Ano: 1954 Vol. 22 Ed. 2 - Março - Abril - (7º)
Seção: Revista das Revistas
Páginas: 186 a 188
REVISTA DAS REVISTAS
Autor(es): -
VETTER H. - "Algumas experiencias pessoais concernentes a fenestração" - Acta Oto-Rhino-Laryngologica Bélgica - Tome 6 - 1952 - Fasc. 4.
A timpano labirinto-pexia é de tecnica delicada e sujeita a fracassos. Nos primeiros tempos da fenestração acreditava-se que a osteogênese começava atrás e avançava para a ampola. É por isso que Lempert fazia a janela no domo cirúrgico. Fazendo revisões o autor verificou que a osteogênese endostal pode começar na ampola e se desenvolver para traz. De outra feita verificou que a janela foi fechada no meio por uma fina camada de osso novo enquanto que as duas extremidades eram fechadas por tecido conjuntivo. No primeiro caso a liberação da janela é fácil; mas no segundo foi difícil, pois retirada a escama ossea média, verificou-se que abaixo desta havia tecido conjuntivo aderente ao canal membranoso. Esta massa foi dificilmente destacada.
A osteogênese é mais intensa após a revisão, sobretudo não sendo o endosteomanipulado com cuidado.
Encontrou casos em que havia uma sinostose entre o martelo e bigorna; anquilose do estribo, e um caso em que o endosteo era substituido por um tecida conjuntivo compacto; que removido não houve visualização de canal membranoso.
FABIO BARRETO MATHEL'S
VAN EYCK - "A fadiga. auditiva" - Acta Oto-Rhino Laryngologica Bélgica - Tome 6 - 1952 - fase. 4.
A fadiga auditiva é um enfraquecimento transitório da sensibilidade auditiva provocada durante ou em seguida a um estimulo sonoro prolongado.
Alguns autores utilisam-se para seus estudos intensidades acima de 100 db. porém, estas modificações auditivas são devidas mais ao trauma sonoro.
Davis utilisando 20 a 40 db. acima do liminar auditivo verificou o cárater transitório e reversível da fadiga.
Na fadiga auditiva post estimulatória intervem uma serie complexa de fenômenos como sejam: os músculos da orelha media, diminuição da excitabilidade do nervo auditivo, enfraquecimento. da transmissão dos influxos pelas sinapses; modificações do cito-quimismo celular dos núcleos centrais, e talvez dos liquidos cocleares.
Para cada frequência o aumento da intensidade do som; mostra que existe uma intensidade crítica acima da qual o humbral auditivo post estimulatoria aumenta rapidamente. Esta intensidade, marca o limite entre os fenômenos fisiológicos de fadiga e os fenomenos patológicos traumáticos. A intensidade crítica está sempre bem abaixo da audição dolorosa. Este fato é de se levar em conta na prevenção da surdez profissional assim como para a utilização dos aparelhos de prótese. Nos surdos os umbrais auditivos estão muito elevados e a ampliação dos sonsnecessaria para faze-los entender pode ultrapassar a intensidade crítica perigosa.
Fadiga perstimulatoria - O déficit auditivo aparece também no curso do estímulo e é diretamente proporcional à intensidade do estimulo. A reversibilidade da fadiga perstimulatoria é extremamente rápida.
Em conclusão: No curso de um estimulo sonoro, mesmo para intensidades moderadas, se manifesta uma diminuição da acuidade auditiva.
Após a parada do estímulo a reversibilidade é rapida. Quando a intensidade sonora atinge níveis elevados (int. critica) a fadiga não é fisiologica e resulta de um trauma sendo a reversibilidade incompleta.
FABIO BARRETO MATHEUS
WILLEMSE, C. - "Proteção contra a surdez profissional", Papel da vitamina A - Acta oto-rino-laringologica Bélgica - Tome 6 - 1952 - fase. 4.
Notando haver possibilidade de semelhança entre a surdez com recrutamento e a hemeralopia o autor se propoz a fazer uma serie de pesquisas:
1.º) - Pesquisar a hemeralopia nos surdos com recrutamento. Pesquisar a surdez com recrutamento nos portadores de hemeralopia. Foram encontrados alguns casos raros desta associação.
2.º) - Tratamento da surdez com recrutamento pela vitamina A. Alguns melhoraram.
3.º) - Medida da fadiga auditiva em 20 individuos. Administrou vit. A durante 3 semanas e tornou a medir. Houve recuperação mais rápida e perda menor em decibels.
O autor acha que os numeros experimentais ainda são pequenos; mas acha que a vitamina A fornece elementos ao orgão de Corti protegendo o ouvido contra o ruido.
Propõe fazer a observação em ambientes ruidosos com um grupo grande controlado por outro grupo testados que não receberia vit. A.
FABI0 BARRETO MATHEUS
RAMIOUL H. e BRASSEUR F. - "Reflexos sobre a etiologia dos cânceres do aparelho respiratório por ocasião de um caso de câncer da traquéa". - Acta Oto-Rhino Laryngologica - Bélgica - Tome 6 - Fas. 4 - 1952.
Generalidades - São extremamente raros e se assestam de regra no 1/3 inferior, inicialmente na parede posterior e a seguir nas paredes laterais. Os sintomas são dispnéa, tiragem, tosse. De acordo com o tipo e localização podemos ter stridor; emphisema, atelectasia.
O diagnóstico é feito habitualmente pela broncoscopia completada pela biopsia. A radiografia, standard, não é suficiente sendo indispensável a tomografia. O diagnóstico diferencial deve ser feito com a sifilis e a tuberculose traqueal. Quando abandonados dão complicações, metastases e podem matar por asfixia.
Anatomia patologica : Tumores benignos: cilindroma - adenoma - fibroma - condroma.
Tumores malignos: o mais frequente é o epitelioma, epidermoide (como na árvore bronquica composta de epitelio glandular invoca-se o fenomeno da metaplasia para explicar a presença dum epitelioma tipo epidermoide). Este se encontra mais frequentemente no homem entre os 40 e 50 anos. Infiltra em geral a parede mucosa.
Adenocarcinoma : são de malignidade elevada e prognostico sombrio. Outros tumores malignos excepcionais tem sido descritos: Hemangiondotelioma, sarcoma, etc.
Tratamento: Benignos: Exerese cirúrgica com coagulação por traqueoscopia ou traqueotomia. Nos malignos pequenos, diatermo coagulação. Alguns autores aconselham a curieterapia; e outros a roentgenterapia. A ressecção traqueal tem sido preconisada nos casos avançados. Rxt. paliativa.
Apesar de haver uma identidade morfológica entre traquéa e brônquios lá os canceres são muito menos frequentes. Ambas as regiões estão sob as mesmas condições de irritação como fumo, poeiras, etc.
O autor é de opinião que o terreno hormonal e hereditário desempenham um importante papel.
FABIO BARRETO MATHEUS