Versão Inglês

Ano:  1936  Vol. 4   Ed. 1  - Janeiro - Fevereiro - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 34 a 49

 

REVISTA DAS REVISTAS - parte 1

Autor(es): -

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY Vol. 21 - N.° 4 - Abril 1935 (Chicago, U. S. A.).

ABRAHAM KAPLAN (New York) - Abcessos do cerebro. Cinco casos curados. Referencia especial ao dreno de Mosher e a pneurnografia da cavidade do abcesso - Pag. 385.

O A. focalisa, neste estudo, o metodo de drenagem, instituido por Mosher em 1916 e que não é, senão, uma modificação do usado na Armada Britanica, com resultados satisfatorios durante a grande guerra. Não é mais que um cone ou tubo de tela de arame de cobre revestido e cheio de gaze e que se coloca no interior do abcesso até que seja expelido, espontaneamente, pela retração de suas paredes.

O metodo póde ser descrito: depois de ampla exposição da dura mater sobre o lugar do abcesso, a dura e o espaço sub-aracnoide são ligados ao bordo osseo da ferida por meio da eletro-coagulação. Uma agulha será, então, introduzida no abcesso e quando o pús começa a sair, o estilete da agulha é recolocado. Um cone da dura, compreendendo o cerebro e a parede do abcesso, será removido com o bisturí eletrico. O dreno, que será bem lubrificado, é introduzido na cavidade do abcesso, o obturador removido de fôrma a permitir a saída do pús.

O A. só pratica, excecionalmente, uma intervenção de urgencia. Considera melhor, quando possivel, prorogar a intervenção até que desapareça a encefalite envolvente e uma capsula consistente se tenha formado na área de supuração.

Woltman observou que quando o liquido cerebro-espinhal apresenta uma contagem de celulas evidenciando uma quéda de seu numero total, com predominancia dos linfocitos sôbre os polimorfonucleares, indicaria que a infecção diminuira e que a encapsulação do abcesso progride satisfatoriamente.

O A. relata cinco casos de abcessos do cerebro seguidos de cura. Três casos de abcessos do lóbo temporal complicando otites médias agúdas; um de abcesso do lóbo frontal secundario a uma osteomielite do craneo e a sinusite frontal supurada. O abcesso do lóbo temporal do quinto paciente era de origem -metastatica.

Quatro destes pacientes voltaram a seus trabalhos, completamente livres de qualquer sintoma, no quinto permaneceu leve herniparesia que não necessita assistencia pesosal.

GEORGE E. SHAUMBAUGH J. R. (Chicago) - Abcesso cerebelar agúdo - Pag. 406.

Deve-se pensar na possibilidade da existencia de um abcesso do cerebro, quando se desenvolverem sintomas cerebrais, logo após ou durante o decurso de uma otite média, sinusite, abcesso pulmonar ou bronquiectaeia. Como sintomas iniciais: a febre ligeira, dôres de cabeça, vomitos predominam. Só quando o abcesso torna-se grande é que dá lugar a sintomas de localisação e os sinais de compressão cerebral podem estar ausentes até a morte do paciente. Quanto de util será, para o doente, a prorogaçáo da intervenção operatoria nos primeiros estadios da molestia, esta poderá produzir um desastre, mesmo quando seja de um dia, nos estados avançados.

A grande mortalidade nos casos de abcessos do cerebro, deve ser, em parte, atribuida ao tratamento. Coleman pensa que a tendencia a fazer muito nas intervenções, é responsavel por muitas mortes. Ele resalta que na maioria dos casos o. doente de abcesso do cerebro que morre, post-operatoriamente, morre, não devido ao abcesso mesmo, mas como resultado de uma encefalite agúda, traumatica, doa tecidos envolventes.

Dandy diz que o mecanismo da morte, em muitos casos, é o aumento da pressão endocrâneana e que, em muitas circunstancias, o doente morre mais devido ao tratamento que ao abcesso mesmo. A mortalidade doa abcessos do cerebelo é de 90% e a dos abcessos do cerebro 70%.

Intervenção no período agúdo incide no processo curativo da natureza que procura encapsular o abcesso, assim sendo, a drenagem deve ser prorrogada até que o periodo de cronicidade se tenha estabelecido e a encapsulação tenha tido lugar.

BERNARD P. MORGENSTERN (New York) - Trombóse do seio cavernoso de origem dentaria - Pag. 442.

O A. dá um breve resumo da anatomia, perturbações patologicas e sintomas da trombóse do seio cavernoso, com a historia de dois casos de etiologia dentaria e um outro para diagnostico diferencial. Faz resaltar a significação do index de toxidez no ponto de vista do prognostico. M. O. R.

ANNALS OF OTOLOGY, RINOLOGY AND LARYNGOLOGY Vol. 44 - N.° 4 - Dec. 1935 (S. Louis, U. S. A.).

P. F. SWINDLE (Milwaukee) - Arquitetura da trama vascular sanguinea das camadas eréteis e secretorias do nariz - Pag. 913.

A estrutura arterial da mucosa nasal, de um mamífero recem-nascidos, consiste em duas tramas interconexas e entrelaçadas intrincadamente. Uma destas é composta de numerosas veias, de paredes finas e dilataveis, semelhando a arterias que não dão lugar a anastomoses arterio-capilares. A outra trama consiste em numerosos vasos delgados, muito semelhantes a arterias tipicas, do mesmo tamanho, de qualquer parte do corpo. As arterias tipicas dão lugar a numerosas anastomoses arterio-capilares. Algumas das ligações entre as duas estruturas parecem verdadeiras anastomoses arterio-venosas e são denominadas, de acôrdo, anastomoses pseudo arteriovenosas. As anastomoses arteriovenosas não puderam ser encontradas no tecido erétil do nariz.

GABRIEL TUCKER (Filadelfia) - Câncer da epiglote: extirpação total da epiglote pela laringofissura - Pag. 933.

O A. apresenta um caso de câncer da superficie posterior da epiglote, para cuja extirpação foi praticada a erradicação da epiglote, através de uma laringofissura. O doente foi apresentado, curado, três anos depois da remoção da epiglote. O laringe funciona normalmente, inclusive a vóz. Chama a atenção para uma variedade de câncer de epiglote, de crescimento lento, com extensão posterior a todo o orgão. Relata um metodo cirurgico conservador para a extirpação, total da epiglote pela via de uma laringofissura.

HORACE J. WILLIAMS (Filadelfia) - Otite média agúda supurada no sarampo: uma relação de 427 casos - Pag. 956.

São de 22%. aproximadamente, os casos de otites médias supuradas nos doentes hospitalizados por sarampo. A afecção é bilateral em 50% dos doentes portadores de otites. A paracentése precóce, na otite média supurada post-sarampo, previne, geralmente, o desenvolvimento de uma mastoidite que aféta, mais ou menos, 10% dos pacientes portadores de otite média supurada deste tipo. 77,7% dos doentes, com otite média post-sarampo, tinham menos de 6 anos de idade.

RUDOLPH KRAMER e MAX L. SAM (New York) - Actinomicose do esfenoide com meningite actinomicotica e abcesso do cerebro - Pag. 973.

Os AA. descrevem um caso de actinomicose do esfenoide, demonstrado pela autopsia, complicado de meningite e abcesso do cerebro. Consideram-no como um caso de actinomicose primaria do esfenoide, pois que a autopsia não revelou a existencia de qualquer outro fóco no organismo. O modo de infecção não ficou claro.

M. O. R.

THE JOURNAL OF LARYNGOLOGY AND OTOLOGY Vol. L - N.° 9 - Setembro 1935 (Londres).

H. MUIR EVANS - Origem da audição. Variedades de acaso ou evolução convergente. Um estudo do orgão do ouvido doa peixes e sua conexão com a vesicula natatoria - Pag. 649.
Mais um magnifico trabalho, sobre a audição dos peixes, constitue os estudos de Muir Evans, sobre as correlações existentes entre a vesicula natatoria e o aparelho auditivo destes animais, resalta, com maior evidencia o fato de que os peixes ouvem muito mais do que, até agora, se supunha.

Neste artigo o A. procura agrupar e examinar os numerosos fatos esparsos, e as observações concernentes ao orgão auditivo e a vesicula natatória do peixe, na esperança de encontrar um principio amplo e união que explicasse a grande diversidade de estrutura desses orgãos. A anatomia, completada pela anatomia comparada, pôde tornar-se uma ciência experimental exata e vir a ser tão util quanto a fasiologia no estudo de uma função. Em cada uma das três famílias, que teve ocasião de estudar, existe um prolongamento da vesicula natatória, em intima ligação com o orgão do ouvido. Muito embora esta vesicula goze de uma função hidrostática, tem relação com a audição.

Os factos concernentes aos laços de união entre estes dois orgãos e as condições neurológicas associadas, do tubérculo acustico e da zona central, parecem constituir argumentos convincentes em favor da opinião de que os peixes têm maior poder auditivo do que se suppõe.

C. S. HALLPIKE (Londres) - Progressos recentes na eletrofisiologia da audição - Pag. 672.

Este trabalho constitue um complemento ao fenomeno que Wever e Bey descobriram em 1930, e que tem seus nomes. Não importa as modificações, que ele possa trazer á nossos conhecimentos sobre o mecanismo da audição, seu resultado mais evidente é o de esclarecer, de certo modo, os nossos conhecimentos sobre os fenomenos elétricos que se passam no ouvido interno e nas vias associadas, durante a excitação auditiva.

IYI. 0. R.

ACTA OTO-LARYNGOLOGICA Vol. XXIII - Fase. 1 - 1935 (Stockolmo).

B. FROMM e C. O. NYLEN - (Stockholm) - Contribuição a sintomatologia dos tumores do cerebro, transplantados nos ratos, com e sem labirintos - Pag. 1.

Os AA., em magnifico trabalho experimental, procuram resolver as seguintes questões:

1 - Pode-se produzir nistagmo vestibular pela implantação de um tumor no cerebro de um rato?

2 - A posição da cabeça tem alguma significação no desenvolvimento e produção deste nistagmo?

3 - Existirá nistagmo vestibular em animais com tumores cerebrais, mas sem labirintos?

4 - Se este fato se der, será o nistagmo identico ao dos animais com labirintos normais?

5 - A posição da cabeça influirá sobre o nistagmo dos animais com tumores cerebrais e sem labirintos?

6 - Em que se parece o nistagmo dos animais com tumor cerebral e labirintéctomia unilateral?

7 - Existirão outros sintomas de origem vestibular, ou de suas conexões, após implantação de um tumor no cerebro de um animal com labirintos normais? Nos sem labirintos?

8 - Que relação haverá entre a séde do tumor e a origem e a qualidade do nistagmo e de outros sintomas originarios do sistema vestibular?

Estas numerosas interrogações puderam ser respondidas, graças aos resultados obtidos em 43 experiencias de implantações, no cerebro de ratos, do sarcoma de Jensen, seguidas de autopsia e estudos microscopicos dos cerebros e labirintos. Após as implantações dos tumores nos cerebros destes animais, desenvolveram-se lesões destrutivas tumorais intensas, que produziram uma serie de sintomas dentre os quais, os vestibulo-cerebelares se destacaram.

a) - O nistagmo vestibular foi observado, frequentemente, como sintoma de tumor do cerebro, nos animais portadores de labirintos normais e a importancia da posição da cabeça foi demonstrada. Nistagmo de amplitude regular e frequencia rapida.

b) - O nistagmo foi, tambem, observado, em animais em que foram removidos ambos os labirintos. Nestes casos ele apresenta-se mais irregular em amplitude e frequencia, ao contrario do que se observa nos animais portadores de tumores com labirintos normais.

c) - A despeito da ausencia de labirintos, foi notada, nestes casos, indubitavel nistagmo de origem central, certa influencia da posição da cabeça, tendo sido observado mudanças do nistagmo quando ela se processava.

d) - As hemi-labirintectomias ocasionam, nos casos de tumores do cerebro, os mesmos fenomenos que ocorrem nos animais com labirintos normais.

e) - Movimentos e atitudes forçadas observam-se, com relativa freqüencia, em ratos com tumor do cerebro, sejam com labirintos presentes ou ausentes, quer de um lado, quer de ambos.

f) - Todos os sintomas mencionados observam-se quer em animais com ambos os labirintos, quer nas labirintectomias, uni ou bilateral, na concomitancia de tumores do cerebro variando em tamanho e séde, mas muito mais frequentemente nos tumores da fossa posterior. Estes sintomas foram notados e combinação com a existencia de extensos tumores na área dos nucleos vestibulares e, tambem, nos casos em que, muito embora não afetando, diretamente, os centros vestibulares, estivessem situados no soalho do quarto ventriculo.

TORSTEN SKOOG (Lund) - Sobre a questão da significação fisiolologica das amigdalas; estudos experimentais em animais - Pag. 63.

O A., como todos os outros que tenham tratado deste assunto, põe em relevo as inumeras teorias que procuram explicar a fisiologia das amigdalas, critíca todas sem aceitar nenhuma. Desenvolve considerações tiradas dos estudos experimentais que praticou e procurou responder ás seguintes questões:

E possivel demonstrar-se a presença e a produção de anticorpos no tecido amigdaliano, em seguida a imunisação experimentla e, se este fôr o caso, que relação quantitativa deverá existir entre sua formação, nas mesmas condições experimentais, nos outros orgãos, pertencentes ao sistema reticulo-endotelial

Realizaram, para isto, estudos sobre a formação de anticorpos nas diferentes fases da experiencia do processo imunisante por meio de preparações de extratos de diversos orgãos; pelo recurso de culturas de tecidos com o fim de observar a produção de anticorpos nos diferentes tecidos cultivados, "in vitro", de animais imunisados.

As investigações mostraram que, com grande probabilidade, anticorpos podem ser produzidos no tecido amigdaleano sob as condições experimentais, proporcionadas pela cultura do tecido e que, neste ponto de vista, o tecido amigdaleano póde ser comparado com o sistema linfatico-gãnglionar. As amigdalas não são capazes de produzirem anticorpos em grau identico ao que se passa com outros orgãos do sistema reticulo-endotelial (baço e medula ossea, por exemplo).

A função fisiologica das amigdalas póde, levemente, ser comparada a uma imunisação do organismo no sentido geral, e deve ser considerada ao contrario como base de um efeito sensibilisante sobre o sistema reticulo-endotelial.

PAUL FRENCKNER (Stockholm) - Significação prognostica das paralisias do nervo recurrente laringeo - Pag. 85.

Os estudos do A. permitem dizer: 1) - que as causas mais usuais das paralisias do recurrente são o bocio, a sifilis, o aneurisma, a tuberculose pulmonar e o câncer do esofago. 2) - Aproximadamente 213 dos casos de paralisías do recurrente morrem da molestia causadora, 17% permanecem livres de sintomas e em 15% a paralisía permanece. 3) - Mais da metade das mortes tem lugar durante o primeiro ano após o diagnostico da paralisia e 213 dentre de dois anos. 4) - No que concerne a idade, nos diversos grupos, não ha diferença de intervalo entre o primeiro exame e a morte.

L. E. MOBERG (Stockholm) - Alguns pontos historicos sobre o tratamento do abcesso do cerebro de origem otogenica - Pag,. 151.

O A. chama a atenção sobre dois fatos importantes na questão do tratamento do abcesso do cerebro:

a) - o momento da intervenção;

b) - a especie, o modo de drenagem e o tratamento post-operatório.

Quanto ao primeiro diz o A. que a intervenção cirurgica (drenagem) não deverá ser praticada, si possivel, antes da terceira semana do aparecimento dos primeiros sintomas cerebrais; antes desta época não existe abcesso, mas um estado encefalítico, e uma incisão ou uma punção,

produzirá mais mal que beneficio. Quanto á drenagem:

1) - deverá ser permanente;

2) - quando o abcesso não está em situação de ser alcançado pela ferida operatoria da mastoide, não deverá ser drenado por aí, mas em outro lugar;

3) - a dura deverá ser exposta, então, em pequena extensão; será melhor expô-la em dois lugares, .que alargar o primitivo, si se não descobrir o lugar certo;

4) - o abcesso deverá ser lavado com uma solução indicada para cada caso;

5) - a drenagem pelo metodo de Mosber é a preferida pelo A. M. O. R.

ZEITSCHRIF F FOR HALS- NASEN- UND OHRENHEILKUNDE Vol. 37 - Fase. 4 - Maio 1935 (Berlim).

HERMANN KRAMM (Berlim) - Inflamação sub-labirintica (supuração do Aquaeductus cochleae) - Pag,. 255.

O A. apresenta os exames histologicos de um caso de inflamação das celulas sub-labirinticas, que produziu, por intermedio de lesões dos espaços vasculares, um arrosão do Aquaeductus cochleae e causou uma meningite. Descreve, ainda, uma tecnica operatoria especial, que permite expor as celulas sub-labirinticas por traz.

ST. ERNYEI e P. BACSICH (Szeged-Hungria) - Contribuição ao conhecimento dos nervos e gânglios do cavum timpânico nos ratos e cobaias - Pag. 276.

Dos estudos praticados tiraram, os AA., os seguintes resultados:

1) O tronco e os ramos do nervo trigemeo contém feixes envolvidos com camadas mielinicas espessas e tambem com camadas finas. Os feixes amielinicos ocupam, de preferencia, os bordos dos nervos mandibulares e em pequeno numero. O gânglio semi-lunar é constiuido de duas especies de celulas: as claras (sensíveis) e as escuras (simpaticas). 2) No nervo facial só existem fibras mielinisadas espessas e finas. No nervo intermedio, a maioria das celulas são envolvidas por mielina e em numero muito menor são amielinicas. A corda do tímpano não contem fibras amielinicas, na maioria dos casos possuem fibras envolvidas de camada tênue de mielina e em menor numero fibras circundadas de mielina espessa.

No gânglio geniculado encontram-se celulas claras e escuras. Estas celulas gânglionares podem penetrar, tambem, no nervo grande petreo superficial.

3) O nervo glosso-faringeo é constituído, em sua maior parte, de fibras mielinicas e em pequena parte de fibras amielinicas. No nervo timpanico, encontram-se fibras amielinicas e pequeno numero de fibras mielinicas tenues.

Nos grandes feixes nervosos do plexo timpanico existem mais fibras mielinicas que amielinicas; nos pequenos feixes predominam, no entanto, as fibras amielinicas. O nervo pequeno petreo superficial contem fibras amielinicas e fibras mielinicas de camada tenue. Em ambos os gânglios nervosos . (jugular e petroso) podem-se observar duas especies de celulas: claras e escuras. No nervo timpanico notam-se, abaixo da mucosa do cavum timpanico, pequenos grupos de celulas gânglionares contendo, tambem, celulas claras e escuras.

F. GORDYSCHEWSKI (Moscou) - Sobre a questão das perturbações da vóz nos abcessos do cerebelo de origem otogenica - Pag. 292.

O aparecimento raro da disartría nos abcessos do cerebelo, sobretudo nos casos de grandes abcessos laterais ou mesmo nos pequenos, situados em posição mediana, faz pensar que ela seja produzida por uma lesão de territorios limitados da parte mediana e de parte dos hemisférios do cerebelo. Os exames histologicos não permitem maiores deduções. A maioria destes exames não falam contra a suposição de que, para a existencia de uma disartría cerebelosa, seja necessaria uma lesão de ambos os lobus semilunares ou parte dos mesmos, sobretudo as partes medianas.
De outro lado os casos de disartría, acompanhados de paralisia da lingua e da musculatura da deglutição, dão a impressão de que, neles, uma lesão do bulbo deva ser considerada. As perturbações da voz nos abcessos do cerebelo devem, por isso, possuir varias causas: 1) puramente cerebelar; 2) bulbar; 3) disartría mixta.

Esta divisão só servirá, no entanto, como suposição. A questão completa, das perturbações da voz nos abcessos do cerebelo está, como vimos, muito longe de ser resolvida. Faltam, sobretudo, exames anatomopatologicos exátos.

Praticamente, posta de lado a questão da localisação, podemos considerar que o aparecimento de uma disartria quando se pensa numa complicação endocrâneana de origem otogenica, fala, sobretudo, pela existencia de um abcesso do cerebro. Muito embora este sintoma apareça, tambem, raramente, nos abcessos do cerebelo e, então, concomitantemente com outras perturbações típicas de coordenação, o caso descrito por Smirnows demonstra que, casos existem em que a disartría constitue quasi o unico sintoma focal existente.

ERICH WIRTH (Heidelberg) - Pesquizas experimentais sobre a bacteriologia e patologia das otites médias cronicas - Pag. 316.

A - Muito diversa é a flora microbiana das otites médias agudas daquela das otites médias cronicas; sómente nos casos de recedivas agúdas das otites cronicas, a flóra dos cócos piogenos das otites agúdas (estafilocóco hemolitico e pneumocóco) é encontrada. O estafilococo e os bacilos pseudo-diftericos, são os germens predominantes nas otites cronicas meso-timpanicas. Nas otites a perfurações marginais, e nos processos descamativos, predomina uma flóra mixta de bacilos proteus com estafilocóco, diploestreptococo anhemolitico e, tambem, numerosos anaeróbios.

A presença constante do bacilo proteus, nos processos descamativos cronicos do ouvido médio, faz pensar em sua significação causal. Elles faltam, quasi sempre, nos colesteatomas secos. Muitas vezes o exame bacteriologico, das otites cronicas, fornece certa base sobre a especie é malignidade do processo, muito embora só por ele nem sempre se possa ter absoluta certeza.

B - O A. descreve, em seguida, os resultados obtidos pelos exames bacteriologicos e histologicos, praticados em cobaias portadoras de infecções espontaneas e experimentais do ouvido médio.

Os resultados de seus exames confirmam o modo de ver de O. Voas, Lang e Hesse, de que o bacilo proteus, e os cóco-bacilos Gram negativos, aparentados, gozam papel causal importante nas otites médias cronicas do homem. Nas cobaias, o decurso clinico de uma otite e as modificações da mucosa estão adstrictas á especie de germen causador. Tembem nas otites médias cronicas do homem existem, seguramente, fatores bacteriologicos de grande significação como já se pensava e, talvez, nas fórmas graves, pelo menos no sentido de "conditio sine qua non".

De fato não podem, os resultados experimentais, em cobaias, serem comparados ás otites médias dos homens. Para estes, a questão constitucional é da maxima significação. A observação de otites frequentemente observadas em varios membros da mesma família, fala sobre a existencia de uma menor resistencia constitucional em que, mesmo os germens pouco virulentos serão acompanhadas de uma possibilidade de infecção. Além disto, uma, má nutrição e deficiencia fisica; favorecem o desenvolvimento de uma otite média cronica, especialmente as infecções cronicas causadas, pelos proteus. Daí a abundancia de portadores de otites cronicas entre as pessôas pobres.

Geralmente a otite média cronica já tem seu inicio na meninice. Segundo a observação clinica, um ouvido normalmente pneumatisado e são raramente, e por excepção, adoece de otite média cronica ou colesteatoma. Geralmente trata-se de ouvido com restos de inflamações antigas (cicatrizes, paralização da pneumatisação). A tuberculose fôrma entidade a parte no sentido da produção da cronicidade e, segunda Scheibe, ataca, de preferencia as mastoides normalmente pneumatisadas. Raramente observa-se no homem e, tambem, no recem-nascido. a conversão de uma otite média agúda comum á estreptococo e a pneumococo, em uma otite média cronica típica. Por isto pensa o A. que a otite, média cronica constitue uma molestia a parte que, após um inicio pouco tempestuoso, transforma-se, logo, em um estado cronico. A suposição de que, a flora mixta primaria do bacilo proteus, ainda, na primeira idade, fôsse a causa da cronicidade, não poude ser confirmada, muito embora os exames bacteriologicos e otoscopicos minuciosos. No entanto uma flora, de relativa frequencia, composta de bastonetes coliformes, foi observada nas otites dos recem-nascidos. por Aschoff e Fuld.

Segundo o A., para a cobaia a otite média cronica e o coleatatoma desenvolvem-se após inoculação de cóco-bacilos Gram negativos, independentes da constituição mucosa, da parada da pneumatisação ou de oclusão do ouvido médio por tecido conjuntivo.

M. O. R.

GERHARD EIGLER (Halle-Wittenberg) - Função do anel linfatico da garganta - Pag. 1.

Em magnífico trabalho o A. estuda o anel linfatico da garganta em suas relações com os outros linfaticos e com o sistema reticulo-endotelial do corpo. Discorre sobre a anatomia comparada do sistema linfatico da garganta, afim de melhor sustentar sua experimentação. Resalta as relações entre o anel de Waldeyer e os processos de secreção interna. Estuda as amigdalas como orgãos de proteção contra as infecções; o anel de Waldeyer como formador de globulos brancos do sangue. Refere-se com minucia aos estudos histologicos. Põe em fóco a fisiologia comparada do aparelho digestivo e o conteúdo em fermento dos globulos brancos, expondo as experiencias que fez, pessoalmente, neste sentido, destacando as executadas sobre a lipase, a amiláse, o lab-fermento ou chimáse, para concluir:

I) - que as teorias que consideram os tecidos adenoides da garganta como simples tecidos linfaticos identicos aos outros nodulos, desta especie, espalhados pelo corpo, devem hoje ser afastadas, na base de numerosos estudos anatomicos e experimentais.

2) - que o tecido linfatico sub-epitelial da garganta e do tracto digestivo estão, por suas funções e constituição anatomica, intimamente ligados.

3) - que a fisiologia deste sistema deve ser outra que a dos linfaticos em geral e parece ligada á fisiologia da mucosa.

4) - que a anatomia comparada mostra que cada animal tem o desenvolvimento, de seu tecido adenoide, de acôrdo com suas necessidades de vida. Diferenças existem não só quanto á quantidade, mas tambem quanto a formação anatomica e situação.

Em geral o tecido linfatico da garganta está de acôrdo com o desenvolvimento das glandulas mucosas. A emigração das celulas linfocitarias, através das mucosas é intensa, tanto na garganta quanto no tracto intestinal. Os vertebrados inferiores, os peixes e os carnívoros, possuem muito menor quantidade de tecido adenoide na garganta que o homem, o macaco, o porco e o vitelo.

5) - que nada ha de certo sobre a função de secreção interna do anel de Waldeyer, assim como do aparelho linfatico sub-epitelial intestinal.

6) - que a teoria, largamente difundida, de que o anel linfatico serviria de defeza, assim como todas as outras teorias, não podem ser sustentadas pois que, além de tudo, a clinica fala, tambem, contra. Estes factos levaram o A. a estudos experimentais no ponto de vista morfológico e fermentativo sómente quanto á fisiologia da digestão.

Estes estudos basearam-se sobre a anatomia e fisiologia comparadas dos orgãos linfatico. de alguns vertebrados. A unidade anatomica de todo tecido linfatico do tubo digestivo, levou o A. a considerá-lo, tambem, uma unidade funcional e, assim, considerar este tecido linfatico com um unico sistema orgânico do tubo digestivo.

7) - que os elementos celulares, emigrando das amígdalas, é variavel antes e depois das refeições e é maior quando da mastigação de alimentos sólido. Que o conteúdo das criptas modifica-se em seu conteúdo de pureza em linfocitos em tais ocasiões, diminuindo em eosinofilos e leucocitos granulosos. O A. entra, tambem, em considerações sobre as modificações observadas no tecido linfatico sub-epitelial, sobre os centros germinativos.

8) - que o fato do aumento da produção dos linfocitos durante a digestão não parece provável, ao A., que estas celulas gozem de propriedade ante-bacteriana.

9) - que as modificações da digestão, actuando sobre o quadro morfologico do tecido linfatico da garganta, demonstram a necessidade de melhores e mais profundos estudos sobre as celulas linfaticas do tecido, no ponto de vista de suas propriedades fermentativas. Sobretudo parece, ao A., que o metodo de exame micro-fermentativo, trabalhado, ha pouco, por Lindstroem-Lang, Holter e Glick, forneça novas possibilidades de esclarecer os problemas fermentativos que concernem, particularmente, ao orgão linfoide sub-epitelial do trato digestivo.

C. R. GRIEHEL (Frankfurt a. Main) - Da influencia do baço sobre os estados alérgicos (exame clinico e experimental) - Pag. 101.

I) - O baço. como a maior glandula do sistema retículo-endotelial, contem uma substancia composta de uma albumina, assucar e um extrato lipoide e possue as seguintes propriedades: nas cobaias tornadas alérgicas, as perturbações na troca do asucar, durante a prova de carga do assucar, são compensadas até um certo grau, de fôrma a que a tara elevada do açucar desça mais rapidamente que para as cobaias sem baço. O bloqueio, após sensibilização, mostra-se sem influencia sobre a prova de carga, ao contrario, os animais bloqueiados antecipadamente e sensibilizados em seguida, e que adquirem um certo estado de excitação, por intermedio da transudação do sistema retículo-endotebal, mostram conservar a tara de açúcar, influenciando beneficamente as trocas do mesmo e sua ação pelo baço.

2) - Tanto pela observação clinica, quanto pela experimentação em animais, chega-se a conclusão, que o baço goza de notavel influencia sobre a eosinofilía sanguínea. Ele atua nos aneosinofilos, em consequencia de uma diminuição de função da medula ossea, produzindo o reaparecimento dos eosinofilos; experimentalmente produz aumento atribuido a maior capacidade de trabalho do baço sobre o normal. Ele atúa como compensador e regulador da formação de eosinofilos.

3) - Resalta das experiencias, com cobaias cronicamente envenenadas, que a eosinofilía, produzida pelo baço, sofre forte diminuição que se segue a forte reação de regeneração da medula ossea para a formação de nucleos segmentados.

4) - A aplicação terapeutica do baço nas molestias alérgicas, particularmente na ásma bronquice, na rinite vaso-motora e no defluxo dos fenos, produz os melhores resultados na rinite vaso-motora, menores no defluxo dos fenos e máos na ásma bronquica. Em todos produz um abaixamento da tára eosinofila, que só na rinite vaso-motora ocasiona, concomitantemente, a cura.

O baço contem um hormono que regula, pela sensibilização, as trocas perturbadas do açucar, que estão em intimas relações com a eosinofilía. O emprego terapeutico nas molestias alérgicas parece rico de resultados. M. O. R.

MONATSSCHRIFT FOR OHRENHEILKUNDE UND LARYNGORHINOLOGIE Vol. 69 - Abril de 1935. (Viena).

M. HAJEK e A. HEINDL - Estatística sobre os resultados de 393 casos de ca. da laringe, operados de maio de 1919 até julho de 1934 - pag. 385.

Citam as dificuldades encontradas nos primeiros tempos após a guerra, quanto ao pessimo estado geral físico e psíquico dos doentes, bem como ao estado local dos dentes e amigdalas. Muitas vezes também o doentes não concordavam com a operação radical e foi então necessario submeto-los á laringofissura e consecutiva roentgenterapia. A laringofissura foi usada mais frequentemente, com seus limites de indicação alargados Assim os tumores circunscritos da corda, com fixação das aritenoides, nas propagações para a subglote, nos tumores da entrada da laringe, foi aquela a operação indicada e ás vezes acompanhada de ressecções parciais.

As contraindicações para a extirpação total da laringe foram relativas ao estado geral: arteriosclerose, bronquite e enfisema.

As indicações operatorias atingiram também processos difusos, com reações ganglionares, pericondrites abcedadas, ou comprometimento das partes moles. Em vista deste fato, a taxa de mortalidade post-operatoria foi elevada, se bem que mais frequentemente tenha havido remissão durável.

O limite de idade para a operação, acha-se fixado nos 70 anos. Operaram os autores poucos casos neste limite, atendendo a que o ca. Laringêu dos velhos caminha mui lentamente, durante anos.

A estatistica dos autores compreende 393 casos divididos em 4 grupos: 1.° - laringofissura e ressecção parcial - 79 casos; 2.° extirpação total da laringe com e sem ressecção parcial da faringe e base da lingua - 256 casos; 3.° faringotomia lateral subhioidéa com e sem ressecção parcial da lingua - 15 casos; 4.° operações incompletas - 43 casos.

Por meio de quadros e no texto os autores explicam as ocorrencias todas de seus casos de laringofissura, deixando para outro trabalho os resultados com as demais operações.
Os resultados com a laringofissura foram os seguintes: mortos pouco tempo apôs a operação - 120/c; sobrevida até 3 anos - 32,9%; acima de 3 anos - 44,3%; sem noticias - 7,5%.

BERNARD MAYER - As relações do diabete com as vias aereas superiores - Pag. 397.
Sob o ponto de vista rinologico pouco interesse apresenta o diabete. Não obstante, alguns autores fazem notar certos processos hipertroficos, bem como certa predisposição ás supurações dos antros. Citam-se também epistaxis como ocorrencia frequente e mais encontradiça a gangrena do septo.

Na laringe e faringe observam-se sintomas de secura acompanhada de falta de voz (laringoxerosis diabetica), sem sinais de laringite. Estes sintomas podem servir para o diagnostico precoce da doença. Essa secura estende-se a toda a mucosa da boca, bochechas, gengivas e palato (xerostomia).

Leichtenstern descreve ainda uma doença da laringe mais grave ainda chamada furunculose diabetica. Trata-se de uma inflamação circunscrita com tendencia para abcedar e que pode localizar-se em diversas regiões do órgão. A laringite circunscrita flegmosa aparece tumultuosa; o processo inflamatorio conduz á exaudação sorosa; o edema em poucos dias tende para o abcesso.

Na faringe observa-se além da faringite seca, ulcerações que se assemelham á tuberculose.

Observam-se também processos hipertroficos da laringe, mas menos frequentes que os secos.

As amigdalas são séde frequente de processos inflamatorios agudos e cronicos. Por esse motivo Singer aconselha a tonsilectomia precoce.

Dietrich aponta a gangrena das tonsilas, que é dificil- de diferençar da de Plaut Vincent.

A salivação dos diabéticos acha-se quasi sempre comprometida a ponto de dificultar a deglutição de substancias secas como o pão.

Estuda o A. a seguir as reações químicas da saliva dos diabéticos mormente com relação ao açúcar.

EGBERT ERTL - Abcesso cerebral em consequencia a ferimento do nariz por fragmento de pão - Pag. 429.

Um menino de 12 anos sofre acidente no qual um pedaço de pão entra por sua fossa nasal e é retirada por seu companheiro. O estado geral logo após piora: forte cefaléa, febre a 40°, permanecendo o doente em tratamento fora do hospital por 3 semanas. O exame após internação deu o seguinte resultado: palidez, rigidez da nuca, Kernig declarado, arritmia respiratoria, vomitas, anisocoria. Rinoscopia: á dir.. adeante do corneto media ve-se crosta acinzentada que retirada, permite a extração de um fragmento de madeira medindo 1,5 cent. de comprimento por 0,5 de largura. O estado geral melhora; liquor claro contendo 123 celular; Pandy positivo. Após alguns dias de melhora, voltaram as cefaléia, os vomitas e o exame neurologico resultou: rigidez da nuca Kernig, depressão do ventre, Babinski e Oppenheim esq, positivo, etc.

O neurologista opina por abcesso do cerebro e operação urgente.

Operação: no antro frontal dir. existia -puz e é curetado bem como o etmoide que é ressecado. A punção do cerebro, feita na paredepost. do antro frontal dá resultado negativo. Na base do cerebro é encontrado um grande abcesso posteriormente colocado mais ou menos á altura do plano do esfenoide. Passados 4 dias falece o doente. Necropsia: abcessus lobi frontalis hemisferiae sinistrae. Leptomeningitis purulenta circunscripta ad basim lobi frontalia utriusque et leptomeningitis purulenta psinalis.

Descreve a seguir minuciosamente o aspecto macro e microscopico da peça discutindo todas as possibilidades das vias de penetração da infecção á meninge afetada e ao cerebro.

M. WOLOSCHIN - Bloqueio do simpatico pela novocaina como meio de tratamento da ozena - Pag. 445.

Acha-se ainda sem solução o problema da ozena. A teoria mais aceita é a da trofoneurose, que localiza o centro da doença no comprometimento do trofismo neural do nariz.

O A. imaginou de acordo com essa teoria, bloquear o territorio lombar do simpatico, para desse modo, provocar uma forte reação na parte do sistema que não foi bloqueada. Sua tecnica é a seguinte: doente, em decubito lateral, uma das pernas flectidas e a outra estendida; o operador introduz uma agulha de 10 a 12 cent. na massa muscular ao nivel da 12.° costela, no angulo formado pelo osso e o musculo erector trunci, injetando uma sol. a 4 % de novocaina na quantidade de 60 a 100 cent. cubicos. Bloquêa-se assim o plexo renal, o suprarenal e os nervos esplancnicos.

Este processo é repetido do lado oposto. Os resultados obtidos pelo autor foram bastante favoraveis com o desaparecimento do mau cheiro e das crostas. Promete voltar ao assunto para informar da duração das melhoras.

M. MILONAVONOVIE - Roturas do timpano pelo raio - Pag. 489.

As lesões do timpano podem ser produzidas por 3 mecanismos: queda sobre a cabeça; pela propria descarga elétrica; ou pela elevada pressão de ar após a descarga.

O A. apresenta 2 casos de morte pelo raio, sendo que em um deles havia uma só rotura do timpano e no outro havia duas. Em ambos os casos só um dos timpanos foi lesado, mas a caixa e a mastoide apresentavam sufusões em ambos os lados.

Após estudo minucioso dos casos, conclúe o A. pela 3.° das hipoteses enumeradas acima, isto é, as lesões dos timpanos foram devidas ao elevado deslocamento de ar consecutivo á descarga.

S. KOMPANIJETZ - Hereditariedade da surdomudez constitucional esporadica - Pag. 471.

Trata-se de uma doença frequentemnte citada como hereditaria tipica. O exemplo encontra-se na familia Velasco, que compreende um espaço de tempo de 244 anos de observação.

A surdomudez pôde ser hereditaria ou adquirida. O A. considera congenita apenas a surdomudez esporadica. Exclúe dessa categoria a surdomudez endémica (dos cretinos), a mouquidão hereditaria, que póde permitir mais tarde o aprendisado da palavra, e a surdomudez por trauma obstétrico.

O A. apresenta mais 5 arvores genealogicas, que ilustram a hereditariedade da surdomudez labirintica. Todos os aurdomudos, que foram examinados tinham o aparelho vestibular normal o que para Alexander é prova de surdomudez congenita.

Interessante é a aplicação exata da lei de Mendel na 4ª. familia examinada: de 12 filhos, 3 eram surdomudos.

Vol. 69 - Maio de 1935 (Viena).

F. ALTMANN - Sintomatologia e clinica da otite de Friedlaender - Pag. 5 13.

Ha uma grande relação entre o decurso da otite e o agente provocador. Não obstante, otites podem ter um decurso habitual, embora o agente causador tenha sido o mucosus e vice-versa: estreptococus descapsulados provocam, por vezes, reações tipicas dos capsulados.

Os bacilos de Friedlaender foram encontrados pela primeira vez por Zaufal (1887) no puz da otite aguda e são considerados como dos mais raros agentes provocadores das otites. É notavel a semelhança dessas otites com as provocadas pelos mucosos. As otites a Friedlaender tendem para graves complicações mastoideanas e endocrâneanas, sem grandes sintomas, manifestos, claros. Daí a necessidade de operar mais precocemente toda a otite a Friedlaender, antes que apareçam complicações. E' por conseguinte máu o prognostico de toda a otite a Friedlaender. Muitas vezes é a complicação o unico sintoma que leva o doente a procurar o medico. Não obstante. ha casos em que o decurso se dá favoravelmente e a cura espontanea.

O A. apresenta 7 casos detalhados de otite a Friedlaender, dos quais um faleceu. Houve concordancia entre os casos do A. e a opinião enunciada por Eigler, segundo a qual o bacilo de Friedlaender se acha inicialmente no nariz. Também houve aqui a marcha caracteristica das otites a mucosos.

A. REJTó - Sobre o tratamento das supurações colesteatomatosas do ouvido medio - Pag. 544.

As opiniões sobre o tratamento do colesteatoma são antagonicas. Laurens aconselha a operação imediata; Denker acha que quasi sem exceção póde ser tratado por meios medicos. O A. propõe tratar o colesteatoma, que não apresenta complicação para o lado do labirinto ou das meninges.

Se o tratamento radical conseguisse curar completamente o colesteatoma, seria o caso de abandonar totalmente o processo conservador. Mas isso não se dá e o operado precisa ser controlado durante muitos anos.

O tratamento conservador precisa ser individual e não como acontece nos ambulatorios. O principio do tratamento deve excluir as soluções aquosas, pois a agua favorece o crescimento do colesteatoma. Day trata com alcool ou éter aplicado no atico e Rejtó com tetracloreto de carbono. Esta substancia dissolve as gorduras. Em grandes doses é venenosa, mas a quantidade usada no tratamento não oferece perigo. O A. usa o carboneum tetrachloratum de Merk. Antes de aplicar este medicamento é conveniente desidratar o ouvido com alcool.

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