Versão Inglês

Ano:  1939  Vol. 7   Ed. 2  - Março - Abril - ()

Seção: Revista das Revistas

Páginas: 179 a 185

 

REVISTA DAS REVISTAS

Autor(es): -

ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY (Chicago - U.S.A.)

Volume 24 - Outubro de 1937 - N.° 4

EDMUND P. FOWLER (New York) - Audição antes e depois da operação radical do ouvido. (As vantagens de evitar esta operação por uma drenagem adequada precoce. Relatorio sobre 54 casos operados com audiogramas e estudos roentgenologicos). - Pag. 387.

Depois de uma serie de considerações, que só se pódem compreender acompanhando nos graficos, assim conclue: As otites cronicas supuradas começam geralmente na infancia, seguíndo-se aos exantemas e infecções decorrentes do nariz e ouvido medio. Pódem usualmente ser prevenidas, defendendo a audição, na infancia. Quando se prolongam na edade adulta, estabelece-se uma surdez permanente, e as operações então, pouco ou nenhum valor têm na restauração da audição. Assim pois, em defeza da audição, uma simples mastoidectomia, adequadamente indicada será a solução para o problema. )á é tempo dos otologistas assim pensarem.

HARRY ROSENBERG (Cleveland) - Xantoma solitário do conduto auditivo externo. - Pag. 395.

Relata a observação de um caso. Histopatologicamente o xantoma é uma célula de origem reticulo-endotelial, infiltrada com lipoides. Em um estudo realisado por Politzer e Wile, verificaram eles que o mesmo aparece nas mais precoces lesões na proliferação das celulas, na imediata visinhança dos vasos papilares e sub-papilares, conjuntamente com uma infiltração de substancia gordurosa nos espaços perivasculares e intercelulares. Este fáto é presente tambem nas celulas neo formadas e no endotélio dos capilares e ás vezes na camada basal da epiderme. Estas celulas neo formadas pódem conter um, numero de nucleos e então são consideradas xantomas de celulas gigantes, e pela remoção dos seus lipóides apresentar um aspéto reticulado. No tecido conjuntivo da circunvizinhança, estes nucleos de xantoma apresentam fibroblastos em grande quantidade.

RAYMOND ROSEDALE e HERMANN BOZER (Buffalo) - Um corpo estranho vegetal encapsulado na corda vocal. - Pag. 415.

Este caso merece ser conhecido pela sua extrema raridade. Tratava-se de um paciente de 40 anos, cujo unico sintoma era rouquidão. O exame laringoscópio mostrou uma massa poliplóide na comissura anterior do laringe. Era uma massa ligeiramente móvel, podendo ser vista mexendo entre as cordas vocais. Estas ultimas tinham a aparencia de uma laringite cronica. O exame histo-patologico revelou a presença de um grão de trigo. O artigo traz microfotografias. Os AA. não encontraram na literatura outra citação semelhante a esta.

JOHN KERNAN e ALVAN BARACH (New York) - O emprego do helium em casos de lesões obstrutivas da traquéa e do laringe. - Pag. 419.

Fazem os AA. um estudo de base fisiologico para o emprego do helio em casos de obstruções do laringe e traquéa, descrevendo os resultados do emprego deste gás e do oxigênio em 21 casos. Em alguns pacientes foi evitada a traqueotomia pelo seu emprego; em outros, conseguiu-se melhorar as condições dos doentes, sendo a traqueotomia necessaria mais tarde. Em outros casos, nos quais a obstrução destas vias aereas era de grande volume, o emprego do helio e do oxigênio não deu resultado. Discute as causas destes insucessos.

JAMES RABBIT e DAMON PFEIFFER (Filadelfia) - Mixoma do palato e faringe - Pag. 453.

E' opinião da generalidade dos anatomo-patologistas que o mixoma puro é relativamente raro. Praticamente, todos os tumores do oro e nasofaringe, relatados na literatura, são de tipo mixto. No caso descrito não houve recorrência nem aparecimento de metastases dentro de seis mezes. Para opera-los, é preferível preliminarmente ligar a carotida externa, e usar-se a anestesia intra-traqueal. A plastica de reconstrução do palato depois, não apresenta dificuldades. A volta da voz normal é lenta, mas progressiva.

Volume 26 - Novembro de 1937 - N.° 5

PAUL MERTINS JR. (Montgomery Ala) - Uso de uréa -no tratamento da otite média cronica. - Pag. 5.09.

Depois de algumas considerações e técnica conclue o A.:

A uréa, em soluções saturadas, ou sob a fôrma de cristais, pelo seu poder dissolvente dos débris necrotico, é util na cura de muitos tipos de infecção cronica do ouvido. Quasi não irrita os tecidos vivos.. E' francamente bactericida para muitas fórmas de microorganismos, especialmente para aqueles que provocam putrefação. O máu cheiro desaparece quasi imediatamente depois da sua aplicação.

ROBIN HARRIS (Missouri) - Tratamento de otite média cronica. - Pag. 522.

Relata o A. o resultado de aproximadamente 60 casos de otite média cronica, por ele tratados, com certo sucesso, com pó de Carica Papaya.

JOHN PILCHER (Va.) - Calculo salivar contendo corpo estranho. - Pag. 531.

O interesse da observação reside na raridade. Trata-se de um paciente que ficou com um calculo do canal de Wharton durante 12 anos, sendo operado, e verificando-se que o nucleo do calculo era um pedacinho de grama, que o doente se recordava ter enfiado na boca anos antes.

WELLS P. EAGLETON (Newark) - Condições intradurais em relação com a rinologia e otologia. - Pag. 534. e

GEORGE SCHAUMBAUGH (Chicago) - Surdez cronica progressiva incluindo otoesclerose e molestias do ouvido interno. - Pag. 583.

Nota do analista: Apenas assinalo a publicação destes dois ultimos artigos; não os resumo porque ha necessidade de serem conhecidos na integra, tal a importancia do assunto e a autoridade dos relatores.

FRANCISCO HARTUNG

MONATSSCHRIFT FOR OHRENHEILKUNDE UNO LARYNGO-RHINOLOGIE (Viena)

Ano 71 - Fascículo 7 - Abril, 1937
SCHWARZBART (Krakau) - Contribuição à casuística dos tumores benignos da laringe. - Pag. 385.

O A. relata 2 casos operados acompanhados de cortes histologicos. O primeiro refere-se a lipoma recidivantes da laringe, em um homem de 45 anos, que 20 anos antes havia sofrido de tumor pediculado e do qual sarou. Atualmente queixa-se de perturbação da fala, da deglutição e da respiração. O tumor cobria quasi toda a laringe e, retirado, media 2,5 cent. de diametro, de forma esférica. O corte histologico mostrou tratar-se de lipoma. E este um dos tumores mais raros da laringe.

O segundo caso refere-se a mulher com 60 anos que se queixa ha algumas semanas de dispnéa e estridor. A laringoscopia demonstrou tumor esférico do tamanho de uma amêndoa.. Retirado o tumor mostrou o exame histopatologico tratar-se de cisto, com conteúdo turvo, espesso. Acha o autor que esse cisto deve ser considerado como congênito, pois que os cistos de retensão têm sua localização mais comum na parede anterior da epiglote. Outra modalidade de cisto seria o traumatico, mas a anamnese foi negativa a esse respeito.

HORBST (Innsbruck) - Tonsilite crônica e reumatismo articular. Pag. 407.

Foram operados 55 doentes atacados de reumatismo tonsilogenico. Em 49 % dos casos houve cura completa e em 40 % notavel melhora. Para firmar a indicação operatoria, além da anamnese e exame das amigdalas, foram tomados em consideração os sintomas descritos por Krainz e Lang: infiltração e sensibilidade à pressão externa dos nichos tonsilares. Em muitos casos a anamnese e o exame foram negativos e a indicação operatoria foi feita exclusivamente pelo sintoma do nicho. Os doentes foram bem examinados antes da operação e reexaminados após espaço de tempo bastante prolongado.

HEINDL (Viena) - Sobre a questão da tonsilectomia nos abcessos amigdaliano. - Pag. 412.

O A. nunca observou caso em que a operação tenha prejudicado ou provocado qualquer complicação. Indica a operação nos seguintes casos: nos abcessos profundos ou do pilar posterior; quando não se consegue obter satisfatoria escoamento de pús e a temperatura continúa elevada; quando a infiltração dura mais de 5 dias e o abcesso não amadurece ou quando ha recidiva; nas temperaturas sépticas; nos edemas extensos da laringe, nas hemorragias após incisões; nas complicações gerais em forma de irritação dos rins ou intumescimentos articular.

SZENDE (Budapeste) - Oftalmoplegia e amaurose passageiras na anestesia do septo. - Pag. 433.

O A. descreve seu caso que se resume no seguinte: logo após anestesia do lado esquerdo do septo o doente queixou-se de que não enxergava mais desse lado e com grande surpresa do operador a palpebra não podia mais elevar-se. A pupila achava-se dilatada ao Maximo e não reagia à luz. O globo ocular esquerdo achava-se imóvel, o contrario do direito que se apresentava normal.. Achando o autor que se tratava apenas de uma perturbação circulatoria, acalmou o doente e prosseguiu na operação. Após cerca de 15 minutos a pálpebra começou a mover-se e 30 minutos depois tudo voltava à normalidade. Provavelmente a solução injetada de pantocaina penetrou na veia etmoidal posta e daí na veia oftalmica, ocasionando cegueira por meio da veia central da retina; devido à anemia do tecido orbitário, sobreveiu paralisia dos nervos e musculos dos olhas. E' por isso aconselhavel aspirar com a seringa, antes de injetar o anestesico, para verificar se a agulha não se acha dentro de algum vaso sanguineo.

SCHWARZBART (Krakau) - Sobre o papel da reação geral do organismo para o julgamento da indicação da labirintectomia no decurso do colesteatoma. - Pag. 470.

A paralisação total das funções labirinticas no decurso do colesteatoma, no estádio premeningitico, não é suficiente para indicar a labirintectomia. Esta indicação baseia-se na ligação da perda da função labirintica com outros sintomas, que são de natureza local (inspecção da parede labirintica), ou geral como sintomas reacionais inespecificos. Dentre estes devem ser citados: o estado geral, a temperatura, o quadro sanguineo (uma serie de quadros), a reação de sedimentação, etc. Em certas circunstancias, pode-se estabelecer a indicação para a labirintectomia, mesmo sem a perda total das reações labirinticas.

TSCHASSNY - Terapeutica do papiloma da laringe. - Pag. 495.

Trata-se de um doente que com a idade de 7 anos foi traqueotomizado por papiloma da laringe. Sofreu mais tarde laringofissura e aplicações de radio. Durante varios anos sujeitou-se a toda sorte de tratamentos: extração dos papilomas por via direta e indireta, galvano-cauterização, acido azotico e os papilomas sempre recidivavam. O maior intervalo de acalmia registado, foi de 9 meses e o menor de 3 semanas. Por fim, apresentou-se o doente com a laringe completamente tomada pelos papilomas, até a canula traqueal. Nessa ocasião, o autor fez aplicação de roentgenterapia, segundo Coutard e os papilomas desapareceram de forma que a canula foi dispensada e a laringofissura foi fechada por operação plastica. O A. apresenta o doente curado 4 anos após o ultimo tratamento.

ROBERTO OLIVA

IL VALSALVA

N.° 2 - Fevereiro de 1938 (Roma).

PROF. UGO BOMBELLI (Roma) - Anomalia anatomica dos seios frontais e sua importancia patogênica em um caso grave de pansinusite. - Pg. 57.

O A. descreve. um. caso grave de pansinusite cronica exacerbada, com comprometimento de todos os seios da face, menos o etmoide posterior e o esfenoide do lado esquerdo. O paciente passou muito mal varios dias, com temperaturas elevadas (até 40°) e, apesar do quadro clinico parecer-se com o de uma septico-piohemia por tromboflebite de algum seio endocraniano, não havia nenhum sintoma subjetivo ou objetivo que confirmasse tal hipótese.

A afecção iniciou-se nas celulas fronto-etmoidais do lado esquerdo e propagou-se não só aos outros seios do mesmo lado, como tambem aos seios do lado oposto, atravez dos antros frontais.

O A. acredita que duas anomalias encontradas (ausencia completa do septo intersinusal e a presença de um seio frontal esquerdo supranumerario muito desenvolvido) favoreceram a generalização da afecção.

Em três tempos sucessivos, próximos um dos outros, todos os seios doentes foram operados. Os dois frontais foram operados num só tempo, mas a abertura foi feita só do lado esquerdo.

O A. chama a atenção sobre o mau estado geral do doente, mesmo alguns dias após as intervenções e que exigiu uma enérgica terapeutica médica (Prontosil, Electrargol, vacina antipiogênica de Bruschettini, etc.), ao lado do tratamento cirurgico. A cura processou-se dois mêses após. O A. termina o seu trabalho fazendo considerações sobre a raridade das duas anomalias anatomicas encontradas, sobre sua importancia patogênica no caso em apreço, sobre a tecnica operatoria empregada e sobre o resultado obtido..

ETTORE BORCHESAN (Roma) - Contribuição á tecnica operatoria do diafragma canal ósseo. - Pg. 73.

O A. relata a observação de uma creança recém-nascida, que logo após o parto começou a ficar cianótica e não podia respirar pelas narinas. Pensando em obstrução nasal por muco ou por congestão da mucósa, foram feitas instilações de sol. de adrenalina e aspiração do muco, que não deram resultado algum. Pela inspecção das fossas nasais, verificou o A. tratar-se de um caso de obstrução nasal completa pro diafragma osso canal total bilateral e que uma intervenção de urgência se impunha, pelo facto da creança ir se tornando mais cianótica a cada momento que se passava. Tomou uma goiva fina e reta e colocando-a contra a lamina óssea que obliterava as fossas nasais, primeiramente em baixo, ao nivel do soalho e depois paralelamente ao septo nasal, seccionou-a nestes pontos com leves marteladas, retirando-a em seguida com uma pequena pinça auricular. A mesma intervenção foi praticada na fossa nasal oposta. Hemorragia mínima. Não fez tamponamento algum. Instilações diarias nas fossas nasais com solução de protargol e oleo de vaselina com efedrina. A respiração nasal estabeleceu-se imediatamente após terminadas as intervenções e a creança adquiriu logo uma coloração rósea.

Quatro meses mais tarde examinou de novo a creança e a sua respiração nasal continuava perfeita, mostrando não ter havido estenóse cicatricial, tão comum em tais casos.

EDMONDO COPPO (Roma) - Sindrome nasal na leontiase craniofacial. - Pg. 76.

Depois de recordar conceitos anatomicos e anátomo-patológicas sobre a leontiase craniofacial, o A. refere-se ao quadro clinico da molestia, fazendo resaltar os sintomas nasais: obstrução nasal lenta mas fatalmente progressiva, rinorréa muco-purulenta mais ou menos intensa, cefaléa nasal, alterações da vóz (rinolalias). Em muitos casos, á estenóse nasal ajuntam-se sintomas oculares: exoftalmo, desvio do globo ocular, lacrimejamento, disturbios visuais. Com a marcha progressiva da molestia, vão aparecendo todos os sintomas de uma verdadeira crânioestenóse: nevralgia intensa, diminuição da visão até amauróse completa, disturbios auditivos e olfativos, paresia, contraturas, etc. Na fase final todos os sintomas se acentuam: cefaléa intensa impressionante, delírios, convulsões, paresia.

Por ser uma molestia de marcha geralmente muito lenta, muitas vezes o paciente poderá morrer de uma molestia intercorrente, sem que a leontiase óssea tenha chegado ao seu completo desenvolvimento.

O estudo radiografico do maciço crânio-facial tem grande importancia em tais casos, pois pelos radiogramas pode-se localisar a extensão do processo hiperostósico. A reação de Wassermann é sempre positiva.

A terapeutica é geralmente ineficaz na maioria dos casos. Deve-se entretanto instituir sempre um tratamento antiluético intensivo. Sedativos nervinos e alcoolização de troncos nervosos ou do gânglio de Gasser nos casos de nevralgias rebeldes.

O A. apresenta a observação de um caso tratado cirurgicamente (ressecção do maxilar superior direito), e no qual conseguiu, após a intervenção, a cura de uma nevralgia do trigêmio rebelde a todo tratamento.

HOMERO CORDEIRO

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