Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-664

TÍTULO: TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES DE LARINGE: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): LÍLIAN LACERDA LEAL , MANUELLA SILVA MARTINS, ANA CAROLINA OLIVEIRA MENDONÇA, PATRÍCIA BRANDÃO PANTOJA, MILENA MAGALHÃES DE SOUSA, PABLO PINILLOS MARAMBAIA, AMAURY DE MACHADO GOMES

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA OTORRINOS ASSOCIADOS

INTRODUÇÃO:

O tumor de células granulares é uma neoplasia incomum. Podem afetar qualquer área da cabeça e pescoço. O acometimento laríngeo é ainda mais raro. Nos pacientes com acometimento laríngeo os sintomas mais frequentes são disfonia, dispnéia, estridor, mas em muitos casos são assintomático. A confirmação diagnostica é feita pela anatomia-patolÓgica. TCG de laringe podem ser malignos ou coexistirem com tumores malignos, principalmente carcinomas. O tratamento do TCG laríngeo consiste na ressecção cirúrgica do tumor.

RELATO DE CASO:

Paciente G.C.O.,62 anos, procurou o serviço de ORL com queixa de disfonia contínua há 02 meses  associado pirose e sialorréia. Negava queixas respiratórias e disfagia. Relatava etilismo social e tabagismo há 30 anos/carteira. Relatava hipertensão arterial. Realizada laringoscopia que evidenciou lesão abaulando terço posterior de prega vocal esquerda, apresentava coloração amarelada de limites aparentemente bem definidos. Submetido a microcirurgia de laringe com ressecção total da lesão, sem intercorrências. A anatomia macroscópica evidenciou fragmentos de tecido de cor prata medindo 0,7x0,5x0,3 cm. Microscopicamente, fragmentos de mucosa revestidos por epitélio escamoso sem atipias e com discreta atrofia, vendo-se no córion manto de células ovóides de citoplasma amplo e granulosos, com núcleos típicos centrais e com cromatina fina e bem distribuída. O exame anatomopatológico confirmou tumor de células granulares de laringe. Realizado investigação de sítios metastáticos que foram negativos. Paciente evoluiu com melhora da qualidade vocal e mantém acompanhamento.

DISCUSSÃO:

Abrikossoff, em 1926, o denominou de mioblastoma ou tumor de Abrikossoff, imaginando que esse tumor tivesse origem de células musculares

A origem das células granulares ainda é incerta, a hipótese mais aceita atualmente, é que a lesão é resultado do metabolismo celular alterado das células de Schawnn ou de seus precursores.

O TCG é uma neoplasia benigna e não sofre transformação maligna, mas existem casos malignos descritos na literatura, representam 1 a 2% dos casos de TCG. O diagnóstico nesses casos se baseiam no acentuado pleomorfismo celular e atividade mitótica acentuada, mesmo assim diagnóstico de malignidade é muito difícil de estabelecer, apesar de que metástases a distância são consideradas indicativas de malignidade.

No caso apresentado a queixa principal e única do paciente era a disfonia contínua, sem história prévia de abuso vocal, nos levando a pensar em lesão estrutural mínima, especialmente nódulos e cistos epiteliais, como o paciente referia tabagismo e etilismo de longa data, idade superior a 60 anos é importante afastar a possibilidade de neoplasia.

CONCLUSÃO:

O TCG é uma neoplasia rara que deve ser considerada nos diagnósticos diferencias dos tumores de laringe. O diagnóstico precoce, associado a criterioso acompanhamento clínico e tratamento, proporciona boa evolução e maiores chances de cura.

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