Versão Inglês

Ano:  1951  Vol. 19   Ed. 3  - Maio - Junho - ()

Seção: -

Páginas: 61 a 61

 

Dr. Mario Augusto Pereira

Autor(es): -

1-9-1900 - 16-3-1951

"Aquele que viveu sempre desentranhando-se em raros méritos e desfazendo-se em santos benefícios, este voa e desaparece entre bênçãos e lamentos - bênçãos que são glorificações, lamentos que são louvores e sobre a sua campa venerável, rescende perenes a espiral do incenso, renasce incessante o murmúrio da prece e viça eterna a flor da saudade".

Cobre-se de luto o "Instituto Pinheiros" com a morte de seu fundador e gerente Dr. Mário Augusto Pereira, depois de haver consagrado a esta instituição o máximo de seus esforços e o melhor de suas energias.

Tantas vezes esteve Mário Pereira neste Instituto, que mal concebemos agora que ele não esteja conosco. Vemos ainda o semblante risonho do grande amigo, em todas as salas soa a sua voz, ele está presente no Instituto que fundou, consolidou, amou e prestigiou com a força de seu trabalho.

Apesar da violência do real, continuamos a senti-lo vivo e bem perto de nós.

Perdeu o "Instituto Pinheiros" o mais fiel dos seus servidores, o mais convicto deles, porque o Instituto Pinheiros foi a sua vida. Na historia dessa instituição seu nome ficará indelevelmente inscrito, porque ele a engrandeceu e a dignificou, dando-lhe colaboração decidida e prestigiosa.

Nasceu Mário Pereira na cidade de Maricá, Estado do Rio de Janeiro, tendo se diplomado em 1924. pela Faculdade de Medicina da Praia Vermelha. Em 1925 defendeu sua tese de doutorando - "Reações coloidais". Quando acadêmico de medicina foi auxiliar técnico e monitor de Patologia Geral, chefe de laboratório do Serviço Neuro-Sífilis da Fundação Gaffrée-Guinle, interno do Hospital São João Batista e do Hospital Isolamento Paulo Cândido e assistente do Laboratório Clínico Silva Araújo. Logo após a formatura prestou brilhante concurso para médico da Marinha de Guerra, tendo sido aprovado e nomeado tenente médico. Não exerceu, porém, esse cargo, porque em 1925 transferia-se para São Paulo.
D "Instituto Pinheiros" tem para com Mário Pereira gratidão imorredoura.

Homem íntegro, coerente, generoso e bom, dava-nos sempre exemplo vivo de alta compreensão dos seus deveres.

A elevada posição que atingiu foi fruto de longa e trabalhosa carreira, de estudos e de um longo tirocínio. Nunca visou glorias ou triunfos, mas buscava apenas a satisfação do dever cumprido.

Mário Pereira deixa em cada um dos funcionários do Instituto Pinheiros um amigo saudoso; todos sentem-se despojados da dedicação e do carinho do insigne e bom companheiro.

Deu-se à terra o que é da terra, mas o espírito que o animava, continuará sempre vivo, a exercer sôbre nós sua influência benfazeja.

Deus será clementíssimo para com ele, dando-lhe o descanso eterno e o resplendor da luz perpétua. "Réquiem oesternam dona eis, Domine: lux perpétua luceat eis".

(Dos "Anais do Instituto Pinheiros" e Produtos Terapêuticos S. A.")

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