Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-666

TÍTULO: TUMOR DE ÓRBITA: CISTO EPIDERMÓIDE COM PROPTOSE OCULAR

AUTOR(ES): RODRIGO DE SOUZA MENDES SANTIAGO MOUSINHO , ANGÉLICA RAMOS LIRA, THAÍS DE CARVALHO PONTES, RIVUS ARRUDA FERREIRA, ADEMAR MARINHO DE BENÉVOLO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO

INTRODUÇÃO: Os tumores orbitários são relativamente raros na população geral, totalizando cerca de 8,8% dos tumores oftálmicos. Cistos dermóides e epidermóides estão entre os tumores de órbita mais comuns, compreendendo 3% a 9% de todas as massas orbitais. Os tumores epidermóides intra-orbital são responsáveis por 4-5% de todos os tumores primários nessa localização.

A proptose ocular é uma manifestação clínica comum da doença. Lesões primárias da órbita, como tumores benignos e malignos e condições vasculares, e menos freqüentemente, doenças extra-orbitárias que comprometem a órbita por contigüidade, podem estar associadas à proptose.

No diagnóstico, estadiamento e avaliação pré e pós-cirúrgica de massas paraorbitárias, a tomografia computadorizada exerce papel fundamental, ao definir a extensão anatômica da lesão e a integridade das estruturas adjacentes, além de ser importante na determinação da estratégia cirúrgica.

A ressecção do tumor deve ser completa a fim de se evitar uma inflamação granulomatosa crônica ou recidiva, a qual está associada ao risco aumentado de malignidade.

OBJETIVO: Relatar um caso de cisto epidermóide na cavidade orbitária direita com proptose ocular, diagnosticado e tratado no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CCP) do Hospital Napoleão Laureano (HNL), centro de referência no tratamento oncológico da cidade de João Pessoa – PB.

METODOLOGIA: Análise da história clínica e cirúrgica de uma paciente portadora de tumor de órbita, além da revisão retrospectiva de seu prontuário.

RESULTADOS: Paciente, 6 anos, feminina, foi encaminhada ao oftalmologista apresentando uma tumoração no olho direito há 4 meses. Ao exame, diagnosticou-se baixa acuidade visual à direita. A ultrassonografia sugeriu uma tumoração retroorbitária.

Foi encaminhada ao Hospital Napoleão Laureano onde foram observados proptose do olho direito e vários linfonodos cervicais e submandibulares menores que 1cm, além de adenomegalia cervical direita medindo 2x1,5cm.

A tomografia de crânio e órbita evidenciou um processo expansivo sólido na cavidade orbitária direita que capta discretamente o contraste, com contornos definidos, medindo cerca de 2,5x2 cm, de localização extraconal e superolateral, que comprime e desloca o globo ocular medial e anteriormente.  A tomografia de tórax mostrou alargamento do mediastino superior por adenomegalia.

Após 2 meses, realizou-se a cirurgia, com envio de amostras para exame anatomopatológico o qual diagnosticou cisto epidermóide. O procedimento cirúrgico envolveu incisão semilunar em canto externo do olho direito com dissecção e ressecção de tumor de partes moles de órbita direita.

CONCLUSÃO: Na faixa pediátrica, lesões expansivas da órbita de caráter cístico são comumente encontradas, sendo tais lesões geralmente diagnosticadas na infância.

Os cistos epidermóides são produzidos por epitélio escamoso queratinizado, sendo preenchidos por queratina, fendas de colesterol ou componentes de sangue degenerados e se distingue dos dermóides por não apresentar anexos da pele em suas paredes.

A proptose ocular é o maior sinal clínico das doenças orbitárias. A proptose unilateral pode está associada ao comprometimento muscular extraocular ou diplopia. No presente caso, o principal sinal foi a proptose com deslocamento medial e anterior do globo ocular.

Como tratamento, foram realizadas a dissecção e a ressecção do tumor.

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