Versão Inglês

Ano:  1951  Vol. 19   Ed. 6  - Novembro - Dezembro - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 219 a 221

 

ASSOCIAÇOES CIENTÍFICAS

Autor(es): -

SECÇÃO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA PLÁSTICA da ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Sessão ordinária - 19 março 1951 - Presidente: Dr. Luís Piza Neto

ETMOIDITE AGUDA NECROSANTE - Drs. Antonio Corrêa e Lamartine
de Paiva.

Resumo - Os autores apresentam um caso de etmoidite aguda necrosante que se seguiu a um surto de rinite gripal numa criança portadora de distrofia e anemia. A etmoidite se manifestou por intenso edema palpebral superior e inferior e da região frontal esquerda, sem afetar a musculatura orbitária e evoluiu para uma osteíte necrosante da lâmina papirácea, com fistulização externa no canto interno da região orbitária esquerda. O tratamento foi conservador e consistiu na melhora do estado geral (dieta, vitaminas e ferro) e do processo infeccioso agudo por intermédio de antibióticos mim total de 10.200.000 unidades de penicilina procainada e 4 g de di-hidrostreptomicina (0,25 g cada 12 horas). O paciente ficou completamente curado da etmoidite aguda necrosante sem neccssidade de intervenção cirúrgica. Houve cicatrização completa da fistula externa.

Comentários - Dr. L. Escorel : A paciente tinha história de corpo estranho? Dr. J. Mattos Barreto: Pergunto se não foi feito exame bacteriológico do material colhido.

Dr. Moysés Cutin : Tive um caso de sinusite frontal, tratado com antibiótico e repetiu-se o fato apresentado. Tratava-se de uma senhora de 22 anos de idade, que veio á consulta com edema palpebral muito grande do lado da dor, a ponto de não poder abrir as pálpebras. Como estávamos num sábado confiamos na ação da penicilina, sulfa e estreptomicina, para poder segunda-feira fazer os exames necessários e então intervir. Quando a paciente nos procurou na segunda-feira tudo tinha desaparecido, a radiografia revelou opacidade do frontal e etmóide dêsse lado.

Dr. Luís Piza Neto: Vi casos de sinusite com dor e edema, em que lima simples incisão e antibióticos conduziram à cura.

Dr. Jorge Hirschmann : Pergunto se a paciente, antes de procurar o autor, não havia feito tratamento com antibióticos.

Dr. Octacílio Lopes: Houve eliminação de sequestros? É pena que não se tenha unta radiografia que mostre melhor o etmóide e o maxilar, porque acredito que a responsabilidade do maxilar nesse caso é muito grande.

Dr. J. de Mattos Barreto: Não compreendi porque os autores falam em osteomielite nesse caso, pois creio que o têrmo melhor seria de osteite.

Na radiografia não encontramos sinais de osteomielite. Dr. Antonio Corrêa : Não encontramos osteomielite. As células etmoidais comunicavam-se amplamente com o exterior. Havia comunicação direta com as células etmoidais; não era um simples abcesso subperiostal.

Dr. Lamartine de Paiva: A paciente não tinha história de corpo estranho; não fizera tratamento com antibióticos antes de nos procurar. Apenas foi examinado o gânglio, que foi aberto quando flutuou. Não houve eliminação de sequestros.

Sessão ordinária - 18 maio 951 - Presidente: Dr. Luís Piza Neto

TRATAMENTO DAS FISTULAS LATERAIS DO PESCOÇO PELA DIATERMOCOAGULACÃO - Dr. Rafael da Nova.

Resumo - O autor apresenta dois casos de fístula congênita lateral do pescoço curados com diatermocoagulação. Tratava-se de um caso de fístula supra hióidea e um de infra hióidea, de acôrdo com a classificação de Acherson. Discute a patogenia dessas fístulas segundo as teorias de Acherson e Wenglowsky Cita os trabalhos de Hofer e Spitzer (da Clínica de Graz), sôbre os resultados favoráve s do tratamento pela coagulação em 13 casos de fístulas cervicais, julgando imprescindível uma sondagem previa completa da fístula sob anestesia-geral, para a escolha do eletrodo adequado. Trata-se de processo inócuo, que não contraindica uma ressecção cirúrgica do dueto fistuloso, em caso de possível insucesso terapêutico.

CISTOS E FISTULAS DO CANAL TIREOGLOSSO - Dr. Plínio de Mattos Barreto.

Resumo - O autor procurou encarar os problemas de maior interêsse prático no diagnostico e tratamento das anomalias do tracto tireoglosso. Recapitulou os mais importantes dados embriológicos que explicam as diferentes localizações dos cistos. Citou as estatísticas do Johns Hopkins Hospital para dar urna idéia das incidências: 30 % destas anomalias ocupam posição lateral, que pode trazer alguma dificuldade diagnóstica. Fêz o diagnóstico diferencial com cistos dermóides, lipomas, cistos sebáceos, cistos da glândula tireóide, tireóide ectópica gânglios linfáticos e com higroma; císticos do pescoço. Frisou a vantagem da radiografia cem contraste, mostrou uma série de radiografias de casos pessoais, nas quais foi possível precisar o trajeto das fístulas. Fêz comentários sôbre c técnica de Sistrunk, achando-a ótima. Lembrou vários detalhes de técnica, da inconveniencia da injeção de corante e da necessidade de remoção de parte do osso hióide. Fêz reparos sôbre o êrro de se abrirem simplesmente cistos, transformando-os em fístulas, sujeitas a infecções. Operou uma dezena de casos sem recidivas.

FISTULAS CONGÊNITAS DO PAVILHÃO AURICULAR - Dr. Moysés Cutin.

São relatados cinco casos de fístulas congênitas no pavilhão auricular.

Resumo - São relatados cinco casos de fístulas congênitas no pavilhão auricular. É feita uma revisão de literatura sôbre o assunto. Duas das observacões são de casos inéditos na literatura, pela sua localização. Êles servem para fundamentar a hipótese de Virchow sôbre a gênese destas malformações, pelo menos no que tange a êstes dois casos. É chamada a atenção sôbre a necessidade de ressecar o trajeto intracartilaginoso das fístulas.

SARCOMA DO OUVIDO MÉDIO - Drs. Antonio Corrêa e René de Lima Yazaki.

Resumo - Os autores apresentaram um caso, em doente de 5 anos de idade, com formação tumoral no conduto auditivo direito, pré e infra-auricular, e paralisias facial e palato faringo-laríngea direitas. Melhorou com aplicação de radioterapia (7.000 r.). Veio a falecer após 9 meses de evolução. Os autores fazem uma apreciação estatística, diagnóstico e terapêutica sôbre o assunto.

Sessão ordinária - 18 junho 1951 - Presidente: Dr. Luís Piza Neto

CEFALÉIAS MIOGÊNICAS - Drs. Jorge Fairbanks Barbosa, Fabio Barreto Matheus e Mario Corrêa da Fonseca.

Resumo - Primeiramente, os autores passam em revista as estruturas intra extracranianas sensíveis à dór. As cefaléias de origem extracraniana, segundo Peritz, são de causa muscular. Quase sempre devidas a mecanismo funcional reversível, têm origem em massa muscular em estado de hipertonia. A dor em um ponto da cabeça pode determinar reflexamente uma reação muscular no mesmo ou em outro ponto. Se a reação fôr prolongada, atua como fonte de estímulo doloroso. Assim, a dor provoca contratura e esta provoca dor. Glancheib acha que a dor é motivada pelo déficit circulatório, podendo êste déficit ter como causa: estados constitucionais simpaticotônicos, hipersensibilidade ao frio, focos de infecção, anemias, desnutrição, diabete, estados de tensão nervosa e emotiva. Os músculos mais predisponentes são os posturais. A irradiação da dor se processa obedecendo ao chamado reflexo viscero-sensitivo de Mackenzie. O diagnóstico tem como base a palpação, que encontrará os músculos tensos e algumas vêzes com nódulos. Podem simular todos os tipos de cefaléias. As perturbações cardiacas e gástricas que as acompanham são explicadas pelo reflexo de Aschner. Tratamento: massagens, calor e eliminação da causa.

OSTEOMA DA MASTÓIDE - Drs. Fabio Barreto Matheus e Nelson A. Cruz.
Resumo - Os autores fazem uma revisão da literatura, concluindo pela raridade do processo. Dividem os osteomas em ebúrneos, esponjosos e cartilaginosos segundo o aspecto histológico, e fino móvel e móvel libertado, segundo a sua inserção. Passam em revista as diversas teorias etiopatogênicas, a sintomatologia e o tratamento. Apresentam a observação de um paciente com 13 anos de idade, portador de um grande osteoma esponjoso da mastóide, que se estendia até as regiões temporal e ocipital.

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