Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-653

TÍTULO: TRATAMENTO ENDOSCÓPICO PARA FÍSTULA ESPONTÂNEA DE CLIVUS

AUTOR(ES): RULLIAN DA ROCHA STREMEL TORRES, CARLOS AUGUSTO SEIJI MAEDA, JEMIMA HERRERO MOREIRA, DIOGO GONÇALVES BARDINI, DENIA ABE, ADRIANO MAEDA

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA/PUC-PR

INTRODUÇÃO:

Fístulas liquóricas espontâneas do seio esfenoidal são muito raras e apresentam alguns fatores de risco que são descritos na literatura como: mal formação da base do crânio, hiperpneumatização do seio esfenóide, síndrome da sela vazia e obesidade.

Por apresentar complicações que são potencialmente fatais como meningite a abscesso cerebral, esta anormalidade deve ser tratada cirurgicamente e de forma eficaz.

 

RELATO DE CASO:

Paciente masculino, 42 anos, deu entrada no Hospital Cajuru com quadro de confusão mental e vômitos. Ao exame clÌnico apresentava-se em regular estado geral, afebril, eupnéico, escala de Glasgow 8, rinorréia abundante pela narina direita. Na tomografia de crânio observou-se pneumoencéfalo de grande volume e defeito ósseo na região do clivus. Paciente evoluiu com meningite bacteriana. Após melhora do quadro, segui-se o fechamento do defeito através de acesso endoscópico endonasal assistido. Optou-se pela utilizãção de enxerto de corneto inferior e cola biológica. Por se tratar de uma fístula de alto débito (cisterna pré-pontina) optou-se pelo posicionamento do enxerto inlay e onlay associado a ancoragem com sonda de Foley. Paciente evoluiu sem intercorrências.

 

DISCUSSÃO:

Fístulas liquóricas através do clivus são raras. Na literatura, alguns dos poucos casos descritos, estão associados a erosão generalizada da base do crânio, efeito pulsátil da artéria basilar e paciente que realiza manobra de Valsalva repetidamente. No caso apresentado, o paciente não apresentava nenhuma destas condições.

A tomografia de alta resolução neste caso foi suficiente para o diagnóstico. Se houver dúvida na localização da fístula, pode ser solicitada uma ressonância magnética com cisternografia.

O paciente em questão não apresentava fatores predisponentes de fístula liquórica espontânea de clivus como obesidade, hipertensão intracraniana ou síndrome da sela vazia.

O acesso endoscópico endonasal é o método mais comumente indicado por ser menos invasivo e diminuir a morbidade. Suas vantagens incluem: diminuição do risco de perda do olfato, do edema cerebral, das hemorragias e da hospitalização.

Neste caso optamos por enxerto livre de corneto inferior posicionado de forma inlay e onlay, associado a ancoragem com sonda de Foley. Dessa forma o paciente evoluiu sem recidiva da fístula e com boa evolução pós-operatória.

 

CONCLUSÃO:

Fístula espontânea do clivus é uma anormalidade rara. Métodos não invasivos foram suficientes para o diagnóstico. O acesso endoscópico endonasal e o uso de enxerto livre de corneto foram eficazes para a resolução deste caso.

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