Ano: 1933 Vol. 1 Ed. 1 - Janeiro - Fevereiro - (9º)
Seção: Revista das Revistas
Páginas: 67 a 83
ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY - Vol. 16 - Agosto 1932.
Autor(es): -
GORDON B. NEW e JOHN H. CHILDREY - Paralysia das cordas vocaes - Estudo sobre 217 casos. P. 143.
A parte mais importante do trabalho refere-se ao estudo das causas da molestia, que são as seguintes: a) Origem congenita - Muito rara. Só observou tres casos. b) Origem cortical, quer uni. quer bilateral c) Tabes d) De origem periférica e) Nevrite toxica periferica f) Sindrome do foramen jugular g) Origem hipofaringeana ou esofagiana h) Sifilis i) Lesões do pescoço - bocio, outros tumores, trauma j) Doenças do mediastino aneurisma aortico, lesões cardiacas - Conclue 1) O retorno das cordas vocaes paralizadas, da posição cadaverica á posição mediana, realiza-se dentro de alguns mezes, com o restabelecimento vocal. No acometimento bilateral a dispneia acompanha a melhora da voz. . 2) As cordas vocaes na lincha mediana pódem garantir o restabelecimento funcional mas, comummente, continua a manter-se naquelle ponto. 3) Nunca foi observado o fato das cordas vocaes em atitude mediana passarem á posição cadavérica.
ABRAHAM O. WILENSKY - Osteomielite craneana oriunda do osso temporal. P. 160.
A etiologia é a seguinte: a) Primeira, por traumas, quer civis quer militares b) De origem hematica c) Propagação por contiguidade. As de origem hematica provêm de um foco séptico a distancia. As mais comuns são as propagadas da vizinhança, focos infeciosos no ouvido médio, células mastoideias, no occipital, na arcada zigomatica, etc. Complicações endocranianas as mais diversas e graves podem ser observadas, sobresaíndo pelo seu interesse a ostíeomielite do esfenoide, acarretando perihipofisite, em geral não diagnosticada em vida, A respeito da radiografia em casos dessa natureza, registra a sua utilidade nas formas bem localizadas, com sequestros, obscuras nas formas difusas.
J. V.,CASSADY - Meningite de origem auricular. P. 176.
Afim de estar habilitado a prever a meningite fulminante de origem auricular, o especialista deve estar alerta sobre o aparecimento dos sinaes e sintomas pre-meningiticos bem como ter um exato conhecimento não só do mecanismo da propagação endo-craneana proveniente do ouvido medio, experiencia clinica e anatomo-patologica.
JOSEPH W. MILLER - Extração de corpos estranhos esofagianos e traqueias, por via dirêta. P. 188.
Especialmente em creanças e em pessoas idosas, a esofagoscopia é muito mais dificil e perigosa do que a broncoscopia. Com algumas exceções só utiliza a anestesia para os adultos. As pessoas que usam dentaduras artificiaes, tem dificuldade em evitar a deglutição de corpos estranhos, especialmente ossos. Ocasionalmente alguns doentes apresentam a sintomatologia classica da presença de corpos estranhos nas vias aereas, devendo ser, entretanto, atribuida a outras causas, especialmente ao edeana subglotico.
Quando houver certeza de uma perfuração do esofago cervical, é conveniente praticar uma mediastinotomia profilatica cervical, pelo metodo de Marschek. Quando houver perfuração baixa, convem assegurar a boa drenagem mediastinal, alimentando o doente por uma sonda nasal, como o preconisa Seiffert. E' possivel, as vezes, desalojar o corpo extranho encravado no esofago, impelindo-o para o estomago.
W'ELLS P. EAGLETON - Relações entre os estados rinologicos e otologicos e o endocranio. P. 203.
O A. faz um estudo critico de varios trabalhos, escolhidos dentre os de maior vulto, aparecidos na literatura mundial sobre assuntos relacionados com o titulo acima. As questões e titulos ventilados, são os seguintes:
1) Geraes - a) Desenvolvimento da linguagem b) Centros cerebraes para a localisação do som c) Audição colorida.
2) Lesões endocranianas auditivas, não supuradas: a) Alucinações auditivas b) Surdez decorrente da degeneração do trato auditivo central c) Sintomas auditivos na esclerose generalizada d) Tinnitus e surdez na fistula endocraniana arteriovenosa e) Atrofia do acustico consequente a tratamentos roentgenterapicos f) Hemorragias intra-meningeias, como resultado de toxemia otosclerotica g) Tratamento do tinnitus por meio de injeções intraespinaes de dextrose h) Sintomas vestibulares nas lesões degenerativas do angulo j) Sintomas vestibulares na oclusão da arteria cerebelar postero-inferior.
3) Tumores das areas audutiva central e vestibular; a) Parada de desenvolvimento do seio transverso como causa de papila de estáse no tumor do angula b) Baixa auditiva devida a tumor do terceiro ventriculo c) Propagação intracraniana de um tumor giganto-celular, oriundo da asa cartilaginosa esfenoidal.
4) Anatomia das sensações gustativas. a) Trajeto das fibras nervosas transmissoras da sensação gustativa.
5) Nevralgia glossofaringeana: a) Tratamento cirurgico das nevralgias.
6) Nevralgia das lesões supuradas endocranianas: a) Reações protetoras do sistema endolinfatico cerebral b) Meningite em face da função dos corpusculos de Pacchioni c) Anestesia intraespinal nas operações cefalicas 8) Estudo da aerocele endocraniana.
7) Encefalografia arterial:
8) Complicações supuradas endocranianas, em geral. a) Complicações de origem mastoideia, labirintica e do ouvido medio; com repercussão endocraniana. b) Complicações endocranianas em relação corta as mastoidectomias c) Complicações endocranianas em relação com a cronicidade dos fócos primarios.
9) Diagnostico das complicações endocranianas, em geral a) O liquor, rio diagnostico b) Valor clinico das variações do conteúdo celular obtido em varias niveis c) Diagnostico diferencial entre lesões labirínticas e cerebelares por meio dos sintomas vestibulares d) Nistagmo no diagnostico das lesões intracranianas e) Produção experimental dos sintomas vestibulares f) Diagnostico das lesões supurativas pelo exame do trato visual g) Encefalografia dos tumores cerebraes h) Sinusite supurada simulando tromboflebite do seio cavernoso i) Febre tifoide simulando piohemia j) Paralisia do nervo abducens, curada sem mastoidotomia.
10) Abcessos cerebrais: a) Patologia cirurgica dos abcessos cerebrais b) Absorção expontanea de um infarto cerebral, simulando abcesso cerebral c) Valor da historia cronologica no diagnostico dos abcessos cerebrais d) Sintomatologia dos abcessos cerebrais e) Cefaleia nas lesões supuradas f) Abcesso cerebral com afasia pertinaz após punção branca. g) Abcesso cerebral com reação de Wassermann positiva.
11) Tipos raros de abcessos cerebrais a) Abcesso cerebral proveniente da piramide rochosa b) Abcessos cerebrais provenientes de infeções tonsilares c) Abcesso cerebral metastatico proveniente do ouvido d) Abcesso temporo-esfenoidal com sintomas cerebelares e) Abcessos cerebrais com supuração extinta do ouvido medio f) Ataques recurrentes de meningite nos abcessos cerebrais g) Abcesso cerebral latente revelado por sintomas de meningite aguda h) Idem durante uma operação de sinusite i) Rutura de um abcesso no ventrículo e cura.
12) Abcessos do espaço subdural a) Abcesso cerebelar b) Paralisia respiratoria c) Meningite tardia após abcesso cerebelar.
13) Abcesso cerebral por infecções dos seios nasais acessorios a) Abcesso do lobo frontal, por sinusite frontal b) Morte tardia após a cura de um abcesso frontal.
14) Tratamento dos abcessos cerebrais: a) Hernias cerebrais consequentes à abcessos cerebrais b) Visibilidade do oleo de sesamo iodado um ano após a cura do abcesso.
15) Osteomielite do cranio a) Osteomielite de origem espirilar b) Osteomielite obscura do esfenoide c) Osteomielite obscura do esfenoide como origem de doença do seio cavernoso d) Abcesso do lado temporo-esfenoidal oriunda do osso frontal.
16) Responsabilidade do nariz no aparecimento de complicações cerebrais a) Rinorreia durando anos b) Relações entre as sinusites e as calcificações c) Patologia da rinorreia d) Supuração obscura do seio esfenoidal em relação comi complicações endocranianas.
17) Meningite supurada de origem auditiva e nasal a) Anatomia patologica das meningites b) Labirintites como causa de meningites c) Meningite subsequente a uma labirintite curada.
18) Meningite serosa ou protetora a) Meningite serosa proveniente de uma labirintite, cone afasia b) Meningite circunscrita curada por meio de injeções intracranianas, feitas com fim. diagnostico c) Meningite bulbo-cisternal d) Meningite latente infantil, proveniente do ouvido e) Meningite audutiva pelo Proteus f) Sinusite desconhecida como causa de meningite g) Meningite fulminante após etmoidectomia h) Meningite secundaria a sinusite frontal com osteomielite latente h) Ataques recurrentes de meningite, durante 7 anos, oriunda do nariz i) Meningite atravez uma velha fratura do labirinto j) Fratura não consolidada do labirinto, como causa de meningite j) Prognostico é resultados do tratamento cirurgico das meningites k) Profilaxia da meningite nos danos acidentaes operatorios da dura.
19) Tratamento das meningites: a) Influencia da punção ventricular e cisternal sobre a derivação do liquor no tratamento das meningites b) Provocação da hemo-hipotonia no tratamento da meningite c) Metenamina na meningite experimental d) Cirurgia do labirinto no tratamento da meningite e) Meningite proveniente de supuração apical f) Técnica operatoria g) Irrigação subaraquinoideia com a solução de Ringer g) Irrigação subaraquinoideia com injeções de iodoformio h) Tratamento da meningite com a chemoterapia e a imunoterapia i) Injeções endovenosas de solução de cloreto de sodio j) Idem de metenamina k) Idem de soro antipneumococico l) Tratamento da meningite, intra-araquinoideo e intravascular m) Resultados desastrosos da medicação por via intracisternal n) Perigos da punções ventricular e cisternal no tratamento da meningite epidemica.
ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
Vol. 16 - Setembro 1932.
KARL MUSSER HOUSER - Angina de Ludwig - Incisão intra-bucal nas infecções do soalho da boca - P. 317.
O A. estuda quinze casos de genero, dos quaes quatorze curaram-se. A afeção foi mais frequente entre rapazes. Em onze casos executou operação por via externa, todos seguidos de cura. Em um houve evacuação interna expontanea, em dois, foi necessario drenar pela boca. O fator etiologico de relevo foi a carie dentaria.
PORTER PP. VINSON - Rotura expontanea de um estreitamento benigno do esofago. P. 329.
Caso de rotura expontanea durante um movimento habitual de deglutição. Atribue o acidente a uma erosão necrotica ocorrido ao nivel do estreitamento, graças a uma ação isquemica motivada pela propria pressão dos alimentos nesta altura do canal esofagiano.
OSEPH C. DONNELLY - Rinorreia cerebrospinal. P. 350.
Chama a atenção para este desagradavel accidente, que póde ocorrer durante as intervenções sobre o etmoide, podendo ser confundida com o escoamento linfatico habitual, ou ser desprezada, se tardia. Em certos casos, quando o escoamento se fizer para o rimo-faringe, póde passar mesmo despercebido. Os estudos necrospicos procedidos, demonstram que as manobras operatorias devem ser extremamente delicadas, pois é possivel provocar a abertura da cavidade meningeia, principalmente quando této etmoidal e a area orbitaria limitrofe forem de consistencia delgada ou mesmo atrofiados. Assim, consoante esse principio, o acidente não se processará e, quando presente, será encarado não como excusa, mas tão somente, como explicação do fáto.
NOAH D. FBRICANT e IGNAZ SOMMER - De um novo test na diagnose das doenças do ouvido interno. P. 360.
Os A. demonstraram que o reflexo de Prayer ou reflexo auricular pôde ser vantajosamente usado para esclarecer certos diagnosticas obscuros. Assim, te positivo, leva a suspeitar de um comprometimento do nervo cocleiar, mais primario do que secundaria. Quando negativo, não ë suficiente para autorisar uma exclusão de um acometimento do ouvido interno.
B. M. BECKER - Audibilidade pela via ossea. P. 364.
A condução ossea é uma forma diferenciada da condução aerea.
A percepção sonóra faz-se, no estado normal, por intermedio do ouvido interno, do ouvido externo e do ouvido medio. Quando, porem, a membrana e os ossiculos estão destruidos, ela se processa diretamente do ouvido interno atravéz as duas janelas.
ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
Vol. 16 - Outubro 1932.
E. J. PINKERTON - Lepromas da orelha, nariz e garganta - Observação de mais de 200 casos em Hawaii. P. 469.
Torna-se necessario observar longamente grande numero de doentes hospitalizados antes de tirar qualquer conclusão a respeito de lepromas. E essencial, para o diagnostico e tratamento, ter uma clara noção das lesões leprosas do ouvido, olhos, nariz e garganta.
O meticuloso exame dai mucosa nasal é o ponto mais importante, dando nos casos precoces 87 a 90 % de provas bacteriologicas positivas. Em grande copia de casos é igualmente muito util o exame repetido do lobulo da orelha.
Embora os cuidados de higiene local buco-nasal sejam confortaveis para o doente, a melhora das lesões leprosas depende em primeira plana do tratamento geral.
O estudo dos casos graves de observação corrente hospitalar apresenta grande interesse, mas do diagnostico precoce da doença dependem a cura e o desaparecimento nosocomial.
EDWARD F. ZIEGELMAN - Bocio lingual. P. 496.
O bocio lingual é uma lesão patologica pouco comum.O crecimento tumoral pôde ser incrementado durante a menopausa. O metodo de eleição para a cura é a extirpação cirurgica por via bucal. Póde ocorrer mixedema post-operatorio. Este incidente póde ser jugulado pelo extrato de tiroide. Pela observação e inspecção da base da lingua, doente em posição de Rose, é possivel determinar a séde da lesão. Essa posição permite, alem de abordar o tumor, trata-lo pela diatermia cirurgica.
K. S. CHOUKE - Diverticulos do laringe. P. 538.
Cita dois casos do genero, descoberta post-mortem e um terceiro caso na mesma natureza, de diagnostico discutivel, prometendo traze-lo em breve a discussão.
H. HAROLD GELFAND - Tratamento da febre do feno. P. 550.
As seguintes condições devem ser levadas a conta no tratamento da afecção: 1) Dosagem adequada, especial para cada doente, a ser estabelecida após classificação previa de acordo com o grau da sensibilidade especifica. 2) Cada doente deverá ser cuidadosamente estudado, principalmente sob o ponto de vista dos principios alergicos. 3) Em cada caso de febre dos fenos convem sempre considerar uma hipersensibilidade extranha aos polen bem como as multiplas variedades deste.
L. B. BERNHEIMER e MAX CUTLER - Efeitos da irradiação sobre a mucosa nasal alergica. P. 561.
Os efeitos clinicos e microscopicos da irradiação na mucosa alergica foram observados em 40 doentes atacados de rinite vaso-motora.
Os resultados primarios obtidos foram uniformemente excelentes a respeito do desaparecimento dos sintomas, se bem que o lapso de tempo decorrido ainda não permita concluir definitivamente a respeito.
A comunicação é divulgada a titulo de curiosidade clinica e patologica, sem querer significar que a irradiação conduza invariavelmente á cura da rinite vaso motora. E' claro que as observações sugerem possibilidades terapeuticas, devendo, porem, da sua continuidade, surgir novos aperfeiçoamentos.
Uma serie de casos de febre dos fenos está sendo estudada afim de determinar o efeito particular que lhes causa a irradiação.
ARCHIVES OF OTOLARYNGOLOGY
Vol. 16 - Novembro 1932.
JOSEPH H. GLOBUS e WALTER- L. HORN - Propriedade autocurativa dos abcessos cerebraes. Estudo anatomo-clinico de 15 casos.
Ao passo que o diagnostico da especie é da séde da molestia poude ser, em geral, corretamente feito, a terapeutica falhou sempre.
Parece que um real progresso nesse sentido depende de um mais acurado estudo das alterações progressivas celulares que se processam durante a formação da capsula, do abcesso e que constitue uma barreira protetora dos elementos cerebraes nobres. Assim, quando é possivel esperar a constituição dessa capsula, e não houver grande aumento da tensão intracraneana, sintoma que requer vigilancia e que por si só, é passivel de indicar tratamento cirurgico, a evolução pôde ser muito bem tolerada (sobretudo nas localizações frontaes) podendo, mesmo, chegar até á cura expontanea. A dificuldade consiste em saber até que, ponto é prudente á abstenção.
Seja como for o importante é manter o equilibrio da tensão endocraneana até que, com o tempo; a fase de encapsulisação esteja tão bem assegurada que venha a simplificar um tratamento cirurgico mais radical.
CLAUDE C. CODY - Importancia das vitaminas A, D, B e G em laringologia. P. 661.
A vitamina A é necessaria para manter a nutrição da mucosa nasal, auditiva e traqueial. A mucosa nasal é atacada primeiro e sára depois da mucosa ocular. Eventualmente, as alterações metaplasicas e imflamatorias da carencia, pódem ser corrigidas por uma dieta adequada.
Profilaticamente, essa vitamina parece aumentar a resistencia ás infecções do trato respiratorio superior das creanças. Terapeuticamente é de grande vantagem melhorar a nutrição das mucosas nasal e auditiva tanto nas infecções agudas como nas cronicas. Emquanto essa avitaminóse póde ser um fator etiologico das rinites atroficas, convem esclarecer esse assunto antes de um juizo definitivo a respeito.
Uma dieta economica em vitamina D não tem nenhum: efeito sobre as mucosas em questão. As lesões labirínticas que produz no rato assemelham-se a otosclerose humana.
Um síndrome nasal bem definido segue-se á dieta parca em vitamina B: - secreção naso-faringeia, entumecimento da cauda do corneto medio, cuja mucosa torna-se humida, turgida, branco-amarelada.
A vitamina G. não tem influencia sobre o nariz, o ouvido ou a garganta.
WILLIAM WESLEY CARTER - Sinusite maxilar. Sugestões clinicas praticas sobre o diagnostico e tratamento. P. 698.
Sem arejamento e drenagem não se obtem a cura da sinusite. Mucosa sã, seio são. Quando o epitelio ciliado é totalmente destruido, não se regenera. Assim, poupa-lo o mais possivel, ao curetar o antro. Para a determinação do contendo ou do estado das paredes antráes, é ineficaz o emprego do oleo de sesamo iodado a 40 %.
A presença de tecido adventício dentro do antro, constitue indicação operatoria. E' preferivel usar a tecnica de Caldwell-Luc.
A sinusite maxilar primaria de origem dentaria é rara. A maioria dos casos desse genero é subsequente a complicações proveniente da extração de uma raiz infectada. As infecções focaes nas sinusites são provavelmente raras, sendo difícil tirar qualquer conclusão segura a respeito.
Revista das Revistas
GILBERT J. ROBERTS - Mastoidite aguda sem comprometimento do ouvido médio nem do antro. P. 719.
A origem da mastoidite, no caso, póde ser atribuida ou a uma infecção hematogena, ou a uma infecção latente, do ouvido medio, passada despercebida.
Em qualquer dos casos, é extremamente rara.
W. W DUKE - Progressos realisados no campo da alergia durante 1931 e 1932, sob o ponto de vista otolaringologico. P. 721.
Resume varios trabalhos aparecidos sobre o assunto, nesse lapso de tempo, ferindo successivamente as seguintes questões:
Mecanismo da reação alérgica - Causas da alergia - Recursos de diagnostico - Seus efeitos - Tratamentos - Alergia fisica.
Rebello Neto.
ANNALS OF OTOLOGY, RHINOLOGY and LARYNGOLOGY
Vol. 41 - Abril-Maio-junho 1932.
WALTER HUGHSON - Imobilização da membrana da janela redonda. P. 332.
Mercê de um acurado estudo mensurativo da intensidade do estimulo sonóro, transmitido na orelha do gato e, por meio de uma técnica experimental apropriada; a intensidade progressivamente crecente produzida pela compressão da janela redonda com tampões de algodão, foi reiteradamente confirmada.
A membrana da janela redonda do animal foi imobilizada cirurgicamente por meio de um enxerto periostal, dando como resultado grande incremento da audibilidade da voz Falada e dos sons.
Esse resultado foi registrado numa serie de animaes testemunhas entre 2 dias e 7 semanas após a operação.
D. M. LIERLE e R. A. SAGE - Fatores acessorios do tratamento das infecções do ouvido medio pela zinco-ionização. P. 359.
A possibilidade da impregnação dos tecidos vivos por meio do zinco metalico é indiscutivel e conhecida de longa data.
A espectroscopia é o melhor meto de pesquizar os traços dessa substancia.
A utilização de pequenas correntes electricas no tratamento é de indubitavel valor devido a ação bactericida que o zinco possue.
O valor bactericida do sulfato de zinco foi estudado. Os efeitos beneficos dessa substancia são devidos, provavelmente, á destruição bacteriana, de diminuto valor devendo ser atribuido, á ação direta da corrente electrica.
JOHN CARMACK - Septicemia de origem sinusoidal. P. 439.
As sinusites podem constituir um fóco de infecção para muitas doenças graves.
O estreptococo, sobretudo sob uma fórma não piogena pôde ser encontrado nas sinusites não supuradas, por vezes acompanhadas de discreta sintomatologia.
E' de vantagem a injeção intrasinusoidal de oleos opacos.
Um estado infeccioso deve ser suspeitado como fator etiologico dos estados Fino-alergicos.
Cada caso concreto exige meticuloso estudo, principalmente acerca da correlação entre os sintomas locaes e geraes.
HAROLD R. MULLIGAN - Mastoidites nas creanças,associadas a sintomas gastro-intestinaes. Pag. 501.
A mastoidite infantil é frequentemente associada a graves disturbios gastro-intestinaes.
Quando tal fato acontece, os segundos podem decorrer da primeira. A etiologia não é limitada a um só microorganismo, podendo ser atribuída a diversos.
A antrotomia é um processo cabível de tratamento, refletindo-se beneficamente na cura de taes casos.
WILLIAM M. GAFAFER - Adenoidite e rino-faringite "a frigore" nos adultos. Pag. 517.
Um grupo de 317 adultos foi observado entre Setembro de 1929 e Maio de 1930, com o fito de estudar a questão
Daqueles, 235 possuíam adenoides, faltando nos demais.
Tanto nuns como noutros não havia diferença quer entre a frequencia, a gravidade, quer quanto ao tipo de ataque da molestia.
MARK J. GOTTLIEB - Surdez, disfunção hepatica e insuficiencia pancreatica como entidade clinica. Pag. 523.
O A. descreve uma sindrome denominada "auro-hepatica-pancreatica" cujos sintomas cardeaes são: 1) Cranianos - tinnitus, baixa gradual da audição, vertigens, queda, cefaleia, macula visual 2) Digestivos - constipação, diarreia ocasional, eructações, pirose, flatulencia, repleção e enfartamento posto-prandial 3) Geral-fadiga.
Os sinais positivados pelo exame são - metabolismo basal abaixado, incremento dos pequenas linfocitos no sangue, indicanuria, alteração do suco duodenal, traduzido pela redução da taxa de colesterol, furfurol e pigmentos biliares quer hidro quer alcool soluveis.
Observa-se frequentemente ausencia total ou parcial destes.
Alem disso, baixa da atividade digestiva dos fermentos pancreaticos, principalmente do elemento lipolitico.
RICHMOND MC KINNEY - Pneumocranio traumatico. Pag. 597.
O A. apresenta a observação clinica de um individuo que tres mezes após um traumatismo na região frontal anterior apresentava cefaleia, escoamento intermitente de liquido aquoso pelo nariz, etc.
A radiografia mostrou grandes bolhas de ar endocranianas, comprimindo o encefalo.
Sob anestesia local praticou a craniotomia ao nivel do local traumatisado, retirou uma ponta ossea que perfurava a dura e facilitava o escoamento do liquor e a penetração do ar. Esse orificio foi obliterado por meio de um retalho periostal. Uma semana depois cicatrização "per primam" com apagamento da sintomatologia. Dois mezes após a intervenção, o estado geral mantinha-se otimo, corto estancamento da hidrorreia nasal.
M. O. R.
MONATSSCHRIFT f. OHRENHEILKUNDE u. LARYNGO-RHINOLOGIE.
Vol. 66 - Agosto 1932.
EUGEN POLLAK - Laringite seca no decurso da gravidez - pag. 897.
Cita varias observações de laringite seca surgida durante cada gravidez e que, em geral, desaparece depois do parto. As vezes a molestia coincide com a tuberculose pulmonar em evolução, complicada ou não de tuberculose laringeia ou então se superpõe a sindrome edemo-nefrotica de origem toxigravidica acompanhada de edema glotico. Póde coincidir ainda com afecções analogas ás dermatopatias da gravidez, coma o herpes do palato e o enantema lingual.
ARTHUR NEUMANN - Actinomicose do pescoço - pag. 910.
Refere observação de um caso de actinomicose em que o diagnostico da afecção foi feito tardiamente, isto é, quase um mez e meio depois do inicio.
Não foi possivel encontrar a porta de entrada da afecção pois não havia dentes cariados, aventando a hipotese ou da via exogena ou de uma infecção passada desapercebida de localização bucal ou faringeia.
O tratamento foi combinado- extirpação cirurgica e iodeto de potassio em alta dose.
HUGO NEUMANN - Algumas observações sobre vegetações adenoides e adenotomia nas primeiras semanas e mezes de vida. pag. 922.
As vegetações adenoides podem ocorrer em creanças de baixa edade e atingirem um tal grao de gravidade a ponto de sua extirpação impor-se como condição vital.
Dentre 4000 doentes que procuraram o seu ambulatorio, verificou 57 casos abaixo de um ano, sendo 15 no primeiro trimestre. 18 no segundo, os restantes entre 6 e 12 mezes. A adenodotomia unais precoce foi executada num lactante de 7 semanas.
Nem sempre o diagnostico é facil, a rinoscopia anterior encontra uma mucosa turgida e humida, sendo preferivel a posterior por meio de um espelho grande, atuando como abaixador da base da lingua. O melhor critério é dado pela palpação quer direta quer indireta, isto é, pela pressão atravez o palato mole.
Os comemorativos fornecidos pela mãe da creança, a respeito do modo pelo, qual ela, mama devem ser recebidos com septicismo, devendo ser submetidas ao controle direto pelo operador.
A indicação operatoria convém ser debatida, em certas circunstancias, entre o rinologo e o pediatra.
O A. divulga ainda certos detalhes de técnica operatoria. Prefere o adenotomo cortante de Beckmann.
O prognostico é, em geral, bom, ocorrendo, entretanto, em certos casos, recidivas mesmo apezar da operação bem feita.
Seja como for, é impressionante o beneficio alcançado com a intervenção cirurgica.
ADABELRT HEINDL - Arca olfativa após laringetonomia - pg. 931.
Cita o exame histologico praticado na pituitaria de seis doentes laringectomisados, falecidos 9 e meio a 17 mezes após a operação.
A retirada do material foi feita poucos minutos após o exitus, revelando lesões atroficas não só do epitelio de revestimento como da propria, o que explica a abaixa da acuidade olfativa registrada in vivo, ocorrida apezar da boa permeabilidade nasal.
LOUIS Z. FISHMAN - Contribuição ao estudo da sintomatológia da paquimeningite externa otogenica. - pag. 981.
Na paquimeningite da fossa craneana media observa-se cefaleia do lado doente, sem que só por isso esteja indicada a intervenção. Encontra-se frequentemente vertigem labirintica, o que denota comprometimento cerebelar.
Não rato revela a anamnese tremores, que falam de um comprometimento do seio petreo superior.
Encontra-se frequentemente temperatura acima de 3803.
Na periflebite no decurso de uma exacerbação de otite cronica, a temperatura pôde atingir 38°3. A acenção térmica faz pensar num, comprometimento sinusoidal.
Na periflebite consequente a uma otite, quer aguda quer sub-aguda, a temperatura pôde alcançar 40º.
JOSEF SPIRA - Das afecções reumaticas das vias aéreas superiores. - pag. 990.
A clinica medica aponta sob o nome de reumatismo afecções proteiformes de etiologia, patogenia e assinatura anatomo-patologica das mais diversas.
A oto-rino-laringologia conhece tambem, varias modalidades que a ele podem ser atribuidas. De acordo com a loção o A. divide os casos em tres grupos - 1) Doenças reumaticas das vias aereas superiores, quer como manifestações primarias, quer como secundarias do reumatismo geral. 2) Afecções reumaticas dos nervos, principalmente do acustico, mais raramente do recurrente. O prognostico é, em geral, bom, cedendo com o tratamento salicilado. 3) Refere-se as nevralgias nos territorios do plexo timpanico, auriculo temporal, supra e infra orbitario, glossofaringeo, laringeo superior, etc., muitas vezes com sinaes locaes negativos mas acompanhados de mialgias reumaticas, cedendo prontamente com o tratamento salicilado, combinado ás massagens, eletricidade, termoforo, etc.
Estuda a etiologia dessas manifestações polimorfas, sobretudo da mialgia, detendo-se em varias hipoteses.
M. O. R.
IL VALSAVA
N.º 11 - Nov. 1932.
G. SCALORI - "Sobre um caso de hyperplasia recidivante da amygdala palatina com interessante repercussão hematologica passageira: monocytóse, plaquetòse e provavel plaquetinemia monocytica. (pg. 829).
Uma senhora de 26 anos, já operada quatro vezes de tonsillotomia, ainda sujeita a anginas repetidas e a perturbações vagas e continuas da garganta. O tecido lymphatico neo-formado da loja tonsillar, mostra a presença de cordões lymphocytarios, de intensa diapedesia e de alguma cellula granulósa que póde ser interpretada como "mastzellen". No sangue nota-se transitoriamente lymphocytóse e monocytóse, com abundancia de plaquetas, que, pelo menos em parte, parecem formados em circulo pelos monocytos. Provavelmente a modificação tonsillar era devido a insufficiencia da via lymphatica efferente; a modificação do sangue a dois factores diversos: 1) a constituição lymphatica da paciente; 2) um tratamento com cinnamato de benzila. Este remedio, que em pessoas normaes não determina a alteração por nós observada, agindo sobre um systema retículo-istiocytario predisposto a reacções anormaes, poderá explicar possivelmente este estranho caso.
M. MANCIOLI e A. SABATINI - "Os valores craneo-faciaes nos adenoideanos". (Pg. 851).
No estudo da estructura sommatica do adenoideano, entra como particularidade importante a dos valores morfometricos craneo-faciaes, dos quaes os AA. se occuparam, examinando 60 creanças portadoras de vegetações adenoides; e verificaram que o processo mórbido não tem influencia na architectura do craneo, na sua porção cerebral e não parece que perturbe excessivamente os valores metricos da face, os quaes estão antes sob o dominio dos caracteres raciaes e dos phenomenos do crescimento. M. MANCIOLI e A, SABATINI - "Os valores palatinos nos adenoideanos". (Pg. 861).
Dos exames feitos em individuos adenoideanos, foi constatado forte ascendencia dos leptostafilinos em relação á forma dos processos alveolares, entretanto, quanto a altura do palato duro, a maior frequencia é devido aos camestafilinos. O typo morfologico naso-palatino mais frequente, é representado pelo leptorhino com leptostafilinia e ipsistafilinia.
H. C.
IL VALSAVA
N.º 12 - Dezembro 1932.
Prol. C. A. TORRIGIANI - "A gastroscopia" (pg. 929).
Depois de breve historico dos methodos gastroscopicos, o A. descreve a technica, as indicações e as vantagens no diagnostico das principaes affecções gástricas. E' de opinião que esses methodos são meais accessiveis aos laryngologistas, pelo habito diario dos exames endoscopicos em geral e especialmente a esophagoscopia
Prof. F, LASAGNA - "O esophago nas suas relações funccionaes com o estomago: o vomito." (Pg. 938).
O A. poude definir com provas experimentaes e na mesa radiologica, qual a funcção do esophago no vomito: este não permanece inérte, imas entra em contracção com o estomago, e suas fibras circulares e longitudinaes têm contracções differentes, miais amplas e frequentes nas primeiras que nas segundas: formam-se assim treis nós e treis ventres durante a expulsão do conteúdo gastrico, a egual distancia entre si. Originam-se de uma acção reflexa que parte do cárdia, como para a deglutição, e se formam pela acção reflexa pharyngeana. Na contracção do estomago, do diaphragma, dos musculos abdominaes, deve-se portanto accrescentar a do esophago, para que se tenha o vomito.
E. LIVIERIERO e S. TENEFF - "Sobre a absorpção das mucosas das vias respiratorias." (Pg. 944).
Pelo estudo da capacidade de absorpção da mucosa nasal e da via respiratoria inferior, os AA. empregaram substancias fáceis de sereno pesquisadas na urina e nos tecidos, applicando-as sobre a mucosa nasal de homens sem lesões da via aerea ou tracheotomisado, e de cobaias como animaes de experiencia. Acharam que o poder de absorpção é mais intenso nos alveolos pulmonares e que de qualquer forma, a via nasal corresponde a finalidade prophylatica e curativa. S. PRINCIGALLI - "Observações sobre a cronassimetria vestibular, com particular attenção ã selecção do pessoal para aviação." (Pg. 951).
Querendo applicar a cronassimetria vestibular na selecção dos candidatos á aviação ou de outros individuos, nos quaes tenha importancia particular o grau de excitabilidade do apparelho vestibular, o A., do exame de 155 individuos, deduz que a excitabilidade normal do labyrintho é a comprehendida entre 12 e 30 . A excitabilidade do apparelho vestibular parece diminuída pelos exercícios de pilotagem.
O. MUZIO - "Consumo energetico na respiração nasal e buccal." (Pg. 967).
Empregando technica especial, o A. estudando a variação da respiração nasal e buccal no repouso e na fadiga, achou que a ventilação pulmonar durante o trabalho, é maior respirando pelo nariz, e tambem em tal condição, ha maior eliminação de anhydrido carbonico e de oxygenio: dahi a explicação de prevalecer a respiração buccal sobre a nasal, nos trabalhos activos intensos.
H. C.
REVUE de LARYNGOLOGIE, OTOLOGIE, RHINOLOGIE.
N.o 10 - Dezembro 1932.
Prof. METZIANU (Bucarest) - "Esophagite corrosiva chronica. Estreitamento do esophago." (Pg. 1231).
O A. faz um estudo completo da esophagite corrosiva chronica e termina com as seguintes conclusões:
1.º) Os estreitamentos cicatriciaes esophageanos de natureza caustica, sobrevem após a ingestão de qualquer substancia corrosiva, mas são mais communs depois de ingestão de soda caustica.
2.º) Habitualmente sua séde está nos tres estreitamentos normaes do esophago, sendo porem mais commumente encontrados na porção superior e no cardia.
3.º) Sua evolução é lenta e progressiva, chegando até a obliteração completa da luz do esophago.
4.º) No ponto de vista anatomo-pathologico, o processo de esophagite corrosiva chronica se forma pela cicatrisação dos botões carnosos, sobrevindos na ultima phase das queimaduras por substancia corrosiva. O tecido cicatricial pode ser membranoso ou calloso, segundo a extensão e profundidade das lesões primitivas. A forma das cicatrizes é annular, semi-lunar, valvular, tubular etc.
5.º) A dificuldade na deglutição é o symptomia capital dos estreitamentos. Póde ser parcial ou total. Ao lado da dysphagia, tem inicio o enfraquecimento do organismo, que, pela inanição, pode chegar a cachexia.
6º) Os dados anamnesicos, o exame radiologico, o catheterismo do esophago e a endoscopia, precisam o diagnostico.
7º) O tratamento é preventivo e curativo. Preventivo, pelas dilatações precóces, que tem por fim cessar a formação de cicatrizes consecutivas ás queimaduras e reduzir o numero de accidentes provocados pela soda caustica e outras substancias corrosivas. O tratamento curativo tem por fim dilatar o estreitamento e manter o calibre normal do esophago, ou pelo menos assegurar a possibilidade de alimentação.
I. TZETZU e D. BORS (Bucarest) - "Considerações sobre os phlegmões do pharynge no adulto". (Pg. 1258).
Conclusões dos AA.:
1º) Os phlegmões do pharynge no adulto, tem sua séde principal na região latero-pharyngeano. Podem ser primitivos ou secundariamente a um: abcesso peri-amygdaliano. São raros relativamente em relação com as numerosas complicações da amygdalite.
2º) Alem da virulencia do agente infeccioso, as disposições anatomicas favorecem a propagação do pús na loja pre-styliana e depois na loja sub-maxillar.
3º) As complicações de ordem geral (bronclio-pneumonia, mediatinite, abcesso metastatico, nephrite) e local (hemorrhagias) podem se tornar graves e matar o doente.
4º) A incisão e drenagens do phlegmão se faz, as mais das vezes, pela via bucco-pharyngeana ou pela externa latero-cervical, nos casos especiaes e excepcionaes com evolução peripherica. As duas vias de drenagem podem ser empregadas.
5º) Em geral, a abertura interna será feita com instrumentos romibos e precedida duma puncção exploradora.
COSTINIU e J. RADIAN (Bucarest) - "O adenoidismo infantil". (Pg. 1265).
A amygdala pharyngéa póde apresentar dois estados pathologicos bem estabelecidos: a hypertrophia que constituem as vegetações adenoides na accepção da palavra, e a infecção que produz a adenoidite. A hypertrophia, acompanhando o obstaculo nasal e a obstrucção tuba-tympanica, é o ponto de partida de numerosas perturbações reflexas manifestadas á distancia. A infecção adenoideana inocula os orgãos por continuidade, por contiguidade, pela via hematogena; estes diversos elementos pathogenicos são associados e podem agir independentemente uns dos outros. A infecção adenoideana não implica na hypertrophia manifesta da amygdala pharyngéa; "ella é infectada e infectante sem ser manifestamente hypertrophica e obstructora". A adenoidectomia á frio ou, em certos casos, mesmo em plena "poussée" aguda, é a indicação operatoria de escolha, desde que a lesão seja a causa de todas as perturbações orgânicas.
A intervenção será a mais judiciosa possivel, tendo em vista que a amygdala pharyngeana deve ser considerada como um orgão physiologica, cujo papel normal não deve ser supprimido sem razão.
H. ALOIN e R. NOEL (Lyon).
"Tempo de coagulação e tempo de sangria".
(Pg. 1297.)
Os AA. discutem em torno de dois casos clínicos, a coagulação do sangue e como ella se efetua. Citam as teorias aceitas por uns e rejeitadas por outros, chegando a conclusão que existe: 1.º) No plasma e no serum sanguineo, uma substancia: o thrombogenio. 2.º) nos extractos de orgãos, nos leucocytos, nas plaquetas, uma substancia: a thrombo-kináse. Thrombogenio e thrombo-kináse, em presença do fibrogenio, dão lugar a formação da fibrina e provocam assim a coagulação. Em seguida discutem a origem do fibrogenio, que pelas experiencias de Doyon e Nolf, na extirpação do figado nos cães, e pelas de Magendic, feitas tambem sobre cães e rãs, vieram mostrar que o fibrogenio é em grande parte, senão totalmente, fabricado no figado. Este orgão é pois, o orgão essencial da coagulação do sangue, pois é o centro da fabricação do fibrogenio, productor da fibrina, agente da coagulação.
A. BONAIN (Brest). - "Os sons penetram no ouvido interno atravez a cadeia de ossiculos e a janella oval?". (Pg. 1304).
O A., depois de citar e criticar as varias theorias que explicam a transmissão das ondas acusticas ao ouvido interno (cita Gellé, Muller, Philip, Politzer, Sourdille, Gray etc.) explica seu modo de pensar pelo seguinte raciocínio: ".... Logicamente, a via mais curta, a mais directa e a mais permeavel ás ondas sonoras, deve ser considerada como a via normal de transmissão... ". E remata: "A janella redonda - rampa tympanica da cochlea, é a via mais curta e mais directa do tympano ao apparelho cochlear. Ora, a membrana basilar, constituindo uma das paredes da rampa tympanica, traz na sua face cochlear, o tunnel de Corty que é certamente o orgão de dissociação das ondas complexas, e no qual as ondas, progredindo na rampa tympanica, podem facilmente penetrar atravez a fina camada de substancia hyalina da zona lisa, e de lá ir sensibilisar as cellulas sensoriaes auditivas, alinhando-se ao longo de suas duas paredes".
H. C.
REVUE de CHIRURGIE PLASTIQUE
Vol. 2 - 1932 (Julho).
1. ALBEE, F. H. - Enxerto osseo autogeno no tratamento das fraturas não consolidadas.
2. ROBERTO, FERRARI, C. e FIORINI, J. - Protese do pavilhão auricular.
3. WODAK, E. - Successos e fracassos na plastica násal.
4. MAUREL, G e DARCISSAC, M. - Perdas de substancia patologicas do maxillar superior, seu tratamento cirurgico e protetico.
2. Prótese do pavilhão auricular
As plasticas do pavilhão auricular, laboriosas e, apesar disso, não satisfatorias, justificam a tentativa de substitui-las pelo emprego de uma peça protética em cautchú vulcanisado. Resultado estético passavel, sofrimentos do doente, nulos.
3. Sucessos e fracassos na plastica nasal.
Afim de ventilar as dificuldades tecnicas surgidas durante as correções plasticas bem como o estudo das causas de insucesso, lembra a creação de um "Forum", sob todos os pontos de vista semelhante a uma Soc. Internacional de Cirurgia Plástica. a) A utilização do marfim conduz, as vezes a uma eliminação quer pela intolerancia pessoal, quer por constituir uma peça muito calibrosa. b) Na correção do nariz cifotico, a parte mais dificil é a da ablação da zona cartilaginosa. Prefere a serra de Joseph, ao envez das limas, etc. Se ocorrer uma eventual infecção, trata-Ia por via endo-nasal. c) As correções da ponta do nariz são das mais dificieis. O processo Joseph, excisão de duas laminas cartilaginosas para-septaes, é inficaz.
R. N.
DIVERSOS
Dr. J. de ANDRADE MEDICIS - "Dezesseis casos de corpos extranhos do esophago." (Arch. do Hosp. Centenario (Pernambuco). An. 1. Nº 1. Dez. 1932. Pg. 7.
O A., chefe das clinicas oto-rhino-laryngologicas dos Hospitaes Centenario, Infantil, Santo Amaro e Liga Contra a Mortalidade Infantil, de Recife, publica 16 casos de corpos extranhos do esophago, extrahidos pela esophagoscopia peroral, de 1926 a 1932.
Depois de realçar o valor da esophagoscopia em taes casos, coadjuvada pela radiographia prévia, aborda a questão da anesthesia, da posição do doente, do instrumental, das indicações e contra indicações e das difficuldades de extracção de certos corpos extranhos. Nas intervenções em creanças substitue a anesthesia por uma bôa contensão. Relata depois seus casos: 6 moedas brasileiras de 20, 100, 200 e 400 réis, 1 medalha de phantasia, 4 argóla de chupeta, 3 grandes espinhas de peixe, 1 cobre-lapis dobrado em tres, 1 agulha com linha enfiada e 2 dentaduras. Alem desses, mais uma moeda de 100 réis, extrahida com o gancho de Kirmússon, que circumstancia fortuita levou a empregai-o, declarando o A. não ser partidário deste methodo. Desses casos, 7 foram em creanças de 13 mezes a 4 annos, 3 em outras de 7 a 12 annos, e 6 em pacientes de 15 annos para cima.
O artigo é bem documentado com clichés de radiographias dos corpos extranhos extrahidos.
H. C.
2.o CONGRESSO INTERNACIONAL DE O. R. L.
REUNIDO EM MADRID, DE 27 A 30
DE SETEMBRO DE 1932.
Às ultimas revistas chegadas, relatam o successo alcançado pelo 2.º Congresso Internacional de O. R. L., realizado em Madrid, nos ultimas dias de Setembro ultimo, sob a presidencia do Prof. Tapia.
Foi uma magnifica reunião scientifica, onde, numa atmosphera de cordealidade e sympathia, se reuniram mais de 500 congressistas.
As questões em ordem do dia foram as seguintes:
I.º - Otosclerose: Relatores: Otto Mayer (de Vienna), Fraser (de Edinburgo) e Gordon (de Chicago).
IIº - Ozena: Relatores: Costiniu. (de Bucarest), Leroux-Robert (de Pariz), Viggo Schmidt (de Copenhague) Lautenschlaeger (de Berlim), Torrini (de Florença) e Trunarchi (de Cremona).
III.º - Scleroma: Relatores: Belinoff (de Sophia), Szmurlo (de Wilna), Sercer (de Zagreb), Lasana (de Parma), Bourach (de Minsk), Hajek (de Vienna), Barraud (de Lausanne), Zalesvky (de Lwow), Pontschowsrky (de Kiew), Hinsberg (de Breslau) e Neuber (de Debrecen).
IV.º - Bronchoscopia e Esophagoscopia: Relatores: Chevalier Jackson (de Philadelphia) e von Eicken (de Berlim).
V.° - Tratamento dos tumores malignos em O. R. L. pelas radiações penetrantes (Raios X, Radium): Relatores: Hautant (de Pariz), Ledoux e Sluys (de Bruxellas), e Lemaitre (de
Pariz).
Por unanimidade, a cidade de Berlim foi designada para a reunião do 3.° Congresso Internacional de O. R. L. em 1936. e o Prof. von Eicken para Presidente do Comité de organisação.