Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-665

TÍTULO: TUMOR DE ÓRBITA DECORRENTE DE SCHWANOMA EM NERVO INFRAORBITAL

AUTOR(ES): ISELENA CLAUDINO BERNARDES , LORENA SOUSA OLIVEIRA, RODRIGO DE SOUZA MENDES SANTIAGO MOUSINHO, DANILO RODRIGUES CAVALCANTE LEITE, ADEMAR MARINHO DE BENÉVOLO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO

INTRODUÇÃO: Schwanomas são tumores benignos que se originam das células de Schwann da bainha dos nervos, acometendo principalmente indivíduos entre a segunda e a quarta décadas. Constituem 1-8% de todos os tumores da região de cabeça e pescoço e 1-4% dos tumores orbitais. Os schwanomas orbitais geralmente surgem a partir dos nervos sensoriais e mais frequentemente dos nervos supraorbital e supratroclear, sendo considerado raro o surgimento desse tipo de tumoração a partir do nervo infraorbital. Sintomas como dor e proptose apresentam-se tardiamente, sendo decorrentes do efeito de compressão do tumor. Métodos de imagem auxiliam na localização da lesão, classificando-o anatomicamente em três categorias, a partir da relação entre tumoração e cone muscular, em extraconal, intraconal e intracanalicular. A ressecção cirúrgica é considerada a melhor opção de tratamento, uma vez que evita recidivas e possibilita a cura completa.

OBJETIVO: Relatar um caso de schwanoma de nervo infraorbital diagnosticado e tratado no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Napoleão Laureano, centro de referência no tratamento oncológico da cidade de João Pessoa – PB.

METODOLOGIA: Análise da história clínica e cirúrgica de uma paciente portadora de tumor de órbita, além da revisão retrospectiva de seu prontuário.

RESULTADOS: Paciente do sexo feminino, 68 anos, branca, casada, do lar, natural de Bayeux – PB e procedente de Cabedelo – PB. Procurou o serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço ao perceber tumoração única, de crescimento lento e consistência endurecida, em órbita esquerda. Tomografia computadorizada de órbitas evidenciou massa tumoral hipodensa, bem delimitada, em região inferior de órbita esquerda, extraconal, além de desvio do septo nasal com convexidade para a esquerda. Não havia destruição óssea, nem sinais de rinossinusite. Realizou-se ressecção cirúrgica da lesão, com abordagem a nível subciliar. O material retirado foi encaminhado para análise anatomopatológica, que revelou neoplasia mesenquial de padrões fusocelular e pleomórfico e presença de cápsula fibrosa peritumoral, sugerindo aspectos morfológicos de schwanoma com atipias degenerativas (“ancient" schwanoma) ou sarcoma de baixo grau histológico. Para confirmação diagnóstica foi solicitada exame imunoistoquímico, que demonstrou positividade difusa para proteína S-100, concluindo que a lesão de órbita esquerda apresentava aspectos de schwanoma.

CONCLUSÃO: Apesar de serem consideradas entidades tumorais raras, os schwanomas que se originam de nervo infraorbital apresentam as mesmas características dos demais schwanomas, sendo, portanto, solitários, bem encapsulados e delimitados, de crescimento lento e com baixo potencial de malignização. Tais características possibilitam cura completa por tratamento cirúrgico. A abordagem subciliar é preferida para excisão de massas localizadas na região inferior da órbita, pois a incisão apresenta excelentes resultados estéticos no pós-operatório.

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