Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-650

TÍTULO: TRATAMENTO CIRÚRGICO DE MELANOMA RETROAURICULAR EM CRIANÇA DE 2 ANOS

AUTOR(ES): THAYSA FERNANDA DE CARVALHO RODRIGUES , FELIPE PALITOT ALVES MANGUEIRA, LARISSA VIEIRA BARACUHY, JOÃO VITOR MELO E NÓBREGA, EDIVALDO ALMEIDA DE ARAÚJO JR, ANDREA LINS TAVARES BEZERRA, KLÉCIUS LEITE FERNANDES

INSTITUIÇÃO: UFPB

Introdução. Embora não seja o tumor de pele mais prevalente, o melanoma caracteriza-se por sua agressividade e altos índices de letalidade. Segundo a OMS, sua incidência é crescente, apresentando cerca de 132 mil casos anuais. O acometimento de pessoas com menos de 20 anos é raro e sua ocorrência antes da puberdade corresponde a apenas 0.3% – 0.4% dos casos relatados. A pequena casuística na literatura  nesta faixa etária faz com que haja poucas informações sobre o tema, de modo que as condutas e tratamentos preconizados são, geralmente, extrapolados dos estudos realizados em adultos.

Objetivos. Descrever e discutir um caso de melanoma cutâneo em uma criança de dois anos atendida no setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Napoleão Laureano.

Materiais e Métodos. Coleta de dados indireta, através de pesquisa em prontuário médico.

Resultados. FCS, 2 anos de idade, apresentou crescimento de lesão congênita hiperpigmentada, inicialmente com pêlos e dolorosa à palpação. Ao exame físico, foi observada lesão nodular, enegrecida, com dimensões de aproximadamente 3x3cm em região retroauricular direita e ausência de linfonodos palpáveis. Realizou-se,então,  ressecção cirúrgica da tumoração e reconstrução com retalho local. O anatomopatológico revelou melanoma cutâneo, nível de Clarck 5, espessura de Bleslow 9mm, associado a nevo azul e margens cirúrgicas livres. Um novo procedimento cirúrgico com ampliação das margens até periosteo e esvaziamento cervical radical póstero lateral direito( níveis II, III, IV e V e subocciptal) foi realizado. Três dos 25 linfonodos retirados estavam comprometidos pela doença, mas os exames de rastreamento de metástase a distância foram normais. Apesar do bom resultado cirúrgico e do uso do Interferon, a doença apresentou recidiva local, sete meses após a primeira consulta. Optou-se então pela associação do esquema cisplatina, vimblastina e dacarbazina e, posteriormente, pelo uso da termozolamida. Mesmo com a utilização do referido esquema, surgiram metástases ósseas, pulmonares, hepáticas e adenomegalias cervicais e mediastinais. O paciente evoluiu com a piora do quadro e consequente óbito.

Conclusão. Os fatores prognósticos mais importantes para o melanoma cutâneo são a espessura do tumor, o comprometimento de linfonodos e a presença de metástase a distância. O paciente referido já apresentava um nível de Clarck e uma espessura de Breslow comprometedores à época do diagnóstico, e o surgimento de linfonodos e metástases a distância tornaram seu prognóstico ainda mais restrito já que os esquemas quimioterápicos disponíveis atualmente para o tratamento de doença disseminada mostram-se ineficazes e com índices  de sobrevida baixos. Este fato faz com que o diagnóstico precoce desse tipo de lesão torne-se extremamente importante uma vez que a ressecção cirúrgica em estádios iniciais é o tratamento que oferece melhores chances de cura ao paciente.

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