quando, após reverão operatoria, a temperatura com mau estado geral persista. Frequentemente pequenas transfusões repetidas atuam melhor que as grandes transfusões espaçadas. Na erisipela poderá ser empregada com vantagens, quando a quéda da temperatura não se processe logo. Nas feridas diftericas não atúa sobre a difteria mesma, nas melhora o estado geral. Não deverá ser praticada, de nenhum modo, para os doentes em convalescença de asma septicemia otogenica, nem para os com meningite grave.

O prognostico da septicemia otogenica está ligada á reação do organismo á transfusão sanguinea.
M. O. R.

MONATSSCHRIFT FÜR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGO-RHINOLOGIE Vol. 69 - Junho de 1935. (Viena) .

E. RUTTIN;-- Um método de anestesia da laringe - Pag. 655.

Consiste essencialmente em fazer injeção no seio piriforme, por fóra. Sente-se a borda superior da tiroide, que é seguida até sua extremidade externa. Esta extremidade situa-se um pouco adeante do corno sup. da cartilagem, a qual não é tacteavel. Aí, na parte extrema da borda sup., isto é, um pouco para dentro do corno, acha-se o ponto para a injeção. Passando-se a borda da cartilagem com a agulha, afunda-se-a e empurra-se-a um pouco reais para deante. O controle da agulha se faz por intermedio da laringoscopia. Póde-se ver o movimento da agulha no seio piriforme, sob a mucosa, controlando-se a agulha acha-se nas visinhanças da prega do nervo laringêu. Injeta-se então 1 a 2 c.c. de sol. de novocaina a 2 %, com algumas gotas de adrenalina.

A mesma coisa se faz do lado oposto. E' conveniente anestesiar a base da lingua antes da injeção. Com esta anestesia pode-se praticar biopsias, bem como operações na laringe. Na disfagia dos tuberculosos, a alcoolização por este processo, é superior á do, laringêo sup. na membrana hio-tireoidéa. Nas laringectomias pôde ser combinada com a do resto do campo operatorio.

T. S. SZENT'LOERINCZ - Um caso de paralisia do recurrente de causa infectuosa - Pag. 653.

O doente apresentado pelo autor, era portador de uma paralisia do recurrente, cuja causa não pôde ser descoberta sessão após a operação. Sofria de vagas dores de garganta, acompanhadas de febre, reumatismo, ganglio retro-cervical, que poderia ser causador de compressão do recurrente. Feita tonsilectomia direita, foi descoberto um abcesso grande cheio de puz espesso. Pensa o A. que a compressão produzida pelo ganglio, provocou no nervo um logar de menor resistencia; discute também, para pôr de lado, a hipotese de artrite da aritenoide.

Após a operação, a sintomatologia regrediu, mas a paralisia do recurrente permaneceu.

W. KOLBA - Sobre o valor do quadro hematologico nas tonsilites cronicas - Pag. 681.

1 - As tonsilites cronicas não provocam fatalmente linfocitose. Isto acontece quando a tonsilite é acompanhada de complicações.

2 - Um individuo com linfocitose evidente, isto é, um organismo afetado cronicamente, suporta uma operação tão bem como aqueles que tira o quadro hematologico normal ou neutrofilia.

3 - Como unica diferença nota-se um tempo maior de duração subfebril.

4 - Finalmente acha o A. que o quadro hematologico só tem valor para o diagnostico de tonsilite cronica, quando ao lado de outros sintomas clinicos; que o desvio do quadro não serve de base nem para o prognostico, nem tem valor sob o ponto de vista das reações operatorias.

F. IPOLGI - Resultados ulteriores das operações do septo por perturbações respiratorias - Pag. 685.

O A. considera neste artigo, apenas as ressecções do septo por perturbações respiratorias, pondo de lado as outras indicações respiratorias como: retenção de catarro, sinusites, neuroses reflexas, hemorragias, etc.

Teve ocasião de operar 376 doentes, dos quais uma parte foi examinada mais tarde e de outra parte teve noticia por escrito. Os resultados foram os seguintes: 63% ficaram com respiração livre; 29% melhoraram; 8% ficaram estacionados.

Acha o autor que sendo de 92 % o numero de casos de cura ou de melhoria da respiração nasal, acha-se preenchida a indicação operatoria.

K. LOEWY - Mastoidite aguda e nefrite - Pag. 690.

1 - Otites operadas, cujos portadores são doentes dos rins, gosam, na maioria dos casos, de decurso normal.

2 - Cerca de 0,7% das mastoidites agudas decorrem com nefrite hemorragica.

3 - A doença do ouvido representa ora o papel de doença intercorrente, ora de foco principal, ora de ambos.

4 - A maioria das nefrites otogenicas atinge as creanças. Relativamente frequente é a observancia de comprometimento dos ganglios.

5 - O prognostico das nefrites otogenicas dos casos operados, póde ser tido como bom, com relação ao incomodo dos rins.

6 - Debaixo de curtas circunstancias pôde a existencia de uma nefrite hemorragica influir na indicação operatoria da mastoide.

H. BRUNNER - Diagnostico diferencial dos humores do angulo ponto-cerebeloso - Pag. 908.

Para o diagnostico dos tumores do angulo-ponto, além do exame otologico, é de enorme importancia o exame oftalmologico e o neurologico. E esses exames são tambem indispensaveis, não só para o exame diferencial dos tumores, muitas vezes impossível, como também para o prognostico e seu tratamento. Ha de fato uma grande quantidade de tumores e formações tumorais, que se assestam nesse ponto. O À. cita os seguintes: cistos meningeanos no angulo-ponto, os meningeomas e os gliomas. Se os sintomas otologicos não são suficientes para um diagnostico diferencial, muitas vezes eles o auxiliam.

Relata a seguir o A, seus casos das traz variedades de tumores, mostrando como é difícil diferença-los entre aí, muitos dos quais foram diagnosticados á autopsia.

Vol. 69 - Julho 1935 (Viena).

F. BOCKSTEIN - A operação radical pelo conduto nas otites crônicas Pag. 776.

A operação radical não corresponde totalmente ás esperanças nela depositadas, não só quanto á cessação da otorréa, como também da cefaléa, da vertigem, etc. Os casos de cura atingem apenas 20% (Wittmack e outros). Quando se dá a epidermização da cavidade, muitas vezes o processo inflamatorio continúa sua marcha, ás escondidas, podendo atingir as meninges e o cerebro. Além disso cerca de 80% dos doentes sofrem uma diminuição na audição e justamente naqueles que antes da operação gosavam de um poder auditivo satisfatorio. Não obstante, continúa a ser a radical uma grande conquista da otologia, em suas indicações restritas como colesteatoma, paralisia facial, sintoma da fistula, etc.

Desde muito tempo tem-se pensado em tornar a radical o mais conservativa possivel. Sob esse ponto de vista, a intervenção pelo conduto, parece ser a mais racional, pois mesmo a radical natural abre-se por essa via. O A. praticou nos ultimos 4 anos 120 operações pelo conduto, que dividiu em 2 grupos: observações que tinham em vista a propria operação e observações que visavam o resultado final.

A operação deve ser feita sob anestesia local, que é bem tolerada pelos pacientes. As incisões, em numero de duas, são praticadas no conduto e é nisso que repousa a vantagem do metodo do autor. O campo operatorio é amplo, permitindo- chegar á dura e até ao seio. Para sua compreensão é necessario ler o trabalho do A., que se estende em todas as minucias de tecnica. Dentre as vantagens desse processo citam-se: ancatepia perfeita; perda de sangue insignificante; tolerancia ótima, podendo ser indicada a doentes de pessimo estado geral; campo em toda estensão visivel, principalmente a caixa e ático; trauma muito menor, mormente nas mastoides esclerosadas: não ha possibilidade de modificação do pavilhão, nem de formação de fistula.

Os resultados do A. resumem nas seguintes cifras: muito bons, 54%; boas 29,2% ; satisfatorio 10,1%; não satisfatorio 6,7%.

M. BRUNNER - Sobre a patologia da surdez mesencefalica - Pag. 800.

Q caso do A. resume-se no seguinte: mulher com 36 anos, queixa-se ha 3 meses de forte cefaléa, vertigens e nauseas; desde esse tempo a audição diminuiu; teve 3 crises com fortes suores e perda dos sentidos. Dôr á pressão em todo o crâneo principalmente no occipital; a pupila esq. reage mal, a dir. normal; nistagmo bilateral; paralisia do olhar para cima e para baixo; prova do indicador no nariz insegura; hipodiadococinese. Assinergia cerebelosa e flexão combinada nítida. Não ha Babinski nem Oppenheim. A doente dorme quasi dia e noite. O ex. dos olhos revelou: papila de estase mais á esq. Wassermann negativo. Otoscopia normal. Reações vestibulares normais. As provas de audição não puderam, ser feitas.

Operado (exposição do cerebelo), não foi encontrado o tumor. Exitus.

Autopsia: tumor á dir. do tamanho de uma noz, que levanta o corpo caloso, comprime para cima o hemisferio cerebral e que atinge os tuberculos quadrigemeus.

O caso descrito mostra o quadro tipico de tumor do mesencefalo. A sonolencia com sintomas vegetativos intensos, a paralisia pupilar á dir. mais que á esq., a paralisia dos olhos para baixo e para cima, os sintomas cerebelares e os sinais claros de aumento de pressão cerebral, não deixam dúvida sobre o diagnostico. A estes sintomas acrescente-se diminuição notavel da audição, com progressão rápida. Os vestibulares achavam-se hiperexcitados. A perturbação da audição não encontrou explicação nos exames histologicos dos feixes cerebrais, mas foi notada atrofia pouco pronunciada dos servos da macu1a-succuli em ambos os lados, o que, no entanto, não está de acordo com a enorme diminuição da audição que a doente apresentava. Um exame mais profundo demonstrou destruição do pedunculo dos tuberculos quadrigemeus direitos posteriores e da tuberosidade geniculada media. E' de concluir-se que essa lesão alta provocou degeneração descendente do sistema coclear.

INGO WALDE - Correção plastica do nariz em séla - Pag. 850.

O enxerto de fragmento da tibia recoberto de periosteo não é muito favoravel para a plastica nasal. A principal desvantagem decorre de um processo do reabsorção do enxerto, que exige o emprego da hipercorreção. Esta hipercorreção produz nos primeiros tempos máu efeito cosmetico. Ao mesmo tempo não se póde precisar qual o grau de reabsorção e portanto qual o tamanho do enxerto a empregar.

Como material autoplastico pódem também ser empregadas a crista ilíaca, costelas, cartilagens com seu pericondrio e gordura.

O marfim é o material mais aconselhavel para a correção em apreço: apresenta as vantagens das substancias autoplasticas sem suas desvantagens. Sua modelagem é ótima e a possibilidade reabsorção minima.

Entre as substancias oloplasticas conta-se a parafina. Deve ser usada aquela cujo ponto de fusão é superior a 50°. Há o perigo de formação dos parafinomas.

E. URBANTSGHITSCH - Amputação do pavilhão da orelha por carcinoma em homem de 81 anos. Cura. - Pag. 876.

O doente foi sempre são. Em 1935 sofreu congelação de ambas as orelhas; desde então teve sempre uma crosta do lado dir.; desenvolveu-se aí um tumor de progressão rápida, que alcançou o tamanho de uma noz.

Ex. histologico: carcinoma plano epitelial

Extirpação de todo o pavilhão. A cicatrização da ferida foi auxiliada com raios infra-vermelhos. Após 14 meses da data da operação, o doente permanece bem e-apesar-de seus 81 anos, ainda trabalha.

R. SINGER - Um caso de sintoma da fistula com integridade do ouvido medio - Pag. 881.

Um doente com 62 anos apresenta ha 14 dias crises de Menière que se tornam cada vez mais fracas. Ha 5 anos sofreu do mesmo mal. Ouve mal á dir., há 15 anos, com zoadas. Este caso é apresentado por um fenomeno identico ao sinal da fistula: quando se comprime o ouvido externo dir., provoca-se um nist. do 3º gráu, horizontal e rotatorio para a esq., acompanhado de vertigem rotatoria. A audição diminuida, tipo ouvido interno (Rinne positivo, Weber para o lado são, C4 encurtado) á direita e normal á esq.

E. GRABSCHEID - Tuberculoma do ângulo-ponto-cerebeloso esquerdo. Carie do rochedo esq. Tuberculose de ambos os ouvidos internos - Pag. 884

O paciente foi sempre sadio. Em começo de janeiro de 1935 notou zoadas á esq., que perduraram. Dôres na face esq., nos dentes sup. e inf. á esq., bem como cefaléas que começaram á esq. na parte posterior e em seguida irradiaram-se para o ouvido e fronte esq. Mais tarde rouquidão e disfagia.

Ex. neurologico: não havia reação pupilar á esq.; pupilas de forma não muito regular; fraqueza facial esq.; desvio da lingua para a esq.; desvio de ambos os braços para a dir.; prova do indicador no nariz á esq. levemente ataxica; marcha com desvio para esq. Wassermann negativo.

Ex. dos olhos: limites pouco nitidos das papilas; não havia estase; campo visual para o movimento normal, para o vermelho sem grande diminuição. Visão á dir. 536, á esq. 512.

Ex. do ouvido: ouv. esq. normal; o timpano achava-se cinzento-avermelhado, mastoide sensivel á pressão; cóclea: voz á dir. 4 metros, á esq. igual a zero; vestibulo: inexcitabilidade calorica bilateral; a rotação provoca nist. em ambos os lados de pouca duração (8 a 10 segundos).

O doente foi operado com o diagnostico de meningeoma e faleceu. A autopsia demonstrou um tuberculoma que provocou carie na ponta da piramide. O preparado mostra além disso, uma tuberculose do ouvido interno em ambos os lados.

LES ANNALES D'OTO-LARYNGOLOGIE

N.º 1 - Janeiro 1935. (Paris).

G. HICGUET - Sifilides papilomatosas do véo e do faringe em uma creança de 5 anos- Pag. 8.

Observação de creança de 5 anos, com fenomenos distroficos e temperatura 37,6. Ao exame da garganta uma lesão sobre as duas amigdalas, pilares e base da uvula, de côr branca acinzentada, de superficie aveludada com reflexos azulados, dando impressão de lesão epitelial e sub-epitelial. Alem disso, micro-adenite bilateral. Exame bateriologico deu: exame direto, flora mista de b. fusiformis, pseudo-diftericos, coco-bacilos gram etc. Cultura, nada de difteria, germens encontrados no tartaro dentario habitualmente.

Alguns dias após, as lesões evoluem tomando aspeto papilomatoso. Biopsia: Papiloma com, forte reação linfo-plasmocitaria do pediculo conjuntivo - sifilis possivel W++. 20 dias após as lesões estão desaparecidas, mas a temperatura sobe a 38,6. A creança emagrece, surgem dois enormes aglomerados ganglionares cervicais, duro. Pela adenite cervical, ha duvidas sobre a sifilis pensando-se antes em tuberculose. Novo W++. Os ganglios supuram e são abertos e um tratamento especifico traz a cura. O autor faz considerações interessantes justificando o diagnostico de sifilis 1.° o W varias vezes positivo, 2.° bilateralidade e simetria das lesões, 3.º o aspecto condilomatoso da papula, 4.° a evolução parece confirmar a sifilis.

COLLET e MAYOUX - A tuberculose da mastoide - Pag. 12.

A tuberculose da mastoide é frequente, o A. já observou 27 canos. E' facil reconhece-la nos tuberculosos pulmonares, mas nos doentes com pulmões indemes, os sintomas são diferentes.

O A. estuda os casos - 1 ) fóra da tuberculose pulmonar e 2) a mastoidite dos tuberculosos pulmonares e 3) a patogenia.

No 1.° grupo - 18 casos. A mastoidite tbc. sucede a uma otite media supurada. Esta otite sucede habitualmente a uma infecção rinofaringéa como a otite banal. Esta é uma otite aguda, dolorosa e febril.

Os sintomas da mastoidite são os mesmos de uma m. banal, aguda ou sub-aguda. A temperatura sempre acima de 39,0. O aspecto das lesões é caracteristico. Em certos casos, mastoide amolecida, com grandes fungosidades palidas, sem puz. Outras vezes, grandes sequestros e ás vezes perfurações multiplas da cortical.

E' muitas vezes no curso da evolução que a natureza da molestia vae se revelar aos poucos. A lenta cicatrização é o melhor sintoma da tuberculose da mastoide, o unico mais ou menos constante (16 vezes sobre 18).

As complicações são raras. Os autores concordam que a paralisia facial e a invasão labirintica são frequentes. A audição é pouco atingida. A formula era de uma surdez de transmissão. As complicações intracraneanas são raras e o prognostico é menos mau do que se diz geralmente. Para o diagnostico, é preciso reter 3 ordens de fatos: 1.° antes da intervenção a existencia de antecedentes suspeitos; 2.° na intervenção a presença de fungosidades palidas, sem puz, de sequestros e multiplas perfurações da cortical. 3.° após a intervenção a lenta cicatrização. Por um desses sintomas se impõe a inoculação em cobaia. O tratamento é cirurgico e medico.

No 2.° grupo de mastoidite doa tbc. pulmonares o A. tem 7 observações. O prognostico e tratamento dependem do estado dos pulmões. Finalmente estuda a patogenia nesses dois grupos.

J, DUCUING,e L. DUCUING - Os tumores malignos da amigdala palatina - Pag. 20.

Os AA. classificam sob nome de tumores malignos da amigdala palatina as localisações do processo neoplasico no nivel da tonsila, com exclusão de toda localisação secundaria, propagada á amigdala, provindo do véo ou de seus pilares.

Artigo longo estudando a questão em todos os seus varios aspetos e terminando por estenuante bibliografia.

Fazem um estudo anatomico, histologico e anatomo-patologico. Ha três variedades classicas: tumores de origem epitelial, tumores de origem conjuntivo-vascular e os tumores mistos. Fazem o estudo da sintomatologia em cada um dos periodos de sua evolução. Estuda tambem os tumores não ulcerados da tonsila, as lesões ulceradas das amigdalas e os meios terapeuticos. Fazem a critica dos meios terapeuticos e a conduta a manter nos diversos casos.

DR. PAULO SÁES

N.º 2 - Fevereiro 1935 (Paris)

PROBY - As reações da mucosa das vias respiratorias superiores na sifilis. As formas pseudo-tuberculosas e as formas pseudo-neoplasicas - Pag. 131.

O A. começa estudando histologicamente a mucosa normal das fossas nasais e do laringe, que tem como primeira barreira de defesa um epitelio cilíndrico ciliado e glandulas com um canal excretor. Estuda depois a mucosa patologica e as suas reações. A sifilis produz imagens histilogicas da tuberculose e certos casos lembram os canceres epiteliais ou os sarcomas. Faz o estrelo da mucosa desate da sífilis. 1.° congestão e exsutados; 2° lesões polipoides; 3.° forma hipertrofica secretante; 4.° formas mistas atingindo o osso e a mucosa; 5.° forma papilomatosa 6.° forma gomosa 7.º as rinantrites atroficas secas; 8.° enfim a sífilis proteiforme, que se classifica em duas formas: as formas pseudo-tuberculosas e as formas pseudo-neoplasicas. Faz o estudo detalhado dessas duas formas nas fossas nasais e no laringe e termina dando o verdadeiro valor dos todos de laboratorio pana elucidar a questão.

ESCAT e FAVRE - Acidentes asfixicos em menina de 6 anos pela presença no bronquio direito de um pedaço de vidro quebrado - Pag. 143.

Apresentam observação de menino de 6 anos que sugava um estojo de vidro que se quebrou, indo um dos fragmentos á garganta. A anamnese e o exame clinico faziam presumir em corpo estranho fixado no bronquio direito, que a radiografia confirma. Para provocar expulsão expontanea pela tosse, foi instilado na traquéa e bronquios, por via laringéa, alguns cc. de sol. adrenalinada a 1/3000. O corpo estranho não saiu. Dia seguinte acesso dispnéa laringéa intensa e tiragem obrigando á traqueotomia. Esta poz fim á tiragem, mas o corpo estranho continua fixo. Após varias tentativas o pedaço de vidro é tirado parceladamente pela broncoscopia inferior, em varios fragmentos, dando-se emfim a cura.

COLLET - Adenopatia Teresa do gânglio de Poirier - Pag. 148.

Qbservação minuciosa de homem de 66 anos, cuja afecção começou pela disfonia 3 a 4 meses antes, complicando recentemente de disfagia e aparição de uma bola deante do pescoço. Ao exame - tumor pré-laringeo, mediano, mobilisavel com o laringe, solido, muito ácaro. Ao exame laringoscopio, tumefação ulcerada ocupando a lace posterior da epiglote e mascarando inteiramente o resto do laringe. Biopsia:. "epitelioma lobulado, epidermoide, espino-celular, com globulos corneos, placas necroticas, mitosis anárquicas e celulas monstruosas". Punção-incisão com bisturi empleno gânglio neoplasico e vê-se quê o tumor corresponde ao gânglio de Poirier. O doente deixou o serviço recusando toda intervenção e morreu no fim de 2 dias recusando a traqueotomia.

J. COLLET e R. MAYOUX - A tuberculose da mastoide - Pag. 151.

Completando a memoria publicada no numero anterior, de Janeiro de 1935, os AA. apresentam 24 observações clinicas minuciosas, justificando e servindo de base ás suas conclusões.

C. SEITER - A pratica da ionização em oto-rino-laringologia - Pag. 168.

Em um primeiro capitulo estuda o aparelhamento necessario: 1) uma fonte de corrente continua; 2) um reostato; 3) um mileamperometro; 4) um voltometro; 5) electrodos. Estuda depois as soluções, que devem ser preparadas com sais puros e agua distilada: O A. adopta todas as soluções a 196. Por ex. sulfato de zinco1,0 grs. e agua distilada 100,0 grs. Em um segundo, capitulo estuda a ionização nas afecções do ouvido.

A) Afecções supuradas - O ion que dá melhor resultado é o zinco: Em 2.º plano vem o chumbo. O cobre e a prata. Mostra as indicações a) nas otorréas e b) nas cavidades de esvasiamento, continuando a supurar. O preparo do doente tem importancia em cada caso. Explica em detalhes a sessão de ionização, assinalando os incidentes e acidentes no decorrer dela. Um tratamento bihebdomadario é muito suficiente e nos casos felizes obtem-se a cura após uma unira aplicação. Em outros 4 ou 6 são necessarias.

As contra-indicações são: 1.° as otites medias e as mastoidites agudas; 2.º as caries osseas extensas e os grandes colesteatomas; 3.º eczema do conduto e otite externa; 4.º otorréas devidas a uma causa geral.Dá por fim bons resultados.

B) Afecções auriculares não supuradas - Nestas ha ionisação transtimpanica. Estuda as indicações por lesões não supurativas: 1.° otite catarral cronica; 2.° otite cicatricial post-purulenta; 3.° a otosclerose ou otite media seca diatesica; 4." a oto-espongiose; 5.° os sindromos labirínticos não inflamatorios. Explica a tecnica e os cuidados consecutivos.

Estuda as contra-indicações e os resultados. Mostra a relação da ionização com a diatermia e a ionização de medicamentos ingeridos.

No 3.° capitulo estuda a ionização em rinologia, que foi ensaiado nas seguintes molestias: 1) hemorragias da rede vascular; 2) na rinite hipertrofica 3) nas sinusites o 4) na ozena.

O capitulo 4.° estuda a ionização em laringologia, mostrando a tecnica e a resultados.

L'OTO-RINO-LARINGOLOGIA ITALIANA

Ano. V - N.° 6 - Novembro 1935. (Bolonha)

P. CALICETI (Bolonha) - Terapeutica broncoscopica nas laringo-traqueo bronquites atroficas - Pag. 561.

O A., que já havia experimentado as vantagens das injeções bronquiais de oleo iodado nas laringo-traqueo-bronquites atroficas, refere-se á eficacia, ainda maior, da introdução de oleos iodados por meio do broncoscopio, pois que este permite, antes da introdução do medicamento, a retirada das crostas.

PROF. VEZIO MASINI - A laringe nas diversas étapas de seu desenvolvimento normal e patologico (Nota previa - Pag. 563.

Nesta nota previa, sobre a morfologia do laringe, o A. classifica os laringes em 3 tipos morfologicos, no que se refere a suas estruturas externas e internas, de acôrdo com a conformação humana das mulheres e dos homens e, especialmente, segundo o desenvolvimento e a predominancia funcionais e a fórma anatomica do torax, da face, do pescoço, do nariz, da faringe e da boca. Nesta classificação o A. toma, tambem, em consideração a fórma da cabeça, dolicocéfalos e braquicefalos em sua relação com o palato mais ou menos ogival. Os tipos estruturais dos laringes, quer das cartilagens, quer da cavidade glotica, teriam relação com as fórmas anatomicas especiais, do faringe, da boca, da lingua, da arcada dentaria; estas fórmas determinariam as variedades fonéticas de todas as linguas e particularmente da lingua e dialetos italianos. Se deveria crer, segundo o A., que todos os homens e mulheres possuem pronunciação defeituosa ou bela, voz agradavel ou desagradavel, de acôrdo com o desenvolvimento da fórma anatomica o funcional do laringe: as variedades foneticas; e a diferenciação das linguas, de uma ou mais origens, fossem devidos á pequenas ou grandes variedades estruturais dos orgãos da fonação ou pelo menos a uma das causas principais destas variações linguisticas.

CARLO FELICE PORTA (Pariria) - Contribuição ao estudo da morfologia e da patologia do osso temporal - Pag. 608:

Resume os caracteres morfologicos dos canais emissarios esquamosos e petroesquamosos descritos por Bovero e Calamida, e estuda as relações que estes canais adquirem com,os grupos, de células pneumaticas temporo-zigomaticas, que se encontram, comumente, nos crâneos de apofise mastoides a tipo pneumatico ou mixto. Sobre 61 crâneos possuindo estes canais o A. encontrou 22 vezes pneumatisação temporo-zigomatica e notou que, sobretudo,, os canais sub e supra-zigomaticos podem ter relações, por vezes bem intimas, com estes grupos celulares.

O A. acredita, por isto, que os emissarios esquamosos é petroesquamosos podem representar, embora raramente, uma via de transmissão ou de exteriorisação de fócos purulentos, afetando os grupos celulares vizinhos.

IL. VALSALVA

An. XI - N.° 4 - Abril 1935 (Roma).

PROF. P. NICCOLINI (Florença) - Pesquizas experimentais sôbre o orgão da olfação, tendentes a interpretar o seu mecanismo de percepção - Pag. 189.

Pensa o A. que as substancias varias que penetram nas fossas nasais, pertencem a uma das três categorias seguintes: 1) as que determinam, pelo seu proprio contáto, uma excitação da olfação; 2) as que, pelo quimismo nasal, tornam-se capazes de produzir estimulo; 3) as que passam pelo orgão olfativo sem serem percebidas (substancias inodoras).

O A. expõe um plano de pesquizas experimentais e clinicas e friza a importancia da atividade oxidante do meio nasal, as modificações da secreção nasal sob a ação das excitações olfativas. Procura observar se nos individuos normais existe uma relação entre a acuidade olfativa e certas substancias e concentração diaria de sulfocianêto de potassio, bem como se, a lavagem nasal com concentrações apropriadas desse saí, pode exaltar a acuidade do olfato com relação á outras substancias.

Termina afirmando ser a oxidação do meio nasal indispensavel para a percepção de certas substancias odoriferas.

C. CARRAR (Veneza) - Dois casos de peritonsilite flegmonosa associada á difteria - Pag. 206.

Apresenta o A. dois casos de peritonsilite flegmonosa associada á diftería, na mesma familia: o pai, com 42 anos, e o filho, 20 anos. O primeiro morreu no 23.° dia da molestia, tendo tido antes uma paresía do véu e diplopía e depois, uma paralisia dos membros inferiores seguindo cianóse e morte por sufocação.

O A. insiste sôbre a necessidade da utilização precóce do exame bacteriologico e da sôroterapía. Como curiosidade, cita o facto de uma tia paterna ter morrido dez anos antes de diftería, e uma outra, ter tambem permanecido 6 meses de cama, devido a uma paraplegía consecutiva a uma inflamação de garganta de natureza indeterminada. Isso faz pensar numa susceptibilidade familiar á diftería.

C. PAIS (Veneza) - Fistula alveolar do seio maxilar com mucocéle ou parada - Pag. 217.

Observação de um homem de 40 anos, com fistula buco-sinusal supurada. Pela radiografia verificou-se tratar-se de um trajeto alveolar fistulisado que terminava no seio maxilar cheio de fogosidade e ocupado por um mucocele (verificado pela operação).

PROF. B. RICCI (Florença) - Cateterismo sem fim do esofago em casos de estenoses graves - Pag. 221.

O A. apresenta um caso de dupla estenose (cricoidiana e bronco-aortica), após ingestão de caustico.

A estenose cricoidiana impedia esofagoscopia e a estenose bronco-aortica era excêntrica. Praticou primeiramente a gastrotomía alta, segundo Witzel, para melhorar o estado extremo de desnutrição da doente. Depois, conseguiu fazer passar pequena sonda filiforme e daí em deante, cateterismo sem fim, segundo von Hacker. Cura.

I NUVOLLI (Roma) - Corpo estranho do esofago datando de oito anos - Pag. 230

Apresenta o A. o caso de uma jovem de 15 anos, que 8 anos antes havia engulido uma moeda. A radiografia mostrava sua localisação ao nivel do estreitamento bronco-aortico do esofago, tendo determinado uma estenose parcial, com dilatação acima dela. Retirada sob o contróle da esofagoscopía. Cura

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