Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-659

TÍTULO: TUBERCULOSE NASAL ISOLADA

AUTOR(ES): LORENA GONÇALVES RODRIGUES , MAÍRA RODRIGUES OLIVEIRA, WANER JOSEFA QUEIROZ DE MOURA, RENATO VALENTIM BRASIL, LARISSA MAGALHÃES NAVARRO, ITAIANA CORDEIRO PEREIRA, MURILLO FREIRE LOBATO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZA -UFPA

INTRODUÇÃO: A tuberculose continua sendo um problema mundial e nos últimos anos teve um aumento na sua incidência principalmente pelo número crescente de pacientes com HIV. A tuberculose possui como agente etiológico o Mycobacterium tuberculosis. Essa doença pode afetar diversos órgãos e sistemas. Dentre as formas de acometimento extrapulmonar estão as manifestações otorrinolaringológicas, representadas principalmente pela linfoadenopatia cervical, a tuberculose laríngea, a otite média tuberculosa, a tuberculose nasal e o acometimento da cavidade oral e orofaringe. O comprometimento tuberculoso do nariz é muito raro com poucos casos descritos na literatura mundial, oferecendo grande dificuldade diagnóstica, confundindo-se com outras granulomatoses nasais. Autores postulam que a raridade do acometimento primário tuberculoso nasal deve-se ao efeito bactericida do muco, bem como da proteção mecânica conferida pela mucosa ciliada. Igualmente infreqüente é a tuberculose secundária nasal, indicando que a mucosa e submucosa não oferecem condições favoráveis para o crescimento do Mycobacterium tuberculosis, daí a cronicidade da doença nasal na maior parte dos pacientes.

OBJETIVO: Relatar um caso de tuberculose nasal isolada, diagnosticado no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, no ano de 2010.

RELATO DE CASO: AHSM, 54 anos, feminino, casada, procedente de Castanhal-Pará, lavadeira hospitalar. Refere que há mais ou menos 10 meses iniciou quadro de epistaxe por fossa nasal esquerda, de moderado volume, não relacionada a traumas ou manipulação da fossa nasal. Negava obstrução nasal, cefaléia, dor facial, halitose, rinorréia, etilismo ou tabagismo. Exames laboratoriais como coagulograma, hemograma, sorologias para doenças infectocontagiosas, todos negativos e dentro da normalidade e Rx de tórax normal. A videoendoscopia nasossinusal com endoscópio flexível demonstrou pequena lesão vegetante obstruindo parcialmente as fossetas de Rosenmuller bilateralmente, maior à esquerda. A RNM de crânio demonstrava irregularidade na região da rinofaringe, sem invasão das estruturas adjacentes. Foi submetida a biópsia da lesão que ao histopatológico revelou processo inflamatório crônico granulomatoso, com necrose caseosa compatível com tuberculose. Ausência de malignidade.

Encaminhada ao setor de infectologia, que investigou lesões tuberculosas em outros sítios, sem identificação de outras lesões, iniciou tratamento com esquema 1. Atualmente a paciente encontra-se no segundo mês do tratamento, mantém epistaxe unilateral de pequeno volume e esporádica.

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: A tuberculose de cavidade nasal é uma manifestação rara, com poucos casos descritos, apresentando grande dificuldade diagnóstica, necessitando de pesquisa laboratorial e anátomo-patológica para sua confirmação, sendo que muitos doentes permanecem longos períodos sem um diagnóstico preciso.

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