Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-673

TÍTULO: ÚLCERA DE MARJOLIN DO ESCALPO. EXERÉSE E RECONTRUÇÃO COM RETALHO MICROCIRÚRGICO

AUTOR(ES): FLAVIO MASSAO MIZOGUCHI , ADRIANO DAMASCENO LIMA, LICIA SAYURI TANAKA, GLAUBER TERCIO DE ALMEIDA, CLAUDIA EMI HASHIMOTO, ANDRE ARMANI, REINALDO MINORU KUWAHARA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDA ESTADUAL DE LONDRINA

INTRODUÇÃO: A reconstrução de defeitos do couro cabeludo é sempre um desafio cirúrgico, principalmente se o defeito a ser tratado é extenso, se o osso da calota foi removido ou se há algum defeito da duramater a ser reconstruido. São várias as opções de reconstrução desta área, mas desde o desenvolvimento das técnicas microcirúrgicas para a confecção de retalhos livres, estes passarão a ser a primeira escolha para os defeitos extenso do escalpo. A degeneração maligna de cicatrizes de queimaduras não tratadas corretamente, conhecida como úlcera de Marjolin, requer um tratamento preferencialmente com cirurgia radical, quando acomete o couro cabeludo, podem levar a defeitos que necessitem de uma reconstrução microcirúrgica

RELATO DE CASO: ACM, masculino, caucasiano, 35 anos, com história de queimadura térmica do couro cabeludo aos 5 anos de idade, que foi negligenciada e cicatrizou por segunda intenção. Há 10 anos notou formação de pequena úlcera na cicatriz, que progressivamente ocupou toda sua extensão, durante todo este período não foi suspeitado de transformação malígna. Uma biópisa do local revelou carcinoma basocelular. Ao exame Apresentava-se com ulcera rasa de 15x12 cm da região parieto-temporal esquerda, sem lifonodos cervicais suspeitos. Uma tomografia mostrou comprometimento da tábua externa do crânio da região. O paciente foi submentido a exerése da lesão com retirada de todo osso acometido, não foi necessária a remoção da duramater. Realizada cranioplastia com metacrilato e retalho livre microcirúrgico do musculo reto abdominal para a cobertura do defeito de partes moles. O exame anátomopatológico da peça confirmou o carcinoma basocelular, com margens livres. O paciente segue em acompanhamento ambulatorial, sem evidência de infecção ou recidiva da doença

DISCUSSÃO: Úlcera de Marjolin, uma transformação maligna da pele cronicamente inflamada ou traumatizada22, é uma condição rara, que afeta principalmetne áreas queimadas com cicatrização por segunda intenção. Estima-se que 0,7% destas feridas possam sofrer este processo. A etiologia dessa transformação maligna  não é completamente entendida, sendo os principais fatores  propostos a  produção de toxinas pelo tecido cicatricial, uma menor imunidade local, drenagem linfática ineficiente, entre outros33. Um período de latência de 30 anos, entre a injúria e o aparecimento do carcinoma é o mais comum, porém períodos menores não são infrequentes. O tipo histológico mais comum desta patologia é o carcinoma espino celular, seguido do carcinoma baso celular, outros tipos histológicos são relatados de forma rara. O tratamento de escolha é o cirúrgico, com exérese ampla e linfadenectomia em tipos histológicos mais agressivos. Os retalhos microcirúrgicos são a melhor escolha nas reconstruções em cabeça e pescoço, incluindo o escalpo.

CONCLUSÃO: Este caso nos lembra que alterações em cicatrizes não dever ser negligenciadas, pois a sua transformação malígna pode ocorrer, mesmo em pacientes jovens, necessitando de tratamento agressivo. Os retalhos microcirúrgicos nas grandes reconstruções, principalmente em cabeça e pescoço são a grande alternativa no presente, devendo sempre ser consideradas.

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