Versão Inglês

Ano:  1946  Vol. 14   Ed. 4  - Julho - Agosto - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 363 a 370

 

ASSOCIAÇÕES CIENTÍFICAS

Autor(es): -

SECÇÃO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA PLÁSTICA DA ASSOCIACÃO PAULISTA DE MEDICINA

Reunião de 17 de Fevereiro de 1945

Presidida pelo Dr. José Freire Mattos Barretto e secretariada pelos Drs. Rezende Barbosa e Fábio Barreto Mateus, realizou-se, no dia 17 de Fevereiro de 1945, uma reunião ordinária da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

Aberta a sessão, foi lida e aprovada a ata da reunião anterior, Em seguida, passou-se à ordem do dia, da qual constaram os seguintes trabalhos

AMIGDALITE - PATOLOGIA E DIAGNÓSTICO
(Têma oficial)

Relator: Dr. José F. Mattos Barretto

(Trabalho publicado em outra parte deste número)

Foram convidados para comentadores do tema os Drs. Prof. J. P. Carvalho Lima, José de Paula e Silva, J. A. Mesquita Sampaio, Vicente Lara, Prof. Carlos Gama, Livramento Prado, Prof. Nicolau Rossetti, M. A. Nogueira Cardoso e Renato Bonfim.

Além dos comentadores, que teceram considerações acerca do têma, sob o ponto de vista de suas especialidades, o Dr. Mário Otoni de Rezende foi convidado para tecer comentários de ordem geral.

A seguir foi encerrada a reunião.

Reunião de 16 de Abril ale 1945

Presidida pelo Dr. José Freire Mattos Barretto e secretariada pelos Drs. José Rezende Barbosa e Fábio Barreto Mateus, realizou-se, no dia 16 de Abril de 1945, uma reunião ordinária da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

Depois de aberta a sessão, foi lida e aprovada a ata da reunião anterior. Nada havendo que tratar no expediente, passou-se à, ordem do dia, da qual constou a discussão do têma : SINUSITES, PATOLOGIA, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO CONSERVATIVO, cujo relator foi o Prof. Dr. Paulo Mangabeira Albernaz.

COMENTÁRIOS.- Terminada a conferência do Prof. Mangabeira Albernaz, o presidente da Secção convidou o Dr. Rolim de Moraes para, na qualidade de eletroterapêuta, relatar à casa os resultados de sua experiência no tratamento das sinusites. Com a palavra, começou o Dr. Rolim de Moraes por agradecer o honroso convite, que atendia com muito prazer, não sem primeiramente, aproveitando a oportunidade, felicitar o Prof. Mangabeira pela brilhante explanação que fez do têma, com grande clareza, concatenação e segurança dos conceitos, evidenciando, assim, mais uma vez, as suas qualidades de didata notável.

Passando a referir-se ao tratamento fisioterápico das sinusites, baseado em centenas de casos tratados nos seus serviços da Santa Casa, Instituto do Rádium "Arnaldo Vieira de Carvalho" e também na sua clínica particular, disse o Dr. Rolim de Moraes ser da opinião que a eletroterapia possue dois poderosos recursos para a cura das sinusites, tanto agudas como crônicas, que são os raios infravermelhos e as ondas curtas, havendo, a respeito, até uma particularidade para a qual desejava chamar a atenção dos colegas, que é o fato de, quase sempre, nos casos em que a fototermoterapia pelos raios infravermelhos não dá resultados satisfatórias, as ondas curtas se mostram eficientíssimas, e vice-versa, o que demonstra que as reações provocadas pelos agentes físicos, em afecções aparentemente idênticas, podem diferir de indivíduo para indivíduo.

O que não resta a menor dúvida, prosseguiu o Dr. Rolim de Moraes, é que em matéria de eletroterapia os bons resultados dependem muito não só da potência dos aparelhos utilizados, como também da perfeição da técnica; e os insucessos só deverão ser admitidos quando não pairarem dúvidas sobre esses dois fatores.

Quanto ao caso particular das ondas curtas, continuou o Dr. Rolim, a nossa experiência não autoriza a dar preferência a este ou aquele comprimento de onda, a esta ou aquela técnica, porque, trabalhando com aparelhos dos mais diversos tipos, comprimento de ondas variados e utilizando técnicas diferentes, tem chegado sempre, de um modo geral, ao mesmo bom resultado. Assim, acha o Dr. Rolim de Moraes que, tanto pela inductotermia, que utiliza um cabo condutor isolado enrolado em espiral chata ou solenoide, como pelos eletrodos condensadores, pode-se tratar as sinusites e esperar resultados absolutamente satisfatórios. Com a técnica da inductotermia pode-se aplicar tanto as ondas curtas como as ultra-curtas e sempre, qualquer que seja a técnica empregada, são as oscilações de alta frequência que atuam e causam as modificações biológicas.

Muitas vezes é preferível empregar os eletrodos condensadores porque, com eles, mais fàcilmente se pode restringir a ação das ondas ao órgão a tratar, isto é, evitar uma ação concomitante sobre outros órgãos, como por exemplo o cérebro, os globos oculares etc., o que nem sempre é inteiramente inócuo. No caso das sinusites esfenoidais, também com os eletrodos condensadores não só se localiza melhor, como se garante uma ação mais eficiente em profundidade.

Concluindo, disse o Dr. Rolim de Moraes ter empregado no tratamento das sinusites, tanto no estado agudo como crônico, com real sucesso, os raios infra-vermelhos como as ondas curtas.

E terminou declarando serem essas as pequeninas considerações que lhe ocorriam a respeito da terapêutica conservadora das sinusites, assunto de tão palpitante interesse no meio médico e que o Prof. Mangabeira Albernaz esgotou na sua magistral "mise au point".

Reunião de 17 de Maio de 1945

Presidida pelo Dr. José Freire de Mattos Barretto e secretariada pelos Drs. José Rezende Barbosa e Fábio Bastos, realizou-se, no dia 17 de Maio de 1945, uma reunião da Secção de Otorrinolaringologia da Associação Paulista de Medicina.

Expediente: - Depois de lida e aprovada a ata da reunião anterior, passou-se à ordem do dia, falando, inicialmente, o Dr. Antônio Vicente de Azevedo, que pronunciou as seguintes palavras:

"Sr. presidente, caríssimos colegas:

O dia de hoje. é um dia de tristeza para todos nós, e de luto na vida política brasileira, pelo falecimento do excelso paulista Dr. Armando de Sales Oliveira.

Personalidade cujas múltiplas virtudes são sobejamente conhecidas, não julgo necessário fazer aqui qualquer resuma biográfico, uma vez que os jornais já estão a traçar-lhe a vida e os seus principais acontecimentos. Para demonstrar o prestígio da sua personalidade no cenário político democrático brasileiro, basta, fazer ressaltar que foi um dos raros escolhidos pela ditudura, que enegrece ainda os horizontes brasileiros, para ser exilado. Isto porque a sua simples presença no Brasil, já de si era uma bandeira de democracia e de liberdades civis.

Armando de Sales Oliveira desaparece, deixando um vácuo impreenchível, justamente no momento em que as forças políticas da Nação se aprestam para o maior pleito eleitoral da nossa história, logo após a vitória na Europa contra as forças totalitárias. No breve lapso de tempo que ocupou a mais alta magistratura paulista, mercê de sua prestigiosa capacidade de trabalho servida por primorosa cultura intelectual, conseguiu pôr em prática realizações do mais alto valor, do ponto de vista administrativo e cultural.

Armando de Sales Oliveira é, para nós que cultivamos a ciência, um nome que não poderá jamais ser esquecido, nem mesmo pelas gerações vindouras, pois foi em seu governo que,se conseguiu concretizar uma das maiores aspirações paulistas: a criação da Universidade de São Paulo. É esta a explicação, porque foi o seu corpo trasladado para a séde da Faculdade de Direito, de onde sairá amanhã o enterro. Foi uma justa homenagem da intelectualidade e do povo paulista a esse homem de invulgar merecimento."

O orador finalizou pedindo a suspensão da sessão, em homenagem a Armando de Sales Oliveira.

* * *

Falou, a seguir, o Dr. Mário Ottoni de Rezende, que sugeriu, no que foi unânimemente aprovado, fazer constar em ata o quanto disse o Dr. Antônio de Azevedo e, ainda, os votos de pezar que a casa teve a honra de enviar à excelentíssima família do ilustre morto a quem considera como tendo sido um dos maiores brasileiros dos tempos em que vivemos.

***

Tomou da palavra o Sr. Presidente, que, elogiando as palavras do Dr. Antônio de Azevedo e considerando o sentimento dos presentes, julgou dispensável pôr em votação a proposta de suspensão da sessão, achando que a casa, por unanimidade, poderia suspendê-la, deixando o assunto para ser discutido numa assembléia extraordinária.

Convocados os presentes para uma assembléia extraordinária, apresentou o Sr. Presidente a sugestão, que deixou ao alvitre da maioria, para que essa mesma assembléia extraordinária fosse realizada naquela mesma data.

* * *

Voltando a falar, o Dr. Mário Ottoni de Rezende expôs a sua opinião de que já tendo sido prestada homenagem ao Dr. Armando de Sales Oliveira, considerava a ocasião como um outro dia e, por conseguinte, poderia-se dar início à proposta assembléia extraordinária.

Dessa forma, o Sr. Presidente considerou aberta nova sessão, propondo que se discutisse o têma:

SINUSITE - SEU TRATAMENTO CIRÚRGICO

Dr. Mário Ottoni de Rezende

O trabalho se acha publicado na íntegra no presente número da Revista.

COMENTÁRIOS. - Dr. Homero Cordeiro: - Felicitando o A. pela sua brilhante exposição, aproveita a oportunidade para fazer rápidos. comentários sobre a cirurgia das sinusites frontais.

Em 1920, quando apresentou sua tése de doutorando à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sob o título de "Cirurgia externa das sinusites frontais", predominava a cirurgia ampla, que cogitava mais da cura que da estética. Nesse, trabalho, divulgou o processo de Taptas-Kuhnt, empregado pelo seu mestre, o Prof. Marinho, que era a combinação do processo de Kuhnt ao de Taptas, e que atingia o limite máximo da cirurgia radical.

Em 1921-22, no seu estágio de aperfeiçoamento na Alemanha e Áustria, observou que havia a preocupação de se conseguir a cura com a estética, e esse escopo era geralmente obtido pelo processo de Jansen-Ritter.

Considera esse processo ótimo, principalmente quando se deixa, conforme recomenda o Prof. Seiffert, durante 40 a 60 dias, no canal fronto-nasal, como dreno, o bico de borracha de uma chupeta, com a parte ampular (fenestrada) dentro do seio, de modo que essa parte dilatada impede a descida, do dreno.

Nas casos de sinusite bilateral, dá preferência ao processo de Lothrop-Sebileau. É uma operação estética, e, alem disso, pela abertura dos seios, que se transformam numa só cavidade, amplamente drenada nas duas fossas nasais, há uma garantia quase que absoluta de se conseguir a cura radical.

Termina incentivando os colegas mais jovens na prática desse processo operatorio, cujas primeiras dificuldades serão facilmente superadas, praticando-a algumas vezes em cadáver.

Dr. Mario Ottoni de Rezende: - Voltou a falar, dizendo que lhe escapára de dizer que no tratamento das sinusites os tamponamentos são proibidos e devem ser realizados sòmente em casos de muita urgência, e, assim mesmo, não deve permanecer o tampão por mais de 24 a 48 horas, o que já é muito, porque naturalmente poderá implicar em infecção.

E, continuando, disse que as causas fisiológicas que rodeiam tôdas as funções do aparelho respiratório, são as mesmas que rodeiam qualquer outra moléstia.

Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião.

Reunião de 30 de Julho de 1945

Presidida pelo Dr. José Freire Mattos Barretto e secretariada pelos Drs. José Rezende Barbosa e Fábio Barreto Mateus, realizou-se, no dia 30 de Julho de 1945, uma reunião da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

No expediente o Sr. Presidente comunicou que, por motivo de força maior o relator da presente reunião foi impedido de comparecer. Desse modo, tendo consultado previamente os presentes, a maioria concordou em se realizar a sessão comentando-se os assuntos, embora não se tivesse a exposição que se esperava.

Pediu ainda, o Sr. Presidente, uma sugestão que pudesse ser recomendada. O Dr. Rezende Barbosa sugeriu que se desse a palavra a um dos presentes, e citou o nome do Dr. Mário Otoni de Rezende.

Dr. Mário Otoni de Rezende: - Acho que a sessão pode ter lugar, porque já na reunião anterior, marcada para o dia 17, o relator deixou de comparecer e cuja ausência foi justificada.

Das complicações da sinusite poderia falar um pouco, para dar tempo a cada um dos presentes para se manifestar. Se o Sr. Presidente me dér a palavra, vou ver se consigo fazer a exposição. Naturalmente, não me vou referir ao tratamento de cada uma das complicações, porque o tratamento de cada uma delas deve ser apresentado, de uma forma especial, abrangendo um, estudo pormenorizado e estenso:

Tentarei expôr as complicações da sinusite :

SINUSITES - COMPLICAÇÕES

Dr. Mário Otoni de Rezende

O autor não, enviou um, resumo deste trabalho ao Serviço de Atas.

COMENTÁRIOS. - Dr. J. Freire Mattos Barretto: - Antes ele tudo cumprimento o trabalho magistral do A., sobretudo por ter sido apresentado nas circunstâncias que sabemos.

Dr. Antonio Corrêa: -Embora não traga os documentos dos dois casos, quê podem servir como contribuição ao têma aqui tão bem apresentado e resumido pelo Dr. Mário Otoni de Rezende, desejo fazer um sumário rápido dos mesmos.

O primeiro caso consta de mais um a somar-se àqueles descritos pelo Dr. Rezende Barbosa e que poderia chamar, de "sinusite caseosa". Uma doente, por mim operada de sinusite maxilar crônica supura, pela técnica de Caldwell-Luc, apresenta no 4.° dia pós-operatório, líquido da lavagem maxilar, com grumos escuros e extremamente fétidos. A própria doente e o médico puderam sentir um cheiro pútrido na fossa nasal operada. Não melhorando com medicação sulfanilamida e mais duas lavagem, foi feita, no 12.ª dia, re-operação. Lembramos que a doente tinha R. W. positivo e por isso foi medicada antes dá operação com antiluéticas (Bi, Iodo).

A revisão operatória mostrou antro maxilar cheio de material caseoso e grumos pardacentos. Feita simplesmente a curetagem do antro e lavagem franca com água oxigênada, repetimos, no póst-operatório, as lavagens maxilares em dias alternados, com água oxigenada diluida. Foi dada alta à doente depois de 10 dias à 2.ª intervenção. O último exame revelou cura depois de um mês de controle.

O segundo caso entra no capítulo das Complicações cerebrais por sinusites frontais agudas. Fui chamado para atender a uma doente no Hospital São Jorge, internada no mesmo dia com sintomas de septicemia (?). Ao primeiro exame, encontro uma doente com sintomas de tumor cerebral: - (estado de torpor, temperatura 38°C, afasia, hemiplegia à, direita, Babinski) e edema supra-orbitário. E, além de pús nos meatos médios. Pedida chapa radiográfica e exame de "liquor", confirmamos a suspeita de meningite aseptica liquor), polisinusite (frontais e etmoidais dos dois lados, e maxilar E). Chamei o Dr. Rafael da Nova e no mesmo dia foi feito esvasiamento dos frontais e etmoidais dos dois lados, pela incisão de Riedel. Retirada a táboa externa e interna do frontal esquerdo, a punção do espaço subdural revelou "liquor" com grumos purulentos. Com este achado, contentamo-nos em colocar um dreno no espaço subdural e deixar a incisão sem suturas, para acompanhar o póst-operatório. Com penicilina sódica parenteral na dose de 160.000 unidades, nas 24 horas, e penicilina, local injetada no espaço subdural 10cm em solução de 500 unidades por cm3, diàriamente pudemos verificar a quase completa regressão da sintomatologia cerebral (afasia, hemiplegia, torpor, convulsões). O exame de fundo de olho, pelo Dr. Jorge Wiluosdif, a pedido do Prof. Carlos Gama, chamado a opinar sobre, o caso, revelou ligeira papila de estase bilateral, no 5.ª dia póst-operatório. A doente tomou, no póst-operatório, 1.000 gramas de sangue total. Permanecia a doente após 1.500.000 unidades de penicilina flacidez no pé direito. O Prof. Carlos Gama optou por uma orientação conservadora, indicando medicação geral e roentgenterapia. A paciente foi transferida para o Instituto de Rádium Arnaldo Vieira de Carvalho, a febril, com a cicatriz parcialmente fechada, sem supuração nos sinus etmoido-frontais e na meninge exposta.

Parecia que o caso estava evoluindo para cura. Suspendemos a penicilina e notamos, depois de dois dias, a volta da febre e das convulsões. Instituida á terapêutica pela sulfadiazina (6,0 gramas em 24 horas) e a seguir pela penicilina sódica; mais 1.500.000 unidades, e não conseguimos sustar a evolução fatal do caso. Em colaboração com o Prof. Carlos Gama, foi feita punção no lobo frontal esquerdo e retirado cerca de 10 cm³ de pús da região abaixo do pólo ventricular, e injetada igual quantidade de penicilina sódica. Drenado o abcesso intra-cerebral e mantida penicilinoterapia, assim mesmo a paciente veiu a falecer cerca de um mês após ter sofrido a primeira intervenção. Temos, portanto, um caso de sinusite frontal aguda, dando meningite e abcesso subdural, que resolvidos parcialmente, evoluiram para um abcesso intra-cerebral. A cirurgia, a penicilina e a sulfadiazina, conjugadas, foram impotentes para resolver o caso. Este caso foi-me extremamente instrutivo, assim como ensinou-me a necessidade da colaboração estreita do otorrinolaringologista com o neurocirurgião."

Dr, J. Freire Mattos Barretto: - Assim, encerramos uma brilhante sessão com casos interessantíssimos, marcando época em nossos arquivos, tal a importância, e, digo mais material e documentos de observação, pois esses casos são escansão em literatura. É verdade que estamos vivendo numa época de transição, em que tudo evolue e em que é dado ao bom senso uma responsabilidade extraordinária.

Assim, repisamos de novo nos princípios básicos da terapêutica das complicações das sinusite: o esvasiamento e abertura de tôdas as cavidades, como frisou o Dr. Mário Ottoni de Rezende. É o princípio que continua em voga, mesmo com as grandes transformações que nos têm trazido a quimioterapia.

Nada mais havendo que tratar, o Sr. Presidente agradeceu a presença e colaboração de todos e deu por encerrada a reunião.

Reunião de 18 de Agosto de 1945 Presidida pelo br. José Freire Mattos Barretto e secretariada pelos Srs. José Rezende Barbosa e Fábio Barreto Mateus, realizou-se, no dia 18 de Agosto, uma reunião da Secção de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica da Associação Paulista de Medicina.

Nada havendo que tratar no expediente, passou-se à ordem do dia, da qual constou o seguinte trabalho:

OTITES E SUAS COMPLICAÇÕES
Dr. Rafael da Nova

O autor começa chamando a atenção para o progresso realizado no último descênio no tratamento das otites e complicações, baseado na quimioterapia e a exata terapêutica cirúrgica c=onsequente ao aprimoramento dos meios de diagnóstico.

Lembra a menor frequência das intervenções cirúrgicas pelo menor aparecimento das complicações das afecções agudas do ouvido médio.

Estabelece as diretrizes gerais da conduta terapêutica das otites agudas e estabelece as normas para o emprego das sulfaailamidas e a penicilina.

Estuda os fatores pessoais que influem na evolução da otite,-e entre eles o de pneum$tização de mastóides.

Estuda a significação da dor e da temperatura no período da enodmastoidite e o critério 'cirúrgico observado.

Exalta a importância das petrites como causa de complicações endrocranéanas e dos maus resultados de muitas mastoidectomias.

Apresent a estatística das otites médias e mastoidites no Serviço do Prof. Paula Sar~tps, abrangendo os anos de 1929 a 1942.

Por fim, estuda casos de sua observação sobre labirintites. meningite e trombose dos seios venosos, tecendo comentários sobre cada um deles.

Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião.

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