Versão Inglês

Ano:  1933  Vol. 1   Ed. 4  - Julho - Agosto - ()

Seção: Progressos da O. R. L.

Páginas: 291 a 294

 

Progressos da Otorrinolaringologia. Amigdalas e Adenóides.

Autor(es): FRENCH K. HANSEL - St. Louis.

Sumula de 1932

Bradford afirma, em um estudo estatístico, o insignificante beneficio trazido pela tonsilectomia em relação ao problema da escarlatina, o grau da severidade da moléstia sendo o mesmo em doentes operados ou não.

Galafer faz um estudo, no qual evidencia a presença de adenóides em adultos sujeitos a resfriados. Em 317 casos observados, 235 adultos tinham adenóides.

Erdelyi cita que em 1600 casos de tonsilectomia só teve 7 hemorragias, fato que ele atribui ao cuidada que tem de ligar vasos, além de esperar sempre um bom espaço depois da ultima tonsilite antes de proceder à operação.

Schmid acentua que é geralmente conhecido o fato de que uma tonsilite pôde preceder a primeira manifestação de tuberculose. Ele cita alguns fatos admitindo a relação_ entre as

tonsilites e a tuberculose, e concluindo: que tonsilites crônicas, pela sua associação com um aumento de temperatura pôde simular tuberculose, e que isso é um fato que em absoluto não se pôde desdenhar, acentuando ainda mais uma vez que uma amidalite pôde mascarar uma tuberculose.

Rhoads faz um estudo relativo ás alterações patológicas das amigdalas, o fundo bacteriológico e as condições clinicas do doente. Ha muitos casos que a simples inspeção é suficiente para a sua remoção; em outros, entretanto, o seu aspeto grosseiro é de pouca importância, comparado com a evidencia da historia clinica do paciente e os exames de laboratório. Si um exame geral demonstra uma moléstia geral associada a uma infecção, focal e não são descobertos outros fócos, é obvio ques as amigdalas devam ser consideradas como fóco provavel de infecção, não obstante o seu aspéto macroscopico aparentemente bom.

Hoepke faz um estudo no sentido de se conhecer a funcção das amigdalas; diz ele ser preciso verificar si os nodulos linfoides devem ser considerados centros germinativos ou centros de reacção, contra inflamações ou irritantes toxicos. Hoepke realisou um estudo comparativo e histologico entre o tecido linfoide normal e em amigdalas doentes imediatamente depois da tonsilectomia. Conclue ele que os nodulos linfoides na tonsila normal não irritada ha centros productores de linfocitos, mas quando, as tonsilas estão irritadas, fáto que ocorre frequentemente devido a sua localisação, os centros germinativos tornam-se centros de reacção, o que diminue ou torna irregular aproducção de pequenos linfocitos, para produzir células reticulares fagocitarias.

Kelemen e Hassko tambem citam uma serie de experiencias sobre o mesmo problema.

Waldapfei cita um estuda anatomo-patologico de alterações nas amigdalas em seguida a operações nasais; na opinião do autor, a tampónágem nasal e as galvanocauterisações são as atuações que mais provocam as tonsilites.

Thiesbürger afirma que a causa essencial das amidalites reside na exaltação da virulencia de germens que são hospedes habituais da amigdalas, e por diminuição de resistencia do paciente.

Pilot, refere-se ás relações entre as infecções da garganta e o estreptacoco hemolitico, com as artrites e artralgias. Conclue ele que estas molestias articulares pódem complicar escarlatina, erisipela e feridas infectadas par este micro-organismo e que ha uma hipersensibilidade particular como importante fator.

Bézi relata a resultado de estudos experimentais a respeito da ação da saliva e de extratos de amigdalas contra a toxina, diftérica, mas do qual não se pôde ainda tirar conclusões definitivas.

Otto expõe o resultado do exame de 45 amigdalas de doentes mortos e tuberculose; em 74% delas avia ocos a citada molestia. Apenas em um caso presumivelmente a infecção era primaria. Os estudos histologicos não permitem afirmar com segurança si a infecção provinha da superficie ou si a via era hematogena.

Abt faz notar que as septicemias que sobrevém depois das infecções tonsilares são precedidas de um flegmão faringiano ou um abcesso intratonsilar. A pioemia pôde se desenvolver vagarosamente depois da infecção primaria, formando um período de latência durante a qual o doente se sente como que bom até aparecer o primeiro calafrio; este período de latência pôde durar de dez a quinze dias. Uma vez a septicemia declarada -ela exige pronta drena, em do abcesso e ligadura da jugular.

Taptas, a respeita do mesmo assunto, opina que muitas vezes declara-se a septicemia, porque a cadeia de linfáticos da jugular está infectada, de modo que embora desapareçam os sintomas da garganta, estes gânglios servem de ponto de partida para a formação do abcesso cervical; tombem Taptas recomenda a ligadura da jugular imediatamente quando o quadro clinico está bem esclarecido.

Hofer segue a mesma orientação intervencionista aliada á mesma presteza em casos semelhantes. Diz Hofer que nestes casos de septicemia os grandes vasos do pescoço podem ser sensíveis á pressão, especialmente quando ha extensas tromboses, mas que este sintoma pôde falhar quando não ha grandes tromboses apesar de intensa infecção do sangue. Ele apresenta dois casos salvos pela ligadura da jugular.

Linck advoga a orientação de em todo o abcesso peritonsilar realizar a amigdalectomia; apresenta uma estatística de 163 casos nos quais assim procedeu sem o menor incidente; diz ele que esta é a melhor profilaxia das grandas septicemias de origem anginosa.

Murphy relata dois casos de abcessos periamigdalianos em seguida á injeção; para anestesia; em um deles o processo desenvolveu-se porque o doente não consentiu no ato operatório, que fosse extirpada a segunda amídala, e em redor dela desenvolveu-se o abcesso; no segundo doente o abcesso apareceu oito dias depois de uma electrocoagulação.

De acordo com as observações de Horning e Wenger um sintoma interessante que aparece nos abcessos de garganta, é a dilatação homolaterál da pupila. Este sinal é mais claro quando a extensão do abcesso é maior. Os autores têm visto a midriase desaparecer depois da abertura do abcesso, e tornar a evidencia depois da injeção de lipidol na cavidade, e de novo desaparecer retirando o óleo. A sua interpretação é atribuída a uma repercussão de origem bulbar.

Combieseo preconisa o tratamento de abcessos peritonsilares pelo uso de estafilococo bacteriófago. São filtrados segundo o método de Besredka, caldo de peptona estéril e soro fisiológico.

Houser relata um caso de acidente mortal, onze horas depois de operação de amídalas. Ele atribui á cocaína empregada na anestesia essa para degelar uma hemorragia que havia se instalado. Dentro de alguns minutos o doente entrou em convulsões e outros sintomas de envenenamento que resistiram a toda teraupetica.

Hollender estuda as causas de falencia e de sucesso da electrorcirurgia nas operações de amigdalas. Conclue ele em resumo, que embora haja razões especiais para a electro-cirurgia, como em presença de operandos com molestias constitucionais, a diatermia não pôde substituir na grande maioria dos casos os metodos classicos de amigdalectomia.

Depois de quatro anos de experiencia da electro-cirurgia, Cohen afirma que embora seja ela um bom elemento de auxilia nas operações de garganta, só deve ser aplicado em casos selecionados, como tuberculose, molestias do coração, nefrites ou doentes hipertensos.

Balmer é da mesma opinião do precedente no tocante a este capitulo de electro-cirurgia, mas entende ser necessarios bons conhecimentos dos varios tipos de correntes e de detalhes de tecnica.

No intuito de evitar a aspiração nas amigdalectomias sob anestesia geral propõe Zie;gelman a colocação do doente em uma posição de Rose modificada, que assim permite controlar perfeitamente a hemorragia.

Bernfeld estuda as causas de fracasso algumas operações de adenoides; pensa ele que o fáto é devido á particularidades morfologicas do epifaringe. Acentua a importancia de um estudo; apurado do nasofaringe antes da operação, por meio de espelhos, toque e roentgnografia, porque ha asimetrias do faringe e epifaringe e aqui desconhecidas. O tipo de cureta deverá ser estudada extremamente de acordo com a morfologia do nasofaringe, uma vez que a operação é feita sem o contróle da vista. A indicação, e prognostico das perturbações nasais dependendo de adenoides, pôde ser assim correctamente avaliada, uma vez que conhecemos perfeitamente a estrutura do nasofaringe que se vae operar.

Dr. F. Hartung.

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