Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-678

TÍTULO: USO DE PROPRANOLOL NO TRATAMENTO DE HEMANGIOMA SUBGLOTICO

AUTOR(ES): CLÁUDIA SCHWEIGER , MARIANA MAGNUS SMITH, CÁTIA SALEH, LARISSA ENÉAS, DENISE MANICA, ELISABETH SEITZ

INSTITUIÇÃO: NÚCLEO DE VIA AÉREA PEDIÁTRICA - HOSPITAL MOINHOS DE VENTO - PORTO ALEGRE/RS

INTRODUÇÃO: O hemangioma é o tumor mais comum na infância, com crescimento no primeiro ano de vida. A maioria regride espontaneamente, porém pode apresentar-se como um tumor volumoso com comprometimento estético e funcional. Em alguns casos, pode ser até mesmo ameaçador à vida, com obstrução da via aérea. Até o momento, a corticoterapia é o tratamento medicamentoso de escolha. Contudo, relatos na literatura têm descrito o propranolol como uma alternativa terapêutica, mostrando rápida regressão dos hemangiomas quando utilizado durante a fase proliferativa, com mínimos efeitos adversos. 

OBJETIVO: Descrever a resposta ao uso do propranolol como único tratamento para hemangioma subglótico.

CASO CLÍNICO: Prematuro extremo com falhas de extubação por estenose subglótica congênita foi submetido a laringotraqueoplastia com boa evolução. Aos 2 meses de vida, ainda hospitalizado para ganho ponderal, voltou a apresentar quadro de obstrução respiratória alta, sendo novamente necessária intubação. Ao exame físico, neste momento, havia hemangioma cutâneo no dorso, que a mãe referia ter aumentado rapidamente em 1 semana. À endoscopia de via aérea apresentava hemangioma subglótico com obstrução de 70% da luz. Foi optado por tratamento com propranolol, na dose de 2mg/kg/dia. Com sete dias de tratamento, foi possível extubar o paciente com sucesso. Houve regressão significativa da lesão cutânea do dorso, assim como da lesão subglótica.

DISCUSSÃO: Os hemangiomas subglóticos são patologias graves e potencialmente fatais se não diagnosticados e tratados precocemente. O paciente em questão cursou com estenose subglótica congênita e hemangioma subglótico, reforçando o descrito na literatura de que até 40% dos pacientes com uma lesão congênita de via aérea apresentam uma segunda lesão. Neste caso optamos pelo uso do propranolol como única terapia e obtivemos excelente resultado, sem os paraefeitos da corticoterapia crônica.  Pela nossa revisão da literatura, este foi o primeiro uso de propranolol para hemangioma subglótico em nosso meio.

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