Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-628

TÍTULO: SINUSITE ASPERGILAR COM BOLA FÚNGICA

AUTOR(ES): DANILO RODRIGUES CAVALCANTE LEITE , ISELENA CLAUDINO BERNARDES, LORENA SOUSA OLIVEIRA, RODRIGO DE SOUZA MENDES SANTIAGO MOUSINHO, ADEMAR MARINHO DE BENÉVOLO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

INTRODUÇÃO:  A sinusite é afecção relativamente comum, afetando de forma intermitente aproximadamente 20% da população. A doença fúngica dos seios paranasais, entretanto, é considerada rara. Tem sido observado aumento dramático no número e diversidade dos casos relatados nas últimas duas décadas, parcialmente justificado pela popularização das terapias de longa duração com antibióticos de amplo espectro e corticóides, assim como o aumento do número de indivíduos imunodeprimidos. A sinusite fúngica é entidade que, por sua incidência crescente, tem merecido cada vez maior destaque entre as afecções do trato respiratório superior. Distinguem-se quatro apresentações clínicas desta entidade: aspergiloma ou "bola fúngica", sinusite fúngica-alérgica, extra-mucosa ou lentamente invasiva e rapidamente invasiva ou fulminante. Considerando o grande número de espécies de fungos que podem ser patogênicos para o homem, somente pequeno número tem sido relatado como agente causal de infecções nos seios paranasais. Os mais comuns são: Aspergillus sp., Candida sp., Mucor sp., Alternaria sp., Cladosporium sp., Penicillium sp. e Fusarium sp3.     A colonização intracavitária aspergilar (aspergiloma, bola fúngica) é freqüente ao nível do meato médio e do seio maxilar. O Aspergillus fumigatus é o agente usual, raramente o A. niger é o fungo isolado. Três são os principais fatores predisponentes: primeiro, diminuição da resistência da mucosa, devido à sinusite bacteriana crônica, freqüentemente complicada por pólipos; segundo, adaptação de um fungo a um hospedeiro em que a flora bacteriana foi eliminada e terceiro, obstrução mecânica nasal e (ou) sinusal impedindo a drenagem adequada.

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente, 30 anos, mulher, branca, solteira, natural e procedente de Patos-PB, portadora de sinusite crônica desde os 20 anos. Trabalha como vendedora em loja de tecidos há 5 anos. Encaminhada a serviço de atenção básica com bom estado geral, consciente, orientada, dispneica, apresentando quadro febril cursando com rinorreia não purulenta, de aspecto aquoso, associado à edema e inflamação de seio paranasal direito. Realizaram-se hemograma completo e TC de crânio, com destaque para massa em seio paranasal direito, com hipótese primária de foco maligno. Encaminhada para Hospital Napoleão Laureano, referência para cancerologia na PB, onde realizou biópsia e citologia para a massa, com ausência de malignidade. A posteriori, encaminhada para o Hospital Universitário Lauro Wanderley, onde foi realizada ressecção da massa, com odor fétido e líquido amarelo-esverdeado na região,  detectando-se de bola fúngica por Aspergillus na biópsia. Paciente tratou-se com Anfotericina B no pós-cirúrgico e permaneceu em uso contínuo de Itraconazol 400mg/dia por 2 anos. Paciente segue em acompanhamento há 2 anos, sem sinais de complicações ou recidiva.

DISCUSSÃO: Apresentamos um caso de sinusite fúngica com aspergiloma em seio paranasal, uma entidade rara. A sinusite fúngica é uma doença com várias formas de apresentação e, além do diagnóstico etiológico fúngico, é fundamental a identificação do tipo de sinusite fúngica encontrado, pois a abordagem terapêutica varia conforme a forma apresentada. Para esta identificação, necessitamos da associação de diferentes métodos diagnósticos, que são a endoscopia nasal, a tomografia computadorizada, o exame macroscópico da secreção, o exame direto e a cultura em meio adequado.

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