Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-637

TÍTULO: TÉCNICA DE TRIPIER: RECONSTRUÇÃO TOTAL DE PÁLPEBRA INFERIOR

AUTOR(ES): SARAH HANNA DE CARVALHO ANDRADE , JÚLIO CÉSAR GARCIA DE ALENCAR, FELIPE BARBOSA LIMA, SUYANE BENEVIDES FRANCO, YURI DE MORAES FACÓ, FELIPE DAMASCENO FONTENELLE LEITE CAMPOS, LIA BARROSO SIMONETTI GOMES

INSTITUIÇÃO: LIGA DE CIRURGIA PLÁSTICA E MICROCIRURGIA RECONSTRUTIVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INTRODUÇÃO: O retalho bipediculado da pálpebra superior foi descrito por Tripier em 1888 e constitui-se uma opção importante para o tratamento de defeitos horizontais da pálpebra inferior. É composto por pele e músculo orbicular da pálpebra superior, transposto sob a forma de uma ponte. A rica vascularização, a manutenção de fibras musculares do orbicular e a semelhança de aspecto de tecidos são as principais vantagens do retalho miocutâneo da pálpebra superior. OBJETIVO: O presente trabalho objetiva mostrar a experiência do Serviço de Cirurgia Plástica da Universidade Federal do Ceará na reconstrução total de pálpebra inferior com retalho de Tripier. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 28 anos, admitido no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Walter Cantídio para reconstrução total de pálpebra inferior, previamente lesionada após  exérese de CBC. O tratamento cirúrgico  foi realizado em dois tempos, utilizando-se a técnica de Tripier. No primeiro tempo cirúgico, realizado em 3 de março de 2010, sob anestesia geral, foi coletado enxerto de cartilagem conchal de  dimensões 3 por 0,6cm, realizou-se rafia do tarso inferior em extremidade da pálpebra superior com sutura  intradérmica com vicryl 6.0 e posterior aposição de enxerto de cartilagem com sutura em ligamentos cantais superior e inferior. Para cobertura de pele, confeccionou-se, então, um retalho bipediculado, composto por pele e músculo orbicular da pálpebra superior, transposto sob a forma de uma ponte, mantendo as fibras musculares do orbicular e a semelhança de aspecto de tecidos da área doadora, devido a sua rica vascularização (Tripier).  No segundo tempo cirúrgico, em 24 de março de 2010, sob anestesia local, foi realizada incisão dos pedículos do retalho de Tripier com síntese da área doadora com fio nylon 6.0 e confecção de pálpebra inferior com PDS 6.0. O paciente evolui sem intercorrências no pós-operatório. CONCLUSÃO: O reparo de lesões palpebrais deve ser realizado levando-se em conta a recuperação da função palpebral e a proteção do olho. A preocupação com o resultado estético desse tipo de procedimento faz que os cirurgiões tenham preferido a região periórbita e a pálpebra superior para a confecção de enxerto e retalhos, haja vista a semelhança da textura e do tom de pele com a área a ser corrigida. Retalhos de outras regiões cursam com maior tensão, o que tem mostrado um maior risco de alargamento da cicatriz e de surgimento de ectrópio. Dessa forma, percebe-se que o retalho de Tripier é uma opção viável para esse tipo de reparo, pois atende a todos os critérios acima, além de permitir a realização de enxerto cartilaginoso, o que garante maior estabilidade à pálpebra. Por tratar-se de um enxerto miocutâneo bipediculado, a técnica de Tripier garante uma irrigação abundante para o enxerto, e os feixes do músculo orbicular garantem uma maior sustentação para a pálpebra, reduzindo o risco de ectrópio. O retalho bipediculado da pálpebra superior constituiu-se uma ótima opção para o tratamento da lesão total de pálpebra inferior, relatada no presente caso, por ter possibilitado a correção da lesão e garantido um resultado estético e funcional satisfatório.

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