Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-632

TÍTULO: SURDEZ SENSORIONEURAL BILATERAL PROGRESSIVA: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): LUIZ ALBERTO ALVES MOTA , PATRÍCIA MARIA DE ANDRADE LEITE BARROS, RAPHAEL BURLAMAQUI DE QUEIROZ, LARISSA MARIA DE OLIVEIRA, KATE MILLENA FERREIRA BARBOSA, JOSÉ RICARDO DO NASCIMENTO NETO

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO.

INTRODUÇÃO: A perda da capacidade auditiva, também denominada surdez ou disacusia, pode ser classificada conforme a localização em surdez de condução, sensorioneural ou mista, podendo apresentar-se unilateral ou bilateralmente, e com evolução súbita ou progressiva. A surdez do tipo sensorioneural contempla lesões que envolvem orelha interna ou órgão de Corti, até aquelas que abrangem desde o nervo coclear até os núcleos auditivos no tronco. Dentre as possíveis causas de surdez sensorioneural bilateral progressiva, podem-se destacar: parotidite, herpes, influenza, distúrbios vasculares, doenças infecciosas, ototóxicas, esclerose múltipla, surdez funcional, schwanoma vestibular, neurite do VIII par, otoespongiose coclear, presbiacusia e, ainda, causas auto-imunes.

OBJETIVO: Identificar a etiologia da surdez sensorioneural bilateral progressiva apresentada pela paciente.

METODOLOGIA: Paciente do gênero  feminino, 27 anos, branca, casada, servidora pública, procedente de Recife. Apresenta perda progressiva da audição e dificuldade de discriminar sons há cerca de 16 anos , com piora há aproximadamente  três anos, associada  à sensação de zumbido desde 2001. Aos 11 anos, foi diagnosticada, através de audiometria, com lesão auditiva bilateral sendo medicada com dexametasona injetável um ano. Aos 14 anos passou a usar aparelho auditivo binaural e refere que não houve progressão dos sintomas durante os 10 anos posteriores. Contudo, relata evolução da surdez desde 2007, sem aparente fator desencadeante e afirma ser o período atual o pior momento de sua perda auditiva. Refere piora da audição frente a situações de estresse ou emoções fortes e tontura mediante sons de elevada intensidade. Refere antecedente de parotidite epidêmica aos seis anos, bisavô paterno surdo desde a adolescência de etiologia desconhecida e avô paterno com surdez secundária à meningite; nega HAS e diabetes e apresenta exame otorrinolaringológico sem alterações.

Este relato de caso foi desenvolvido através da coleta da história clínica diretamente com a paciente e com bibliografia obtida através da pesquisa de artigos pelas bases de dados PubMed, LILACS, Bireme e Scielo, sendo usados os artigos publicados durante os períodos de 1994 e 2010. Os descritores usados foram surdez e perda auditiva que foram retirados dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

RESULTADO: A procura por anticorpos antinucleares anti – SM, anti-SSA, anti SSB e anti RNP e FAN foi negativa. As dosagens da glicemia e dos hormônios T4 e THS foram normais. Os anticorpos anti-herpes tipo I e II foram não reagentes. A sorologia para LUES VDRL foi negativa. Os exames laboratoriais não revelaram alterações. A paciente realizou RNM, a qual também se apresentou sem alterações.

CONCLUSÃO: A paciente foi submetida a vários exames laboratoriais, os quais mostraram valores normais. Diante disso, foi encontrada relativa dificuldade em ratificar a etiologia da disacusia. Entretanto, a partir da análise da paciente como um todo, através de uma anamnese completa e bem detalhada, há indícios de que a surdez progressiva bilateral tenha sido causada pela parotidite epidêmica relatada pela paciente. A suspeita foi reforçada pela exclusão de outras possíveis causas através dos exames complementares.

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