Versão Inglês

Ano:  1933  Vol. 1   Ed. 5  - Setembro - Outubro - ()

Seção: Progressos da O. R. L.

Páginas: 389 a 395

 

Pesquizas sobre a transmissibilidade de ozena de homem a homem. (*)

Autor(es): A. COSTINIU e ST. POPIAN (Bucareste)

Neste interessante artigo, os AA. relatam os resultados de suas ultimas pesquizas sobre a discutida questão da transmissibilidade da ozena. Em uma comunicação apresentada no Congresso Rumeno de O. R. L. de 1932, eles mostraram que, apesar de inumeras pesquizas feitas durante dois anos, no laboratorio do Prof. Cantacuzino, não conseguiram transmitir ou reproduzir a ozena do homem aos animais. Deante desses resultados, pensaram na possibilidade de reproduzir a doença de homem a homem, por via experimental. Na literatura eles encontraram alguns ensaios nesse sentido, feitos por Blanc e Pangalos, de Atênas, mas com resultados negativos. "Para tais experiencias", dizem os AA. "era necessario encontrar pessoas de muito bôa vontade, que se deixassem submeter ás pesquizas necessarias". Eles conseguiram arranjar 12 abnegados, 10 mulheres e 2 homens, e começaram as pesquizas em 4 de Novembro de 1931, que acompanharam de perto até, 20 de Outubro de 1932.

Vamos transcrever textualmente a tecnica empregada por Costiniu e Popian:

1.º- No primeiro grupo esfregamos a mucosa nasal com crostas retiradas de doentes. O tempo gasto entre a retirada das crostas do doente e sua introdução no nariz do individuo são, era de 2-3 minutos (tres casos).

2.º) - O segundo grupo, isto é, aquele que introduzimos tampões embebidos com triturações de crostas ozenosas em sôro fisiologico, foi dividido em dois:

a) Introduzimos o tampão sobre a mucosa normal duma só narina (dois casos).

b) Introduzimos o tampão em uma só narina, mas após leve irritação da mucosa, sem sangrar (dois casos).

Nas duas pesquizas os tampões foram bem suportados de 6 a 22 horas.

3.º -No terceiro grupo inoculamos debaixo da mucosa do corneto inferior, 1/2 a 1 cmc. da trituração das crostas de ozenosos em sôro fisiologico (dois casos).

4.º -Injectamos culturas de microbios ozenosos emulsionadas em sôro fisiologico, debaixo da mucosa do corneto inferior (dois casos).

As triturações e emulsões foram feitas no sôro fisiologico, a uma temperatura de 37º para que os microbios ozenosos nada perdessem de sua virulencia. Cada caso foi controlado desde o dia seguinte ao da experiencia até 20 de Outubro de 1932.

Fizemos isolamentos e identificações, tanto das crostas e triturações introduzidas na mucosa normal, como da secreção nasal proveniente dos pontos inoculados, para verificar si os microbios inoculados correspondiam aos achados na secreção. Passemos agora as observações resumidas dos autores:


OBS. I - M. F. mulher, 24 anos. Examinada em 4-11-31: cornetos normais, mucosa nasal normal quanto a coloração; as amigdalas levemente atrofiadas. A mucosa dos cornetos inferiores atritada com crostas retiradas do doente N. D., 26 anos, com ozena do 3.º gráu, das duas narinas. Desta crosta, por semeadura e isolamento, foi identificado um mucoso encapsulado do bacilo Loewenberg-Hoffmann, estafilococos e piocianico. 8-11-31: ao contróle, leve secreção das duas fossas nasais. 20-11-31: Hiperemia pronunciada da mucosa dos cornetos inferiores, como no coriza agudo. Sem febre. Com um tampão esteril, retirada de secreções para serem semeadas. Nas identificações feitas, foram encontrados: estafilococos, mucosus encapsulado, pneumocócos, piocianico e bac. de Hoffmann. 11-12-31: o estado dos cornetos voltou ao normal. 18-12-31, 8-1-32 e 9-5-32: tudo apresenta-se normal.

OBS. II -- A. G. mulher, 19 anos. Examinada em 4-11-31: desvio do septo para a direita. Cornetos e mucosa das fossas nasais, normais. Com crostas retiradas do doente I. R. 22 anos, ozenoso bilateral do 3.º gráu, fez-se leves atritos nas duas narinas da mulher A. G. Por isolamento, foi encontrado como flóra microbiana: estreptococos, estafilococos, Friedlander e Perez.

Em 11-12-31: Secreção abundante semi-liquida, sobretudo da narina esquerda. 20-11-31: Mesma secreção. A mucosa dos cornetos parece levemente retraída, de côr normal. Dessa secreção foram isolados: estreptococos, estafilococos, Perez e pneumococos. Sem febre. 23-11-31: Um pouco de febre, 37o-3709, que permanece durante nove dias. Durante esse periodo febril, a doente teve dôres de cabeça, e, na narina esquerda, urna secreção abundante mas clara.

Narina direita normal. 8-1-32: Secreção diminuída e pouco odorante. Cornetos normais. Desde essa epoca até 16-10-32, não se observou nada de anormal.

OBS. III. - T. T. homem 17 anos. Exame feito em 11-11-31: Provavelmente herédo-sifilítico, com nariz achatado; perfuração anterior do septo; nada no faringe e nas amigdalas. Otite catarral dupla.

Esfregou-se a mucosa dos cornetos com as crostas retiradas do doente A. D. 20 anos, ozenoso do 3.º gráu. A flora das crostas semeadas e isoladas, deu: Loewenberg, Abel, estafilococos, estreptrococos e Friedelander. Em 18-11 e 22-12-31, nenhuma alteração. Depois desse tempo, o paciente não mais voltou.

OBS. IV. - Homem, 40 anos. Examinado em 25-11-31, apresenta: uma leve hipertrofia dos cornetos inferiores. Amígdalas normais, mucosa do faringe um pouco sêca. Trituração de crostas da doente Z. B., 25 anos, ozenosa do 3.º gráu; introdução de tampões embebidos deste liquido nas duas narinas sem massagem. A flora microbiana é representada por: Hoffmann, Loewenberg, estafilococos, piocianico e proteus. Em 26-11-31: temperatura 38º,9; o doente está apatico, debilitado, com inapetencia. Este estado dura quatro dias e a 30-11-31, temperatura normal. Em 4-12-31, não se observa secreção alguma. A mucosa dos cornetos é normal. Daí até 10-10-32 nada de anormal.

OBS. V. - S. P. mulher, 36 anos. Examinada em 22-1-32: ligeira hipertrofia dos cornetos inferiores. Nada no faringe e ouvidos. Introdução dum tampão de algodão embebido em trituração de crostas da doente V. C., 22 anos, na fossa nasal esquerda que aí é deixada 24 horas. Em 23-1-32: temperatura 40º. Dôres de cabeça com calefrios. A febre persiste entre 37º,8 até 27-1-32. Dessa data em deante desapareceram completamente as dôres de cabeça e calefrios. 29-1-32: os cornetos permanecem hiperemiados. Entre o septo e corneto esquerdo observa-se uma ligeira secreção muco purulenta. 5-5-32: os cornetos estão quasi normais. Desaparecimento das secreções e a doente se queixa de dôres nos ossos proprios do nariz, porem estas não são permanentes. 10-5-32: as dôres desapareceram. De 1-6 a 16-10-32, nada de anormal.

OBS. VI. - H. P. mulher, 42 anos. Examinada em 22-1-32: desvio do septo para a direita, ligeira hipertrofia do corneto medio esquerdo. Nada no faringe. Um tampão de algodão embebido em trituração proveniente da doente V. C., 22 anos, com ozena do 2.º gráu na narina esquerda e 3.º gráu na direita, é colocado na fossa nasal esquerda, previamente irritada sem saír sangue, da mulher H. P.. O tampão é deixado in loco 24 horas. Nos divas 23, 24 e 25-1-32, a temperatura variou entre 38º,2 e 39º,9 acompanhada de dôres de cabeça e vomitos. Em 27-1-32: Temperatura 37o. As dôres de cabeça e vomitos desapareceram. Não foi observada nenhuma alteração nas fossas nasais, nem secreção, nem pús. Dessa data até 20-9-32, o estado normal se manteve.


OBS. VII. - E. B. mulher, 24 anos. Examinada a 5-2-32: ligeira hipertrofia dos dois cornetos inferiores. Após leve irritação da mucosa da fossa nasal esquerda, introdução dum tampão embebido em trituração de crostas retiradas da doente M. A. 27 anos ozenosa de 3.º gráu. Permanencia do tampão durante 6 horas. A não ser leve calefrio aparecido; no dia seguinte, nada de anormal! Nenhuma secreção nos dias subsequentes. O estado normal persiste até 10-10-32.

Nestas tres ultimas experiencias, não foram feitos exames bacteriologicos.

OBS. VIII. - M. M. mulher 20 anos. Examinada a 20-11-31: Fossas nasais, amigdalas normais. A doente I. D., 21 anos, ozenosa do 2.º gráu na narina esquerda e 3.º gráu na direita, forneceu as crostas retiradas das duas narinas, comi as quais se fez uma trituração em sôro fisiologico. A flora microbiana revelou: estafilococos, mucosus encapsulados, Hoffmann e Perez. Essa trituração é injectada 1/2 cmc. em baixo da mucosa do corneto inferior esquerdo, em 11-10-31. Em 18-11-31: secreção semi-liquida e hipertrofia do cor neto inferior esquerdo, que quasi toca o septo. Fossa nasal direita normal. Nenhuma dôr por pressão sobre o seio. A respiração nasal é dificil, como acontece na rinite hipertrofica. No dia seguinte ao da injecção a temperatura chega a 390,7 para cair á normal tres dias depois. Instilações de sol de protargol a 1 % adrenalinado. 25-11-31: na fossa nasal esquerda, no ponto injectado, sai uma pequena quantidade de secreção purulenta. Por pressão sobre o corneto, recolhe-se algumas gotas de liquido amarelo-sujo, que semeado e isolado dá estafilococos, estreptococos, Hoffmann e mucosus encapsulados. A fossa nasal direita está normal.

28-11-31: fenomenos de depressão nervósa, sem febre, inapetencia, que desapareceram depois de 4 dias. 4-12-31: o corneto inferior esquerdo voltou quasi ao normal. Ausencia de secreção. Corneto direito, normal. Em 18-12-31: narina esquerda normal. 19-1-32: a mucosa do corneto inferior esquerdo está um pouco palida, sem, secreção. 25-2-32: ligeira atrofia da mucosa desse corneto; a direita, nada de anormal. 13-5-32: a mucosa do corneto inferior esquerdo voltou ao normal. Dessa data até 20-10-32, tudo normal.

OBS. IX. - W. Z. mulher, 19 anos. Examinada em 18-11-31: nada de anormal sob o ponto de vista oto-rino-laringologico. Nessa data foi-lhe feito debaixo da mucosa da fossa nasal esquerda, uma injecção de 1/2 cmc, de trituração de crostas retiradas da doente I. R. 29 anos, ozenosa do 3.o gráu, bilateral. Como flora microbiana, foi encontrado: Loewenberg, Hoffmann, estafilococos e mucosus encapsulado. De 19 a 21-11-32: temperatura 38º,6, com dôres de cabeça e vomitos, que desapareceram no dia 22. Em 25-11-31: narina esquerda com secreção acinzentada, fluida. Fossa nasal direita, normal. A partir dessa data tudo entra em ordem e não foi notado modificação até 13-5-32.

OBS. X. - A. B. mulher, 26 anos. Examinada em 18-11-31: leve atrofia dos cornetos inferiores, hipertrofia pronunciada do corneto medio esquerdo. Amigdalas e faringe normais. Praticou-se uma injecção na muoosa do corneto inferior esquerdo, com 1 cmc. de, trituração de crostas retirada do doente M. O. 24 anos, ozenoso do 3º gráu. Flora microbiana isolada: Loewenberg, Hoffmann, Friedlander, pneumococos, estafilococos. Em 19-11-31: temperatura 37º,8, No dia seguinte, não temi febre, mas cefaleias na região frontal, vomitos 2-3 vezes por dia. Inapetencia. Este estado, com modificações para melhor, sempre sem febre, persiste até 4-12-31; os vomitos desapareceram e a apetite volta. O corneto inferior esquerdo, que estava um pouco inflamado nos primeiros dias, voltou ao normal. Em 22-12-31: observa-se na fossa nasal direita, que serve de controle, uma leve secreção aquosa; na fossa nasal esquerda, uma secreção muco-purulenta, levemente aderente na extremidade posterior do corneto inferior, com tendencia a se propagar sobre o corneto medio. Leve atrofia dos dois cornetos inferiores. Em 19-2-32: a atrofia dos cornetos inferiores progrediu, a secreção muco-purulenta da mucosa do corneto inferior esquerda é aderente; o lumen das fossas nasais é mais largo que no começo da experiencia. 25-3-32: atrofia do corneto inferior persiste com, secreções, sobretudo no soalho das fossas nasais. O corneto inferior direito apresenta uma atrofia insinificante, com pouca secreção. Na secreção retirada, foram identificados: Friedlander, Lowenberg, estafilococos e mucosus encapsulado, portanto um+a flora quasi: identica a que foi inoculada. Em 13-5-32: a secreção nasal é, quasi normal; nota-se pequena hipertrofia do corneto inferior esquerdo; o direito voltou ao normal. Desta data até 15-10-32, tudo em ordem, nada de anormal.

Os AA. frisam que nesta experiencia estavam quasi cestos terem conseguido a reprodução da doença, roas a duração não foi longa e o estado normal se restabeleceu não ficando nenhum traço da doença,

OBS. XI. - Z, R, mulher, 24 anos, Examinada em 7-11-31: nada sob o ponto de vista O. R. L. Foi feito uma, injecção de 1 eme. de cultura, em sôro fisiologico, de bacilos ozenosos (Hoffmann, Friedlander, Loewenberg-Abel) retirados da doente O. P., 28 anos, ozenosa do 3.º gráu. A injecção foi feita debaixo da mucosa do corneto inferior esquerdo; o direito fica para controle.

Em 8-11-31: temperatura 38º,6, leves dôres de cabeça Dia 9-11: temperatura 390,2, cefaleias, calefrios, vomitas, leve hipertrofia do corneto inferior esquerdo. Este estado persiste de 10 até 17 de novembro; a temperatura baixou a 37º,6, as cefaleias diminuiram, os vomitos cessaram. O corneto esquerdo está hipertrofiado e congestionado. Do ponto de inoculação, por pressão, sai uma leve secreção purulenta, que semeada e identificada, reproduziu os germens inoculados e mais estafilococos. Em 20-11-31: temperatura normal. O corneto esquerdo apresenta-se quase normal. Leve congestão no ponto de inoculação. De 15 de novembro até 20 de outubro, o estado normal persiste.

OBS. XII. - N. D., mulher, 27 anos. Apenas um pequeno desvio do septo para a direita. Com uma emulsão de culturas de 24 horas de microbios ozenosos (Perez 2/3 - 1/3 de Loewenberg-Abel, Hoffmann, Friedlander e mucosos encapsulados) retirada do doente P. A., 24 anos, com ozena do 3.ºgráu, inoculou-se 1 cmc. sob a mucosa do corneto inferior esquerdo da mulher N. D., ficando o corneto direito para controle. 10-11-31: temperatura 39º,4, dôres atrozes na metade esquerda da face, sobretudo sobre a região dos seios maxilar e frontal. A mucosa do corneto inferior inflamou-se tanto a ponto de obstruir a fossa nasal. O toque com um tampão de algodão, é muito doloroso. Em 11-11-31: mesmo estado, temperatura 39º. 12-12-31: a região dos seis maxilar e frontal é menos dolorosa. O corneto inferior diminuiu de volume, deixando passar um estilete. Por pressão, vê-se sair do ponto de inoculação, uma ligeira secreção de cor amarelada. Desta secreção foi feito semeadura que resultou: os mesmos germens inoculados e mais estafilococos e piocianico. Em 13-12-31: o corneto diminuiu bastante de volume. As dôres frontal e maxilar desapareceram; a mucosa do corneto está muito pouco congesta; por pressão sai uma pequena quantidade de pús. Temperatura 3&),7. Em 14-12-31: o corneto é quasi normal, a fossa nasal, idem. Temperatura 37º,4. 16-12-31: corneto normal, sua mucosa ainda um pouco congesta ao redor do ponto de inoculação; ausencia de dôres e pús, Depois de 20-12-31 tudo voltou ao normal; nenhuma perturbação objectiva ou subjectiva até 9-10-32.

Examinada em 9-11-31: Com uma emul

CONCLUSÕES

Para terminar, vamos transcrever integralmente as conclusões dos autores

1.º - Para nossas pesquizas, conseguimos 12 pessôas de diferentes edades, perfeitamente sadias sob o ponto de vista O.L.R.

2.º - No primeiro grupo, onde irritamos levemente a mucosa com crostas ozenosas, não notamos nenhuma modificação.

3.º - No segundo grupo, onde introduzimos os tampões embebidos em triturações, estes foram bem suportados, sem se notar nada de digno que chamasse atenção.

4.º - Nos terceiro e quarto grupos, nos quais inoculamos sob a mucosa do corneto inferior, triturações provenientes de crostas ozenosas e de culturas de microbios ozenogenos, observamos uma elevação termica - 39º,5 a 39º,8 com dôres de cabeça, calefrios; em dois casos, vomitos, que duraram de 3 a 5 dias.

5.º - O exame local nos mostrou na fossa nasal inoculada, a mucosa congesta, inflamada; a pressão, pouco pús no ponto de inoculação. A semeadura deste liquido sobre diversos meios de cultura, puzeram em evidencia quasi os mesmos microbios que inoculamos. Dizemos quasi os mesmos microbios, porque em alguns casos encontramos tambem outros que não tinhamos inoculado.

6.º - Em todos os casos introduzimos microbios ditos ozenogenos associados entre si: Loewenberg, Abel-Hoffmann ou Perez, mucosus encapsulado, aos quais foi associado estafilococos, estreptococos, piocianicos, Frielander e pneumococos.

7.º - Lendo-se as observações, vê-se que tivemos casos que apresentaram os sintomas de uma infecção com: febre, calefrios, vomitos, como na observação XI, na qual chegamos quasi a crêr que haviamos reproduzida a "rinite atrofica ozenosa", suposição essa que durou poucas dias, pois tudo se normalisou rapidamente.

Esses casos alarmantes foram de pouca duração, o que prova que conseguimos provocar uma infecção local, com repercusão sobre o estado geral, mas sem perigo sob o ponto de vista "quo ad vitam" e sem sequencias desagradaveis para as pessôas que se sujeitaram ás pesquizas. Resulta tambem uma outra conclusão: os microbios presupostos ozenosos não são especificos para a ozena.

8.º - Quanto ao contagio, nada se pode dizer, pois não se admite que um lenço, um, cão, um gato ou mesmo, a cohabitação so o mesmo tecto, sejam melhores propagadores que os tampões ou inoculações directamente introduzidas na mucosa das fossas nasais, com microbios de crostas ozenosas ou culturas puras feitas com estes microbios.
9.º - Para evitar discussões sobre o conteúdo das crostas, identificamos os germens em quasi todos os casos, e para evitar objecções, inoculamos culturas puras com microbios ozenogenos, com resultados negativos.

10.º - Nossos doentes foram observados regularmente, todos os dias, no começo, e depois cada semana, durante quasi um ano.

11.º - Concluindo, podemos afirmar, como na nossa primeira comunicação, que, experimentalmente não conseguimos reproduzir a doença do homem á cobaia, ao macaco, nem de homem para homem.

Nossa dedução é que: a ozena dita essencial não é uma doença de natureza microbiana, nem contagiosa e somos partidarios da opinião dos autores que sustentam sêr esta doença uma nevrite da pituitaria."

H. C.




(*) Resumo extraído do artigo publicado na "L'Oto-Rhino-Laryngologie Internationale". Tom. XVII. n.º 5. Maio 1933. Pg. 321-331.

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