Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-662

TÍTULO: TUMOR DE ASSOALHO DE BOCA

AUTOR(ES): ISELENA CLAUDINO BERNARDES , RIVUS FERREIRA ARRUDA, ALYNE DINIZ LOUREIRO, ANA LÍLIAN DE AGUIAR, ADEMAR MARINHO DE BENÉVOLO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO

INTRODUÇÃO: No Brasil, o câncer de boca é o oitavo tipo de câncer mais frequente entre os homens (9.985 casos estimados/ano) e o nono entre as mulheres (3.895 casos estimados/ano) e suas taxas de incidência e mortalidade vêm aumentando, sendo consideradas das mais altas do mundo. O conhecimento dos fatores de risco constitui a base para uma prevenção efetiva da doença. Mesmo sendo o câncer de boca uma doença multifatorial, o tabagismo e etilismo crônico são os dois fatores de risco mais importantes não só para o desenvolvimento da neoplasia, como também para seu prognóstico. Entre os demais fatores que determinam seu prognóstico estão região anatômica, tamanho e espessura, comprometimento ganglionar, tratamento e diferenciação tumoral. A língua, o assoalho bucal e o lábio inferior são as localizações mais comumente relatadas nos estudos de câncer bucal. O tipo histológico mais frequente foi o carcinoma epidermóide ou espinocelular (94,28% dos casos).

OBJETIVO: Relatar um caso de tumor de assoalho de boca diagnosticado e tratado no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Napoleão Laureano, centro de referência no tratamento oncológico da cidade de João Pessoa – PB.

METODOLOGIA: Análise da história clínica e cirúrgica de um paciente portador de tumor de assoalho de boca, além da revisão retrospectiva de seu prontuário.

RESULTADOS: Paciente masculino de 40 anos, tabagista e etilista, apresentou-se ao ambulatório de Cirurgia de Cabeça e Pescoço com tumoração, de crescimento rápido, na boca, há 6 meses, associada a dor local. À oroscopia, lesão ulceroinfiltrante em arco central da mandíbula, comprometendo assoalho anterior da boca. À palpação cervical, adenomegalias cervical bilateral. Realizou-se biópsia incisional e o material foi encaminhado para avaliação anatomopatológico, que evidenciou carcinoma de células escamosas bem diferenciadas, invasivo. O paciente foi submetido à mandibulectomia associada à ressecção tumoral e reconstrução com retalho macrocirúrgico. Tal procedimento envolveu assepsia e antissepsia, coleta de retalho macrocirúrgico de fíbula direita, inclusão de dreno na perna direita, sutura por planos, colhido enxerto da veia safena magna, moldagem do retalho e fixação com parafusos de titânio, anastomose arterial e venosa, fechamento por planos. No segundo dia pós-operatório, o paciente com traqueostomia, recebeu alta hospitalar.

CONCLUSÃO: Tabagismo e alcoolismo tem sido frequentemente documentados como sendo os principais fatores de risco no desenvolvimento de novos cânceres bucais, como representado neste relato de caso.  O diagnóstico da maioria dos casos de câncer bucal ainda é feito em fases avançadas dificultando o tratamento e reduzindo o índice de sobrevida dos pacientes. Assim, é de extrema importância a realização de campanhas educativas e profiláticas a fim de conscientizar a população sobre os riscos da exposição crônica a estes agentes lícitos. 

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