Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-641

TÍTULO: TESTE DE CONNECTICUT PARA ESTUDO DA PERCEPÇÃO OLFATÓRIA EM INDIVIDUOS NORMAIS: ESTUDO PRELIMINAR

AUTOR(ES): MARCELLO BAILARINI ANITELI , PABLO SOARES GOMES PEREIRA, RONNY TAH YEN NG, EULÁLIA SAKANO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP

INTRODUÇÃO: O olfato é um dos sentidos que quando alterado ou abolido pode ocasionar grande impacto na qualidade de vida. A percepção olfatória,  sua intensidade e qualidade dependem da integridade anatômica e fisiológica de todos os elementos que compõem a via olfatória. Fluxo aéreo nasal preservado, neuroepitélio olfatório íntegro e transmissão adequada do estímulo do sistema nervoso periférico até o córtex olfatório são fundamentais para o sentido da olfação. Dentre os testes disponíveis para a avaliação da percepção olfatória está o desenvolvido em Connecticut pelo CCCRC (Connecticut Chemosensory Clinical Research Center). Este teste é composto por duas partes, compostas pela pesquisa de limiar olfatório e identificação de odores. O teste de limiar é realizado utilizando diluições sucessivas de ácido butílico (1-butanol) como odorante. O uso desta substância tem sido utilizado por suas características de baixa toxicidade, solubilidade em água e odor específico e neutro. O teste de identificação usa a apresentação de itens naturais comuns em nossas atividades diárias.

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é aplicar o teste de Connecticut em indivíduos normais, sem queixas olfatórias, a fim de estabelecer os parâmetros de normalidade e comparar estes resultados obtidos com os disponíveis em estudos realizados em outros países.

METODOLOGIA: O teste de Connecticut foi aplicado em 20 voluntários, todos sem queixas olfatórias. Os pacientes foram submetidos à avaliação otorrinolaringológica prévia, a fim de excluir aqueles que apresentavam alteração à rinoscopia anterior, como sinais de rinite alérgica, desvio septal e polipose nasossinusal. A idade dos indivíduos avaliados variou de 22 a 54 anos, mediana de 29 anos, com 9 homens e 11 mulheres.

RESULTADOS: Os resultados obtidos no teste de limiar olfatório mostraram a correta determinação do frasco com odorante (1-butanol) variou da concentração 6 a 9, com média de 7,45. A concentração 7 foi a mais comum (9 pacientes). Os resultados do teste de identificação mostraram a correta identificação de todos os itens testados, após apresentação de lista com quatro substâncias, dentre as quais aquela apresentada ao indivíduo.

CONCLUSÃO: Os resultados obtidos através do teste de Connecticut são similares aos obtidos em estudos anteriores para indivíduos normais. No estudo americano realizado em Connecticut (CCCRC) com 229 pacientes, os valores do teste liminar obtidos foram similares. Os resultados do teste de identificação foram melhores no estudo atual, que no estudo americano, fato este que pode ser atribuído ao menor número de indivíduos testados. Estes dados corroboram a sua aplicabilidade em nossos pacientes. Trata-se de método útil, de baixo custo e fácil execução, que pode ser realizado em consultório. Sua ampla aceitação como método para avaliação olfatória torna-o útil para fins de avaliação inicial e seguimento de indivíduos com disfunção de olfato.

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