Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-684

TÍTULO: VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA (VPPB) – DESCRIÇÃO CLÍNICA E RECORRÊNCIA.

AUTOR(ES): RICARDO SIMAS RAMOS , OTÁVIO MARAMBAIA DOS SANTOS DOS SANTOS, AMAURY DE MACHADO GOMES, KLEBER PIMENTEL, PATRÍCIA BRANDÃO PANTOJA, MANUELLA SILVA MARTINS, MILENA MAGALHÃES DE SOUSA

INSTITUIÇÃO: INOOA- INSTITUTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA / OTORRINOS ASSOCIADOS EM SALVADOR – BAHIA

INTRODUÇÃO: A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é a vestibulopatia mais prevalente em adultos e idosos na rotina clínica. Tipicamente o paciente com VPPB descreve ataques de vertigem rotatória, de curta duração e forte intensidade desencadeados por movimentos rápidos da cabeça. Há duas manobras que podem ser utilizadas na pesquisa de VPPB: Manobra de Dix-Hallpike e Manobra de posicionamento lateral. O tratamento da VPPB consiste nas manobras de reposicionamento otolítico. A maioria dos casos de VPPB, com ou sem o nistagmo de posicionamento típico da afecção, responde favoravelmente.

OBJETIVO: Avaliar as taxas de recidiva de pacientes com diagnóstico de VPPB e descrever suas características clínicas.

METODOLOGIA: estudo observacional retrospectivo. Setenta e três prontuários de pacientes com diagnostico de VPPB foram revisados para a coleta de dados sobre sexo, idade, canal acometido, lado acometido, cupulolitíase, ductolitíase, número de manobras realizadas, evolução do quadro e episódios anteriores idênticos ao quadro apresentado no momento da avaliação. Todos os dados colhidos foram analisados e tabelados. Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS. Foi utilizado o teste qui-quadrado.

RESULTADOS: Foram avaliados 73 pacientes, 75,3% do sexo feminino. O canal posterior foi acometido em 91,8%

dos casos. Quanto ao lado acometido: 45,2% pacientes apresentaram alteração do lado direito, 47,9% lado esquerdo. Em 100% dos casos foi encontrada ductolitíase. A maior parte, 84,9% obtiveram resolução do quadro com 1 manobra. Foi realizada manobra de Epley em 94,4% dos pacientes. Quanto a evolução, os pacientes foram classificados em não-recorrente 70,4%, recorrente 26,8% e persistente 2,8%. Trinta e quatro pacientes referem episódios anteriores

DISCUSSÃO: A VPPB é um distúrbio vestibular de alta prevalência, com predominância no sexo feminino, o canal

mais acometido foi o posterior. Quanto ao lado acometido: 93,1% dos pacientes tiveram acometimento unilateral e 6,8% acometimento bilateral, semelhante aos resultados de Silveira et al. A maioria dos pacientes, 84,9%, obtiveram resolução do quadro com apenas uma manobra, o que esta de acordo com a literatura. No entanto, 17,8% dos pacientes

necessitaram de 2 ou mais manobras para resolução do quadro. Dos 73 pacientes analisados, 70,4% apresentaram a forma não recorrente, 26,8% a forma recorrente e 2,8% a forma persistente. Semelhante aos resultados de Dorigueto et al. Dos 73 pacientes 47,2% relatam episódio anterior semelhante, o que sugere que a recorrência de VPPB pode ser mais alta do que a encontrada na literatura.

CONCLUSÃO:A VPPB é mais comum em mulheres, o canal mais acometido é o posterior, a maioria dos pacientes melhora com apenas 1 manobra e tem acometimento unilateral. De acordo com a evolução a maioria dos pacientes

foi classificada como não recorrente em 70,4%. Merece destaque sua taxa de recidiva significativa, observada em 47,2% dos pacientes.

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