Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-667

TÍTULO: TUMOR DE POTT: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): ISABEL BARROS ALBUQUERQUE E SILVA , JOSÉ PEREIRA DOS SANTOS NETO, LIA ANDRÉA COSTA DA FONSÊCA, LICEANA BARBOSA DE PÁDUA, MARIANE MENDES GIL BARBOSA, TIARA DE SENNA PEREIRA FONTES IBIAPINA, ERICK BARROS ARAÚJO LUZ

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ-NOVAFAPI

INTRODUÇÃO: Tumor de Pott é uma comorbidade infreqüente caracterizada por um ou mais abscessos subperiosteais do osso frontal associado à osteomielite subjacente.(1) As causas principais deste tumor são trauma e rinossinusite (RS). A epidemiologia demonstra uma maior freqüência entre crianças, adolescentes e imunocomprometidos. (1,2) RELATO DE CASO: J.M.G.S.J., sexo masculino, 23 anos, apresentou-se na emergência de um hospital público de Teresina, com queixa de dor, calor e abaulamento em região de glabela de início insidioso há duas semanas, associado à febre. Relatou cefaléia frontal e descarga pós-nasal de início há um mês. Fez uso de analgésicos, obtendo discreta melhora da cefaléia. Negou tabagismo, etilismo. Foram prescritos clindamicina, ceftriaxona e hidrocortisona. Ao exame: olho direito sem alterações, olho esquerdo com limitação da supradução, edema e eritema em região de glabela. Rinoscopia anterior: secreção purulenta em meatos médios esquerdo e direito. TC de crânio sem contraste: lesão sólida expansiva em região subgaleal frontal mediana, com extensão para o seio frontal e células etmoidais esquerdas, determinando destruição das paredes ósseas anterior e posterior do seio frontal, medindo 6x4 cm. Laboratório: Hb 14,0; Ht 43,8; leucócitos 17230; bastões 0; segmentados 81,0; plaquetas 194.000, anti-HIV negativo. Foi submetido a cirurgia endoscópica endonasal sob anestesia geral com incisão de Lyach-Weber à esquerda, descolamento do osso doente com retirada da tábua anterior do osso frontal (região com osteomielite), identificação do óstio frontal para sondagem, etmoidectomia e antrostomia à esquerda endonasais. Conduta no pós-operatório: lavagem nasal e observação. Evoluiu sem queixas no pós-operatório. TC de crânio pós-cirurgia evidenciou ressecção das paredes anterior e posterior do seio frontal, com material de densidade de partes moles preenchendo parcialmente as cavidades remanescentes, de provável natureza inflamatória ou cicatricial. Alta hospitalar após 27 dias de internação com prescrição de lavagem nasal, antibioticoterapia e orientações. DISCUSSÃO: O tumor de Pott é considerado uma complicação rara da RS do seio frontal, apresentando-se com maior freqüência em pacientes imunocomprometidos.(2) Na era moderna dos antibióticos, este tipo de complicação tornou-se incomum. (3) A grande maioria dos casos de tumor de Pott ocorre em crianças e adolescentes, já que o seio frontal se torna pneumatizado com seis anos de idade e atinge configuração adulta em torno dos 15 anos, proporcionando que o sistema venoso local comunique a mucosa sinusal com a trabécula óssea, favorecendo o desenvolvimento de osteomielite. (3,4) CONCLUSÃO: O paciente em questão é um caso incomum por se tratar de um adulto jovem imunocompetente sem história prévia de RS. Logo, por ser uma patologia rara e grave, torna-se essencial a divulgação do conhecimento sobre esta enfermidade. Diagnóstico precoce e tratamento adequado são imprescindíveis para evitar seqüelas.

Fechar