Versão Inglês

Ano:  1940  Vol. 8   Ed. 2  - Março - Abril - ()

Seção: Associações Científicas

Páginas: 121 a 128

 

ASSOCIAÇÕES CIENTIFICAS

Autor(es): -

SECÇÃO DE OTO-RINO-LARINGOLOGIA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Reunião de 18 de setembro de 1939

Presidida pelo dr. Ernesto Moreira, secretariada pelos drs. Rezende Barbosa e Gentil Miranda, realizou-se, no dia 18 de setembro de 1939, uma reunião da Secção de Oto-rino-laringologia da Associação Paulista de Medicina.

Expediente

Foi lida e aprovada a ata da reunião anterior.

Ordem do dia:

SOBRE UM CASO DE MUCOCELE DO SEIO FRONTAL - Dr. Rubens Brito.

O A. apresenta um caso de mucocele frontal de volume ao de um ovo de galinha, em uma preta de 45 anos aproximadamente. Caso recidivado, pois já havia sido operada 4 anos antes, tendo passado ótimamente durante 3 anos.

O caso apresentava grande erosão da parede anterior do seio frontal e obturação completa do canal naso-frontal; invadia a região orbitaria empurrando a orbita para baixo e para fóra. Grande diminuição da rima palpebral, ausencia de diplopia.

Após fazer algumas considerações de ordem geral, o A. descreve a técnica operatoria e termina falando sobre as causas provaveis da recidiva.

Comentarios:

Dr. Guedes de Melo Filho: Concorda com a raridade da afecção. No Serviço de Campinas, onde trabalha, tendo sido fichados para mais de 30.000 doentes, apenas pudemos observar e comprovar essa afecção na proporção de um caso para dez mil. Quanto ao diagnostico diferencial diversas entidades tem sido confundidas com a mucocele e explica-se em parte, pois nos centros não muito bem aparelhados, o doente procura com mais frequencia o oculista, pois o fenomeno que mais chama a atenção é a exoftalmia.

Dr. Vicente de Azevedo: Refere que em companhia do dr. Alvaro Alves, ha questão de uns 6 anos, tiveram oportunidade de acompanhar um caso de mucocele, froto-etmoidal, onde, após a intervenção, sobreveio uma infecção secundaria e o doente veio a perecer de meningite. A autopsia, revelou erosão do sinus frontal e aderencia da parede cistica com a meninge, o que poderia explicar a infecção secundaria. Esse caso, com toda a sua documentação, foi arquivado, mas não publicado.

Dr. Mario O. Rezende: Já teve oportunidade de observar 3 casos de mucocele e tem a impressão que não se trata de quisto, conforme aludiu o A., pois quisto importa numa parede néoformada, sobre uma parede sã, ora no mucocele é a propria mucosa que hipersecreta talvez por vacuo, devido á falta de aeração. Não se trata pois de um quisto, mas de uma cavidade normal, cheia de secreção, que vae aumentando e consequentemente comprimindo as paredes osseas.

Dr. Roberto Oliva: Considera a mucocele afecção bastante rara, passando certos casos desapercebidos por serem diagnosticados como sinusite e o cirurgião não tendo sua atenção voltada para essa entidade, opera e lá se vae a mucocele sem registro especial. Na literatura extrangeira observa-se com mais frequencia o registro desses casos.

DOIS CASOS ANALOGOS DE LESÃO DOS ELEMENTOS NERVOSOS DO OUVIDO E DO OLHO, CONSEQUENTES A TRAUMATISMOS FECHADOS DA FACE - Dr. Friedrich Müller.

Os 2 doentes apareceram casualmente pela mesma epoca em nosso consultorio. São interessantes por terem sido originados os processos morbidos por causas semelhantes. Uma vez tratou-se de um homem, ao qual um estilhaço de ferro fora projectado contra a parede anterior do maxilar superior direito, sem entretanto ocasionar qualquer ferimento exterior. O segundo doente recebera um forte golpe de cotovelo contra o osso malar esquerdo igualmente sem deixar lesão tegumentaria. Nos dois casos sobreveio com relativa presteza um disturbio funcional, cuja relação com o acidente sofrido não foi logo descoberto pelos respectivos doentes, motivo pelo qual deixaram de nos consultar imediatamente.

Outro factor de nota é a analogia entre os caracteres das duas lesões nervosas produzidas, de acordo com o exame clinico, respectivamente otologico e oftalmologico, sendo este mais preciso. A evolução dos dois processos foi igualmente a mesma, isto é, não houve cura enquanto me foi dado observar os casos. Isto se evidencia aliás, pela gravidade da lesão e a dificuldade de reconstituição do tecido nervoso.

Nós não conseguimos desvendar desde logo a natureza e o mecanismo dessas lesões, porque outras alterações desviavam inicialmente a nossa atenção. Além disto são relativamente raros em nossa clinica particular os casos deste genero.

O 1.° doente é um operario de 20 anos, de boa saude e que se apresentou sómente 3 semanas após o acidente. Queixava-se de zumbidos no ouvido direito e diminuição de acuidade auditiva no mesmo. Não tinha vertigens. O exame revelou normalidade das membranas do timpano ; a função auditiva era normal á esquerda. Não havia nistagmo expontaneo. O l.° exame da acuidade auditiva do ouvido direito foi efectuado em 24-1-39. A prova de Weber, feita com diapasão Do 2 revelou lateralizacão para a direita. A conducção ossea encontrava-se diminuida de 40%, a aerea de 80%. A prova de Rinne foi negativa. A voz cochichada não era percebida á direita; a voz alta o era nitidamente, após a exclusão do ouvido esquerdo por meio do tambor de Barany. A percepção de La 1 era diminuida de 60%, da mesma forma a de Do 4. O assobio de Galton era ouvido quando colocado perto do ouvido; a 2 mets. de distancia já a percepção era bem mais deficiente. Havia portanto mouquice acentuada, por lesão provavel do aparelho terminal nervoso. Mas o paciente localizara o Weber para a direita, o que nos chamou a atenção sobre o ouvido medio, tanto mais, quanto ele sofria de uma estenose da trompa. Tratamos então esta, embora o doente relacionasse o seu mal ao golpe recebido contra o maxilar superior. Em 2 mêses o tratamento não surtiu efeito apreciavel, o que fez o paciente desistir do mesmo. Procedemos um exame final, sendo o Weber nessa ocasião localizado á esquerda. Quanto ao mais, poucas diferenças havia em comparação com o exame inicial. O labirinto apresentava-se hipoexcitavel ao exame calorico. Com agua a 25 gráos centigrados não havia reacção labirintica nitida; com agua a 20 grãos se apresentava retardada, depois de uns 4 minutos. Isto demonstrava que o golpe contra o maxilar superior não lesara sómente o caracol, mas ainda o orgão do equilibrio, embora o paciente não apresentasse alterações subjetivas, pois não tinha suspendido o seu trabalho habitual. Não podemos excluir de todo a possibilidade de o paciente se ter enganado na lateralização da prova de Weber.

Em nossa biblioteca encontramos poucas referencias sobre lesões indirétas do labirinto. No tratado do oto-rino-laringologia de Denker e Kahler, encontramos a passagem seguinte:

"Tambem O. Voss relata finissimas soluções de continuidade no labirinto osseo e cartilaginoso, consequentes exclusivamente á concussão, em casos de ferimento do rosto por projectil de arma de fogo, sem que se pudesse estabelecer uma relação diréta com o mesmo ferimento. Tão importantes ações á distancia acompanham-se frequentemente de concussão labiríntica, quando atingem dirétamente o occipital, ou então os ossos da face que estão suturados solidamente ao temporal: malar, maxilar superior e mesmo o inferior, mas certamente não constituem a regra nos ferimentos por arma de fogo dos ossos da face e do craneo, em especial como consequencia de contusões fechadas. Exteriorizando-se as alterações labirinticas geralmente por mouquice e vertigem passageiras, devemos presumir nestes casos uma alteração dos elementos nervosos e passagem de sangue para as cavidades do labirinto". Tratando-se de um caso clinico pouco frequente, procuramos melhorar a função do orgão por meio de cateterismo e tratamento com velas. Em vista de o paciente sofrer de mouquidão e não de surdez completa, supomos que o aparelho nervoso tenha sido alterado só parcialmente, com conservação do resto da função. Teoricamente era de se esperar uma leve melhora pelo restabelecimento dos elementos nervosos pouco traumatisados, mas não pudemos observar tal facto.

Passemos a considerar o caso oftalmologico, susceptivel de um exame muito mais meticuloso.

Tratava-se de um operario forte, de 40 anos, chefe de obras de uma construção e que bebe e fuma regularmente. O traumatismo da retina se originou de um golpe de cotovelo que o paciente recebera de outro operario, contra o osso malar esquerdo ao subirem um banheiro para um andar superior de um edifício em obra. Rapidamente se instalaram disturbios da visão, levando o doente e nos consultar quatro dias após o acidente. Havia lesão da iris esquerda; o epitelio pigmentar estava destacado na altura do rebordo superior e interno da pupila, nadando este trecho livremente na camara anterior. Na parede posterior da cornea viam-se epitelios pigmentados pardos, destacados e depositados na parte inferior, apresentando a caracteristica forma triangular, tal qual se as observam nos casos de irite. O mesmo observamos na capsula anterior do cristalino. Não havia inflamação da iris. Julgamos os disturbios funcionais como causados pelas alterações observadas e, não havendo sinais de inflamação, permitimos ao paciente o trabalho, dando-lhe as necessarias instruções a observar. No decorrer de 2 semanas houve nitida melhora objetiva, sem que o paciente acusasse melhora subjetiva alguma, motivo pelo qual dilatamos então a papila, afim de proceder um exame do fundo do olho. O exame da visão, anteriormente feito, revelara um escotoma central, ao qual correspondia o seguinte achado interessante: A fóvea centralis estava transformada numa mancha amarela, cor de enxofre, de forma eliptica, com o diametro maior transversal. Nas vizinhanças da fovea centralis viam-se numerosos pontos da mesma cor. Não havia sinais de hemorragia em todo o campo retiniano. Provavelmente a fóvea tinha sido lesada e entrara em degeneração. As partes perifoveanas da tunica nervosa pareciam indemnes. Demos ao paciente um prognostico desfavoravel, motivo pelo qual ele desapareceu do nosso consultorio.

Procuramos no tratado de oftalmologia de Wagenmann algo sobre este assunto e pelas poucas referencias encontradas, parecenos tratar-se de um caso relativamente raro, igualmente uma lesão indiréta causada por contusão. Wagenmann só fala nos ferimentos dirétos e indirétos do nervo optico, havendo uma unica passagem aproveitavel para o caso aqui considerado:

"Após traumatismos fortes do craneo, aparecem na retina alterações singulares, sob a forma de numerosas manchas brancas, estando denominado por Purtscher de Angiopatia traumatica da retina. Encontram-se taes manchas de preferencia na vizinhança da papila, na propria papila e na região da macula. Essas manchas são de aparecimento tardio, permanecem durante algum tempo, para, em seguida, desaparecerem sem deixarem vestigio. No unico caso citado, em que se observaram alterações graves da macula, tratava-se de um paciente que, caindo em uma escada, batera com a parte lateral da cabeça. Segundo Wagenmann havia no caso provavelmente contusão diréta do globo ocular.

Não é possivel, em nosso caso, excluir de todo uma acção diréta da causa contundente sobre o globo. A concluir das informações do paciente, parece, entretanto, se tratar de uma acção indiréta sobre o orgão visual, devendo admitir-se portanto uma concussão repentina dos ossos da face, nas proximidades do olho, produzindo não sómente o destacamento do epitelio pigmentar da iris, mas ainda uma grave lesão da macula. Teve certamente um mecanismo analogo a lesão do labirinto, referida no caso anterior. Ainda naquele caso não era necessaria a existencia de uma hemorragia para explicar os fenomenos, pois a simples separação do tecido nervoso da base subjacente ocasiona por si só um grave dano nutritivo. Presumivelmente, estudando com mais precisão os casos de contusão da face, observar-se-ão com mais frequencia taes alterações labirinticas.

Comentarios:

Dr. J. E. Rezende Barboza: O 1.° caso do A. é tipico de sintomatologia vestibular; pena é que não tenha se utilizado da prova calorica para obsevar a questão da predominancia lateral do nistagmo provocado, em relação aos lados são e afectado. Recentemente em 2 casos teve oportunidade de verificar o valor dessa prova.

Antes de terminar a reunião, o dr. Rezende Barbosa, apresentou aos presentes um audiometro dos mais modernos, tendo feito a demonstração do aparelho a todos os que se interessaram.

Nada mais havendo a tratar foi encerrada a reunião.

Reunião de 17 de outubro de 1939

Presidida pelo dr. Ernesto Moreira, secretariada pelos drs. Rezende Barbosa e Gentil Miranda, realizou-se, no dia 17 de outubro de 1939, uma reunião da Secção de Oto-rino-laringologia da Associação Paulista de Medicina.

Expediente:

O sr. segundo secretario leu a acta da sessão anterior.

O dr. Mario O. de Rezende pediu a palavra para fazer uma pequena adenda na parte de seu comentario, na ultima reunião. Critica as actas, dizendo que nunca devem ser um translado do trabalho dos autores, mas sim um resumo, o qual deve ser fornecido á mesa pelo proprio A.

A seguir convida a Casa para uma reunião oto-rino-laringologica no Sanatorio Esperança, comemorativa do 1.° aniversario do Sanatorio; convida tambem a qualquer colega a apresentar trabalhos nessa sessão. Ela será realizada a 9 de novembro proximo, ás 20,30, no Sanatorio e até o momento a lista dos trabalhos é a seguinte: dr. Rezende Barbosa: Vestibulo e cerebelo; da importancia da disarmonia vestibular; dr. Plinio Barreto: Diagnostico e tratamento do cancer da laringe; prof. Edmundo de Vasconcelos: Laringectomia; dr. Mario O. Rezende: Relações patologicas entre dentes e antro maxilar. São todos assuntos conhecidos, mas ainda não devidamente focalizados com justesa. O seu trabalho será antes uma "mise-au-point" da questão. O dr. Rebelo Neto falará sobre cicatrizes da face e cirurgia plastica. Termina propondo á Casa que inscreva em acta um voto de profundo pezar pelo falecimento ocorrido ha poucos dias do prof. Cushing, uma expressão altissima da neuro-cirurgia moderna. Posta em votação a proposta foi aprovada.

Ainda no expediente, o dr. Rubens de Brito, respondendo a um comentario do dr. Roberto Oliva ao seu trabalho sobre mucocele, disse: A transiluminação revelará maior transparencia do seio do lado do mucocele, facto esse que o dr. Oliva estranhára e com certa razão. Entretanto, o dr. Paulo Toledo deu-lhe uma explicação que, ao seu vêr, parece satisfatoria: no caso particular do dr. Brito, associadamente ao mucocele, havia no seio uma destruição ossea do této, daí a maior transparencia desse lado já que a massa do mucocele não interceptava raios em maior quantidade que a parede ossea destruida.

Dr. Rebelo Neto: A cirurgia geral teve ha pouco tempo uma ramificação que encontrou cultores em todo o mundo: a cirurgia plastica.

Esse movimento tambem se refletiu no Brasil. Entretanto não temos entre nós um centro cientifico que represente esse ramo da medicina cirurgica. Propoz então que a sessão de oto-rino-laringologia seja ampliada para a de Oto-rino-laringologia e cirurgia plastica o que pode parecer estranho mas não o é, em vista da comunidade de territorios em que agem de preferencia as duas especialidades: cabeça. Tal medida teria caracter provisorio na expectativa de que o meio cientifico local desenvolvendo-se, permita uma independencia total da secção de cirurgia plastica.

O sr. presidente agradeceu o amavel convite do dr. Mario Ottoni de Rezende. Pediu aos AA. que tragam um resumo dos seus trabalhos não maior de 20 linhas e o entreguem á mesa. Reputa oportuno o alvitre do dr. Rebelo. Neto e promete intervir junto á directoria da Associação para que seja mudada a denominação da Secção.

Ordem do dia:

RINITE CASEOSA - Dr. Friedrich Müller.

O A. referiu primeiramente a opinião de diversos AA. sobre a afecção. Segundo parece, não se trata de um quadro nosologico unico.

Existe presumivelmente uma rinite caseosa especifica. Além disto, pode sobrevir uma alteração caseosa da secreção do nariz e das cavidades anexas, motivada por causas variadas; os corpos extranhos e a dificuldade da drenagem nasal parecem desempenhar um papel saliente na patogenia do processo.

O A. descreveu em seguida dois casos de observação propria, sendo o primeiro cientificamente melhor estudado.

Neste caso houve adelgaçamento dos ossos etmoidaes e da parede mediana do seio maxilar superior, na altura do conducto nasal médio, permitindo a penetração com os instrumentos cirurgicos no campo operatorio sem maior dificuldade. No puz encontraram-se bacilos fusiformes e espiroquetas. O Wassermann foi negativo.

No 2.° caso o paciente sofria de uma sinusite maxilar aguda, que foi curada sem intervenção cirurgica. Do seio maxilar doente excretava-se uma massa caseosa para a cavidade nasal, aclarando-se ao mesmo tempo o seio á transiluminação. Em ambos os casos não havia estreitamento nasal, nem sinal de corpo extranho.

Quanto ás dôres, estas foram normais no 2.° caso no que se refere á duração e ao tempo, isto é, começavam de manhã, para cederem á tarde, ao passo que no l.° caso elas eram de preferencia noturnas, surgindo ás 22 horas e prolongando-se por toda a noite para desaparecerem com o raiar do dia.

Comentarios:

Dr. Raphael da Nova: Cumprimentou o A. pelo trabalho. Relatou dois casos que observou no decurso do póst-operatorio de sinusite maxilar cronica e que cederam depois de muito tempo por efeito de lavagens antrais e bismutoterapia.

Dr. Müller: Fez notar que em um das seus casos em que foi possivel um exame bacteriologico do material caseoso, foram encontrados espiroquetas no esfregaço, o que pôde muito bem justificar a cura pelo bismuto sem invocar o terreno luetico.

SOBRE TRES CASOS DE POLIPO DE KILLIAN NA CRIANÇA (*) - Drs. Homero Cordeiro e Mauro Candido de Souza.

Os AA. apresentam 3 casos de polipo de Killian ocorridos nos dois ultimos mêses na Clinica Oto-rino-laringologica do Hospital Humberto I.

Após descrição clinica insistem sobre os 3 predicados fundamentais da afecção: polipo unico, inserção por longo pediculo no meato médio e raiz originaria no seio maxilar. Falam sobre a necessidade de se operar o seio maxilar com o fito de se extirpar o mal pela raiz e isso é tanto verdade que dois dos casos que tinham sofrido anteriormente polipectomia simples recidivaram. Em todos os casos a radiografia foi positiva dando opacidade do seio maxilar do lado do polipo.

Comentarios:

Dr. Mario Ottoni: Chama a atenção que os polipos coanais solitarios podem não ter origem no seio maxilar mas no rebordo coanal polipos que costumam atingir grandes proporções chegando por vezes até a laringe. Não vê razão para que se denomine polipo de Killian.

Dr. Rubens Britto: E comum ao operar-se um seio maxilar encontrar uma mucosa sã tendo apenas pequenas excrecencias polipóides, no soalho mais freqüentemente. Tem a impressão que o polipo de Killian não seria outra coisa que o crescimento exagerado de uma dessas excrescencias que por força do seu tamanho franqueasse um ostio e viesse exteriorizar-se na fossa nasal. Daí não haver grande razão para atribuir a esse quadro foros de entidade morbida independente.

Dr. Homero Cordeiro (respondendo): Agradeceu os comentarias e declara-se de acordo com o pensamento do dr. Brito.

O sr. presidente agradeceu e elogia o trabalho dos AA. e insiste sobre a diferença essencial entre este polipo e os do etmóide, o primeiro perfeitamente curavel e o segundo no mais das vezes recidivante e incuravel. Nada mais havendo a tratar foi encerrada a reunião.




(*) - Trabalho publicado na Revista Brasileira de O.R.L. - vol. 8, Janeiro-Fevereiro, 1940.

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