Versão Inglês

Ano:  1944  Vol. 12   Ed. 3  - Maio - Junho - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 193 a 201

 

ASSOCIAÇÕES CIENTIFICAS

Autor(es): -

SECÇÃO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA PLASTICA da ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

REUNIÃO DE 17 DE JULHO DE 1943

Presidida pelo dr. Mário Otoni de Rezende e secretariada pelos dr. Sílvio Marone, realizou-se no dia 17 julho de 1943, uma reunião ordinária da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

Nada constando do expediente, o sr. Presidente passou à ordem do dia, da qual constaram os seguintes trabalhos:

TRANSFUSÕES DE SANGUE - MODERNAS "APLICAÇÕES DO PLASMA SANGUINEO - Dr. F. Prudente de Aquino

Trabalho Publicado na Revista Brasileira de O. R. L. XII - Jan.-Fev., 1944.

OUVIDO E AVIAÇÃO - ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO NOS AVIADORES - J. E. de Rezende Barbosa

A aviação, na guerra atual, caracteriza-se pelo aumento vertiginoso na velocidade das máquinas voadoras e pela docilidade com que as mesmas obedecem, tanto um avião quadrimotor quanto um monomotor, às mais complexas manobras em vôo planado, em vôo ascendente ou descendente. Ao lado de tudo isso o teto útil dos aviões conta-se por cifras incríveis e o tempo de duração de vôo, em alguns tipos alcança dias.

De outro lado, entretanto, esses atributos indiscutíveis de progresso a que atingiu a arma aérea, só foi possível com o aumento desproporcionado na potência dos motores, acarretando, sem dúvida, um ruído intensíssimo. Esse ruído das modernas aeronaves, principalmente nos multimotores, é o responsável por um tipo de surdez a que estão sujeitos os homens da aviação, não só o pessoal das supraestruturas como o das infra-estruturas. Trata-se de surdez por ruido, dos aviadores.

Das vantagens da elevação, cada vez mais acentuada pelos progressos da mecânica, do teto útil dos aviões, atingindo, às vezes, cêrca de 9.000 metros e da facilidade com que algumas máquinas obedecem às mãos do piloto proporcionando mergulhos infernais, caindo em 30 segundos cêrca de 6.000 metros, tudo isso veio condicionar, também, no organismo do material humano alterações mecânicas para o lado do aparelho auditivo caracterizadas por lesões traumáticas no ouvido médio - a aerotite média. ou surdez por diferença de pressão.

Êsses fatos, sem dúvida, careceriam de importância imediata, afora o desgaste do material humano, tão precioso, se não considerássemos a importância capital, única mesma que desfruta a função auditiva na moderna aviação. Ao lado da vista e do aparêlho cárdio-vascular, a função auditiva ocupa lugar na primeira fila.

Portanto, inicialmente, está reservado ao otorrinolaringologista responsável pelo pessoal da aviação, civil ou em operações de guerra, a seleção dos mais aptos em relação à função auditiva ou manter as equipes em operações com sua audição em alto grau de eficiência durante todo o tempo. As informações que a equipe de um avião recebe através de seus ouvidos são vitais para a execução e progresso do vôo. As ondas de rádio constituem hoje a larga estrada dos espaços infinitos. Pelo uso inteligente e simultâneo das informações fornecidas pelo rádio e pela leitura dos instrumentos de vôo cego, as grandes aeronaves conseguem transpor com segurança as maiores distâncias sem ver, uma so vez, a superfície terrestre. Através das ondas radiofônicas e, portanto, através dos ouvidos, o radionavegador e o piloto podem calcular as distâncias de vôo, a velocidade de aterrisagem necessária, o consumo de combustível, além de receber, através de seus ouvidos, o destino, a direção mais curta e segura do objeto a atingir ou o meio firme e seguro de aterrisar na escuridão.

A ótima capacidade auditiva necessária aos elementos da equipe de um avião não se torna evidente somente para comunicação, com os elementos das infra-estruturas que os dirige, em suma, com o verdadeiro rádio-farol, mas é importantíssima na intercomunicação entre os diversas elementos da esquadrilha em vôo e, principalmente, na intercomunicação entre os diferentes elementos da mesma equipe (piloto, aeronavegador, rádio-operador, bombardeador, metralhadores de cauda, dorso e ventre), de uma maneira toda especial o piloto que, além de receber diferentes e contínuas mensagens do aeronavegador e do bombardeador quando sôbre o objetivo, necessita de seus ótimos ouvidos afim de descobrir a simples alteração de rítmo nos motores, principalmente nos aviões multimotores onde torna-se necessário manter a sincronização dos mesmos.

Após esse rápido apanhado, de acôrdo com os recentes trabalhos de Campbell, Armstrong e Heim, Fenton e outros nos Estados Unidos, Dickson, Fry e outros elementos da R.A.F. na Inglaterra, o Autor estuda, em todos os seus pormenores, o mecanismo provável das surdezes profissionais dos aviadores, tanto a surdez por diferença de pressão dos inglêses ou aerotite média dos americanos, como a surdez por ruído tão característica em antigos pilotos de aviões abertos.

Após discorrer sôbre os requisitos mínimos necessários aos aviadores, quanto à sua função auditiva, insiste na necessidade de uma acumetria rigorosa e toda especial, pois a audição, para o aviador, implica não somente na bôa audição em relação aos sons puros, mas também na habilidade em ouvir, reconhecer e interpretar sinais acústicos, em resumo, é necessária certa habilidade em interpretar sinais, dados pela voz ou sinais morse, fornecendo uma resposta exata e rápida.

Finalizando, o Autor projeta um filme elucidativo.

Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião.

REUNIÃO DE 17 DE AGOSTO DE 1944

Presidida pelo Dr. Mário Otoni de Rezende e secretariada pelo Dr. Silvio Marone, realizou-se no dia 17 de agosto de 1943, uma reunião da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

Aberta a sessão, o sr. Presidente declarou que a primeira parte seria em caráter extraordinário, em homenagem à memória do prof. Eduardo de Morais.

Foi dada a palavra ao prof. Mangabeira Albernaz, que fez o necrológio do prof. Eduardo de Morais, em brilhante discurso.

Terminado o discurso do prof. Mangabeira Albernaz, o sr. Presidente pediu que fosse lançada, em ata, um voto de profunda mágua pelo falecimento do consumado mestre da Otorrinolaringologia brasileira, pedindo ao sr. secretário oficiar à família enlutada.

A seguir foi encerrada a parte extraordinária da sessão, para, minutos após, ser dado início à parte ordinária, da qual constou a seguinte ordem do dia:

ENDOSCOPIA PERORAL NA ARGENTINA

Dr. António Carrascosa,
(da Universidade de Buenos Aires.)

O A. agradeceu as gentilezas de que tem sido alvo desde a sua chegada ao Brasil, principalmente por parte dos especialistas de São Paulo, para onde veio aperfeiçoar os seus estudos sôbre a endoscopia per-oral, no Serviço do dr. Plínio Matos Barreto. A seguir, faz a citação dos principais trabalhos argentinos sôbre a endoscopia per-oral, com especial referência aos estudos, que estão sendo feitos, sôbre a administração do oxigênio, por êste modo, para o que tem sido utilizado aparelho especial, que consegue graduar, exatamente a quantidade a inalar, o tempo de inalação e consegue manter o gás a uma temperatura determinada. Êste processo terapêutico tem sido utilizado no tratamento das infecções das vias aéreas superiores. Fez referências ao tratamento da difteria laringo-traqueal por meio da endoscopia, não só com fim terapêutico, como também com fim diagnóstico. Com êste processo, em poucos segundos, se consegue fazer um diagnóstico rápido, um tratamento local eficiente e estabelecer as bases de um tratamento geral pela soroterapia, podendo-se fazer também a extração das falsas membranas.

Trata a seguir da oxigenioterapia com o uso do endoscópio nos casos de obstrução respiratória por tumefação aguda sub-glótica nas crianças. Nestes casos contraindica a traqueotomia, preferindo a oxigenioterapia, que pode ser facilmente realizada pelo método do frasco lavador.

Refere-se, a seguir, a diversas modificações dos endoscópios, que têm sido feitas por AA. argentinos, com o fim de tornar prático e mais amplo o campo do seu uso.

A seguir, fez a apresentação de vários casos clínicos interessantes, que foram submetidos com êxito à broncoscopia.

COMENTAMOS:

Dr. Francisco Hartung. - No presente trabalho nada se tem a comentar, mas apenas a agradecer ao A. a magnífica aula com que nos acaba de honrar; felicitamo-lo pela clareza de sua exposição e pelo aspecto didático completo do seu estudo. Para mim e para todos os colegas que já foram à Argentina não sabemos o que mais nos cativa, se o seu brilho cientifico ou a maneira cavalheiresca dos seus filhos. Estretanto, propriamente para fazer considerações em tôrno do trabalho, devo dizer que um ponto que me despertou particularmente a atenção, é a questão do tratamento da difteria. Assim, peço ao A. que trace um paralelo entre os resultados que tem obtido na Argentina para que os possamos comparas com os nossos.

Dr. Mário Otoni Rezende. - Segundo o relato, na Argentina se faz sistematicamente a extração das membranas diftéricas, o que entretanto não ocorre entre nós. Entre nós estas membranas segundo a observação de todos os especialistas, caem por si só, e desaparecem definitivamente com o uso do sôro. Talvez isso seja devido a uma questão de dosagem do sôro. Outro caso que me causou surprêsa é a questão da oxigenioterapia, que, segundo penso, não deve ser aplicada com tanta abundancia, porque é preciso considerar-se que o oxigenio resseca por demais os bronquios, tanto assim que os americanos juntam ao oxigenio outros gases, para evitar êste efeito indesejável. Quanto às modificações do endoscópio apresentada pelo A., a maioria delas já é conhecida em nosso meio. Quanto aos seus casos clínicos, são todos muito curiosos e interessantes. Em nome da Secção, agradeço ao dr. Carrascosa a gentileza que nos proporcionou com a presente palestra.

TRAUMATISMO DA LARINGE COM ESPECIAL REFERENCIA AOS TEMPOS DE GUERRA
Dr. Plínio Matos Barreto

O A. fez a citação de vários casos de traumatismos da laringe, constantes do seu arquivo e tratados no seu serviço. Teceu considerações pormenorizadas sôbre a conduta terapêutica empregada em cada um dêles.

A seguir, estudou a questão da ocorrência destes traumatismos, como uma ocorrência de guerra, citando o que há de mais moderno no assunto, inclusive a documentação da guerra atual.

O sr. Presidente agradeceu o trabalho.

Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião.

REUNIÃO DE 17 DE SETEMBRO DE 1943

Presidida pelo dr. Mário Otoni de Rezende e secretariada pelos drs. Silvio Marone e Luiz Piza Neto, realizou-se, no dia 17 de setembro de 1943, uma reunião ordinária da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

Nada constando do Expediente, o sr. Presidente passou logo à ordem do dia, da qual constaram os seguintes trabalhos:

O PROBLEMA DA EXTIRPAÇÃO DAS AMÍGDALAS PROFILATICAMENTE NA GUERRA
Dr. Paulo Sais.

(O trabalho se acha publicado na integra no n.º de abril da Revista Paulista de Medicina.)



COMENTÁRIOS:

Dr. Mário Otoni Rezende. - Estou de pleno acôrdo com o dr, Paulo Sais, quanto à relativa impraticabilidade da intervenção em todos os casos. Isto entretanto, não quer dizer que eu concorde com o A., que pelo fato de ser impraticável, não deve ser aconselhada, pois todos sabem que basta uma simples amigdalite crônica, para que fique inutilizado um soldado para o serviço militar. Isto ocorre sobretudo entre nós, em que, ao mau estado dos dentes, que é cousa comum em nosso meio, se reune, a infecção das amígdalas, colocando o soldado em estado de extrema deficiência física, tornando-o sussetivel a resfriados freqüentes e colocando-o em estado de se tornar sensível a exacerbações agudas de germes, que vivem em estado latente em seu organismo. Devemos considerar ainda as amígdalas císticas, que devem ser preferencialmente extirpadas. Mesmo com tidas as deficiências atinentes ao processo, eu penso que, como já se faz na Força Pública, podemos dividir e subdividir o grande número dos doentes afectados e fazer a profilaxia. Não são poucos os não especialistas, cirurgiões gerais e mesmo clínicos, que sabem intervir com eficiência sobre as amígdalas e assim sendo, em caso de conscrição, eles podem ter o mister de realizar amigdalectomias.

Ademais, agradeço ao dr. Sais, a sua contribuição.

DOIS CASOS DE MUCOCELE FRONTO-ETMOIDAL
Drs. Mauro Cândido de Souza Dias e J. E. Rezende Barboza

O AA. após breves considerações iniciais sobre o mecanismo da formação dos mucoceles sinusais, nas quais sustentam a teoria da obstrução do dueto de drenagem do seio atingido expõem com documentação fotográfica e radiológica dois casos desta entidade mórbida. Ambos se referem ao seio frontal com comprometimento secundário das células etmoidais anteriores.

O trabalho não foi comentado e nada mais havendo que tratar, foi encerrada a reunião.

REUNIÃO DE 18 DE OUTUBRO DE 1943

Presidida pelo dr. Mário Otoni de Rezende e secretariada. pelos drs. Sílvio Marone e Luís Piza Neto, realizou-se, no dia 18 de outubro de 1943, uma reunião ordinária da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica, da Associação Paulista de Medicina.

Nada constou do expediente.

Na ordem do dia, foram apresentados os seguintes trabalhos:

INCLUSÕES COM O VIDRO ELÁSTICO NO TRATAMENTO DA OZENA (1)
Dr. Jorge Fairbanks Barbosa.

Em 17 de março de 1942, Duarte Cardoso, em nota prévia comunicou à Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica desta Associação, o resultado dos seus estudos com o vidro elástico em inclusões em cirurgia plástica. Pouco depois, comecei e emprega-lo no tratamento da ozena achando-me entusiasmado com a tolerância do novo material e o sucesso da intervenção. Tenho 10 doentes operados alguns dos quais, há mais de ano. Em todos o vidro se conserva sem ser eliminado. Em todos houve melhoras acentuadas sobretudo quanto às crostas, que, ou desapareceram ou se reduziram quanto ao tamanho, número e consistência. O olfato foi recuperado por alguns dos doentes.

A técnica é simples. Procede-se como no primeiro tempo da operação de Killian para o desvio de septo. No tunel levantado no tabique, encrava-se a peça de vidro. Esta é preparada no ato da operação, com uma tesoura, O material se mantinha conservado em alcool e na ocasião é novamente esterilizado pela fervura. Havendo necessidade pode-se incluir outras peças em outros pontos. Post-operatório como na correção de septo. Não tive nenhum acidente e estou satisfeito com os resultados. Acho porém prematura qualquer conclusão definitiva.

NOVA MODIFICAÇÃO NO PROCESSO CIRÚRGICO DA OZENA
Dr. Ernesto Moreira.

O autor apresenta à Casa vários doentes operados pelo novo processo. A seguir exibe um novo instrumento "Compressor Moreira" cuja fotografia e descrição encontram-se neste número da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Faz minucioso relatório sôbre a nova técnica, chamando a atenção dos colegas para as vantagens e simplificação do ato cirúrgico.

INCLUSÕES DE VINILITE NO TRATAMENTO DA RINITE ATRÓFICA FÉTIDA (2)
Dr. Fabio Barreto Mateus.

O A., de início faz considerações em tôrno do mecanismo de ação das inclusões, frisando que elas agem mais pela ação estimulante da troficidade que pelo estreitamento da fossa nasal. Faz a distinção entre inclusão e enxêrto passando em revista, a seguir, os materiais até hoje empregados para esse fim. Enumera as condições gerais e técnicas que uma substância deve preencher para o êxito da prática da inclusão.

Fala particularmente do novo material, o vinilite, dando a sua composição química, e descrevendo como procede ao preparo do material para ser incluído. A anestesia é feita por embebição. O material e a técnica empregados são idênticos aos da ressecção submucosa de Kilian.

Fez inclusões fronteiriças em 15 ozenosos com bons resultados, assim resumidos: Bons 9 - Otimos 2 - Maus 3 - Ignorado 1.

Em nenhum houve causas de insucesso tais como eliminação - supuração - hematoma, hemorragia, rutura de mucosa.

Concluindo diz que o tempo (6 meses) ainda é insuficiente para tirar conclusões em definitivo.

Nos pacientes que não se prestaram ás inclusões (atrofia muito avançada) empregou infusão de folhas de guassatunga (Casearia inaquilatera e C. silvestris) com cloreto de sódio a 7. por 1.000 sob a forma de lavagens ou pelo método de Proetz-Ermiro Lima. Os resultados foram desanimadores.

COMENTÁRIOS:

Dr. António Duarte Cardoso. - quero cumprimentar o A. que trouxe interessante contribuição relativa ao emprego de material plástico (virilite) na cirurgia da rinite atrófica fétida. O emprégo dêste material foi feito pelo dr. Rebelo Neto e por mim, para correção de defeitos nasais, e os nossos resultados não foram tão bons, como seria de se desejar. Assim, em casos de inclusões nasais, que fizemos para substituir o esqueleto nasal, e dar forma ao nariz, fizemos 5 casos e dêstes, apenas 2 permaneceram em boas condições até hoje. Nos outros 3, as peças foram eliminadas.

Sôbre a prioridade do emprego da vinilite, depois da publicação de uai meu trabalho sôbre o assunto, tive a minha atenção chamada pelo dr. Rebêlo Neto, que me informou que em 1939, Thiel já havia empregado uma, resina sintética que tem o nome comercial de "Polyviol" e usava para inclusão depois da extração do globo ocular com o fim de obter um ponto de apóio para a prótese.

Dr. Mário Otoni Rezende. - Desejo somente agradecer as contribuições tão interessantes que tivemos hoje sobre a cirurgia da ozena. Com o aparecimento destes novos materiais de inclusão, eu, no meu septicismo, os considero como fatores de poucas probabilidades de êxito, pois a mucosa atrofiada, fina, delgada e sutil do ozenoso, muito dificilmente resistirá à pressão do corpo estranho por um tempo suficiente à cicatrização. Só deixo meus votos para que os nossos pesquisadores cheguem a demonstrar seus resultados após um tempo um pouco mais dilatado do tratamento. Até 6 meses ou um ano, no máximo, qualquer material desse emprego na cirurgia da ozena, dá otimos resultados, mas depois de pouco tempo, tudo volta atrás novamente. Neste ponto sou da mesma opinião do dr. Moreira, de que a cirurgia, quando bem empregada, dá os melhores resultados, e quando os casos são bons, estes resultados chegam a 90% de êxito. Além disso, a cirurgia da ozena, traz o desaparecimento quase total do máu cheiro, dando maior satisfação ao doente, tornando-o novamente sociável, ao passo que com as inclusões não se obtem estes resultados senão raramente. Em matéria de ozena, excetuando-se as lavagens e os cuidados higiénicos, as vacinas e nos bons casos, a cirurgia, quase nada se tem a fazer com garantia de êxito.

PROCESSOS AGUDOS DAS VIAS AERODIGESTIVAS SUPERIORES EM TEMPO DE GUERRA
Dr. J. E. de Paula Assis.

(O trabalho se acha publicado, na "Rev. Paulista de Medicina". Vol. XXIV; N.º 5, págs. 286-288)


O Sr. Presidente agradeceu ao A. a apresentação do trabalho e, nada mais havendo a tratar, deu por encerrada a reunião.




(1) Trabalho publicado na Revista Brasileira de O. R. L. Vol. 11, pag. 509 1943
(2) Trabalho publicado na Revista Brasileira de O. R. L. Vol. 11, pag. 504, 1943

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