Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-647

TÍTULO: TONSILECTOMIAS EM ADULTOS: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIAS E ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA.

AUTOR(ES): HELOISA NARDI KOERNER , FRANCISCO GROCOSKE, RENATA VECENTIN BECKER, KÁTIA APARECIDA PINTO, JORGE IDO MASSAAKI FILHO, MARCOS MOCELLIN

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE CLÍNICAS-UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

INTRODUÇÃO: As tonsilectomias são cirurgias frequentes e em adultos apresentam maiores dificuldades técnicas e riscos se comparadas às crianças. Preocupações quanto ao controle mais efetivo da dor pós operatória e sangramentos são necessárias já que essas entidades são usualmente relatadas em pacientes maiores de 18 anos.

OBJETIVO: Avaliar as características gerais da indicação de tonsilectomias em adultos e complicações intra e pós-operatórias além de comparar sintomas e variáveis freqüentes no curso da doença em pacientes no pré e pós- operatório.

METODOLOGIA: Análise de 143 prontuários de pacientes maiores de 18 anos submetidos à cirurgia (amigdalectomia, adenoamigdalectomia ou adenoidectomia) no período de fevereiro de 2005 a maio de 2009 no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram avaliados: idade, sexo, grau das amígdalas, tipo de cirurgia realizada, ASA, comorbidades relacionadas, indicação cirúrgica, tempo cirúrgico e complicações intra-operatórias e número de dias de hospitalização. Houve contato telefônico com o paciente obtendo-se as complicações cirúrgicas no primeiro mês de pós-operatório e comparação do quadro clínico do paciente antes e após o procedimento. 

RESULTADOS: Após análise de 147 prontuários e contato telefônico com 97 pacientes, obteve-se a amigdalectomia como cirurgia mais prevalente em 80,4% dos casos, sendo que 74,1% do total de pacientes era do sexo feminino. A principal indicação cirúrgica foi infecções recorrentes (54%), seguida de suspeita de neoplasia (23,4%) e obstrução associada à infecção (18,2%). Em 66,4% houve associação positiva com rinite alérgica. Em 18,9% dos pacientes observou-se complicações pós-operatórias no primeiro mês, sendo o sangramento o mais comum em 50% dos casos, seguido de infecções em 40%. Dos 69 pacientes que apresentavam respiração bucal antes do procedimento 23 continuaram com o sintoma após a cirurgia. Dos 38 que possuíam apnéia do sono, 12 permaneceram após o procedimento. No que se refere à halitose 53 dos 65 pacientes alcançaram a cura. Por fim, metade dos 64 pacientes que relatavam roncos, melhoraram.

CONCLUSÃO: Demonstrou-se a maior frequência de indicação cirúrgica em pacientes adultos com tonsilites recorrentes e o baixo risco anestésico desses pacientes, na sua grande maioria, jovens. Relatou-se, ainda, as taxas de complicações e necessidade de novas intervenções. Houve melhoras, com significância estatística, após a cirurgia em algumas variáveis analisadas (roncos, halitose, apnéia do sono e respiração bucal), fato que incentiva novas pesquisas acerca do assunto.

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