Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-663

TÍTULO: TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES DE MANDÍBULA: RELATO DE CASO.

AUTOR(ES): RAFAELA AQUINO FERNANDES LOPES , SHARLENE CASTANHEIRA DE PÁDUA PUPPIN, LUCAS MOURA VIANA, VÍTOR YAMASHIRO ROCHA SOARES, PEDRO IVO MACHADO PIRES DE ARAÚJO, ANDRÉ LUIZ DE QUEIRÓZ, LUIZ AUGUSTO DO NASCIMENTO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – HUB/UNB

INTRODUÇÃO: Tumores de células gigantes (TCG) são tumores ósseos primários raros. Representam apenas cerca de 4% a 8% de todos os tumores ósseos primários, sendo que destes, 75% ocorrem em ossos longos. São raros em cabeça e pescoço, onde afetam com maior freqüência mandíbula e maxila, além de osso temporal e esfenóide. Geralmente são únicos e predominam entre a terceira e quarta décadas de vida, sem diferença entre os sexos. São tumores benignos, apesar do potencial de comportamento agressivo. Já foi relatado transformação maligna com metástase. Os achados radiológicos mais freqüentes são lesão óssea expansiva ou lítica que pode se estender a tecidos moles, dura máter ou seios paranasais. Histologicamente são compostos principalmente de células estromais mononucleares, que são o verdadeiro componente neoplásico, e células gigantes multinucleadas, cuja histogênese é controversa. Anormalidades citogenéticas foram descritas, com associação telomérica sendo a principal aberração cromossômica (75%). O diagnóstico diferencial histológico deve incluir tumor marrom do hiperparatireoidismo, granuloma reparativo de células gigantes, displasia fibrosa e cisto ósseo aneurismático.  O melhor tratamento para TCG é a ressecção cirúrgica completa. A recorrência nos primeiros dois anos é freqüente se a ressecção realizada for parcial.

OBJETIVO: Relatar uma caso raro de tumor de células gigantes de mandíbula que, após exérese, apresentou recidiva local.

METODOLOGIA: Relato de caso com revisão de literatura.

RESULTADOS: Paciente de 19 anos, feminina, com crescimento tumoral progressivo, doloroso em topografia de parótida esquerda há um ano e três meses, sem fistulização durante o período. O quadro iniciou-se durante o curso de uma gestação, que evoluiu para parto natural sem intercorrências. Sem antecedentes relevantes. Ao exame físico, apresentava tumor em topografia de parótida esquerda, com 04cm de diâmetro, aderido a planos profundos, doloroso, sem sinais flogísticos. Ausência de paralisia facial e presença de trismo. Foi realizada Punção Aspirativa por Agulha Fina – PAAF, sugestiva de sialoadenite granulomatosa. Nova PAAF obteve quadro citológico podendo corresponder a tumor de células gigantes. Optou-se então por biópsia por agulha grossa, que evidenciou lesão de células gigantes. Foi submetida a parotidectomia total esquerda, com exérese do tumor em 19/03/09. No intra-operatório observou-se tumor englobando tronco do nervo facial. A paciente evoluiu com paralisia facial no pós-operatório. Histopatológico confirma diagnóstico de TCG com linfonodos livres de neoplasia. Seguiu em acompanhamento clínico, sem sinais de recidiva até Tomografia Computadorizada cervical (11/09/09) compatível com recidiva tumoral em espaço mastigatório esquerdo.

CONCLUSÃO: A paciente apresentou recidiva local do tumor e, no momento, há programação de ressecção ampliada da lesão com brocagem da mandíbula e radioterapia pós-operatória.

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