Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-629

TÍTULO: SIRINGOMA CONDRÓIDE DE CONDUTO AUDITIVO EXTERNO

AUTOR(ES): MÁRCIO EDUARDO BROLIATO , EDUARDO DE ANDRADE ATKINSON, MAURÍCIO SCHREINER MIURA, GERALDO DRUCK SANT'ANNA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

INTRODUÇÃO: Siringoma condróide ou adenoma pleomórfico de glândulas ceruminosas é um tumor cutâneo benigno raro, com prevalência de aproximadamente 0,01% dos tumores primários de pele. Oitenta por cento dos siringomas condróides é encontrado em idosos, sendo duas mulheres para cada homem e comumente na região da cabeça e pescoço e a maioria em face e nariz. Localizações raras são troncos e extremidades. As lesões possuem entre 0,5 e 3 cm e são firmes e aderentes à pele, mas distinguível das demais estruturas.

Relatamos um caso de siringoma condróide de aparecimento em conduto auditivo externo.

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente de 45 anos com lesão nodular de bordas lisas obstruindo totalmente o conduto auditivo externo (CAE) esquerdo. TC de ouvidos demonstrando tecido hipodenso de aspecto nodular obstruindo totalmente o CAE com íntima relação com membrana timpânica, sem outras alterações. Audiometria com limiares normais e gap de 5 dB em ouvido esquerdo. Realizada ressecção cirúrgica simples da lesão e enviada para anatomopatológico. Diagnóstico compatível com siringoma condróide.

DISCUSSÃO: Foi descrito pela primeira vez por Billroth em 1859 como um tumor com as mesmas características do tumor misto de glândulas salivares. O termo siringoma condróide foi primeiramente usado por Hirsch e Helwig em 1961. Acredita-se que deriva de glândulas ceruminosas. Sua origem constitui uma mistura de células epiteliais e mesenquimais com origem écrina e apócrina.

O primeiro relato de siringoma condróide de conduto auditivo externo foi feito por Mark e Rothberg em 1951; após, somente poucos casos foram relatados. Embora raro, a incidência de siringoma condróide entre lesões de pele parece ser maior que previamente imaginado. Ele apresenta crescimento lento e indolor. Entretanto, há relatos de uma forma maligna, com crescimento rápido, ulceração e necrose.

O diagnóstico é normalmente retrospectivo, baseado na confirmação histológica. O diagnóstico diferencial inclui cisto sebáceo, cisto dermóide, neurofibroma, dermatofibroma, carcinoma basocelular, carcinoma escamoso, pilomatrixoma e histiocitoma.

O tratamento é realizado com excisão cirúrgica completa com margem de tecido normal, à semelhança do adenoma pleomórfico de glândulas salivares. Recidiva é associada a uma incompleta remoção ou à presença de tumor satélite. Acompanhamento é indicado em casos de excisão incompleta ou evidência de malignidade. Radioterapia coadjuvante é indicada na presença de características adversas ou atipias.

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