Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-651

TÍTULO: TRATAMENTO CLINICO PARA OTITE MEDIA COM EFUSÃO

AUTOR(ES): FERNANDO CÉSAR FRANÇA ARAÚJO , MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES, RAÍSSA VARGAS FELICI, ANNA MILENA BARRETO FERREIRA FRAGA, MARCOS MARQUES RODRIGUES, JANE MARIA PAULINO, LUIS FRANCISCO OLIVEIRA

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE LIMEIRA

INTRODUÇÃO

A otite média com efusão (OME) caracteriza-se pela presença crônica de secreção na cavidade da orelha média, com uma membrana timpânica (MT) íntegra e sem sinais de inflamação aguda, que persiste por no mínimo oito semanas. A incidência é de 27% em estudos baseados nos atendimentos em clínicas; e 7 a 15% quando os estudos são realizados dentro de a comunidade. Constitui a causa mais freqüente de perda auditiva na infância; com implicações na aquisição fala.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram avaliadas 31 crianças com OME ( uni ou bilateral ) e acompanhados por 6 meses. O diagnóstico foi confirmado através da historia clinica, otoscopia e imitanciometria.

As crianças foram divididas de forma aleatória em 2 grupos de tratamento, o primeiro grupo recebeu Amoxicilina 50 mg/kg/dia por 10 dias associado a Prednisolona 1mg/kg/dia por 3 semanas em dose decrescente semanal, o segundo grupo recebeu somente Prednisolona  na mesma dose pelo mesmo período

Para os resultados foi classificado como: Sucesso, curva A a imitanciometria e otoscopia normal ao final do período; Insucesso, manutenção da Curva B e otoscopia alterada ou recidiva das alteração após período de melhora.

RESULTADOs

Entre as 31 crianças, 17 ( 54,8% ) eram meninos e 14 ( 45,2% ) meninas, com idade entre 1 a 12 anos, com idade media de 4,9 anos , sendo que 14 ( 45,1% ) receberam Amoxicilina + Prednisolona e 17 ( 54,9% ) somente Prednisolona. A taxa de sucesso geral foi 56,4 %, de insucesso 43,3% e 9,6% de recidiva. Foram submetidos a colocação de tubo de ventilação 13 ( 42% ) pacientes.

Dentre os pacientes tratados com antibióticos e corticóides  46,4% apresentaram sucesso, 53,6% insucesso e nenhuma recidiva, já entre os tratados com corticóide isolado 64,7% apresentaram sucesso, 35,3% insucesso e 17% recidiva. Analisando pelo método T D Student com P=0,01, foi observado que não houve diferença significativa entre os tipos de tratamentos clínicos.

DISCUSSÃO

Não existe consenso com relação ao tratamento clinico da OME, alguns estudos mostram que não existe beneficio do tratamento sobre o placebo. Porém diversos trabalhos demonstram os benefícios dos corticóides associados ou não aos antibióticos.  A taxa de sucesso encontrada neste trabalho também se iguala a taxa de sucesso em estudos nacionais como Endo, que usou associação de SMZ+TMP com dexametasona com 56% de melhora.

Optamos por esta comparação já que a associação de corticóides e antibióticos é a mais usada no Brasil segundo Bogar.

Nossa amostra discorda da literatura que mostra o corticóide isolado com pequena taxa de melhora, sem resposta ou altos índices de recidiva  (Niedernab, Mackin e Jones).

CONCLUSÃO

Através deste estudo foi possível concluir o beneficio do tratamento clinico da OME, e que o corticóide mostra-se como uma boa opção, mas a associação com antibiótico não acrescentou beneficio.

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