Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-672

TÍTULO: TUMOR MALIGNO NASAL: A PRIMEIRA RESSECÇÃO É SEGURA?

AUTOR(ES): DOUGLAS HENRIQUE SANTIAGO DE OLIVEIRA , ISELENA CLAUDINO BERNARDES, LORENA SOUSA OLIVEIRA, ANA LÍLIAN DE AGUIAR, FRANCISCO CRISTIANO SOARES MACENA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO, JOÃO PESSOA - PB.

INTRODUÇÃO: Segundo estimativas do INCA, o câncer de pele é o de maior incidência no país. O carcinoma epidermóide é a segunda neoplasia maligna de pele mais comum no mundo, perdendo apenas para o carcinoma basocelular. A sua incidência aumenta após os 40 anos de idade, sendo mais comum em homens. Embora esse tipo de neoplasia tenha baixa letalidade, a demora no diagnóstico pode levar a deformidades físicas e alterações psicoemocionais capazes de influenciar na qualidade de vida. A recidiva está associada ao tamanho do tumor, grau de diferenciação histológica, profundidade da lesão, comprometimento perineural, sítio anatômico e estado imune do paciente.

OBJETIVO: Relatar e discutir um caso de recidiva de carcinoma espinocelular na região nasal.

METODOLOGIA: Relato de um caso a partir da avaliação clínica e revisão de prontuário do setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço em hospital referência em tratamento oncológico no estado da Paraíba.

RELATO DO CASO: Paciente de 57 anos, masculino, casado, agricultor, natural e procedente de Teixeira-PB. Procurou o serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço para avaliação de recidiva de lesão ulcero infiltrativa em região nasal com destruição de toda pirâmide nasal.  A lesão tumoral surgida há 2 anos foi tratada, em outro serviço, com ressecção acrescida de reconstrução no mesmo tempo cirúrgico. O laudo anatomopatológico revelou carcinoma espinocelular. Neste segundo tratamento, optou-se pela ressecção ampla da lesão uma vez que havia comprometimento de estruturas ósseas, cartilaginosas e musculares, sendo, portanto, realizada maxilectomia anterior; ressecção de fossas nasais, parede lateral da cavidade nasal, vestíbulo nasal e osso nasal. O exame anatomopatológico evidenciou carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado multifocal, com margens cirúrgicas livres de lesão maligna. O paciente é portador do vírus HIV e está atualmente, em esquema de radioterapia adjuvante. A nova reconstrução nasal será feita posteriormente, após seguimento do paciente sem quaisquer sinais de recidiva.

CONCLUSÃO: Embora as grandes ressecções nasais estejam diminuindo sua frequência, tornando a reconstrução nasal um procedimento particular, ainda é possível referir que os carcinomas basocelular e espinocelular constituem a principal indicação clínico cirúrgica. Assim, para o tratamento destes tumores estaria recomendada a estratégia pautada em três estágios. No primeiro, é feita uma ressecção ampla da lesão com margens cirúrgicas livres; no segundo, acompanhamento do paciente por oito a 24 meses; no terceiro, se não forem constatados sinais de recivida, reconstrução do defeito nasal. No caso apresentado, optou-se por esse seguimento uma vez que o paciente apresenta situações favoráveis a recidiva como, por exemplo: primeira ressecção em outro serviço sem informação sobre margens cirúrgicas livres, imunodepressão e, exposição frequente à luz solar e a agentes agrotóxicos potencialmente cancerígenos.

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